Prólogo

Arlon Snown

Algumas semanas antes

Merda, que filhos da puta! Bando de patifes!

Praguejo internamente porque não tenho intenção de acordar a minha irmãzinha que está deitada no meu colo, dormindo de modo tão confortável que dá dó de acordar. Pops disse que ela estava muito ansiosa pela nossa volta, ela bateu o pé firmemente e disse que só dormiria quando os seus irmãozões chegassem em casa. Olho para baixo e dou um pequeno sorriso de satisfação, porque tudo o que eu precisava nesse momento era ter a minha pequena Nena nos meus braços para me acalmar. Cada vez que eu penso na merda que eu e meus irmãos passamos eu tenho vontade de invadir o lugar daqueles desgraçados e queimar tudo abaixo.

Oh sim, eles pensam que não sabemos onde é a toca que eles se escondem como ratos malditos, mas eles estão muito enganados. Nunca precisamos encarar tudo com violência, mas a momentos que não tem como evitar. Não posso deixar com que os meus inimigos pensem que podem tentar nos ferir e logo em seguida sair em pune. Isso não vai acontecer, jamais irá acontecer! A segurança de cada membro da família Snown está acima de qualquer merda de trabalho. Pops sempre nos fez prometer que independente de qualquer coisa a nossa segurança estaria em primeiro lugar. E assim é, e sempre será! Os Kaakuyas não sabem o ninho de bestas que eles mexeram, eles realmente não sabem.

Cerro meus punhos sentindo o couro negro da minha luva gritar com a força do meu ódio, mas faço de tudo para me acalmar quando ouço passos no corredor. Não muito tempo depois Pops coloca a cabeça para dentro do nosso escritório. Seus olhos vão direto em direção dos meus braços, e quando ele percebe que a Nena dorme tranquilamente ele solta um suspiro de alívio.

— Ela finalmente dormiu! — Pops fala aliviado.

— Sim, não demorou muito e ela caiu no sono profundo. Não precisei nem contar uma história. — Sorrio involuntariamente ao ser arrebatado com a lembrança da minha irmãzinha.

— Ela não teve um dia fácil, sua febre estava indo e vindo e eu estava perto de levá-la para o médico. — Pops solta um suspiro. — Mas tudo deu certo no final e a febre a deixou finalmente.

— Isso a consome desde que ela era um bebê, Pops. — Ergo os meus olhos para encarar os olhos do meu pai. — Será que não existe mesmo uma cura para isso? — Indago não escondendo a minha aflição.

— Não filho, infelizmente não. — Sinto a mão do meu pai no meu ombro. — Você sabe o quanto sua irmã é uma pequena guerreira, então não se martirize tanto.

Papai está certo, eu sou a prova viva do quanto a Ravena é uma criança forte e uma lutadora incrível. Eu estava lá, eu vi com os meus próprios olhos. Minha pequena irmã nasceu para carregar o coração de cada membro dessa família na palma da sua mão. Oh sim, e ela faz um bom uso disso para falar a verdade, ela sempre fez. Adoraria que a mamãe estivesse aqui para conhecer esse serzinho maravilhoso, mas para a nossa maior tristeza ela não está. E não importa quanto tempo passe, a falta que mamãe faz nunca é suprimida.

— Filho, o que houve? Por que ficou tão cabisbaixo de repente? Você acha que a nossa Nena vai... — Papai perguntou alarmado.

— Deus, não! Pai, que merda é essa? — Meu coração acelerou somente com a possibilidade de alguma coisa acontecer com a Nena.

— Não me assuste assim garoto, você sabe que eu sou um homem velho! — Papai coloca a mão no peito de forma dramática e eu reviro os olhos.

— Eu não sabia que ter 55 anos é ser classificado como velho, papai. — Ouço a voz de Kabir, olho para trás e atrás do meu irmão adolescente está o meu segundo e terceiro irmão.

— O que você está fazendo fora da cama, moleque? — Papai indaga a Kabir, mas meu irmão dá de ombros.

