𝟬𝟭𝟬. FORMAÇÃO DE GRUPO

FOI QUANDO CHO JUN-YU PERCEBEU Hwang Jun-ho sozinho em uma cama no canto da sala, que ela soubesse o quão chateado ele parecia. Bom, não era nenhuma surpresa que o ex policial estava um pouco emocionado ao se encontrar com o irmão e finalmente poder abraça-lo depois de mais de dez anos, mas... a feição de Junho não passava de um homem triste e amargurado consigo mesmo sempre que se tratava desse assunto. Apesar da obsessão que ele teve durante todos esses anos, felizmente, não ter afetado o relacionamento dos dois, já que Junyu amava tanto In-ho quanto seu próprio irmão e o ajudou a procurá-lo, ainda sim era triste ver todas às vezes que ele se sentia decepcionado por não ter feito nada.

Ao se encontrar com Inho e Junyu no banheiro e ser deixado entrar no cômodo, ele olhou bastante para o irmão. In-ho estava calmo e parecia feliz em vê-lo ─ totalmente diferente da expressão sombria e impetuosa que o, na época policial, presenciou antes de levar um tiro do próprio. Mas essa história dos dez anos perdidos fez o casal ficar completamente confuso. Tudo bem, Cho Junyu não parecia acreditar nem um pouco nele, apesar da decepção e tristeza de ter que encontrar o cunhado naquele lugar, mas... mesmo assim, lá no fundo, no fundo mesmo, Junnie queria muito que isso fosse verdade. Que In-ho tivesse esquecido de tudo e que estivesse ali porque o colocaram de volta. Que, sei lá, tomaram sei ligar e fizeram algo com ele.

Porém parecia muito irrealista.

Deixando seus novos companheiros de time de lado, Junyu foi até o canto em que estava Junho e se aproximou do marido. Junho sentiu sua presença, mas ficou quieto até o momento certo ─ pois sabia que ela perguntaria algo. A esposa afastou o lençol fino que cobria o corpo dele e deslocamento se deitou, o agarrando por trás e pousando sua cabeça no ombro dele. O braço esquerdo de Junnie abraçou o peitoral coberto e quentinho de Jun e passou, como de costume, a perna por cima dele. Ela adorava ser a conchinha menor, mas sempre que surgia a oportunidade gostava de fazer Junho se sentir segurou e abraçado como ele fazia com ela.

─ Hmm, sempre quentinho. ─ Junyu comentou, se acomodando na cama junto com ele. Referindo-se ao fato dele sempre estar quente e confortável para a mesma. ─ Amor, você está dormindo?

─ Sim. ─ Ele respondeu, brincando com ela e fingindo que estava tudo bem. Ele sempre brincava daquele jeito com Junyu quando a mesma perguntava se ele estava dormindo.

Mas a Cho dessa vez não brincou de volta.

─ Desculpa.

─ Porquê? ─ Indagou, sem entender.

─ Por tudo isso. Sinto muito, você não merece passar por isso. ─ Falou baixinho, próximo de seu ouvido. Junyu queria muito chorar, mas não podia fazer isso na frente dele. Junho ficaria ainda mais preocupado se ela começasse a chorar. ─ Pelo seu irmão, por estarmos aqui, por eu ter trazido meu ex, por tudo... eu sei que você está chateado com tudo isso.

Entre os motivos sérios e os que pareciam apenas ciúmes, Junnie entendia que era muita coisa ao mesmo tempo para assimilar. De certa forma, se sentia culpada por apenas acrescentar sempre mais preocupações para ele. E isso não era drama, não mesmo ─ Junyu só fazia drama se fossem para ver Junho caidinho por ela, mas a militar estava mesmo chateada com tudo. Até mesmo por ter votado no círculo e colocado a vida deles em perigo.

