Capítulo 20 - A Festa dos Anjos Falsos
Spencer parecia muito inquieta desde o momento em que entramos no carro de Daimen que eu deixara na escola no dia anterior. Ela talvez estivesse preocupada com a possibilidade de não conseguirmos chegar a tempo, mas ela não sabia que isso não podia nem sequer ser uma possibilidade. Luke ficaria bem, e nós iriamos salvá-lo. Eu repetia isso constantemente na minha cabeça.
Dabria dirigia o carro e Peyton vinha no carro de trás com Ren apenas, porque Laura e Kamila não puderam vir ou Ally iria suspeitar que alguma coisa estava acontecendo e iria querer ajudar, mas eu não queria que ela se encontrasse com Cassandra. Pelo menos não agora.
— Querida, se quiser que eu dirija eu posso — Ah, sim. Brian, namorado de Dabria também tinha vindo e ele estava no banco do passageiro quase fazendo Deb parar o carro para levar ela embora.
— Não precisa, eu posso fazer isso — Dabria respondeu.
Revirei os olhos, ele com certeza tinha algum problema com o fato de Dabria ser minha amiga.
— Spencer, fale mais sobre o que você descobriu — Pedi, tentando fazer a atenção dele também estar na missão. — Se a casa que eles encontraram foi em circunstâncias estranha por que o sr. Hannigan decidiu aceitar?
— Clayton incentivou que fizessem a festa e até mesmo atribuiu vampiros para estarem de guarda, enquanto eles festejavam. Mas Keilan não aceitou, ele disse que o dono da casa é um anjo também e que ele mesmo tem seguranças.
— O dono da casa é um anjo? — Deb perguntou.
— É sim, eles disseram o nome. Eu nunca ouvi falar dele em lugar nenhum do conselho — Ela explicava.
A história estava muito estranha e mesmo assim Keilan decidiu fazer a festa. Não me admiraria que tudo desse errado.
Durante o caminho pela estrada de terra que íamos, eu fiquei em silêncio pensando no sonho, ou melhor, encontro que tive noite passada com Daimen. Eu tinha marcado o nome do feitiço que ele disse e perguntei se Val conhecia, ela disse que esse feitiço era usado antigamente por demônios para fazerem viagens entre os mundos quando quisessem, mas apenas os demônios mais fortes e de um escalão mais alto usavam.
O fato de Daimen ter o conhecimento desse feitiço era realmente curioso e suspeito, eu poderia estar completamente encantada com o fato de ser ele na minha frente, mas talvez não fosse realmente ele e sim alguém querendo brincar comigo. Contudo, ele sabia da nossa... situação e que precisávamos conversar, então ainda tinha uma pequena chance de ele ser o verdadeiro.
Porém a minha missão agora, era evitar que Luke se machucasse mais ainda e salvar os tolos anjos falsos.
Quando estávamos próximos da casa, eu olhei pela janela e encontrei a mansão a distância. Era muito bonita, a construção era antiga, mas ainda moderna por causa da preservação e havia lindas trepadeiras que subiam pelas colunas e pelas paredes da casa. As árvores, pinheiros e vasos de flores estavam espalhados por toda a entrada.
— Essa casa é muito bonita para ser desabitada — Comentei.
— Por isso tudo estava uma bagunça essa semana, eles praticamente tiveram que adaptar a festa a esse lugar por que o dono tinha voltado para ela recentemente. — Spencer explicou — Há a possibilidade de que alguns quartos ainda estejam cheios de poeira.
— Entendi, então... — Meu celular tocou, o número era o de Luke — Alô?
— Olá pequena convidada, como esteve noite passada? Duvido que tenha dormido muito, não? — Era a voz de Lauren.
— Onde...?
— Está seu filho? Ele dormiu um pouco depois de termos nos divertido ontem um pouco mais do que devíamos — Ela riu, a voz realmente irônica — Ah, mas deixemos isso de lado. Vocês estão chegando?