— Eu quero participar da reunião também, meu velho! — Ele diz de forma firme e eu franzo o cenho.

— Kabir, você sabe que não tem idade para se envolver ainda, não sabe? — Pergunto e ele olha na minha direção. Ficamos olhando um para o outro na intenção de saber quem cederia primeiro, e como sempre o meu irmãozinho cedeu sem muito trabalho.

— Droga, Arlon! — Kabir diz fazendo Ivo e Gaio baterem com suas mãos no seu ombro.

— Você é só uma criança, Kab! — Ivo diz e nosso irmão estala a língua de modo descontente.

— Eu não sou mais criança, seu idiota! Me solte! — Exclama Kabir com irritação.

— Oh meu Deus, meu pequeno Tsundere! Tão bonitinho, e tão irritadinho! — Gaio rir enquanto bagunça o cabelo do nosso irmão espinhoso.

— Eu mandei me soltar! — Kabir empurra nosso irmão que nem se abala.

— Não consigo fazer isso, você é tão fofo irmãozinho! — Gaio se joga mais ainda em cima de Kabir. O prendendo em um abraço de urso.

— Papai, você pode mandar seu filho me soltar? Depois não me culpe quando eu chutar suas joias. — Kabir dá um sorriso de escárnio e isso faz Gaio o apertar mais ainda nos seus braços.

— Gaio, solte-o! — Pops manda e Gaio solta Kabir.

— Pops, eu só queria dar ao meu tsundere o meu grande afeto. — Gaio diz alegremente e nosso pai negou com a cabeça.

— Não o provoque demais. — Avisa nosso pai e Kabir cruza os braços e acena com a cabeça.

—Esse dois. — Ivo solta um lamento e nega com a cabeça.

— Filho, pegue a sua irmã e a leve para o quarto. Depois vá dormir, você tem escola amanhã. — Meu pai fala com Kabir que tenta retrucar, mas se rende sob o olhar de Pops.

— Tá bom, pops, tá bom! Droga! — Resmunga Kabir carrancudo e vem até mim. — Dei-me minha irmã! — manda ainda enfezado.

— Não pragueje, Kab! — Aviso seriamente e ele resmunga mais uma vez, mas mesmo assim assente em confirmação.

Sem dizer mais nada dou Nena a Kabir, ela acorda um pouco, mas quando ver quem está à carregando ela aconchega ao seu ombro e fecha os olhos. Kabir diz alguma coisa baixinho que somente ela pode ouvir e isso faz com que nossa irmã aperte mais em volta do seu pescoço. Kab dá um sorriso pequeno, e alisa as costas dela. Mas quando percebe que nós estamos olhando para eles, ele imediatamente fecha a sua expressão e vira as costas para ir em direção a porta.

— Boa noite, filho! — Pops diz antes que ele possa cruzar a porta.

— Boa noite Pops e irmãos idiotas! — Com isso ele sai sem olhar para trás.

— Foda-se se eles não são as coisas mais fofas desse mundo. — Gaio fala assim que Kabir some da nossa linha de visão dando um sorriso orgulhoso.

— Você às vezes é desagradável. — Fala Ivo enquanto procura um lugar para se encostar.

— O pior é que eu sei disso. — Gaio dá um sorriso de predador e nosso pai revira os olhos.

— Sim garotos, me contém exatamente o que aconteceu. Por que os desgraçados descobriram sobre o nosso novo trabalho e resolveram foder com a nossa operação. — Papai pergunta assumindo uma seriedade que somente Balthazar Snown é capaz de assumir.

Nesse momento o ar do nosso escritório se tornou mais denso, meu pai que antes estava no modo pai de família, agora se transformou no chefe da organização MAVINUS. Tanto eu quanto Ivo e o Gaio assumimos postura mais rígida, observo meu pai indo em direção a estante de livros e puxar a alavanca para poder abrir a passagem que dá passagem para o nosso posto de comando e vigilância. Mando mensagem para Darwin, o chefe de segurança da nossa família, pedindo para que ele cuide de tudo porque estaremos em off por alguns instantes. Sem esperar por qualquer resposta eu sigo meu pai tento meus irmãos logo atrás de mim.

