Capítulo 16 - O Desconhecido

   Ele se afastou de mim depois de acariciar meu rosto. Segurou minha mão e sorrindo correu na direção de onde tinha estacionado o carro puxando-me junto com ele.

   Percebemos assim que alcançamos o carro o quão ensopados estávamos. E dei por falta da cadeira.

     — E a cadeira? — Perguntei.

     — Não precisamos mais.

   Deixei a cadeira de lado. Daimen me entregou uma bolsa com outra roupa, mas ainda era um vestido. Esse pelo menos não parecia uma segunda pele. Pulei para o banco de trás sem sapatos para facilitar a mudança. E Daimen nem se atreveu a olhar pelo espelho retrovisor até que eu estivesse de volta ao banco do seu lado.

   O caminho que ele pegou eu não conhecia e nem parecia ser uma rua em Falls Stay. Quase me arrependi de não ter olhado o caminho que ele tomou, mas decidi culpar as muitas mudanças da cidade que eu ainda não tinha total conhecimento. Contudo, isso não era desculpa para me deixar ser levada para qualquer lugar, então concentrada no caminho dessa vez notei, antes de estacionar, as luzes neon de uma boate. Meu coração saltou um pouco, pensei que me levaria embora.

   Com a atenção voltada para mim, depois de estacionar na frente das portas duplas vermelhas onde um grande segurança de óculos escuros estava prostrado, Daimen pegou a bolsa que me entregou e tirou de dentro uma blusa limpa e seca azul marinho. Vestiu-a sem se importar com a minha presença.

   Desceu do carro em seguida, dando a volta e abrindo a porta para que eu descesse. Eu não queria descer.

     — Eu não vou entrar aí — Falei, com firmeza.

     — Por que? — Ele perguntou, sem tirar o sorriso torto do rosto.

     — Não sou muito fã — Falei, baixinho só para ele ouvir, mas sua risada ecoou na rua vazia — É sério! As minhas piores noites aconteceram em boates.

     — Dessa vez vai ser diferente, eu estou aqui e não vou deixar que nada ruim aconteça — Ele estendeu a mão — Confia em mim?

   Eu não conseguia ver seus olhos no escuro, eles diriam por si só se ele estava mentindo. Mas não tinha como estava escuro demais par ver alguma coisa, então decidi confiar na sua voz e ir pelo meu lado menos racional que queria muito aceitar.

     — Confio — Falei, finalmente.

   Sua expressão de preocupação mudou para uma de alivio em instantes.

   Sua mão era suave contra a minha e sem apertar a manteve próxima de si permitindo que nossos passos fossem calculados e próximos o bastante. Ele pagou o guarda com uma nota de cem sem nem se importar com a fila que estava formada e entramos.

   O aperto da sua mão se tornou mais firme conforme entrávamos no aglomerado de pessoas, ele provavelmente não queria me perder de vista. As pessoas estavam dançando sem se importar com quem passava, outras bebiam no bar e havia também aquelas que se pegavam em cantos escuros.

   Daimen me guiou até o bar, as garrafas de bebidas brilhavam sobre a estante logo atrás do balcão de vidro e os bancos giratórios roxos que combinavam com as paredes e mesas atrás de mim. O barman atendeu duas amigas que se penduravam uma na outra para não cair antes de se voltar para Daimen e perguntar o que queríamos, sorrindo.

     — Eu quero um whisky puro — Daimen respondeu e me cutucou suavemente para chamar minha atenção.

     — Quero o mesmo — Disse sem me importar e ele me encarou, desconfiado — O que? Não posso beber algo forte?

     — Dois whisky, então — Daimen confirmou para o barman.

   O barman se virou e escolheu uma garrafa cheia de um liquido marrom escuro que nem parecia ser o mais forte se comparado com outros que estavam ali mais ao lado. Ele entregou dois copos largos e baixos para nós. Daimen não demorou e virou seu copo, bebendo todo o líquido de uma vez. E eu fiz o mesmo, mas me arrependi em seguida.

   O líquido desceu ardendo e rasgando minha garganta com o nítido gosto de álcool e malte. Meu estômago começou a queimar, mas fingi não sentir nada porque logo passaria. Eu gostava de whisky, mas estava de barriga vazia e isso causou um efeito que eu não estava acostumada.

     — Estou impressionado — Ele disse, sorrindo.

   Senti meu rosto queimar com o elogio e segui seus olhos para a pista de dança. Daimen não parecia ser o tipo de pessoa que se acabava de tanto beber e dançar em uma boate o que me fez pensar mais no pouco que o conhecia.