O Hwang virou-se para ela. Seus olhos marejados, mas sem lágrimas caídas ainda. Junho transparecia cansaço, não o físico, mas o mental. Junyu poderia apostar que na cabeça daquele homem passavam milhares de coisas e todas elas refletiam sempre na proteção ou cuidado de quem ele gostava. Nunca dele. Dessa vez foi ele que a agarrou, de frente, olhando muito bem para os seus olhos. Sua mão direita pousou entre a torácica e a lombar, bem perto da cintura de Junyu e fez um carinho ali mesmo. Nada com segundas intenções... ele só queria um momento de tranquilidade.

─ Princesa, você não tem culpa de nada disso, por favor. ─ A voz rouca e o apelido combinavam perfeitamente com o tom tranquilo de sua fala. Suas pupilas dilatas falavam muito mais do que qualquer outra coisa. ─ Eu que deveria te pedir desculpas, o meu irmão... ele... ele participou da morte do seu pai, mesmo sabendo quem ela era... ─ Junho se sentia tão culpado sempre que pensava nisso, que lhe dava desgosto. ─ Cho Sangwoo, o homem que celebrou seu casamento...

─ Mas a culpa não é sua... você não faz parte das decisões ruins que ele tomou. ─ Ela custava a acreditar que aquele homem doce, gentil e familiar havia feito tantas atrocidades. ─ Fico me perguntando como ele consegue viver sabendo que está se aproveitando da dor das outras pessoas...

O desespero era a melhor arma para ser usada por pessoas assim... pessoas como Hwang Inho que queriam utilizar da dor das outras pessoas para se vingar do seu paradoxo moral. Tudo bem, era compreensível a raiva que ele sentia do mundo quando seu amor mais precioso morreu, levando juntamente com ela uma vida que eles juraram proteger. Mas... será mesmo que as outras pessoas deveriam pagar por isso? Descontar em pobres coitados e endividados que estavam tão desesperados quanto ele esteve? Brincar com a dor deles e mata-los sem dó nem piedade.

É claro, cada um tem sua opinião sobre o que é certo ou errado, até porque, o limite moral de cada um é diferente. No entanto, a pergunta que sempre está implícita é: se fosse com você, você faria isso? Mataria só para se vingar da sua própria dor? A sociedade nunca é justa e quanto mais você tenta lidar com ela, mais ela te corrói quando se deixa levar por cima de seus princípios.

─ Eu também não faço idéia.

Junho abraçou sua esposa ainda mais não seus braços e juntou seus rostos. Próximos o suficiente, seus narizes juntaram-se involuntariamente em um ato que eles também tinham bastante costume de fazer ─ o famoso beijo esquimó. De tantas linguagens do amor que eles desenvolviam, essa era uma das favoritas. Junyu levantou o braço esquerdo e alcançou o maxilar de Junho, acariciando o local com seu polegar esquerdo.

─ Eu te amo, Cho Jun-yu.

─ Eu também amo você, Hwang Jun-ho.

Os dois beijaram-se brevemente e mutuamente. Por um momento, até pareceu que eles estavam em seu lindo apartamento, curtindo apenas mais um dia de folga preguiçoso, enquanto conversavam sobre a vida e gargalhavam alto perto da hora do almoço.

─ Eu estava pensando e... acho que você tem razão. ─ Junyu falou, acariciando sua bochecha. Ela afastou um pouco os cabelos que caíram sob a testa dele, para ver bem seus olhos. ─ Deveríamos ter filhos.

Essa foi uma conversa planejada durante algum tempo, levando em conta que o trabalho dos dois eram bem corrido. O casal combinou que quando chegasse a hora, eles realmente iriam se dedicar a essa parte da vida deles. Quando estivessem bem financeiramente e felizes momentaneamente em suas carreiras. Em um momento em que pudessem ter espaço para cuidar de sua própria família e curtir esse momento sem ser como se fosse uma obrigação. Queriam criar memórias, momentos, afetividade... e passar todo o amor que eles sentiam um pelo outro, para os filhos.

