Capítulo 13

Olá meus amores!!! Depois de uma década eu voltei, kekekekek... Me desculpem se houver erros o importante é postar o capítulo.  Vejo vocês amanhã!!!

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Christopher Thomas

Se eu disser que não fui  totalmente pego de surpresa, eu estaria mentindo. Meu coração está em frangalhos ao olhar para essa garotinha indefesa cheia de machucados no rosto. É impossível não recordar de mim mesmo quando tinha essa idade em que estava machucado e sem ninguém para ajudar. Cerro os meus punhos com força não querendo não me deixar levar a lembranças desagradáveis. Não, o momento de agora é ajudar essa pobre criança aqui, que agarra o tecido da minha calça com tamanha força. O que prova o medo que ela está sentindo nesse momento. Controlo as minhas emoções respirando fundo, enquanto faço uma pequena varredura com os olhos, averiguando o perigo do momento.

— Você disse que seu nome é Ravena, não é mesmo? — Pergunto novamente para confirmar.

— Sim, sim esse é o meu nome! — Ela conta de modo rápido, olhando para trás assustada.

—Por que você não me conta o que aconteceu para que eu possa chamar a polícia e... — Ravena arrega os olhos azuis claros e nega com a cabeça, enquanto se solta de mim.

— Não, eu não posso fazer isso! Não posso chamar os policiais. — Ela treme ao negar a possibilidade de chamar as autoridades.

— Por que? O que houve com... — Tento perguntar novamente, mas ela dar um passo para trás.

— Não! Nada de chamar os policiais! — Ela grita e quando tenta correr para longe de mim eu me assusto.

— Eu não vou fazer isso! — Grito de modo rápido e enfático.

Assim que minha voz chega até a pequena menina ela para de se mover, vira seu rostinho choroso e assustado na minha direção. Eu não consigo resistir ao vê-la tão amedrontada dessa maneira e vou novamente até ela. Sem pensar duas vezes eu me agacho para ficar a sua altura e falo com ela com voz baixa e calmante. Consigo notar que o seu pequeno corpo, que antes estava tenso e pronto para correr a qualquer momento, agora está ficando mais e mais calmo. Se eu já sabia que queria ajudar essa menininha, agora não há mais volta. Eu vou tirar ela disso, mesmo que eu tenha que me comprometer com alguém do qual eu nunca vi na minha vida. E se por algum acaso do destino eu tiver algum problema por conta disso, eu mesmo resolverei. Tudo o que eu não posso fazer é deixar uma criança sem ajuda.

— Venha aqui, querida! — Chamo mais uma vez e ela vem sem reserva.

— Você vai me ajudar, moço? — Pergunta chorosa e eu concordo com a cabeça.

— Ajudo sim, do que você precisa? — Pergunto e ela morde os lábios inferior com força.

— Eu preciso falar com o meu papai! — Ela pede me fazendo parar por um tempo e assinto.

— Eu posso ligar para eles, você sabe o nome e o número dos seus pais? — Indago já puxando o meu celular.

— O nome do meu papai é Baltazar, mas todo mundo o chama de Tao ou Pops, como meus mais velhos irmãos o chamam. — Ravena explica tentando reunir as informações na sua cabeça.

— Sim, querida, muito bem. — A induzo calmamente.

— Mas... mas... eu não sei o número dele! — Ela conta de modo desesperado. — Os homens maus tiraram o meu celular e o jogaram no chão para quebrar. Eu... eu não sei! — A coitadinha fala chorando e eu respiro fundo

Droga, e agora o que faço?

— Tudo bem, tudo bem vamos dar um jeito nisso. — Falo e ela assente com a cabeça, enquanto limpa as lágrimas no rostinho.

— Certo! — Ela responde entre soluços.

