𝟬𝟬𝟵. X OU O

Se quiserem continuar no jogo, apertem no botão que tem um círculo, O. Se quiserem parar, apertem no botão que tem um xis, X.

E LÁ ESTAVAM OS JOGADORES, PRONTOS para a primeira votação após o primeiro jogo. No chão da sala haviam duas linhas reais, retas, uma vermelha e uma azul que cortava parte do local ao meio. Um círculo marcava do lado direito e um xis do lado esquerdo, ambos iluminados no chão pelas cores selecionadas. O amontoados de jogadores reunia-se antes das linhas, próximos os beliches, esperando que a votação começasse e seu número fosse chamado. Alguns poucos conhecidos conversavam entre si, já outros que haviam se aproximado de outros jogadores em um curto período de tempo, cochichavam o que iriam ou não fazer.

O grupo de Cho Junyu estava determinado a apertar no X e isso parecia óbvio, tanto que eles sequer cogitaram em perguntar um para o outro no que iriam votar. Após uma breve conversa, os únicos que ainda se perguntavam o que seria um bom plano para conseguir realizar a missão eram os dois ex namorados militares e o ex policial, que pensou um pouco mais e bom, simplesmente entendeu que esse era seu objetivo o tempo todo ─ isso também parecia óbvio, apesar de ser maluquice. No entanto, existiam algumas nuances entre os três que os fazia cogitar seriamente em não continuar. Junyu e Junho pelos motivos evidentes... não queriam perder o outro ou até ver outras pessoas morrendo, como no caso de Junnie, Taemin, de quem ela era próxima ou até mesmo Gihun, Jungbae ou Junhee, que tinha ficado próxima. Taemin também tinha motivos parecidos... já que ficaria muito mal ao ver a pessoa que ele mais amou, Junyu, morrendo, ou até mesmo se sentiria culpado por não ter protegido Junhee e seu bebê.

Assim como Junyu, mesmo tendo visto várias vezes as pessoas morrendo, ele nunca se acostumou com isso. Sendo esse, um dos motivos de ter largado seu vida como militar e ter virado arquiteto. A última vez que havia pegado em uma arma foi há mais de seis anos... e só voltou porque Cho Junyu precisou de sua ajuda.

Começando pelo número mais alto! Depois de votar, cole o adesivo que vai receber, do lado direito do peito e vá para a área que corresponde ao seu símbolo.

─ Jogador 456. ─ O quadrado chama.

Seong Gihun é o primeiro a ir votar.

─ O que você vai fazer? ─ Taemin perguntou a Junho, baixo o suficiente para que Junyu ou Junhee, que estavam conversando, não escutassem. Eles já sabiam que Gihun votaria no vermelho, mas eles precisavam decidir agora o que fariam. ─ Eu... ─ O homem olhou para trás, observando rapidamente as duas mulheres. ─ Eu sempre concluí missões independente de qualquer coisa, mas... eu acho que não consigo.

─ É, nem eu. ─ Pela primeira vez eles concordavam em algo. Junho também não queria arriscar a vida da sua esposa só para ir atrás do irmão, mesmo que esse fosse o objetivo o tempo todo. Ele olhou para trás, também de braços cruzados, vendo as duas sorrirem juntas. ─ Sei que a gente não vai se entender, porque eu sinto que você não vai desistir de reconquistar minha esposa, mas... agradeço por pensar na Junyu. ─ Falou, olhando diretamente para o ex militar. ─ Enfim... eu vou votar no xis.

O barulho de um "pem" soou quando Gihun apertou no botão do X, contabilizando no placar o primeiro ponto para sair do jogo. O próximo jogador foi o 455, Hwang Junho. Ele respirou fundo, sem olhar para ninguém e foi reto, fazendo a mesma coisa que o jogador anterior e apertando no X. O próximo foi o 454, Ko Taemin, que apesar das iniciais dúvidas do que faria ou não, optou por votar para sair do jogo como os dois companheiros anteriores. Os rapazes olharam para Junyu, esperando que ela reagisse a algo, mas a mulher apenas sorriu minimamente. Junho sabia que ela não estava brava com o que eles fizeram e conhecia a suficiente para entender que sua esposa encontrava-se em um dilema.

─ Junhee, você ficaria brava se eu votasse no círculo? ─ Junyu perguntou a mais nova. As duas estavam sentadas juntas na ponta de um dos beliches da frente. Como a garota estava grávida, Junnie insistia que ela descansasse. ─ É que... eu tenho que resolver uma coisa. Sei que isso parece egoísta, mas...

─ Tudo bem, não vou ficar. ─ A jogadora 222 respondeu, dando um sorriso confortante. Ela não poderia ficar com raiva da pessoa que ajudou a lhe salvar ou porque ela precisava fazer isso com um propósito. Junhee também entrou ali por um, sua filha.