Tiro o meu sobretudo, e as minhas luvas de couro e sentando logo em seguida em uma das cadeiras. Gaio e Ivo procuram os seus respectivos lugares também enquanto o nosso pai fica de frente para nós de braços cruzados e uma postura fria. Ele cruza os braços a altura do peito e quando começamos a contar o que exatamente aconteceu nessa noite. Papai nos escuta sem falar uma única palavra, a todo tempo ele encara o braço ferido de Gaio com uma máscara fria de ódio.

Compreendemos o seu ódio, Ivo e eu estamos junto com ele nisso, por que odiamos quando um dos nossos se machuca. Isso nunca deveria ter acontecido se não fosse por causa dos Kaakuyas, esses filhos da puta que sempre querem nos ultrapassar. Mas são muito inúteis para que isso um dia possa acontecer.

— E você está bem, Gaio? — Papai pergunta seriamente.

— Sim pai, não foi nada grave, não se preocupe tanto. — Gaio diz assumindo modo mais sério, sem qualquer um dos seus sorrisos tranquilos.

— Me sinto melhor ao saber disso, não gosto quando vocês se machucam. Meu medo de vocês estarem efetuando os trabalhos era que justamente algum de vocês se machuquem. Vocês três sabem que eu não viveria com isso, não sabem? — Nosso pai pergunta e nós assentimos sem qualquer dúvida.

— Vamos dar um troco, eles não perdem por esperar o que virá logo em seguida. — Digo de forma gélida e meu pai concorda satisfeito.

— E você já sabe o que fazer, Arlon? — Sua pergunta me faz abrir um pequeno sorriso maligno.

— Eu sei qual será o novo trabalho deles. — Digo surpreendendo a todos.

— Sabe, e por que não nos disse? — Ivo indaga em confusão.

— Não era de nosso interesse no momento, não precisamos passar por cima deles para ter o que é nosso por direito. — Falo e meu irmão assenti.

— A não ser agora que eles tentaram nos ultrapassar. — Ivo comenta e eu confirmo.

— Exatamente! Mas agora vamos avançar sem dó! — Informo dando um sorriso sem qualquer emoção.

— Me passe todas as informações e vamos montar um esquema de ação. — Pops diz e eu assinto.

— Passarei tudo, mas eu irei sozinho! É um trabalho fácil, a parte difícil ficará com você e seus computadores. — Aviso ao meu pai que ergue a sobrancelha.

— Sério e o que é isso? — Pergunta curioso.

— Precisamos de um código de segurança em particular, mas a parte de conseguir isso fica comigo e o resto você já sabe. — Digo e dessa vez o meu pai sorri, mas logo ele fecha o sorriso ao lembrar de algo.

— Filho, você sabe que fazemos todo tipo de merda, mas machucar as pessoas inocentes não é coisa que fazemos, certo? — Questiona ele e eu confirmo rapidamente.

— Ninguém será machucado, Pops, deixe isso comigo! — Concordo com firmeza.

— Eu deixarei então, confio em vocês meus filhos. Nós somos os MAVINUS, e isso já diz tudo por si só. — Papai diz e posso ver a satisfação no seu olhar.

Olho para os meus irmãos que estão com a mesma expressão e não posso deixar de sorrir um pouco. Agora é hora de começar os trabalhos, e eu não irei falhar, pois não existe isso no meu mundo. Isso porque eu sou e sempre serei um Mavinus! 

####

E assim iniciamos o projeto dos Mavinus, vocês irão conhcer Arlon e Christopher.  Espero que se apaixonem por eles tanto quanto eu estou perdidamente apaixonada. 

Beijo grande e até quarta feira!

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top