─ Sério? ─ Um sorriso genuíno automaticamente apareceu nos lábios doces do ex policial. Claramente ele estava tão feliz que nem sabia o que fazer naquele momento!

Junho levantou com tudo na cama, batendo sem querer a cabeça em um dos ferros mais baixos na ponta da cama. Ele resmungou alguma coisa e verificou rapidamente se havia machucado, mas como não saiu sangue, então deduziu que ficaria tudo bem. Junyu soltou uma risada, pondo a mão no local na batida, fazia um carinho no local. Ele sempre parecia bobo quando os dois falavam sobre filhos, mas a reação dele foi ainda mais fofa do que ela poderia imaginar. A mulher o abraçou, dando alguns beijinhos rápidos no pescoço dele.

─ Já vai pensando nos nomes!

─ Nomes? ─ Esbravejou, boquiaberto. Algumas pessoas ao redor olharam estranho para os dois, mas Junho não ligou. ─ Do tipo, mais de um? Pra mais de uma criança?

─ Ser filho único é muito chato! ─ Ela disse, referindo-se a própria situação. Junyu queria ter tido um irmão quando mais nova, mas só acabou achando algo parecido no exército. ─ Que tal?

Junho nem pensou duas vezes antes de agarrar o rosto da esposa de lhe depositar um beijo longo e com muita vontade. Ele a abraçou em seguida, pousando, com um sorriso bobo, sua cabeça no ombro dela. Junyu soltou uma gargalhada, caindo de volta na cama, entendendo isso como um sim. Por um momento ela parou de se sentir mal por causa das outras pessoas.

Ei pombinhos, venham aqui! ─ Jungbae gritou, os chamando. ─ É hora de comer.

As filas foram novamente formadas para a entrega da primeira refeição deles ─ uma marmita com arroz, um ovo frito, algumas poucas verduras e seis pedaços finos de linguiça, além de uma garrafinha de 500 ml de água mineral. Assim que todos pegaram suas marmitas, Junyu juntou-se a sua nova equipe para comer. Ela estava sentada mais em cima, entre Junhee e Junho, e Taemin ao lado da jogadora 222. Na escada de baixo estava Seong Gihun, Park Jungbae e Hwang Inho, conversando. Algumas pessoas juntaram-se para conversar com Gihun, para saber mais sobre o próximo jogo e sobre o que era, mas os quatro mais jovens na parte de cima não pareciam muito interessados.

─ Toma aqui, Jun-hee. ─ Junyu colocou seu único ovo frito na marmita da garota. ─ Faz bem pra o bebê.

─ Ah, que isso, você tá me imitando, é? ─ Disse Taemin, fazendo a mesma coisa que a Cho e dando seu ovo frito para Junhee. Ele já ia fazer isso, mas a amiga foi mais rápida. ─ Come bem, o bebê deve tá com fome.

Junho colocou seu ovo frito na marmita de Junyu, além de suas salchichas, pois sabia que a esposa comia bastante e se não comesse minimamente bem, ficaria murmurando por aí que estava com fome. Além disso, não queria que ela comesse pouco ou ficasse fraca ─ se isso era possível.

─ Muito obrigado pessoal, não precisava. ─ Ela agradeceu, aparentemente morrendo de fome, já que comia tão rápido, que nem mastigava direito.

─ Então temos que comprar mais ovos.

─ Você está grávida, Junyu? ─ Junhee arregalou os olhos.

─ Não, não é isso... ─ Ela riu, balançando as mãos. ─ É pra quando tivermos filhos.

─ Vai que o casamento acaba antes? ─ Taemin falou, só para provocar. ─ Nunca se sabe.

─ Não fala isso, eles parecem felizes. ─ Junhee o repreende baixinho, cutucando o braço do homem. ─ Achei que vocês fossem amigos.

─ Não, ele é o ex irritante da minha esposa. ─ Junho falou, colocando uma colher de arroz na boca. Estava frio, o que não dava tanta vontade de comer, mas ele sabia que precisava.

