Capítulo 5 - Você também?

   Atravessei as portas duplas e não perdi tempo parada, Mily disse que eu precisava passar na secretaria para pegar meus livros e meu horário, então fui até lá, dessa vez eu sabia qual era o caminho.

   Entrei na secretaria me deparando com uma fila, havia mais gente ali do que no dia anterior e isso dificultava para que eu conseguisse o que queria mais rápido. Parecia até que ontem não tivera aula.

   Enquanto esperava, uma garota de cabelos escuros e escorridos estava conversando com todos acompanhada de um garoto de porte atlético e bonito. Ele não falava nada ao lado dela apenas sorria para as pessoas com quem ela conversava, passando de pessoa em pessoa até chegar em mim.

     — Oi, seja bem-vinda a Falls Stay High School — Ela sorriu, um sorriso de orelha a orelha literalmente.

     — Obrigada — Agradeci, sem tirar os olhos da fila onde estava.

     — Eu sou a Kameron e esse é o Andrew.

     — Atelina Piierce — Falei, levantando a mão em um aceno.

     — Nome diferente — Andrew disse pela primeira vez e eu sorri familiarizada com o comentário.

   Kameron se despediu e passou para a pessoa seguinte.

   Esperei mais um pouco até encontrar novamente a secretária atrás do computador antigo. Ela sorriu para mim e sabendo o que eu queria deu meia volta e pegou uma folha retangular com o meu horário e quatro livros grandes.

     — Só esses? — Perguntei, meio irônica e também porque tinha 7 aulas no dia.

     — Agora só, durante o almoço venha pegar o resto.

   Guardei os livros na bolsa e sai da secretaria procurando a sala onde seria a primeira aula. Mas havia números e mais números nas portas e junto deles havia o nome dos professores e eu só percebi que estava perdida quando trombei em alguém no corredor.

     — Desculpe — Olhei para cima, o garoto que trombei tinha um corpo forte e seu cabelo dividido de lado em um topete alto era muito familiar. Respirei lentamente contento o susto de vê-lo aqui — Ryan?

   Ele me olhou confuso, como se não soubesse como eu o conhecia. Então me lembrei do cabelo escovado o que deixava minha aparência bem diferente da que ele conhecia.

     — Sou eu Atelina. Atelina Piierce — Falei e automaticamente seus olhos se arregalaram.

     — Você está brincando! O que fez no seu cabelo que eu não reconheci você? — Ele segurou meu corpo entre seus braços e me apertou forte.

     — É só uma escova, quando eu lavar sai — Falei, contra seu peito — O que está fazendo aqui?

   Ryan separou nossos corpos e esboçou um sorriso misterioso, exatamente como sua personalidade. Era quase raro saber o que ele pensava ou estava para fazer. Isso desde que nos conhecemos na Inglaterra, mas ele já  não tinha mais o sotaque.

     — Estou meio que trabalhando me passando de aluno — Ele olhou a minha bolsa nos meus ombros e o sinal tocou — E você? Parecia perdida, quer ajuda?

     — Se souber onde fica a sala do professor Wright, de filosofia.

     — É exatamente para essa aula que eu estava indo — Ele sorriu, seus olhos brilhando — Fica para aquele lado, vamos.

   Olhei completamente arrasada para o corredor atrás de mim para onde ele apontou. Eu realmente estava perdida.

   Então Ryan tirou minha bolsa das minhas costas, gentilmente e caminhamos juntos até a sala de aula do professor Wright. Eu havia passado por ela sem nem perceber e pior ainda, a porta estava cheia de fotos de filósofos e frases de suas autoria.

     — Se fosse mortífera eu já estaria morta — Sussurrei.

     — Realmente, essa aula é mortífera. — Ryan murmurou, baixinho com um olhar tedioso.

   Nós rimos e eu entrei logo atrás dele, pegando minha bolsa de volta e entregando para o professor o papel onde comprovava que eu era aluna nova. Ele era alto, branco e parecia bem velho com seus óculos meia lua, mas seu sorriso foi gentil quando disse:

     — Seja bem-vinda, srta. Piierce.

   Sorri em agradecimento e caminhei para o fundo da sala onde notei assim que Ryan se sentou que havia uma carteira vazia, ela ficava ao lado dele e atrás de... Luke!