— Por que acha que iríamos até ai?
— Porque eu tenho algo que você quer e sua mãe deseja sua presença na festa, então que as portas sejam abertas para você — Lauren explicou — Mas com um porém, assim que você chegar e estacionar o carro alguém acompanhará você para que nos encontremos. No caminho você até pode se deparar com alguns anjinhos, mas se você abrir a boca para dizer quem somos e o que queremos seu amado filho fechará os olhos para nunca mais abri-los. Certo?
— Entendi.
Assim que ela desligou todos olharam para mim, eu não podia colocar a vida de Luke em perigo então faria o que ela estava pedindo, mas ela não sabia quantos tinham dentro do carro.
Dabria estacionou o carro em um lugar que não fosse muito difícil de sair depois e Peyton parou logo ao lado. Nós estávamos em seis, mas apenas quatro saímos do carro na direção do homem na frente das escadas para entrar na casa. Ren ficou no carro que veio com Peyton para ajudar Spencer a avisar os anjos que conseguissem pela casa.
Enquanto Peyton vinha ao meu lado, Deb e Brian caminhavam atrás observando as pessoas espalhadas com roupas de criados. Eu não sabia o porquê, mas sentia uma forte presença das espécies que os criados eram e não eram anjos falsos ou até mesmo bruxas, na verdade eles estavam mais para espécies como fênix, thunderbirds, duendes e outras espécies que eram mais difíceis de notar suas presenças.
Embora Lauren tivesse uma prisão, ela não só os prendia em celas sujas e os maltratava como também os usava como criados. Mas Lauren morava no mundo da Ilusão, então quem morava nessa casa para essas espécies estarem aqui?
— Olá, sejam bem-vindos — Uma mulher no topo de um lance de escadas disse, vindo na nossa direção — Fico feliz de poder conhecer os amigos da minha filha.
O olhar que lancei para ela já era esperado, principalmente quando ela acabou de dizer que era minha mãe, sendo que da última vez discutimos sobre o fato de que eu não considerava essa denominação para ela, mas tanto Peyton quanto Brian arregalaram os olhos realmente surpresos.
— Eu me chamo Cassandra Piierce — Ela disse, apontando para o próprio peito e sorrindo — Há um quarto lá em cima com roupas para vocês, troquem-se e eu espero vocês para nos divertimos nessa comemoração...
— Onde está Luke? — Perguntei, interrompendo sua bajulação.
— Luke, está sob os cuidados de Lauren. Sinto muito, não posso me intrometer nisso, mas ela disse que o levaria até o jardim para a festa — Cassandra explicou — Vão trocar de roupa, logo nos encontraremos no jardim.
Ela deu a volta em nós em direção as portas de entrada, acompanhada dessa vez de um homem bem alto. Ele com certeza era uma das fênix masculinas raras.
O homem que nos levou para dentro da casa agora tinha outra pessoa ao seu lado que dividiu nosso grupo em feminino e masculino. Deb e eu seguimos a mulher até um quarto gigantesco, havia uma cama grande com lençóis beges e rosa claros e além disso dois vestidos descansavam sobre ela.
O menor com certeza era para Dabria que era mais baixa e magra que eu, mas o meu era exageradamente espalhafatoso com pedras que brilhavam mais do que as luzes do quarto e era de um violeta ofuscante. Eu não vestiria isso e não tinha nenhuma intensão de comemorar o que quer que fosse ao lado de Cassandra.
— Você vai precisar de ajuda para vestir? — Deb perguntou, pegando o vestido violeta nas mãos.
— Não, claro que não — Falei, olhando para a porta e vendo a mulher que nos acompanhou, esperando — Você pode se vestir primeiro.
A mulher percebeu que não seria necessária já que éramos duas e podíamos nos vestir sozinhas, então saiu logo depois que Dabria vestiu o vestido preto básico e eu esperei para ter certeza de que ela não voltaria.