─ Nossa, falando assim você tá me fazendo parecer a pior pessoa do mundo! ─ Ela brincou, mas com um fundo de verdade. Junyu se sentia egoísta de perguntar aquilo para uma mulher grávida. ─ Junhee?

─ Sim? ─ A garota olhou para a militar.

─ Fica com a gente, prometo que vai dá tudo certo. ─ Junyu segurou a mão da nova amiga por um tempo, passando segurança. Cho Junyu faria de tudo para que ela não se prejudicasse, mesmo que tivesse que usá-la para esse ato egoísta. ─ E mesmo quando a gente sair daqui, eu não vou te deixar sozinha, ok?

Junyu sabia quão difícil era criar um filho sozinho... ela foi essa filha, criada por Cho Sangwoo quando eles não tinham nada. Junhee havia comentado rapidamente Então,

─ Parece bom. ─ Respondeu a Kim. Sua nova irmã mais velha era tão confiante e habilidosa, que Junhee, que pouco acreditava nas outras pessoas, passou a crer nela. ─ Obrigada por me ajudar, Junyu. Não se preocupa, faz o que você precisa fazer!

Os outros jogadores foram votando, mantendo o placar quase sempre parecido. A sala parecia bem dividida e muitas pessoas não estavam tão preocupados em morrer, quanto estavam em não ter dinheiro para pagar suas dividas. A ideia era exatamente essa: porque viver se eu não vou ter dinheiro? Se eu vou dever pelo resto da minha vida? Ter que trabalhar para pagar tudo que peguei emprestado ou para pagar os agiotas que estou devendo? As pessoas não queria ir embora porque a vida parecia pior do lado de fora daqueles muros.

Quando chegou na vez de Thanos, o 230, o rapaz foi pulando pelo corredor com os olhos brilhando. Os braços batendo contra o vento e um sorriso divertido no rosto, claramente, animado. O rapper bateu no botão de uma só vez, gritando um uhul e se virando para os demais.

─ Pra você, gatinha! ─ Reverberou para que todos escutassem, apontando para Cho Junyu e levantando as mãos ao formar um meio círculo com ela. ─ Vamos votar no círculo!

─ Perai! Todo mundo, perai! ─ Gihun gritou também, chamando a atenção dos jogadores.

─ Cara, ele não desiste. ─ Junyu falou para Junhee, que soltou uma pequena risada ao achar o comentário engraçado. Junnie não se prestaria a gritar para que eles parassem, parecia irrelevante. Apenas os ajudaria caso fosse necessário.

─ Vocês não podem fazer isso! Vocês tem que cair na real. Ainda não entenderam? ─ O jogador 456 continuavam tentando trazer outros jogadores para o seu lado ao ver a quantidade no placar. O circulo estava na frente. ─ Isso aqui não é um jogo normal. Se a gente continuar vai morrer! A gente tem que sair desse lugar e o único jeito é vencendo a votação.

─ O que acha que tá fazendo? Porque tá querendo causar confusão desde cedo? ─ Um homem de meia idade, o jogador 100, interrompe Gihun. ─ Tocando o terror e falando de atiradores antes de começar o jogo!

─ Exatamente, por causa dele a gente ficou ainda mais assustada... por pouco não morri! ─ Disse a 254.

─ Aliás como é que você sabia que iam atirar na gente? ─ Questionou o 226. ─ Será que ele é um infiltrado, que colocaram aqui pra fingir que é um jogador normal?

O jogador 100 Segura Gihun pelo colarinho e diz: ─ Colocaram esse cara aqui pra manipular a gente?

Junyu sai da beirada da cama, deixando Junhee lá e indo em direção a confusão. Ela segura o braço do senhor de meia idade e o arranca com muita facilidade das roupas de Gihun, torcendo o braço esquerdo dele e empurrando o agitador para longe.

─ Eu não estou nem aí se você tem idade pra ser meu avô... ─ A Cho apontou o dedo para a cara do jogador 100, o intimando sem medo. ─ Encosta nele ou em qualquer um dos meus de novo pra você vê só onde vai parar essa sua arrogância de merda!

─ Foi só graças a ele e a Junyu que a gente conseguiu se organizar e termina o jogo sem morrer. ─ Taemin gritou de voltar com os jogadores que descordavam. Nem ele estava aguentando tanta burrice.

─ Pois é, e você? ─ Junnie apontou para o 224, soltando uma risada sarcástica. ─ Eu te vi o jogo todo tremendo de medo... até parece que você é corajoso assim!

─ Porque você tá se metendo em, sua vagabunda? ─ O mesmo jogador, o 224, retrucou, se aproximando dela. Ele deu um pequeno peteleco na testa dela e depois, pouco o braço direito no ombro esquerdo da Cho. ─ É seu amigo?