   Assim que passei por ele cutuquei seu braço para me certificar se era mesmo quem eu estava vendo e meus olhos se arregalaram quase saindo das orbitas. Eu não acreditava de modo algum que aqueles olhos âmbar de Luke Anderson estavam, junto com o corpo, em uma sala assistindo a uma aula. Ou como Ally descreveu, se passando por um humano sem graça.

   Seus olhos tiveram a mesma reação que os meus, mas eu não parei para conversar, segui para a carteira que me esperava com Ryan ao meu lado e comecei a prestar a atenção na aula. Não era a primeira aula da turma, todos já se conheciam, menos eu e para não me fazer passar por um momento de constrangimento o professor me apresentou para todos e eu simplesmente sorri, percebendo no ato que Luke sentia o mesmo que eu.

§ § § § §

   O sr. Wright conseguiu prender a atenção de todos no que queria explicar, incluindo diversas vezes uma pergunta dirigida a alguns alunos, agradeci por não ter sido chamada, mas não me atrevi a cutucar Luke e perguntar o motivo de ele estar ali, estava com medo de que o professor chamasse minha atenção como fez com algumas garotas do outro lado.

   O sinal bateu e os alunos saíram as presas para a próxima aula, eu torci para que Luke me esperasse e ele o fez igual ao Ryan que me esperou na porta. No mínimo, suspeitando que eu fosse me perder de novo.

     — O que faz aqui? — Perguntamos em uníssono.

     — Eu? Você que é a novata aqui.

   Ele tinha razão, mas o Luke que eu conhecia não se matricularia em uma escola para estudar. Ele odiava ficar entre os humanos, pois compartilhava da mesma ideia de Allyson sobre eles serem uma espécie sem graças que só sabe destruir e reclamar do que tem.

     — Ok, eu conto. Mas não agora — Olhei para a porta — Ryan vai me levar para a próxima aula. Encontro você no almoço?

     — Tudo bem.

   Nos dividimos e parti para a aula seguinte na companhia de Ryan que me contou um pouco sobre sua irmã que era um pouco mais nova que ele, eu me lembrava dela de quando nos conhecemos. Ryan morava na Inglaterra naquela época e eu estava de passagem por alguns dias, mas acabei ficando mais do que esperado.

   Ele parou de falar quando chegamos diante da sala de literatura, esperei os outros entrarem e consegui captar outro rosto conhecido. Esse pelo menos eu esperava encontrar. Amanda.

     — Ateh? — Ela perguntou com olhos curiosos.

     — Oi, manda — Respondi, mas ela continuava esperando uma explicação que eu não queria dar ainda — Esse é Ryan Adams. E Ryan essa é Amanda Clarmon.

   Eles se cumprimentaram com sorrisos trocados e um aperto de mão suave, então no minuto seguinte eu agradeci pelo sinal ter batido, o que queria dizer que eu não precisava contar nada a ninguém no momento, mas quando deixei meus olhos percorrerem os rostos na sala eu desejei que alguém me respondesse algo. Como o motivo de Luke e Ren estarem em uma escola!

   Ren levantou os olhos por breves segundos, seus olhos estavam confusos, mas ele conseguiu esboçar um sorriso galanteador que ele usava com as garotas que ele tinha interesse. Devolvi o sorriso que não permaneceu por muito tempo nos meus lábios. Se eles estavam ali, Peyton  também podia estar.

   Esperei minha próxima aula chegar, queria saber qual seria a próxima surpresa, eu conhecia muitas pessoas e podia imaginar e contar em um papel qual seria a possibilidade de mais algumas delas estarem naqueles corredores, era uma possibilidade muito pequena.

   Minha próxima aula era cálculo e na minha cabeça apareceram imagens de pessoas que eu conhecia boas com números, mas meus pensamentos foram interrompidos pelo som do sinal.

   Demorei para guardar minhas coisas na bolsa. Eu estava me preocupando sem motivo, talvez todos estivessem coincidentemente no mesmo lugar por algum motivo, pelo menos aqueles que eu vi e sabia o motivo, estavam ali por coincidência.

     — Eu não sabia que você também estaria na escola — Amanda disse, com sua voz carregada de acusação.

     — Eu não tinha me decidido ainda — Menti. Eu só não quis falar que estava entrando em uma escola porque não queria ficar em casa.

     — Ei, pequena — Ren apareceu na minha frente e olhava para mim como se eu tivesse matado alguém e ele soubesse, mas queria que eu contasse — O que faz aqui?

     — Eu vou me atrasar para a próxima aula, vejo vocês no almoço.