— Dabria, pode ir na frente para o jardim — Eu disse, pegando sua mão e a levando até a porta — Vou esperar um pouco e procurar Luke pela casa, se você encontrar Cassandra no caminho diga que estou me vestindo ainda.
— Vou pedir para Peyton vir ao seu encontro, tome cuidado até ele chegar — Ela pediu, abrindo a porta.
Assim que Deb saiu, respirei fundo e olhei para o corredor para ter certeza de que não havia mais ninguém nos vigiando, mas não havia, então rapidamente segui pelo corredor oposto ao que tínhamos vindo e comecei a abrir todas as seguintes portas.
A casa era extremamente grande o que dificultava a minha busca e como Spencer disse dentro do carro, realmente ainda tinha alguns quartos cheios de poeira e teias de aranhas por todos os lados, mas o que mais me afligia era a decepção de não encontrar Luke em nenhum deles.
Eu sabia que ele era um prisioneiro, mas Cassandra disse que Lauren o levaria para a festa no jardim o que significava que ela não podia levá-lo diante de todos ferido e sujo, apesar de ela mesma ter deixado ele nessas condições. Mas Luke era conhecido pelos anjos falsos, mesmo que fosse um vampiro eles sabiam que ele tinha deixado de ser um anjo terrestre e abandonando a mãe biológica e a própria espécies.
Essa era a impressão que eles tiveram dele quando ele pediu para deixar de ser anjo terrestre. Para mim, como principal motivo de ele ter abdicado do que era ele apenas quis abrir mão daquela que o machucava diariamente sem motivo aparente, pois Nádia Anderson não soube amar o filho da forma como ele devia ter sido amado.
Luke era a melhor coisa que aconteceu na minha vida, eu podia não ter dado a luz a ele, mas eu cuidei dele e em troca ele sempre foi muito amável comigo, até mais do que Allyson um dia tentou ser.
Eu estava tão concentrada em abrir portas e procurar que quando virei mais um corredor e dei de cara com outra pessoa eu simplesmente tentei fingir que nada tinha acontecido e seguir meu caminho, mas a pessoa segurou meu punho firmemente não permitindo que eu desse outro passo.
— Tudo bem? — A voz era gentil e masculina.
Olhei para cima e agradeci por não ser tão alto, mas ele tinha uma boa aparência e parecia ser muito jovem.
— Você está chorando? — Ele perguntou, pegando do bolso interno do paletó um lenço e me entregando — Algo está incomodando a senhorita?
Peguei o lenço de seus dedos quentes e antes de responder me peguei pensando e analisando que tipo de espécie ele era por causa do calor reconfortante, ou se era um dos criados. A sensação que eu tinha ao lado dele era de que eu estava em um túnel escuro e no final eu conseguia ver uma luz acolhedora e quente.
Era estranho, eu só podia sentir isso com Daimen e Scott, eles eram quentes e transmitiam calor e conforto.
— Obrigada, me desculpe por incomodar você — Falei, limpando meu rosto molhado e lágrimas — Eu acho que me perdi pela casa.
— É um dos convidados? — Ele perguntou, seus lindos olhos prateados estudando-me.
— Sim, eu estava tentando encontrar o caminho até o jardim — Menti.
Ele podia ser uma pessoa gentil, mas o fato de ele transmitir o mesmo que Scott e Daimen só podia dizer que ele era um anjo e não um Anjo Falso. E o único anjo de verdade que estaria na festa do grupo de Cassandra só poderia ser o líder deles.
Portanto o homem na minha frente era o anjo renegado e líder do grupo que estava bagunçando com todos os mundos existentes, tanto de pessoas vivas como de pessoas mortas ou até mesmo aqueles que não deveriam existir como o mundo da Ilusão.
— Eu acho melhor tentar ir pelo lado contrário — Sugeri, começando a dar a volta para ir até o jardim e esperar Lauren aparecer com Luke.
— Espere, — Ele disse, pegando no meu braço — eu posso levá-la até lá.