   Passei a mão pelo cabelo e meus dedos se prenderam em um emaranhado de fios enrolados. Olhei em volta e decidi ir ao banheiro para diminuir o estrago.

     — Vou ao banheiro — Avisei, sem esperar uma resposta.

   Consegui entrar no banheiro depois de uma luta com outros corpos suados e descontrolados no caminho. Aproveitei que ninguém havia entrado comigo e me demorei na frente do espelho. Meu cabelo estava quase totalmente seco e eu não podia fazer nada além de um coque, chegava a ser impossível penteá-lo quando estava seco. Lavei meu rosto com um sorriso bobo no rosto quando a memória do recente beijo de Daimen aparecia.

   Inspirei antes de sair do banheiro e voltei para o bar. Nossos copos ainda estavam ali, mas não havia sinais de Daimen. Olhei ao redor procurando e vi uma porta dupla atrás do balcão sendo aberta e a luz que vinha dela iluminar dois homens enormes o carregando.

   O barman estava junto. Ele segurava a porta enquanto os homens passavam.

   Abaixei-me rapidamente e engatinhei até a parte do balcão que era aberta. Esperei o barman voltar ao seu serviço para avançar pelas portas.

   Sai em um corredor branco seguido por várias portas. Eu não sabia para qual Daimen tinha sido levado, mas tinha que encontrá-lo. Comecei a abrir todas as portas do corredor e a maioria estava trancada, outras fediam a mofo. A última porta a minha esquerda era dupla com eixos verticais e por ser a última eu tinha certeza que Daimen estava atrás dela. Se não estivesse eu não saberia o que fazer.

   Eu estava com medo, mas ainda ajudaria Daimen.

   Dei um passo para a frente e as empurrei revelando um frigorifico de carne desligado. Do teto pendiam ganchos e argolas de ferro pendurados em longos canos polidos e brilhantes. O fedor que subiu nas minhas narinas me embrulhou o estômago na hora e minhas pernas não queriam seguir mais adiante para me certificar de onde Daimen estava.

     — Srta. Piierce, eu a estava esperando. Entre — Uma voz rouca disse.

   Um homem negro e alto apareceu no fundo da sala caminhando na minha direção. Suas mãos eram cobertas por tatuagens de símbolos e animais, em seu pescoço pendia um colar com um pingente de pentagrama. Ele era um bruxo, isto estava bem na cara.

   Caminhei a passos lentos na sua direção até estar realmente dentro do lugar e mantendo uma distância segura dele. Bruxos eram perigosos, principalmente para vampiros. Ele continuou se aproximando permitindo-me ver na luz fraca do lugar seu rosto que aparentava ser mais velho e ele provavelmente estava próximo da casa dos 40 anos por causa das poucas linhas de expressão que ele tinha e a maneira cansada de andar.

     — Onde Daimen está? — Perguntei, desviando meus olhos para explorar o lugar.

     — Tragam o Anjo! — Ele disse firme, sorrindo maliciosamente para mim.

   Anjo? Daimen era um Anjo? E como eu não sabia disso? Essa era uma entre as muitas coisas que eu não sabia sobre ele. A origem que ele não me disse. Liguei os pontos e me lembrei da ligação anônima no parque. Esse homem pediu para que eu seguisse Daimen, ele o queria e eu sabia e não disse nada.

   Dois outros homens um de pele mais escura que o homem parado a minha frente, grande, com braços fortes e outro branco, de porte físico semelhante carregavam um Daimen de cabeça baixa sem contrair seus músculos dos braços como se ele fosse leve. Eles penduraram Daimen no gancho mais distante de frente para mim, havia uma corrente em suas mãos e escorria sangue fresco dos seus pulsos.

   Ele estava nu da cintura para cima e sobre sua pele havia cortes que ainda sangravam.

     — Soltem ele — Olhei para o homem da ligação, ele sorria.

     — Se estiver disposta a nos dar algo em troca — Ele disse, seu sorriso se ampliando para um diabolicamente cruel.

     — Não faça nada Atelina, eles não...

   O homem branco bateu com grande agressividade em seu abdômen, fazendo um dos cortes jorrar sangue e Daimen gemer de dor.

     — Parem! Não o machuque mais! — Gritei, desesperada.

   O sangue escorria por toda a sua pele até entrar em contado com o tecido da calça e mesmo sendo da minha natureza eu não sentia vontade nenhuma de tomar e muito menos o cheiro me atraia.

     — O que você quer? — Perguntei novamente, encarando ele com ódio nos olhos.

