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Winter's pov:

"Me beije quando estivermos juntas. Me ame como se não existisse o amanhã."

Nossa conexão fica mais forte a cada dia que passa, e eu não posso estar mais feliz. Jimin está começando a se abrir, e isso é uma coisa maravilhosa de se ver. Todos os dias, ela vem me encontrar no cais, onde tenho passado meus finais de tarde pintando a paisagem que se estende além do lago. 

Meu corpo relaxa enquanto espalho a tinta sobre tela com facilidade. Uso cores claras mescladas com cores escuras: amarelo, rosa, laranja, marrom, preto. O final de tarde sendo tomado pela luz de alguém que está se curando, encontrando seu caminho, encontrando a felicidade. Deixo que o ambiente a minha volta guie meus traços, aflore tudo o que quero expressar. 

Jimin me faz companhia enquanto retrato o que meus olhos veem. Ela opina quando lhe mostro diferentes amostras de cor, tentando decidir qual se enquadra mais. Ela senta ao meu lado e observa em silêncio enquanto eu finalizo a pintura. Sorrio diante de um momento tão único, tão perfeito. 

Agora ela está na cozinha, preparando alguma coisa para nós, e a observo por um longo tempo. Vejo seus olhos piscarem, e seus braços se moverem enquanto corta alguns ingredientes. E sorrio. Não por causa da situação, mas pela sensação de esperança. Por uma oportunidade real de felicidade.

— Jimin — sussurro, aproximando-me dela. Envolvo os braços em sua cintura, abraçando-a por trás e interrompendo seu trabalho. Ela olha para mim por cima do ombro, com um sorriso caloroso no rosto. — Obrigada.

— Pelo quê?

— Por estar me trazendo de volta à vida.

— Minjeong… — Ela vira para poder encarar meus olhos. Então sorri, pousando os lábios na ponta do meu nariz. — Eu quero que você sempre se sinta assim. 

Sorrio, sentindo que finalmente encontrei o meu lar. 

— Agora venha — Seu dedo roça meu nariz e ela se afasta. Quando volta, coloca dois pratos com panquecas sobre o balcão. Faz alguns dias que eu contei a ela o quanto amo essa receita. 

Sentadas na cozinha, passamos um bom tempo conversando sobre a viagem, sobre o fato de que Ningning e Aeri já subiram para o quarto, o que nos rende risadas maliciosas. Conversamos sobre a ideia de eu realmente me lançar como pintora. Conversamos sobre a faculdade dela e ela me conta com mais detalhe essa época da sua vida. 

— Algumas pessoas realmente achavam que eu era uma metida — Ela diz, recolhendo os pratos. — Até Somi ficou me provocando durante meses com isso. Não sei que peculiaridade é essa que vocês tem em gostar de brincar com o perigo. 

Sorrio enquanto ajudo ela com a louça.

— Me conta o detalhe mais incrível dela.

— O seu fascínio pela arte.

— Agora me conta o detalhe mais ridículo dela — peço.

Ela morde o lábio inferior, pensativa.

— Ela tinha um gosto um tanto exótico para a culinária. Quando namorávamos, ela vivia me surpreendendo com alguma nova receita. Nem preciso dizer que sua criatividade ia além do mundo das tintas. 

Franzo o nariz.

— Você experimentou alguma?

— O que?! Não. Somi era esquisita, mas eu não.

— Você vai me desculpar, mas eu não concordo. Quando te conheci você me parecia uma pessoa bem excêntrica. — Brinco.

Jimin revira os olhos, mas está sorrindo. 

— Como você é engraçadinha. — Ela diz, segurando meu braço e me puxando para perto. — Entendi o que você está fazendo — seus dedos deslizam uma mecha do meu cabelo para trás da orelha. — Conversando comigo sobre Somi. 

Sorrio e dou de ombros.

— Às vezes, quando você sente falta de uma pessoa, só consegue se concentrar na sua tristeza pela falta dela. Outras vezes, é melhor se concentrar nas lembranças que lhe trazem alegria.

— Bom, eu adoro conversar com você. — Ela mergulha a mão em meus cabelos enquanto leva os lábios ao meu pescoço.

— Jimin — sussurro, enquanto sua língua dança na minha pele. Ela respira contra mim, provocando arrepios por todo o meu corpo.

— Sim?

— Vamos conversar um pouco mais.

Seus olhos encontram os meus. Passo os dedos na boca dela. Seus olhos sorriem quando ela me pega no colo e me leva para o quarto, para o nosso próximo assunto.

[…]

Não sei quem faz o primeiro movimento. Mas em um momento, estou me esforçando para não olhar para sua boca e criando coragem para perguntar o que está pensando; no outro, estou debaixo dela.