   Levantei como um jato e passei pelo corpo alto de Ren, sem olhar para atrás. Procurei a sala de cálculo e dessa vez com mais atenção eu a encontrei sem precisar de ajuda.

   Atravessei a porta da sala no momento em que a mesma foi empurrada por uma garota de longos cabelos escuros. Seus olhos se arregalaram de medo por ter percebi que não era quem ela esperava. E por estar perto demais fechei os olhos por instinto esperando o golpe, mas a porta foi segurada a centímetros da ponta do meu nariz.

   Eu não notei de primeira quem a tinha segurado, mas ouvi o suspiro de alívio da garota.

     — Pensei que não precisasse de mim. — Meu salvador disse irônico. Aquela voz era...

   Olhei para cima, seus olhos negros me olhavam com uma alegria indecifrável e seus lábios esboçavam um sorriso convencido que eu teria o maior prazer em tirar dele.

     — Piierce. — Peyton cumprimentou, abrindo um espaço para que eu passasse.

     — Campbell. — Falei seu sobrenome em resposta ao seu cumprimento.

   Finalmente entrei na sala, o professor ainda não tinha chegado e os alunos estavam espalhados pela sala em pé. Olhei confusa para as mesas, não sabia qual estava sendo ocupada e não queria ficar em pé na frente da sala até ser chamada a atenção.

     — Ei, eu sinto muito pela porta — Olhei para a menina parada ao lado de Peyton que permanecia me encarrando.

     — Ai Meu Deus! — Exclamei.

   A garota era só mais uma das pessoas que eu conhecia que estavam no mesmo lugar por pura coincidência. Eu não podia esquecer aqueles olhos verdes e cabelos escuros. Eram uma combinação tão perfeita para ela. Maria Eduarda Collins.

     — Duda Collins! — Falei e ela também não me reconheceu. Parecia que meu cabelo fazia toda a diferença — Sou eu, Atelina Piierce.

     — Ateh! — Ela saltou em cima de mim, agarrando meu pescoço e empurrando a porta e Peyton para longe — Eu nunca imaginaria que te encontraria em...

     — Uma escola! — Ela disse ao mesmo tempo que Peyton.

     — É uma longa história, prefiro não falar agora — Tentei me defender, mas os olhares não convencidos deles fizeram eu me sentir completamente transparente.

   Novamente a porta foi aperta, mas não era o professor e eu estava preocupada com o que podia ter acontecido com ele.

     — Que horas são? — Peyton perguntou para Duda.

     — Ele já deve estar chegando — Ela respondeu, olhando para um relógio em seu pulso — Está na hora!

     — Hora de que? — Indaguei, perdida.

   Peyton segurou no meu braço e me puxou junto com ele para o fundo da sala, passando entre alunos que corriam para seus lugares desesperados para chegarem antes de algo acontecer. Ele me protegeu como pode até parar ao lado da única mesa que ainda estava vazia, apontou para a ponta e acenou.

   Pensei em recusar, mas éramos os únicos em pé ainda, então sentei e esperei enquanto o odor da ansiedade dos alunos humanos impregnava a sala. Senti uma aproximação no meu pescoço e me virei devagar, encontrando o rosto de Peyton a centímetros do meu.

     — Eles fedem, não? — Ele sussurrou no meu ouvido.

   Eu ri antes de concordar com a sua afirmação, era verdade. Nada no mundo negaria que os seres humanos começavam a emanar um odor diferente dependendo do que estavam sentindo.

     — O que vão fazer? — Questionei.

   Duda estava gesticulando para uma garota que ficou atrás da porta, a mesma estava aperta e bem escancarada permitindo a visão da chegada do professor que olhava mais para o chão do que por onde pisava. Assim que seu pé esquerdo tocou a linha do batente a porta foi empurrada contra ele e como não olhava para frente a porta acertou em cheio sua testa.

   O tempo que ele levou para pensar no que o tinha acertado, foi o mesmo que a menina atrás da porta voltou para o seu lugar, fingindo que nada tinha acontecido. Isso era maldade, mas parecia que os alunos estavam segurando as risadas contra a garganta.

     — Eu diria que você não gostou do que aconteceu — O hálito de Peyton contra meu pescoço fez meus pelos se eriçarem.

     — Isso não foi legal. — Falei, afastando meu pescoço do seu alcance.

     — Eu sei, mas é brincadeira deles — Ele apontou para os alunos — Só tentamos nos enturmar...