   Com um aceno de cabeça o homem negro ao lado de Daimen desapareceu e minutos depois estava de volta com um cálice transparente onde um liquido mais escuro que whisky balançava enquanto o homem andava. Se assemelhava a sangue, mas a cor quase chegava a ser preta.

   De volta ao lado de Daimen o grandalhão sorriu com desdém e seu chefe esboçava um sorriso agora malicioso que fazia meus pelos se arrepiarem.

     — Preciso que faça duas coisas por mim. Primeiro: tome isso.

     — O que é? — Questionei, pois, a cor do liquido me intrigava.

     — É a sua felicidade em forma liquida.

   Olhei mais uma vez para o que tinha no cálice, o cheiro do lugar ainda me embrulhava o estomago e não havia esperança de eu beber e isso continuar no meu organismo.

     — Não beba! É... — Dessa vez o outro homem que o bateu e o sangue saiu da sua boca.

   Isso era tudo minha culpa.

     — Eu bebo, mas quero que o deixem ir — Pedi, apontando Daimen com a cabeça.

     — Nada feito. Temos assuntos com ele e não tem nada a ver com você.

     — Tudo bem, então não beberei — Teimei, cruzando os braços sobre o peito.

   Sua expressão diabólica se desfez no ar dando lugar a uma irritada. Ele franziu o cenho e desviou os olhos de mim, talvez pensando em como me persuadir sem ter que inventar outro plano.

     — Isto que estou dando a você são ordens da sua mãe e ele...

     — Não, isso é mentira! — Daimen gritou, dessa vez ninguém o agrediu.

     — Foda-se! Só beberei se ele ficar livre depois.

   Ele ficou pensativo, olhou para o cálice depois para mim e em seguida para Daimen preso. Eu não me importava com as ordens dada pela minha mãe. Ela estava morta. E também não tinha o direito de me dar ordens, nunca esteve presente.

     — Tudo bem — Ele me entregou o cálice.

   Bebi o líquido de aparência estranha e o gosto não era de todo ruim.

     — Agora, preciso que você me dê seu sangue.

   Mordi minha mão com meus próprios dentes abrindo dois furos profundos que não doeram. Coloquei o sangue que jorrou na taça e cumprindo sua parte do acordo o homem fez sinal para que soltassem Daimen.

   Assim que ele caiu no chão e os homens foram embora pelo mesmo lugar por onde vieram corri até Daimen, ele não conseguia se manter em pé sozinho, mas estava tentando. Além disso não havia mais ninguém no lugar além de nós o que significava que eu teria que ajudar.

    Daimen estava vivo e isso era o que importava.

     — Eu posso ajudar, mas tem que tentar se manter em pé.

   Ele concordou com um movimento ligeiro de cabeça e eu avancei passando seu braço direito ao redor do meu pescoço e levantei do chão colocando um grande esforço por causa do seu peso. Os tênis fazendo barulho no chão com o atrito e a falta de estabilidade. Caminhei com Daimen até chegar ao final do corredor, seguindo as placas no teto que indicavam a saída.  

   Encontramos o estacionamento quando passamos pela porta de saída atrás da boate. Não foi difícil encontrar a Sw4 dele, por ser um carro grande e maior que os outros. Encostei Daimen no pneu do carro e em seguida me desculpei por ter batido sua cabeça na lataria sem querer. Voltei a entrada da boate para pegar as chaves.

   Não demorei porque o guarda não estava no seu posto e a caixa vertical onde as chaves estavam penduradas estava aberta. Quando voltei junto ao carro, ajoelhei-me ao lado do corpo de Daimen.

     — E agora para onde eu levo você? — Sussurrei, evitando falar muito alto.

   Ele parecia cansado e suas pálpebras estavam fechadas, mas sua respiração ainda era rápida e por isso eu sabia que estava acordado.

     — Para... sua casa — Ele disse, tentando sorrir e abrir os olhos.

     — Fazer o que?

     — Deitar na sua cama — Ele sorriu, cansado.

   Eu queria socá-lo por estar agindo dessa forma em uma situação tão séria. Daimen parecia não ter limites.

     — Pare de falar besteira e me ajude a colocar você no carro.

   Com sua ajuda o trabalho foi mais fácil de ser realizado, ele subiu praticamente sozinho no carro, deixando apenas a porta para que eu fechasse.

   Entrei no lado do motorista com meus pensamentos a mil, tentando procurar mentalmente algum lugar onde poderia deixá-lo nesse estado. Pensei em passar no hospital, mas por ser um anjo com certeza seus machucados se cicatrizariam mais rápido que o normal para um ser humano. E eu não sabia onde ele morava.