— Não, obrigada. Não posso incomodá-lo mais do que já estou — Afirmei, tentando me soltar.
— Eu insisto, você se parece com uma amiga — Ele comentou, olhando mais fixamente para o meu rosto — Eu me sinto muito bem ao seu lado, exatamente como me sinto com ela.
Ele só podia estar falando de Cassandra, pois infelizmente tínhamos semelhanças nítidas na aparência.
— Ah, tenho certeza de que não somos tão iguais assim.
— Tal mãe, tal filha. Não é assim que dizem os humanos? — Ele perguntou, seu sorriso crescendo e se tornando assustador — Eu estava me perguntando quando conheceria você, Ate... de onde a sua mãe arranjou esse nome?
— Eu não sei do que está falando — Tentei afastar ele de mim, mas ele realmente tinha a força de um anjo.
— Ah, eu não me apresentei. Sou Leandro, mas tenho certeza de que você me conhece pelo termo "anjo renegado", não?
Parei de puxar meu corpo na direção oposta a dele e encarei seu rosto maduro com bochechas salientes apesar de parecer jovem. Eu não sabia o que fazer, se fosse Cassandra ou Lauren eu saberia lidar, mas como lidaria com um anjo?
— Por favor, não entenda errado. Eu não estou brigando com você — Ele disse, rindo e olhando nos meus olhos — Eu aprendi, estando na terra, que os humanos gostam de conversar quando colocamos todas as cartas na mesa. Mas para que toda aquela enrolação? Gosto de tudo direto.
— Fico feliz em saber disso — Falei, minha voz carregada de sarcasmo.
— Ah, isso que chamam de sargasmo?
— Pelo o que percebi não faz muito tempo que está na terra — Falei.
— Sim, você tem razão. Eu, depois de ser enxotado de casa me escondi por muitos anos, indo de mundo em mundo como um coelho salta para se mover, mas eu gostei daqui. — Ele continuava falando e segurando meu braço — Muitos de meus irmãos caídos vinham para cá e eu não sabia o motivo até ver por mim mesmo.
Seus olhos brilhavam, mas eu conseguia notar uma leve tristeza entre o prateado de suas íris, como se embora estivesse se divertindo ainda sentia saudade de casa.
— Encontrei sua mãe sofrendo por um irmão e simpatizei com ela — Ele disse, sorrindo com a lembrança — Eu também tive um amor complicado quando estava no céu...
— Atelina?
Ouvi a voz de Peyton como se fosse um enorme som de gongo, eu realmente estava agradecida por sua aparição.
— Você também teve um amor complicado, não teve Atelina? — Leandro perguntou, finalmente soltando minha mão e se arrumando como se estivesse bagunçado — Eu deixarei que ele guie você até o jardim, já que está aqui. Vejo vocês por lá, Lauren deve estar saltitando e fazendo bagunça com seu novo brinquedo.
Eu avancei sem pensar na sua direção esquecendo-me do que ele era e do que eu era, mas Peyton me segurou a tempo de um soco não acertar o rosto de Leandro.
— Luke não é um brinquedo! — Gritei.
— Ah, falei demais. Sinto muito — Ele deu uma risadinha e saiu na direção de onde Peyton veio.
— Atelina, se acalma. Lauren está lá no jardim com Luke ao seu lado, não precisamos procurar aqui dentro. — Peyton avisou, pegando na minha mão — Vamos!
Peyton me guiou dessa vez até o jardim, eu me deixei ser levado e não liguei para a reação que Cassandra faria ao me ver sem o vestido que tinha separado para mim. Eu não queria saber. Corri com Peyton o restante do caminho.
Eu estava ofegante, correr de dentro da casa para o jardim nunca foi tão cansativo como tinha sido nessa casa. E o jardim, era imenso. Havia mesas altas enfeitadas por todo o lugar, mesas com aperitivos e outra para bebidas e além de tudo, todos usavam apenas branco ou preto como se fosse uma festa "White and black".