Meus olhos estão fechados e eu tirei meu suéter largo, ficando apenas com a regata branca e a calça jeans. Ela está sobre mim, a camisa social aberta. Meus dedos correm para cima e para baixo sobre seus ombros e peito, sentindo sua respiração.

Ela sustenta o corpo com a mão esquerda, enquanto a direita segura algumas mechas do meu cabelo. Sorrio quando desliza os dedos do meu rosto até o pescoço. O movimento lento continua, descendo pela minha clavícula. 

— Não imaginei que as coisas fossem seguir por esse rumo — sua voz soa rígida e áspera a cada palavra, me fazendo mergulhar em uma onda de desejo. 

— Mas seguiram — digo, passando os dedos por seu abdômen, maravilhada com a sensação da sua pele.

Jimin não diz nada, apenas mordisca gentilmente minha orelha. Ela beija meu pescoço, descendo os lábios para as curvas dos meus seios. Meu quadril voluntariamente se arqueia em direção ao dela, querendo nada mais que senti-la. 

Ela se aproxima e não há nenhuma provocação quando seus lábios abrem os meus e sua língua busca a minha quando escorrega para dentro da minha boca. Solto um leve suspiro, enlaçando seu pescoço com os braços conforme ela se coloca por cima de mim, pressionando meu corpo contra a maciez do colchão.

A mão dela encontra minha cintura e me acaricia de leve por cima do tecido da blusa. Respirar fica cada vez mais difícil. Jimin mostra um gentileza que eu não esperava, não me toca de forma indelicada e não avança sem permissão. 

— Jimin — falo baixinho.

— Sim? — Ela enterra o rosto no meu peito, em mim. Minha voz está trêmula de desejo.

— Eu quero você… — Demora apenas um segundo para eu encontrar o seu olhar, suas pupilas estão dilatadas e lindas. Beijo seu queixo, sentindo meu coração se incendiar. 

Ela se senta um pouco e leva as mãos até a barra da minha blusa. Levantando-a devagar, desliza a boca até o meu umbigo, beijando-me toda enquanto meu desejo se torna incontrolável. Quando ela tira minha blusa, no entanto, fica impossível não pensar na cicatriz entre meus seios e em tudo o que ela representa. 

— Jimin, eu…

— Shhhh — ela murmura, se inclinado para beijar com toda a delicadeza a cicatriz em meu peito. — Você é perfeita — suspira contra a minha pele. Então coloca a mão no meu peito e sinto meu coração batendo por ela. Só por ela.

Não sei se foram as palavras dela, o jeito carinhoso como está me olhando ou algo dentro de mim que diz que, para isso dar certo, para que seja perfeito, não posso dar para trás. Não posso me esconder.

Isso, estar aqui com ela, não tem a ver simplesmente com o ato de me despir. Tem a ver com me libertar dos meus medos, das minhas fragilidades. Tem a ver com confiança.

Apoio-me em meus cotovelos e seguro seu pescoço com uma das mãos, puxando-a para meus lábios. Ela me beija enquanto eu tiro sua camisa, primeiro um ombro, depois o outro. Fico chocada com o quão natural essa interação se torna. Ela está tornando tudo tão fácil. 

Uma parte distante do meu cérebro registra que seus movimentos, com uma autoridade determinada, não são prejudicados por sua lesão no braço direito. 

Por um momento, Jimin e eu nos encaramos, as duas respirando com dificuldade, enquanto absorvemos o fato de que o que está acontecendo é simplesmente certo. Voltamos a nos mover ao mesmo tempo, ela retirando sua calça antes de me ajudar a se livrar da minha. Ela ri de como demora para tirá-la. Eu rio, porque nunca me senti tão confortável sem roupas na frente de alguém.

— Vamos com calma, Minjeong — ela alerta.

Respiro fundo ao ouvir essa frase, porque sei o que ela está querendo dizer. Seguro seu rosto entre as mãos, tentando tranquilizá-la. 

— Está tudo bem, Jimin. Eu juro.

— Eu sei. Mas você pode me falar se algo te incomodar, ok? Além disso… — Seus dedos deslizam pelo tecido da minha calcinha. Sinto meu corpo incendiar. — Temos muito tempo a nossa disposição. —
Ela diz, tirando a peça do meu corpo. 

Estou nua na frente de Yoo Jimin, e nada nunca pareceu tão certo.

Ela lança um olhar de adoração para meu corpo. Antes de abaixar a cabeça entre as minhas coxas. Fecho os olhos me preparando para o que está por vir. 

Ela começa bem devagar, a mão envolvendo minha coxa esquerda, fazendo meu coração disparar, antecipando cada toque. Seus lábios roçam minha virilha, e a língua dela percorre minha pele. Ela vai subindo, sem nenhuma pressa, fazendo com que eu me renda aos meus próprios gemidos. 