─ Agora faz sentido... eu acho. ─ A jogadora 222 disse. Ela não entendia como todos eles coincidentemente estavam juntos naquele mesmo lugar, mas aparentemente existia uma história por trás.

─ Que tal a gente se apresentar? ─ Jungbae deu a ideia. ─ Agora que somos um grupo. Se todo mundo se unir, não tem como dá errado!

─ Eu concordo com vocês... ─ O jogador 388 desceu do beliche de cima e caiu na frente deles. O jovem de cabelos até a altura do ombro sorriu. ─ A gente devia se unir, não é não? Prazer, Kang Dae-ho.

O rapaz ofereceu sua mão para que algum deles apertasse, mas a única pessoa que pareceu disposta o suficiente para fazer isso foi Cho Junyu, que retribuiu o aperto de mão do garoto.

─ Quando eu vi o senhor 456 gritando "parou", eu virei fã! ─ Daeho imitou Gihun, tirando uma risada de Junyu. ─ Então eu queria me juntar ao grupo de vocês. Me dêem uma chance!

Jungbae levantou-se de seu lugar e se aproximou do rapaz, levantando a camiseta dele que estava já um pouco para cima, achando uma tatuagem da marinha. Os dois se cumprimentaram quando o Park também mostrou sua própria tatuagem, dizendo que foi de uma turma diferente da dele, claro, bem antes. Daeho até parecia um desses soldados muito regrados, já que bateu continência diversas vezes quando Jungbae falou com ele.

─ E vocês? ─ Daeho olhou para os demais, esperando suas apresentações.

─ Cho Junyu, capitã nas forças especiais.

─ Perdão capitã, me desculpe por não lhe cumprimentar antes! ─ O garoto mais uma vez levou a mão até a testa, mostrando respeito.

─ Relaxa cara, não precisa ficar fazendo isso. ─ Ela riu, dispensando tanta formalidade.

─ Ko Tae-min. ─ Falou um pouco abafado , por causa da quantidade de arroz na boca. ─ Também já fui militar.

─ Kim Jun-hee. ─ A 222 disse, só para não parecer antipática.

─ Meu nome é Hwang In-ho. ─ O homem sorriu para os demais, parecendo completamente simpático e gentil. Seus olhos pousaram em seu irmão e sua cunhada.

─ Espere, então você é irmão do Jun-ho? ─ Indagou Gihun, surpreso. ─ E cunhado da Jun-yu?

─ Pois é, acabamos nos encontrando no jogo. ─ Seu olhar desceu por um momento até aos próprios pés e depois, olhou novamente para os outros jogadores. Ele realmente demonstrava tristeza. ─ Aparentemente eles estão com dificuldade e eu não sabia. Agora estou convicto de ficar para poder ajudar minha esposa e minha família.

Claro, a esposa morta que ele havia escutado ter falecido, junto com o bebê e ainda não havia acreditado. Mesmo que essas palavras saíssem da boca de Cho Junyu.

─ Junhee!

O jogador 333 aproximou-se do grupo com uma expressão surpresa, apontando para o grupo em que eles estavam. Ele carregava a marmita de comida em uma mão e a água na outra.

─ O que você está fazendo aqui?

─ Descobriu agora que estou aqui? Achei que tava me ignorando de propósito... ─ Junhee limpou a boca com a ponta do casaco verde e largou a marmita de comida vazia do lado. ─ Mas é você só pensa em você mesmo, não é? Me convenceu a investir na criptomoedas e agora estou aqui.

Myeong-gi olhou para a barriga dela, ficando boquiaberto.

─ Você não abortou? ─ Esbravejou para que o grupo todo ouvisse. Junhee não se encolheu, mas ficou com vergonha por estar passar por aqui na frente de todo mundo. ─ Você disse que ia?

─ Ah, então você é o idiota! ─ Taemin soltou uma risada debochada, também largando a marmita de lado. ─ Uau, ainda bem que vocês terminaram, porque imagina alguém ficar com um babaca que nem você.