Peyton me puxou para a frente das pessoas dizendo que viu Luke por lá, mas ao chegar nem ele nem Lauren estavam. Apenas Cassandra estava sobre um palco improvisado conversando com os que vestiam roupas de criados.
Não queria culpar Peyton por não ter me levado para o lugar onde Luke estava, mas também não queria ficar parada, então comecei a olhar entre as pessoas e entre as mesas espalhadas pelo jardim. Eram tantos anjos que parecia que o plano inicial de avisar a todos não tinha funcionado e todos tinham vindo aqui mesmo assim.
Entre todas as pessoas que eu realmente queria ver naquele momento, eu encontrei entre os rostos e presenças um rosto que se parecia levemente com o de Luke, só que esse era uma versão feminina e uma que eu não gostava nem de ver não importando a quantidade de tempo que olharia.
Nádia Anderson vestia branco e estava conversando com alguns anjos em uma mesa. Automaticamente meus pés me levaram naquela direção, eu não sabia o porquê, mas a conversa que tive com Ally ontem voltou a minha cabeça e eu não entendia o que ela queria com ele depois de tantos anos. Eu nunca o proibi de ver ela mais ela nunca veio encontrá-lo e isso somado a toda as situações que estávamos vivenciando hoje me levaram ao ápice da minha raiva e esse simples acontecimento estava mexendo comigo.
— Srta. Piierce — Ela disse, sendo formal — Não pensei que encontraria você aqui, como Luke está?
— E por que você quer saber? Nunca se deu o trabalho de perguntar por ele — Respondi, minha raiva queimando no peito.
— E eu nunca pensei que você o proibiria de não me atender — Ela devolveu, seu olhar enfurecendo-se.
— Eu não fiz isso!
— Então, por que ele não me atendeu? Eu liguei para ele ontem, praticamente o dia inteiro e ele nem sequer mandou uma mensagem dizendo que estava ocupado. E não foi você que o proibiu?
Claro que ele não atendeu, ele estava sendo mantido prisioneiro desse grupo de pessoas loucas e eu queria salvá-lo.
Era o que eu devia dizer, mas eu não daria o gostinho de ela saber que ele não estava em segurança por minha causa.
— Por que precisava ser agora? — Perguntei, eu realmente não queria uma resposta só queria reclamar mesmo, mas ela me respondeu.
— Já que isso envolve você também, acho que é melhor contar para mais alguém caso algo aconteça comigo que sou a única que sabe... — Ela disse, lançando olhares para aqueles ao redor da mesa que saíram em seguida.
— E é sobre o que?
— É sobre o pai biológico de Luke.
Para qualquer outra pessoa aquela frase não seria tão impactante, mas para Allyson, eu ou até mesmo Luke era uma frase completamente intrigante. Ninguém sabia de quem Nádia tinha engravidado e na época que aconteceu, ela mentiu dizendo que não sabia quem era.
Tanto Ally quanto eu, achávamos que era mentira, porque ela se debulhou em lágrimas na frente de Nathan para que ele tivesse pena dela e foi o que aconteceu. Logo depois Nathan passou a ajudar ela como o bom amigo e ex namorado que ele era, mas quando ela estava para ganhar o bebê nos mudamos e passamos a viver juntos.
Ela teve depressão pós-parto, o que na época não era muito conhecido, mas que fez com que ela não conseguisse chegar perto de Luke, então Ally e eu cuidávamos dele enquanto Nádia era tratada apenas por Nathan e ela ficava muito feliz com aquilo. Nathan levava ela para passear, sair durante a noite e tentava fazer com que ela tivesse interesse na criança.
Para Nathan parecia estar funcionando porque ele as vezes via ela conversando tentando saber como o bebê estava, ou as vezes via ela se aproximando para pegar ele no colo e por isso depois que Nathan achou que estava na hora de ir embora, nós fomos, mas eu fiquei muito triste e descontei muito sobre ele a minha raiva.