Olho para trás e resolvo fazer algo que pode ajudar nessa situação, mas em compensação pode também trazer complicações no futuro. Penso em levar essa garotinha para a empresa, acho que lá pode ser um ambiente mais calmo onde eu possa ver o que fazer a seguir. Mas também em compensação se algo der errado eu posso levar problemas para minha empresa. Pondero mentalmente por um instante, mas resolvi não me importar com as consequências. Essa criança precisa de mim agora, e eu vou ajudá-la, não a deixaria na mão nesse momento. Sendo assim, sem pensar mais nos prós e contras eu resolvo falar com a pequena menina.

— Ravena, querida! — Chamo e ela olha na minha direção com apreensão.

— Moço, eu juro que não sei o número do meu papai ou do... — Ela começa a dizer, mas eu nego com a cabeça.

— Não, não querida! Eu entendo, então acalme-se! — Peço e ela me olha com atenção para depois concordar! — Eu ia pedir para você olhar para esse prédio atrás mim, você está vendo? — Pergunto a ela que franze o cenho e olha para onde eu direcionado.

— Sim, estou vendo! — Responde e eu afirmo.

— Essa aqui é minha empresa, é o lugar onde eu trabalho. — Aponto para o grande prédio e ela concorda. — Eu quero te levar lá cima comigo, assim eu vou poder cuidar de você e conseguir o número dos seus pais. O que acha? — Pergunto e ela com estranheza de mim para o prédio.

— Promete não me prender e nem chamar a polícia? — Pergunta a criança e eu me assusto com a sua firmeza na voz.

— Sim, eu prometo! Só quero limpar seus ferimentos e tentar entrar em contato com sua família. — Digo com a voz suave e calmante.

— Tudo bem então! — Ravena diz e eu ergo minha mão, para segurar a sua.

— Meu nome é Christopher, mas você pode me chamar de Chris, tudo bem? — Pergunto e ela assentiu apertando minha mão na sua.

Quando começo a dar os primeiros passos com Ravena segura ao meu lado, eu percebo que ela começa a puxar um pouco da perna. Sinto um nó no estômago ao perceber que ela pode estar mais machucada do que aparenta por fora. Eu detesto que situações assim aconteçam com crianças inocentes, sinto uma raiva fora do comum nesse momento, mas evito o máximo demonstrar a minha frustração. Por que a pobre criança pode interpretar a minha fúria de outra maneira. Respiro fundo e decidi pedir para que eu pudesse carregá-la no colo, mas no momento em que abri a minha boca eu ouço vozes masculinas irritadas atrás de nós.

— Ali! Ela está ali! — Uma voz raivosa grita.

— Sim, encontramos a ratinha fujona! — Outra voz faz presente.

— Sim, porra, nós a encontramos! — Mais um homem fala e eu começo a temer.

Arregalo os olhos quando vejo três grandes e fortes correndo em nossa direção. São eles! Eles que estão atrás da pequena Ravena, eu posso ver seus olhos injetados de ódio para a criança. Se havia alguma dúvida no meu coração que algo estava errado na história dessa criança, agora não me resta qualquer dúvida se quer. Não! Eu não irei permitir que esses desgraçados façam mal a ela, eu não irei deixar que eles tirem essa criança de mim.

— Cris, são eles! Eles são os homens maus! — Ravena grita no mesmo momento em que se agarra a minha perna.

— Eu não vou deixar que nada aconteça a você, eu prometo. — Falo entre dentes sentindo o meu coração bater forte por conta da adrenalina que toma conta de mim.

— Ei você, solte essa menina! — Um dos caras grita para mim, mas eu o ignoro.

— Querida, quando eu mandar você vai correr a toda velocidade e vai chamar os seguranças do prédio. Tudo bem? — Falo de modo rápido e preciso.

— Eu estou com muito medo! — Ravena fala e vejo as lágrimas novamente caírem dos seus olhos.

— Eu sei, mas você não está sozinha! Eu estou aqui e vou ajudar. — Tento fazê-la largar minha perna para fazer aquilo que pedi.

— Você não ouviu o que disse, seu filho da puta? Solte essa criança agora mesmo! — O homem manda, mas eu o ignoro novamente.