— Jimin… — murmuro, incapaz de completar qualquer pensamento. Meus quadris arqueiam em sua direção, pedindo mais, muito mais. Os beijos não param, nem os meus gemidos.

A cada respiração, eu recebo um beijo quente, seguido de sua língua correndo para cima e para baixo, depois outro beijo, e então uma lambida demorada e faminta quando ela chega ao meu ponto mais sensível.

Agarro os lençóis, sabendo que nesse momento estou onde deveria estar.

Mais um beijo, seguido por uma saboreada bem lenta. Jimin geme em aprovação e me cobre toda com a boca, lambendo mais fundo, mais forte, com mais amor. Meu corpo amolece, e um calor surge dentro de mim.

Eu estou a um passo do paraíso, prestes a dar a ela tudo de mim. Meu corpo treme, meus quadris mexem cada vez mais contra a sua boca. Ela afasta mais minhas pernas. Quando para, sinto vontade de protestar.

— Você é perfeita — ela repete, enquanto eu finco meus dedos nos lençóis. — Tão perfeita…

Seus dedos me invadem, me explorando, trabalhando dentro de mim, formando um ritmo perfeito com a língua. Meu corpo reage sempre que ela vai mais fundo, enfiando os dedos em mim com movimentos firmes e rápidos e os retirando lentamente. Meu coração bate descompassado no peito e minha cabeça está nas nuvens. Eu quero Jimin mais do que tudo enquanto ela me estimula mais e mais para que eu atinja o clímax.

Quando os movimentos dela se aceleram, minha respiração fica mais pesada, mais necessitada dela. Deslizo meus dedos por seus cabelos, puxando-os de leve. Um movimento mais preciso de Jimin é o suficiente para me levar adiante, fazendo meu corpo se lançar no espaço, deixando-me ofegante com ela pairando sobre mim.

— Obrigada — ela suspira, começando a beijar meu pescoço. — Obrigada por confiar em mim.

Ficamos ali pelo que parece uma eternidade. Eu estou com calor e cansada, mas não muito cansada.

— Jimin...

Ela morde meu ombro, me fazendo suspirar. Então levanta a cabeça de leve, só o bastante para me olhar, e seus olhos castanhos parecem de um tom mais escuro.

— Você não é obrigada a fazer isso, ok? — diz, como se lesse minha mente. 

— Mas eu quero… — sussurro, levando minha mão ao seu rosto e movendo alguns fios de cabelo da sua testa.

Ela sorri e não diz nada quando me coloca em cima dela. Fico nervosa quando minha mente começa a se preocupar com o que ela espera de mim. Mesmo assim, com um simples toque nas minhas costas, ela baixa a minha cabeça até a sua e roça o quadril contra o meu.

— Você é linda — sussurra. — Agora eu quero que você se sinta livre para explorar o meu corpo.

E é o que eu faço.

Desço meus lábios por sua clavícula, seus seios, provocando-a com a língua, lambendo-a suavemente, sentindo a textura e o sabor da sua pele. Ela geme e mergulha os dedos em meus cabelos, massageando meu couro cabeludo antes de torcer meus fios em suas mãos. Essa resposta silenciosa ajuda minha mente a desacelerar de modo que meu coração possa acompanhar.

Eu coloco meus dedos em torno da borda de sua calcinha, observando-os deslizar para baixo de suas belas coxas. Ali está ela, em toda a sua gloriosa nudez. Jimin é sinônimo de perfeição. 

— Minjeong… — Sua voz sai áspera, quase um grunhido.

Jimin me puxa para perto, estremeço ao sentir nossas peles em contato. Em resposta, levo os lábios ao seu pescoço, mordiscando sua pele enquanto começo a acariciá-la. Um sorriso surge no meu rosto ao perceber que isso faz sua respiração acelerar.

Continuo massageando-a com toques suaves até que ela comece a se remexer em busca de mais contato.

— Isso é bom demais…

Ouvir isso faz algo novo surgir dentro de mim, como se meu coração estivesse prestes a arrebentar. Eu a beijo. Ela morde meu lábio inferior, e eu gemo contra sua boca enquanto a estimulo cada vez mais. Sua respiração está cada vez mais ofegante, seu desejo se equiparando ao meu.

Tenho certeza de que vamos conversar depois, mas por enquanto são apenas gemidos e respirações. Por agora, a única coisa que quero é continuar aprendendo sobre ela. Meus dedos a invadem, amando o jeito como Jimin me convida a entrar. Sua boca se abre e faço uma pausa, permitindo que me sinta dentro dela.

O que é estranho é que tudo isso parece tranquilo e familiar, mas quando Jimin está aqui — em baixo de mim enquanto a acaricio e exploro com meus dedos — é quando a sensação de familiaridade termina. É quando encontramos um ritmo tão perfeito que não conseguimos parar de nos maravilhar com cada movimento. 