Assim que Nathan morreu e Nádia ficou sabendo ela surtou, começou a agredir Luke como se ele fosse o culpado e em uma das visitas que fiz a eles, ele chorou na minha frente, escondendo os machucados sob as mangas e tecidos da roupa. Conversei com Ally e depois confrontei Nádia e ela me disse a seguinte frase: "se está achando ruim a forma como o educo, pode levar ele para você criar, Atelina".
Eu fiz como disse, ela não acreditou quando eu fiz isso. Mas também não veio atrás dele nunca, nem mesmo depois que ele sumiu por três longos anos e eu pensei que ele tivesse voltado para ela.
— Você sempre soube quem era? — Perguntei, minha voz baixa para evitar gritar com ela. — E por que quer dizer agora? O que isso vai mudar?
— Eu decidi aceitar sepuku, e pensei que como sendo a única que sabe a verdade o segredo morreria comigo, mas eu não quero tirar isso dele.
Sepuku era o nome dado ao procedimento que os anjos falsos passavam quando decidiam que estava na hora de dar um fim a jornada deles. Eles escolheriam como e quando seriam seu fim, um privilégio que apenas eles possuíam.
— Isso não muda nada, mas é algo que tirei dele por muitos anos — Ela disse, seu rosto demonstrava que estava arrependida — E ainda mais ele sempre fez parte da sua família mesmo...
— Quem é? — Perguntei, quase me exaltando pela enrolação.
— O pai biológico de Luke sempre... foi o Nathan — Ela disse e meu rosto demorou um pouco para ter reação — Eu espero que possa dizer ao Luke, não preciso ver ele e não quero. Só quero que ele saiba a verdade sobre ele sempre ter pertencido a família Piierce, não como seu filho, mas como seu sobrinho.
Eu estava atônita, não poderia imaginar isso nem em um milhão de anos. Eu suspeitava dos caras com quem ela vivia saindo, mas como poderia ser o Nathan e será que ele sabia disso?
— Nathan, ele... — Eu não consegui terminar.
— Eu acho que ele sabia, mas não tenho certeza — Nádia falou, olhando para o céu estrelado — Luke vai ficar feliz com isso, eu espero.
Luke, onde Luke estava? Eu precisava encontrá-lo e contar isso para ele. Se ficaria feliz, eu não podia afirmar isso no seu lugar. Eu mesma não tinha certeza se tinha ficado feliz, pois para mim ele nunca deixaria de ser o filho que esteve ao meu lado.
Sem responder ou pedir licença me afastei da mesa de Nádia e segui olhando de mesa em mesa e buscando entre as pessoas, mas como se finalmente alguém estivesse ouvido minhas preses Luke apareceu, ele estava vestindo um terno preto sem gravata e a camisa estava aberta até o terceiro botão.
Ele caminhava lentamente por estar mancando atrás de Lauren que puxava uma corda enquanto andava para cima do palco, onde Cassandra estava agora com Leandro, o líder delas. Os três estavam juntos diante de todos e os olhares agora estavam sobre eles como o centro de tudo.
BRILHA, BRILHA ESTRELINHA 🌟🌟🌟
Oie amorinhas, como estão? Outra bomba que Atelina recebeu nesse capítulo, Luke é seu sobrinho ligado por sangue!! Mas isso não faz diferença para ela. Conhecemos nesse capítulo o cara que está comandando o grupo extremista, o que acharam dele? E o que você acharam da cara de pau de Cassandra?
Ah e uma curiosidade: Seppuku era uma forma de suicídio usada principalmente pelos samurais no Japão. Eu usei esse nome para o suicídio dos anjos, pq eles que escolhem tirar a própria vida.
🌺🌺🌺
Por favor continuem comigo, comentem, votem e espero vocês no próximo capítulo!!!
Beijinhos, beijinhos.
❤️❤️❤️
- Atel.
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