— Vá querida, não temos muito tempo! — Peço novamente, dessa vez eu consigo me soltar do seu aperto.

— Eles... eles vão te machucar também! — Ravena diz apreensiva por mim, mas eu dou um pequeno sorriso em resposta.

— Não se preocupe, eu sou eu bom em Karatê e em correr também. — Falo para aliviar o clima, mesmo sabendo que o que eu disse é a mais pura e cristalina mentira.

— Peguem a criança! — Um dos homens grita, mas eu dou um pequeno empurrão em Ravena.

— Vai querida! — Grito e ela finalmente começa a correr.

— Quem são vocês? — Direciono a pergunta aos atacantes..

— Saia da nossa frente, porra, e não atrapalhe os nossos negócios. — O homem mais alto e com uma tatuagem no rosto grita para mim.

— Não saio, eu não vou permitir que vocês levem essa criança. — Grito já ficando em posição de ataque.

— Você acha que pode lutar contra nós três? — Um dos homens fala e começa a rir da minha cara junto com outro homem.

— Eu não me importo, eu faria o que for preciso. — Digo com raiva.

— Oh merda, só derrubem ele e vão atrás da menina. Essa porra está demorando mais do que eu desejava. — O homem com a tatuagem no rosto fala sem paciência e os outros dois assentem.

— Pode deixar, senhor! — Os dois falam e avançam até mim.

— Façam isso rápido! — O da tatuagem que parece ser o chefe diz sem se importar.

— Eu não vou deixar nenhum de vocês passar! — Digo em forma de grunhido já esperando o ataque.

Enfrento os dois homens, não sei por quanto tempo eu vou poder aguentar tudo isso, mas seja como for, farei o que for possível para que essa criança não seja levada por esses desgraçados. Sinto um forte soco alcançar o meu rosto, e logo depois o meu diafragma me fazendo perder o ar rapidamente. Não deixo a dor me consumir e vou ao ataque também, consegui só desferir um soco em um dos caras. Abuso da resistência do meu corpo para tentar desviar o máximo de ataques contra mim, mas é impossível correr o tempo todo. Esses filhos da puta são fortes, acho que são treinados para essa merda sangrenta, enquanto eu sou somente a porra de uma nerd de computador. Eles batem em mim sem dó, rindo a cada vez que conseguem foder um soco em mim.

Mas foda-se! Eles podem fazer o que for comigo, mas eu não vou deixar eles passarem daqui. Eles não vão levar essa garotinha daqui de jeito nenhum, eu vou fazer por essa menina desconhecida o que ninguém fez por mim na minha infância. Sinto o sangue metálico e quente descer pelo meu nariz machucado, um chute na coxa que eu acabei de receber me faz perder o equilíbrio, mas eu não vou deixar que isso me impeça de fazer o que tenho que fazer.

— Admito que você é um homem forte e determinado, mas é fraco demais contra nós. — O homem da tatuagem fala, enquanto seus homens continuam a me bater.

— Foda-se você! — Grito após cuspir sangue no chão.

— O que você... — Um dos homens tenta falar, mas a voz de um dos seguranças alcança os meus ouvidos.

— Senhor Thomas! — Dou um sorriso ensanguentado para os meus atacantes.

— A minha cavalaria chegou seus desgraçados. — Falo e um deles arregala os olhos.

— Senhor, são seguranças, muitos deles e estão armados! — Um dos meus atacantes fala.

— Porra, eu não esperava por essa merda! — O da tatuagem pragueja.

— Temos que sair daqui, não podemos abrir fogo assim. Essa não é uma missão da organização, é algo individual, senhor. — o segundo atacante fala.

— Senhor Thomas! — Mais uma vez os seguranças gritam por mim, mas eu não tiro os olhos dos desgraçados a minha frente.

— Deixem essa ratinha para trás, vamos embora! — O da tatuagem no rosto comanda e os outros dois assentem e seguem sem comando.