     — Só vou deixar... você dirigir porque não estou... em condições — Ele tentou sorrir com os olhos ainda fechados. Parecia uma pessoa muito bêbada — Então, faça seu melhor.

   Eu sorri com sua insistência em fazer brincadeiras. Então decidi ir para casa, talvez ele só precisasse de um descanso e durante o caminho daria tempo para seu corpo se cicatrizar.

   Daimen ficou quieto e de olhos fechados o caminho todo e eu suspeitei que estivesse dormindo. Os pensamentos de culpa vieram à minha cabeça enquanto observava seu torço nu machucado, e exatamente como bombas fizeram o que sempre faziam, destruíram. Eu deveria ter avisado sobre a ligação do homem mais cedo, estava tão na cara assim e eu não percebi? E agora ele nem conseguia ficar acordado por causa dos machucados causados pela minha burrice.

   Estacionei na garagem ao lado do carro de Laura. Pensei no que ele iria fazer para ir embora. Ele conseguiu subir no carro sozinho, talvez conseguisse ir embora também.

     — Cheguei. Obrigada por me tirar de casa e me ajudar. Eh, tchau — Abri a porta para sair, mas fui detida pela sua mão quente segurando meu braço — O que foi?

     — Me faz um favor? — Ele perguntou, abrindo lentamente seus olhos amarelos irresistíveis. Assenti, pois devia a ele — Me deixa passar a noite aqui?

   Não sabia o que responder. Se fosse outra pessoa a resposta seria simples, mas era o Daimen. Ele me ajudou e salvou minha vida, não só uma vez e eu devia a ele. Principalmente por ter deixado ele cair nessa emboscada e ter colocado a vida dele em perigo.

     — Se tentar ao máximo não deixar que ninguém veja você.

     — Só porque eu queria dizer um olá para suas amigas — Ele disse, rindo e quase engasgando. Repreendi ele com os olhos e ele riu mais ainda — Ok, não vou deixar ninguém me ver.

   Ele concordou, decepcionado e eu não evitei suspirar de alivio. Não queria ninguém me fazendo perguntas sobre Daimen, pelo menos ainda não. Porque eu não saberia como respondê-las. Não sabia seu sobrenome, nem onde morava, ou... eu na verdade não sabia nada.

   Daimen abriu a porta, soltando um gemido de dor e a empurrou com o pé para que não atrapalhasse na descida. Ele estava fazendo tudo sozinho como um individualista, exatamente como Nathan fazia. Mas eu podia ajudar. Corri para a porta do passageiro assim que desci do carro antes dele tentar colocar as duas pernas no chão.

   Consegui segurar seu corpo pesado e desequilibrado antes de cair. E seus olhos encontraram os meus, penetrando-os como nenhum outro olho conseguiu penetrar e vencendo a escuridão que os meus tinham. Isso era desconfortável para mim, eu me sentia nua sob o olhar daqueles olhos. 

   Desviei os olhos e ajustei seu corpo para que não ficasse desconfortável o que era quase impossível já que ele parecia pesar uma tonelada, mesmo com os meus poderes de vampira.

   Com ele escorado no meu pescoço carreguei Daimen para o meu quarto, batendo sem querer em diversos objetos no caminho. Eu tinha certeza que havia causado outros machucados, mas ele parecia se divertir com a situação já que seus gemidos de dor eram altos e seguidos de uma risada. Tentei repreender ele, mas não adiantou muito.

   Suas pernas quase chegavam ao pé da cama quando o deitei nela. Ele era muito maior do que eu imaginava. E ele estava quieto. Pelo menos agora.

   Eu estava em casa e precisava de um banho.

   Peguei minhas roupas não me esquecendo de nada para que não tivesse que voltar para o quarto de toalha. Virei-me na sua direção antes de fechar e trancar a porta do banheiro.

     — Não se preocupe, eu sei respeitar a privacidade — Ele gritou, rindo.

     — Eu não confio, da última vez você não respeitou.

   Tomei um banho demorado, pensando no que podia fazer para recompensá-lo. Ele tinha machucados no peito e no abdômen que precisavam de cuidados pelo menos para que não manchassem a minha cama também. Então, sai do banheiro com uma bacia pequena de água e um pano limpo.

   Seus olhos encontraram os meus assim que apareci de volta ao quarto e ele franziu o cenho para as coisas que eu carregava.