— Minjeong… — ela geme. Sentir sua respiração quente na minha pele me faz viajar para um mundo diferente.

Quando acelero os movimentos, sua respiração fica mais pesada e seus dedos agarram meus cabelos com delicadeza. Beijos molhados pousam em meu pescoço, em alternância com mordiscadas e lambidas gulosas. Sinto seu interior se comprimir, entregando-me tudo dela. Quando faço menção de me mexer, ela me envolve com os braços e nossas bocas se encontram em um beijo.

Me deito sobre a cama enquanto Jimin puxa a coberta para nos cobrir. Ela e se apoia nos cotovelos e fica olhando para mim com um ar de admiração. 

— O que foi? — Pergunto, sorrindo. 

— Nada, é só que… Acho que, de início, eu só senti atração por você. — Lambendo os lábios, ela parece ponderar sobre isto por mais alguns segundos. — Mas eu sabia que gostava de você, e que ficaria feliz em estar com você. — Ela ri, beijando-me. — E depois que saímos no sábado, pensei que de fato poderia acontecer algo mais. 

Assim, de perto, os olhos dela parecem tão mais intrincados. Fica difícil dizer algo leviano ou mentir.

— Eu acho que já confiava em você antes mesmo de tudo isso. Me lembro que em uma das nossas primeiras conversas, eu já sai contando muitas coisas sobre minha vida pessoal. 

— Isso é verdade, mas… — seus dedos traçam meu rosto delicadamente. — Você podia ter conversado antes comigo, sabe? Sobre a cirurgia. 

Sinto um aperto no coração ao ver o olhar de preocupação em seu rosto.

— Desculpe… Eu só não sabia a melhor forma de abordar isso. 

O ambiente fica em silêncio. Ela olha para mim, e eu, para ela. Jimin coloca uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.

— Você não conversou sobre os detalhes do transplante com sua tia, né?  

Estremeço ao lembrar-me disso.

— Não. E nem posso — admito. Aposto que ela está levemente surpresa com isso. — Não faço ideia de como ela vai reagir diante de uma novidade dessa. Ela ainda se preocupa bastante com as questões da minha nova condição, iria automaticamente pensar que estou em uma situação desgastante. 

Para minha surpresa e alívio, Jimin não insiste no assunto. Passo a mão pelo seu rosto e ela a agarra, levando meu pulso até os lábios. 

— Acho que entendo. Quer dizer, apesar de conhecer minha mãe muito bem, não sei qual reação ela vai ter sobre isso. 

— Sua mãe é uma das pessoas mais compreensivas que eu conheço.

— Ela realmente é.

— Ela está namorando?

— Não. Ela evita se envolver com as pessoas desde que se separou do meu pai. Conversamos sobre isso uma vez, e ela me disse que prefere ficar sozinha a estar em um relacionamento destrutivo.

— Qualquer pessoa teria muita sorte por namorar a sua mãe.

— Eu sei. Se isso acontecer um dia, é melhor que essa pessoa a ame verdadeiramente. Caso contrário vai ter que se entender comigo. 

Sorrio ao ver quanto Jimin ama a mãe. Joohyun a ama com a mesma intensidade. Elas tem muita sorte por terem uma a outra. 

— Até pouco tempo atrás eu não vinha sendo uma boa filha — confessa Jimin quase em um sussurro. — Minha mãe seria capaz de largar tudo por mim, e eu passei o último ano tentando me manter afastada de todo mundo por que sou uma egoísta.

— Você não é assim.

Ela hesita, olhando para mim.

— Não? — Pergunta.

— Não. Você tem uma presença enorme, maior que a vida, e nem sequer percebe. — Deslizo a mão pelo rosto dela. — Às vezes só é difícil ver as coisas com clareza quando já se está tão acostumado com a escuridão.

— Acho que nunca pensei dessa forma — Ela sussurra.

— Mas pode fazer isso agora — acrescento em seguida —, e não estou dizendo no mau sentido. Acho que, com você, as coisas parecem exatamente como elas são.

— Sei que sou uma pessoa difícil em alguns aspectos — ela diz, passando a mão em meus cabelos. — Com o passar dos anos, fui ficando mais fria, indiferente. Mas, mesmo assim, você se aproximou. E sorriu para mim, porque você é maravilhosa. Então eu estou disposta a tentar, Minjeong. Por você. 

O significado por trás das suas palavras me atinge com tanta força que eu até perco o fôlego. 

Abro a boca para responder, tentando encontrar as palavras através da realidade de tudo isso, mas quando seus olhos encontram os meus, apenas seguro seu rosto e beijo seus lábios.

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