─ Eu vou ter sim. ─ Junhee bateu o pé, dizendo que continuaria com a gravidez.

─ Como é que você vai cuidar de uma criança sem ter dinheiro? ─ Lee Myeonggi tentou se aproximar, mas foi impedido por Inho, que colocou o braço na frente.

─ Nós ajudamos ela, se esse é o problema. ─ Junyu se meteu, ficando de pé. A mulher cruzou os braços e encarou o rapaz. ─ Agora vaza daqui, Bitcoin. Você não tá afim de arrumar problema com a gente... já tem muitos, não acha?

─ E você? ─ O 333 apontou para a militar, lembrando de quem ela era. ─ Você está atrás de mim? É da polícia, minha filha?

─ Olha lá como você fala com minha esposa. ─ Hwang Junho mastigou a última colherada de arroz e disse calmamente, se levantando ao lado de Junyu. ─ Não sabe respeitar os mais velhos, seu metidinho? ─ Do que de interessante ele tinha que Junyu havia falado, Junho não sabia. A única coisa era que ele parecia irritante. ─ Já fez seu show, agora saí.

─ Dinheiro eu arranjo, eu vou pagar tudo que eu tô devendo e comprar uma casa! ─ Junhee respondeu, brava. Sua voz se mantinha em um tom baixo, mas ela com certeza estava sem paciência.

─ Essa criança vai nascer sem pai! ─ Ele gritou com ela, apontando para a barriga da Kim. ─ Você veio aqui pra ganhar dinheiro? No estado em que você tá, o que você acha que vai conseguir fazer aqui?

Taemin chutou a lata da marmita para o lado e pôs as mãos nos bolsos. Junyu observou a cena atenta, porque, conhecendo seu ex namorado, ela sabia que ele estava prestes a se irritar profundamente e acabar arrumando uma briga em pensar duas vezes. Seguindo seus motivos e suas ideias, sem querer saber se Lee Myeong-gi sabia ou não soca-lo de volta. Tae se aproximou o suficiente do jogador 333, encarando seu rosto.

─ Escuta aqui, carinha das criptomoedas... ─ O Ko abaixou um pouco a cabeça, já que era pelo menos uns treze centímetros mais alto do que o 333. Ele levou seus lábios até a orelha de Myeong-gi e sussurrou seguintes palavras propositalmente. ─ Não precisa se preocupar... porque eu mesmo cuido da Junhee e do nosso bebê.

Myeong-gi sabia que o filho não era de Taemin, mas escuta-lo dizer aquelas palavras o irritou de uma maneira tão grande, que a primeira coisa que ele tentou fazer foi retribuir a provocação com um soco. No entanto, o ex militar, só se afastou para o lado e desviou do soco. Thanos e o jogador 124 também se envolveram na conversa, já que tinham um atrito com o jogador 333. Eles se aproximaram do rapaz das criptomoedas, pegaram o resto de comida em sua marmita e jogaram no rosto dele.

─ Tá bom, já chega! ─ Junyu desceu as escadas e puxou o braço do Ko, o colocando para trás antes que Taemin realmente desse um soco em Myeong-gi. Ela sabia que se ele fizesse isso, Thanos e o 124 teriam uma desculpa ainda mais o para começar a confusão.

Thanos tentou impedir que Junyu ajudasse e segurou seu punho, mas a mulher torceu o braço dele com um golpe rápido e ágil, o jogando para longe dela. O 230 riu, mas não se irritou. Sedento por ficar cada vez mais próximo da 128 e provoca-la até que ela caísse em seu jogo ─ o que ele não sabia, era que isso nunca aconteceria. Para piorar, Junho também se meteu, é claro. Na cabeça dele, eram dois idiotas enfrentando ou provocando sua esposa, ele não poderia ficar parado. Por mais que ele fosse sempre muito racional, suas emoções ficavam a flor da pele quando se tratava de Junnie.