   Suas palavras morreram aos poucos como se ele tivesse percebido algo que precisava de sua total atenção.

     — O que você está fazendo aqui? — Peyton elevou seu tom de voz.

     — Eu? — Perguntei, sarcástica — Peyton Campbell, Luke Anderson e Renyer Ross que eu conheço, nunca, e eu não estou brincando, nunca se matriculariam em uma escola! — Murmurei, sem elevar minha voz.

     — Parece que a moeda tem dois lados, não? — Ele falou, olhando para mim de cima a baixo, pelo menos até onde lhe era permitido — Atelina Piierce, em uma escola? Eu iria adorar saber o motivo.

   Olhei para aquele rosto bonito e convencido que me olhava intrigado para saber meu segredo, mas ele não sabia que não existia um. Eu estava na escola pelo simples fato de não ter outra escolha.

     — Desembucha vai — Ele pediu.

     — Peyton... — Comecei, mas eu não devia nem estar falando com ele, ainda não o tinha perdoado pelo nosso passado — Esquece. E pare de falar comigo!

     — Não vai me dizer que ainda me odeia.

   Não. Eu não o odiava, simplesmente me odiava por estar sentado ao seu lado e ter que aturar sua voz que eu tanto amei ao meu lado.

     — Sim, eu odeio você — Sussurrei — Você não merece nem ouvir minha voz desde o dia em que me largou daquele...

     — Eu não larguei você...

   O professor pigarreou alto e nossos olhos se viraram na sua direção.

     — Parece que nossa novata não é tão novata assim — Ele comentou, com uma voz cansada — Por favor, se não se importarem, podem prestar a atenção na minha aula e deixar essa discussão para depois?

   Maneei com a cabeça, sentindo meu rosto começar a queimar de vergonha. Era exatamente isso que eu queria evitar. E estar ao lado de Peyton também.

   Quando o sinal da quarta aula tocou, eu basicamente voei até a porta aumentando a distância entre meu colega de mesa e eu. Não queria ouvir o que ele provavelmente queria me dizer.

   Encontrei Ryan no caminho da sua aula seguinte, ele parecia estar me seguindo, mas agradeci por estar, porque eu precisava de ajuda para encontrar o ginásio, onde seria minha próxima aula. Educação Física.

     — Para onde agora, senhorita? — Ele disse assim que nossos passos se tornaram simultâneos.

     — Educação Física — Falei, revirando os olhos.

   Ryan riu, eu mal tinha começado o dia e queria voltar correndo para casa.

   Chegamos ao ginásio, ele me explicou que eu precisava trocar de roupa para fazer aquela aula e que as minhas roupas estavam dentro do armário. Era um conjuntinho vermelho e branco, e o short parecia um pijama de tão curto, mas também tinha uma calça para o inverno.

   Quando estava pronta entrei novamente no ginásio onde a professora conversava com os alunos. Aproximei-me e escutei o resto da sua explicação que aparentava ser tediosa por causa dos olhares cansados daqueles ali presentes.

   Os olhos da professora começaram a passar pela roda formada, meus olhos fizeram o mesmo percurso que os seus, mas eles se prenderam em um par de olhos azuis que chegavam a ser quase transparentes de tão claros. Eu também conhecia aqueles olhos e sabia que eles vinham acompanhados de outro par. Os Clark.

     — Vamos começar hoje dando dez voltas pelo campo de futebol — A voz grossa da professora avisou — O que estão esperando? Vamos!

   Então comecei a correr junto com outros garotos que dispararam na frente, eu não queria pensar, pois os únicos pensamentos que apareciam na minha cabeça eram lembranças da minha vida passada. A mesma na qual todas essas pessoas faziam parte, mas eram épocas diferentes e eles não se conheciam.

   Mantive o foco nas costas de um jogador e consegui terminar as voltas pelo campo mais rápido do que o resto da turma. Eu tinha me desligado e pareceu funcionar até perceber que cabelos loiros balançavam com o vento enquanto os donos vinham na minha direção.

     — Eu pensei que estava sonhando mais uma vez com você, mas... — Dhiren Clark sorria, enquanto tentava recuperar o fôlego.

     — Oi, Dhiren — Meus olhos avistaram sua irmã que parecia um tomate de tão vermelha — Rebekah!

     — Atelina!