Antes que Junyu pudesse reagir, Hwang Junho automaticamente em seu instinto de defesa, ultrapassou na frente dos demais, puxou o 224 para longe de sua esposa e depositou um soco no meio do rosto do homem. O jogador caiu no chão, desnorteado e atônito. Ele pôs a mão no rosto, sentindo seu rosto arder e o nariz sangrar. Jun não fazia muito a linha agressivo, normalmente ele era bem tranquilo e sabia lidar nas situações com sua inteligência emocional, mas Cho Junyu era seu ponto fraco e ele sabia disso. Não gostava de se sentir impotente ou de ver outras pessoas ultrapassando os limites. Junyu sabia se cuidar, Junho tinha certeza disso, mas ele queria ser o tipo de pessoa que Junnie nunca precisaria duvidar de sua segurança.

E o mesmo servia para a Cho... ela defenderia Hwang Junho até o último segundo e faria de tudo para que ele sempre estivesse apoio e proteção de sua esposa ─ de sua melhor amiga.

─ Eu acho bom você ter mais respeito pela minha esposa, seu babaca! ─ Junho olhou para o homem de cima para baixo, furioso. A seriedade e raiva no olhar dele eram óbvias e o mesmo sequer fazia questão de disfarçar. ─ Você chamou ela do que mesmo? Eu quero ouvir você tentar!

─ Gatinha militar, você é casada? ─ Choi Subong apareceu de repente na frente de Junyu, esquecendo-se, provavelmente por causa das drogas que usou escondido, de que ela havia falado que era casada. ─ Ah, esse é o policial!

─ Espera... ─ Lee Myeong-gi também se aproximou do grupo, apontando completamente indiscreto para a mesma Cho Junyu que parecia estar bem no meio de uma completa confusão. ─ Você não tinha ido na casa da minha mãe perguntando sobre meu trabalho?

─ Porra, já chega, eu mesmo vou pegar esse maluco! ─ O Ko falou irritadiço, ao lado de Junho, pronto para voar na cara de Thanos. Essa era provavelmente uma das poucas coisas que eles concordariam ou brigariam juntos.

O jogador 224 se levantou do chão, indo para cima de Junho, mas o ex policial desviou sem muito esforço. Uma discussão também começou entre Taemin e Thanos, com o novo amigo intrometido dele. Myeong-gi foi atrás de Junyu, fazendo diversas perguntas de como ela conhecia ele e porque havia ido na casa de sua mãe. Essas pequenas discussões desencadearam mais e mais discussões, brigando entre ficar ou ir embora, quem estava certo ou errado e bom, qualquer coisa que instigasse a situação.

─ Eu já joguei todos esses jogos! ─ Gihun gritou, fazendo todo mundo parar de discutir e olhar para ele. ─ É por isso que eu sabia o que ia acontecer, porque não é a minha primeira vez aqui!

Ele explicou que havia jogado há três anos atrás e que todo mundo que estava com ele naquela época, acabou morrendo. Alguns contestaram, perguntando se ele havia vencido a competição já que todos morreram, então ele concordou, dizendo que ganhou o prêmio. Gihun continuava tentando fazê-los acreditar neles, dizendo que todos iriam morrer se continuassem jogando, mas foi ignorado e zombado pelos demais. Porque bom, para eles, se Seong Gihun tivesse saído com os 45 bilhões de wons, não teria porque voltar.

─ Se você venceu isso aqui mesmo, é bom pra gente. ─ Disse Thanos, dizendo algo que aparentemente fazia sentido. ─ Você vai soltar um monte de dica, de como ganhar o prêmio!

Tiros soaram e ecoaram na sala, assustando os jogadores.

A partir de agora, não está nenhum tipo de ação que interfira na votação. Contamos com a compreensão de vocês. Então, vamos dar andamento a votação!

A votação seguiu, aparentemente mais tranquila. Na vez de Kim Junhee, ela votou no X, algo que a Cho e os meninos já imaginavam. Cada vez que os números iam diminuindo, Junyu se sentia cada vez mais nervosa e ansiosa, continuando a se perguntar se deveria ou não fazer o que estava pensando. Se deveria ajudar a estender esse risco pelo quel estavam passando. Quando o número 002 foi o último a apertar, o placar aumentou para 181 no lado dos jogadores que gostariam de ir embora. No entanto, foi quando o quadrado chamou o jogador 001 e ele se virou para os demais, que Hwang Junho e Cho Junyu arregalaram os olhos.

Hwang In-ho.

Lá estava lá, seu cunhado, o irmão de Junho que ele tanto procurou durante esses anos e o tual líder dos jogos, vestido com a mesma roupa padronizada que eles usavam e o número 001 estampado no peito. Ele olhou para o lado e viu Cho Junyu, se espantando.