No mesmo instante em que vi os três indo embora eu senti o meu corpo ceder. Eu sentia que eu estava todo quebrado, e somente sendo sustentado pela minha força de vontade. Quando os seguranças chegaram até mim, tentaram correr até os meus atacantes, mas eu os impedi. Eu sentia que aqueles homens não são pessoas com que se deve mexer, já fiz a minha parte que era impedir que eles levassem a pequena garota. Então agora é tentar respirar um pouco, mesmo que eu sinta que a cada respiração o meu corpo grite de dor. Um choro infantil chama a minha atenção, olho para o lado e vejo Ravena parada chorando copiosamente. Tento sorrir para ela, mas sou surpreendido quando seu pequeno corpo cai sob mim, me abraçando com força.

— Obrigada por não deixar com que me levassem embora, Cris! — Ravena grita as palavras agarrada ao meu pescoço.

— Tudo bem, querida, tudo está bem agora. — Passo a mão nas suas costas para acalmá-la.

— Senhor Thomas, o senhor precisa entrar para poder limpar esses ferimentos. — Um segurança fala e eu concordo com ele.

— Está bem, eu só preciso de uma salinha. Eu não irei subir, também gostaria que não informassem a Stephan. — Falo levantando minha cabeça para encará-los.

— Como relação a isso, senhor, eu sinto muito, mas... — Antes que o segurança pudesse terminar de me falar eu ouvir a voz do meu amigo e sócio.

— Christopher, mas que porra é essa aqui? — Pelo tom de voz ele parece estar assustado.

— Eu estou bem, Steph! — Falou alto para que ele pudesse ouvir.

— Bem? Isso é está bem? — Meu amigo se desespera ao ver o estado que me encontro. — Quem é essa criança? — A pergunta repentina de Stephan faz com que o corpinho de Ravena estremeça.

— Stephan, eu realmente estou bem. Podemos falar lá dentro? — Peço em tom firme e eles entendem o que quero dizer.

— Tudo bem, Chris, vamos para sua sala e lá você me conta tudo. — Stephan sugere, mas eu nego com a cabeça.

— Não, eu vou para a sala do seguranças olhar nossa situação e procurar pelos pais da garotinha. — Digo e isso faz a pequena relaxar.

— Mas Chris, a polícia... — Não deixo o meu amigo terminar de falar e ergo minha mão em aviso para que ele parasse de falar.

— Não precisa se preocupar, Steph, eu resolvo daqui. — Digo e ele franze o cenho.

Afasto Ravena de mim por um instante, e com a ajuda de uma dia seguranças eu me levanto do chão. Já de pé eu sinto as dores do meu corpo querendo tomar conta de mim, mas respiro fundo e finjo que nada me incomoda. Peço para carregar Ravena, e quando ela assentiu em concordância eu a pego. Sigo em direção a empresa sabendo que tanto Stephan quanto os seguranças seguem de perto. Fico contente por ter esse apoio do meu amigo, mas ao mesmo tempo eu sinto que se outra pessoa quiser interagir com Ravena que não seja eu, ela vai se fechar. E agora, depois de tudo isso, eu não posso deixar que aconteça.

Sei muito bem o que é ser uma criança assustada, passei boa parte da infância assustado e com medo. E sinto que é justamente por isso que me apeguei a essa criança que gritou por socorro. Sendo assim, o que tiver ao meu alcance para ajudar eu farei, mesmo que eu fique todo fodido no processo, que foi justamente isso o que aconteceu. Depois que cheguei na empresa eu fui direto para o setor de segurança, pedi por um kit de primeiros socorros para tratar primeiro os ferimentos da criança. Ela tinha marcas roxas, alguns cortes, arranhões e sua perna direita estava machucada também. Mas nada de muito grave, o que claro me deixou bastante aliviado.