     — Pessoas mudam, sabia? — Ele perguntou, enquanto eu me ajoelhava ao seu lado para limpar os ferimentos que ainda restavam — Por algo ou por alguém — Ele acrescentou, procurando meus olhos.

     — E qual é o seu caso? — Perguntei de volta, escondendo meus olhos dos seus.

     — Por alguém — Ele sussurrou tão baixo que quase não ouvi.

   Daimen levantou sua mão lentamente na minha direção e acariciou meu rosto com os dedos curvados. Em seguida, levantou meu queixo e meus olhos se fixaram nos dele. Daimen sorria. O sorriso torto e meio debilitado pela situação.

   Levantei-me bruscamente na direção do banheiro com as batidas do meu coração altas e aceleradas. Sentia-me despida quando me olhava dessa forma.

     — Admite Atelina, você se sente atraída por mim tanto quanto eu por você.

   Parei de andar e larguei a bacia com o pano na penteadeira, suas palavras impediam-me de seguir para o banheiro. Eu sentia algo, mas seria mesmo atração? Eu não queria admitir esse sentimento desconhecido dentro de mim. Encarei a porta na minha frente, era como um lugar seguro e eu precisava da segurança. Estava com medo.

   Tarde demais para fugir ouvi seus passos atrás de mim e conforme os centímetros diminuíam meus pelos se arrepiavam e meu coração se contraia no peito. Assim que senti uma de suas mãos tocar minha cintura meu coração disparou.

   Vagarosamente, Daimen me virou e eu deixei que o fizesse para encontrar seu rosto bonito. Ele parecia muito mais sério agora e seus movimentos eram calculados e precisos. Daimen levantou a mão direita e tocou o meu rosto, enquanto a outra mão ainda aproximava nossos corpos.

     — Admite — Sussurrou, olhando para o meu rosto.

   Sua voz próxima e rouca ativando algo em mim que eu não sabia que existia.

   Daimen roçou o polegar na minha boca lentamente, enquanto continha a vontade de tê-los mordendo o seu lábio inferior, sedento.

   Fechei meus olhos, tentando esconder o desejo que eles revelariam e sem prever seu próximo movimento senti seus lábios quentes e macios sobre os meus degustando do sabor enquanto sua língua procurava a minha. Mas ele prontamente separou nossos lábios e encostou a testa na minha, tentando manter a respiração controlada.

     — Admite Piierce, eu quero ouvir de você. Seu corpo já me respondeu.

   Eu realmente sentia algo por ele, mas não sabia o que era. Podia ser talvez uma atração passageira, eu não sabia e mesmo sem saber eu queria novamente ter aqueles lábios sobre os meus. Meu corpo me dava sinais para que eu escolhesse logo e Daimen entendia e sabia da guerra interna que eu estava passando. E meu coração parecia ter recebido uma dose de adrenalina, pois saltava desenfreadamente.

   Mas ele queria ouvir da minha boca algo que já estava mais que explicito. Meu corpo se entregara a Daimen ao seu primeiro toque.

   E antes que qualquer pensamento lógico passasse pela minha cabeça e me fizesse recuar eu me entreguei aos desejos carnal determinada a dar o que ele queria com as palavras que simplesmente pularam da minha boca como se sempre estivessem ali.

     — Sim, Daimen — Falei, como uma suplica contra seus lábios — Eu me sinto atraída por você.

   O canto de seus lábios se curvaram em um sorriso de triunfo e minhas palavras ditas foram como um convite, fazendo o beijo continuar com mais intensidade.

   Passei meus braços ao redor de seu pescoço devolvendo cada uma de suas caricias feitas em mim. Daimen ergueu meus quadris e eu passei minhas pernas em torno de sua cintura em uma sincronia perfeita. Ele ainda gemia de dor, mas continuou caminhando para a cama, onde me deitou com cuidado sem separar nossas bocas.

   Seguida pelo desejo e luxuria que me dominavam deixei minhas mãos passearem sobre seu corpo sentindo os músculos tensionados, enquanto seus beijos ficavam mais intensos e gostosos.

E essa estrela, já fez ela brilhar? 🌟🌟🌟

Oi amores quanto tempo, como estão? Espero que bem. O que acharam desse capítulo? Confuso? O que será que Atelina deveria ter feito em relação a esses homens? E Daimen que teve o segredo de sua origem revelado? Será que eles serão um casal depois desses beijos e amassos? Será que ela esqueceu  Peyton? E por que esses homens precisavam do sangue dela?

Não se esqueçam de votar e comentar, espero poder interagir com vocês!!!

Beijos e beijinhos.

- Atelina.

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