─ Junyu? ─ Inho a chamou, ficando boquiaberto. ─ O que você está fazendo aqui?

Jogador 001, por favor, vote.

Ela observou todos os passos do Hwang mais velho, seguindo seus passos com os olhos atentos. Era a primeira vez em mais de dez anos que ela encontrava o homem. Seu rosto não havia mudado muito e ele continuava bonito e apresentável para a idade, bem cuidado, ela diria, além de estar parecendo bem e saudável. O cabelo não estava penteado para o lado o com o gel como ele e Junho costumavam usar na época da policia, mas sim, bem relaxado e cobrindo quase toda a testa. O tanto que ela ou Junho esperaram por aquele momento... ou o quanto ela queria ver novamente a cara de seu cunhado, após descobrir que seu pai havia morrido nos jogos em que ele comandava.

In-ho chegou até a plataforma com os dois símbolos e pensou um pouco. Ele encarou os botões por alguns segundos e finalmente apertou, escolhendo o xis e empatando a votação, a deixando 182/182.

─ Ele... ─ Junyu murmurou para si mesma, soltando uma risada irritada. ─ Então é assim que vai ser...

Agora, vamos ao número sorteado... A jogadora 218.

Todos os 364 olharam para trás e encararam Cho Junyu, ansiosos para saber qual seria a escolha da mulher, já que ela decidiria o que seria deles daqui para frente. Junnie respirou fundo e criando coragem, andou pelos corredores da sala em passou lentos. As mãos estavam nos bolsos do moletom, os cabelos soltos e a cara indecifrável. Os jogadores dividiam-se entre gritar as palavras círculo e xis, torcendo para que a 218 escolhesse o que eles queriam.

Ao chegar no totem ela parou, encarou os botões, olhou para o placar e pensou, sabendo que esse era um teste proposto pelo próprio cunhado para que ela decidisse o futuro. Era muita coincidência ela ser a sorteada e muita coincidência Hwang Inho está bem na sua frente. Portanto, seguindo sua intuição e desafiando o próprio provocador, Cho Junyu clicou no círculo azul, assim, votando para que os jogos continuassem e finalizando a votação.

Muito bem, a votação foi finalizada. Dos 365 jogadores, 182 optaram por cancelar os jogos, no entanto, 183 votaram a favor para continuar os jogos. Então, de acordo com a própria escolha da maioria dos jogadores, os jogos vão continuar. Por favor, descansem. Logo mais serviremos sua refeição.

Junyu não parou agora escutar as palavras finais do mascarado quadrado, ela andou até o cunhado e o puxou agressivamente pela barra do moletom. Junho e Taemin gritaram seu nome, mas ela ignorou, andando ainda mais rápido. Ao chegar no banheiro feminino, naquele minuto vazio, ela jogou Inho para dentro do banheiro e trancou a porta com uma cadeira de madeira que estava no canto da parede.

Yunnie, o que aconteceu? ─ In-ho a chamou pelo apelido que usava quando ela era mais jovem. O mesmo que Junho havia usado na época do ensino médio. ─ Porque você está aqui?

Junyu, o que está acontecendo! ─ Junho gritou do outro lado da porta, enquanto batia freneticamente. ─ Abre a porta e vamos conversar!

─ Você é doente por acaso? ─ Indagou a militar, indignada. Ela estava com tanta raiva, que ficou difícil se controlar. ─ Sério, você sabe o quanto estávamos preocupados? ─ Seus olhos lacrimejaram. ─ Seu idiota, que merda você está fazendo!

─ Do que você está falando? ─ Desnorteado, o homem perguntou. ─ Você está passando por alguma dificuldade? Não pode ficar aqui, Junyu! Porque não votou no xis? É perigoso!

─ Hwang In-ho, para com isso! ─ Ela o empurrou para trás. ─ Para de mentir!

─ Não, Junyu, eu realmente não sei do que você está falando! ─ O homem disse, inocente. Parecendo realmente não saber do que se tratava. ─ Eu vim aqui pra conseguir dinheiro para o tratamento da Hyojeong... e eu também adquiri muitas dívidas.

─ Do que você está falando? Você sabe que sua esposa morreu! ─ Por mais que pudesse ser óbvio de dizer isso, era tão absurdo ter que lembrar aquelas memórias novamente. Elas doíam. ─ Você sumiu quando ela estava em tratamento, o que aconteceu? Porque você está comandando esse tipo de coisa? Já faz mais de 10 anos!

─ 10 anos? ─ Inho aproximou-se da mulher, as pupilas dilatadas e a voz rouca. ─ Mas eu só estou fora há uma semana!

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