─ Ah, que isso policial... tá com ciuminho? ─ Thanos perguntou, sorrindo com escárnio. Era ele e o 124 contra o 455, Junho e o 333, o bitcoin. ─ Tá com medo que eu fique com sua mulher pra mim? ─ Ele não tinha medo do ex policial... drogado, achava que conseguiria vence-lo de qualquer maneira. ─ Porque isso aconteceria... como não? Quem não se apaixonaria pelo Thanos!

Uma briga generalizada começou entre os rapazes, com Junho contra Thanos e o 124, ao mesmo tempo que Taemin devolvia todo o constrangimento que o 333 causou em Junhee. O homem de cabelo roxo quando teve a oportunidade também socou a cara de Myeong-gi, mas depois, levou outro do Ko, que sentia tanta raiva do jogador 230, quanto Junho. Junyu passou a mão pelos cabelos suspirando... idiotas, foi o que saiu dos seus lábios, xingando Thanos, Myeong-gi e o 124 por começarem isso.

─ Eles vão acabar se machucando, não era bom alguém separar a briga? ─ Jungbae comentou de braços cruzados, ao lado de Daeho.

─ Beleza, eu consigo. ─ Junyu deu de ombros, sabendo que já tinha separado ou lidado com coisas piores do que rinha de homens.

─ Vamos juntos. ─ In-ho, que também já foi policial, se prontificou de ajudar.

Junnie aceitou sua ajuda... bom, porque ela tinha que bancar a heróina sozinha, se outra pessoa podia lidar com aqueles homens das cavernas também? Então, juntos, Junyu e Inho foram para cima dos homens. Junyu tratou de segurar Taemin, enquanto Inho segurou Junho, ambos, afastando com chutes os outros jogadores que vinheram para cima. Apesar das ameças dos outros, que tentaram vir para cima diversas vezes, o par de cunhados conseguiu manter a distância segura. Jun e Tae estavam agitados, mas não cansados ─ conseguiriam facilmente partir para outra se precisasse. Enquanto o outros três... dois estavam com um olho roxo, outro o nariz sangrando e com certeza ficariam como hematomas.

─ Vocês vão ficar brigando, seus moleques... no meio do almoço pra piorar? ─ In-ho gritou com eles, mostrando que estava incomodado com aquela atitude. ─ Tem gente idosa aqui! Que falta de educação, que feio... não tem vergonha não?

─ Vai dá lição de moral agora? ─ Thanos o menosprezou, cuspindo sangue no chão. ─ Você tá na merda também, em tio? Em vez de ficar aí de conversinha, porque não vai pra sua casa cuidar dos seus filhos?

Merda, ele não deveria ter tocado naquele assunto.

─ O que você disse? ─ In-ho perguntou, mudando o tom de voz e a expressão no rosto.

─ Pra você guardar sua liçãozinha pra porra dos seus filhos!

Thanos tentou ir para cima do Hwang, mas foi muito fácil para Inho segurar o braço dele e chuta seu tornozelo. Quando o 124 avançou nele, o ex policial apenas desviou e socou a cara do jovem, o fazendo cair de costas no chão. As mãos de In-ho foram até o pescoço de Thanos tão rápido que o rapper nem conseguiu raciocinar direito. Seus olhos era tenebroso e sua raiva o consumiu naquele momento. Aquelas palavras... aquelas palavras envolvendo seu filho lhe desestabilizou.

─ In-ho, pare. ─ Junyu pediu, agachando ao lado dele e pedindo. Sem gritos ou alteração na voz, apenas... pediu. Por mais que Thanos não soubesse dessa situação, ainda era dolorido ouvir falar sobre um filho que morreu. ─ Você vai mata-lo.

─ Eu deveria? ─ O cunhado perguntou, apertando ainda mais o pescoço do 230. Ele olhou para Junyu, esperando sua resposta. Como sempre, joguinhos.

─ O In-ho que eu conheço não é assim, ou é?

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