   Ela me abraçou e eu devolvi o seu abraço. Sentia falta dela, tanto ela quanto seu irmão me ajudaram durante uma de minhas fugas. Eles eram gêmeos e se pareciam muito na tonalidade dos cabelos loiros, dos olhos azuis e da cor da pele, mas Bekah era completamente menos obsessiva que Dhiren.

     — Tentamos encontrar você depois que perdemos o contato — Bekah falava, entre os goles de águas que tomava — Eu sei o quanto Dhiren é louco as vezes, mas fico feliz de finalmente ver você.

     — Também fico feliz em ver vocês... — Olhei para Rebekah quando percebi o brilho nos olhos de Dhiren — Eu estava fugindo antes e precisava continuar meu caminho.

     — Eu sei que você fugiu por causa de Dhiren — Rebekah confessou. E ela tinha razão, quando Dhiren decidiu se declarar para mim eu fugi — Mesmo assim espero que dessa vez ele não a faça zarpar daqui.

   Eu ri, uma risada de desespero, pois esse era o momento perfeito para Dhiren se declarar. Eu não podia sair da cidade. E nada, nem mesmo sua declaração me faria sair correndo daqui dessa vez. Ally ainda precisava de mim.

     — Não se preocupe Bekah, eu sei que ela ainda ama o ex namorado e não gosta de mim — Dhiren falou, com a voz amarga.

     — Não é bem assim... — Comecei, me arrependendo em seguida.

   Os olhos de Dhiren ganharam um brilho que eu nunca imaginei encontrar em um vampiro tão novo como ele era. Quando eu os conheci tinham acabado de perder a família e só tinham um ao outro, Dhiren dependia emocionalmente da irmã e sempre que ela podia ajudava ele a se alimentar, pois se culpava pelo o que o irmão tinha se transformado.

   O sinal bateu novamente e dessa vez eu poderia me sentar na mesa do refeitório e ver se conhecia mais alguém além daqueles que eu vi nas aulas. Não tinha certeza se queria mesmo ver, mas precisava saber. E além disso precisava encontrar Deb, ela não sabia que eu estava aqui.

     — Vai voltar para sua casa agora? — Rebekah perguntou, assim que me levantei.

     — Não, vou almoçar aqui e ver se encontro uma amiga.

   Ela assentiu e caminhamos juntas para o banheiro. Tomei banho e troquei de roupa voltando para as mesmas que tinha chegado à escola.

   Entrei no refeitório com medo de todos os olhares se levantarem na minha direção, não podia evitar que era a novata, mas eu também não era a única. Mesmo assim os olhos curiosos me acompanharam conforme eu me aproximava do bufê. Inseri-me na fila e esperei minha vez para pegar a bandeja.

     — Maninha — Allyson cantarolou — Parece que está sobrevivendo muito bem ao seu primeiro dia.

     — Você também — Respondi sua afronta sem olhar para ela.

   Peguei minha bandeja ainda ouvindo os comentários irritantes de Allyson e comecei a procurar pelo refeitório uma mesa vazia para me sentar. Esse era o momento perfeito para ver os rostos conhecidos, mas não havia mais ninguém. Todos eu já tinha visto nas aulas.

     — Atelina? — Procurei pela dona da voz. Dabria estava parada com sua bandeja em mãos com o mesmo olhar que todos tinham me dirigido hoje — Quer sentar comigo?

   Concordei, olhando para a mesa que ela tinha apontado. Luke e Ren estavam na mesa junto com as meninas que moravam comigo. Sentei-me de frente para Dabria e ao lado de Luke, que me lançava um olhar curioso como se ele fosse cientista e eu seu experimento.

     — Então, mãe — Ele começou — Vai dizer o que faz aqui, na escola?

   Não podia mentir, nem se quisesse e eu não queria.

FAZ ESTÁS ESTRELAS BRILHAREM, FAZ!! 🌟🌟🌟

Oie Anjinhos, como estão? Gostando de Falls Stay? O que acharam do primeiro dia da Atelina? Será que é mesmo coincidência todos esses amigos estarem na escola com ela? E Ally com suas intrigas com a irmã mais velha? O que acharam de Peyton? E esse menino apaixonado por ela que tem a chance de se declarar agora que ela não pode mais fugir? O que será que vai acontecer com Atelina nessa escola com tantos amigos antigos?

Não esqueçam das estrelinhas maravilhosas e de comentarem o quanto quiserem, pode ser até mesmo uma frase, mas comentem!!!

Até o próximo capítulo!

Beijos gigantes e abraços.

- Atelina. 

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