Após terminar de limpar suas feridas eu me retirei até o banheiro, onde lá eu pude ver o terror que estava no meu rosto e corpo. Aqueles filhos da puta fizeram um bom estrago em mim, mas nada que umas pomadas e uns dias de descanso não cure. Eu sou mais forte que isso, não vai ser uns desgraçados qualquer que irão me matar. Dou um sorriso vazio após jogar uma água na boca para me livrar do gosto desagradável do meu próprio sangue. No momento que finalizei os meus cuidados no banheiro, eu saio para encontrar Ravena sentada em uma das cadeiras. No primeiro momento eu não percebi nada, mas assim que cheguei perto o suficiente eu vi que seu rosto está muito vermelho.

— Senhor Thomas, eu acho que a criança está com febre. — Me assusto com o que o segurança disse e corro para colocar a mão na testa da pequena.

— Papai... papai... — Ravena começa a lamentar com os olhos fechados.

— Oh querida, sinto muito! — Falo sentido o meu peito apertar.

— Chris! — Ravena fala o meu nome e abre seus olhinhos azuis.

— Oi pequena, eu estou aqui! — Falo em tom calmante, segurando sua testa febril.

— Eu quero ir para casa, quero meu papai e meus irmãos. — Ravena pede e solta um soluço triste.

— Eu sei, querida, mas eu preciso saber onde você mora para que eu te leve para casa. — Digo e olho em direção a Stephan que nega com a cabeça.

— Eu sei onde fica a minha casa, o meu irmão disse para mim. Eu sei onde é! — Ravena diz e eu franzo o cenho.

— Você sabe? — Pergunto em dúvida.

— Sim, eu sei! — Seus olhos estão cheios de lágrimas. — Eu quero o meu papai, Chris. Me leve para casa, por favor! — Ravena diz e eu concordo.

— Tudo bem, diga-me onde fica que eu a levarei. — Digo com firmeza.

Ravena diz seu endereço e eu peço para um dos meus seguranças confirmar se esse endereço realmente existe. E assim que a confirmação veio, eu não perdi tempo e pedi logo um carro. Stephan pediu para nos levar no seu carro, mas eu neguei da ideia, ele também tentou me fazer desistir da ideia de não chamar a polícia. Mas eu fui enfático em dizer que tudo ficaria bem e se caso fosse necessário recorrer a polícia eu iria. Que a principal coisa a fazer agora é levar essa criança para sua família, ela necessita dos pais, necessita está em seu próprio ambiente. E fora que sinto que devo fazer isso, como se fosse algo que somente eu tenho que fazer. Estranho esse sentimento, mas é o que eu sinto. 

Quando o carro que pedi chegou eu carreguei Ravena nos meus braços e sai com ela. No caminho até o endereço indicado a pequena adormeceu, mas em momento algum ela parou de chamar por seu pai e seus irmãos. Ao perceber que mesmo adormecida a chama por essas pessoas, eu percebi que ela deve ser muito apegada a eles. Me senti feliz por ela, feliz por ela ter uma boa família e mais feliz ainda por eu estar proporcionando a sua volta para casa. Quando menos percebi nos havíamos chegado ao nosso destino, e a primeira coisa que eu noto é na fortaleza que é o lugar. Me senti um pouco intimidado, mas resolvi não me deixar levar por isso e sair do carro com Ravena. Caminho devagar até o enorme portão de ferro preto, e vou direto chamar por alguém.

— Sim? — Uma voz soa repentinamente em um alto falante e eu me assusto.

— Oi, gostaria de saber se Ravena mora nessa casa? — Indago me sentindo meio apreensivo.

— Nena? Você está dizendo que está com Ravena? — A voz grita do outro lado e eu fico sem jeito.

— Sim, isso mesmo! Ela me pediu para... — Não termino de falar quando a voz começa a chamar outras pessoas.

— Pops! Acharam a Nena! — Assim que terminou de falar a voz foi abruptamente cortada.

Apertei um pequeno corpo contra o meu, quando senti que estava começando a ficar nervoso. Comecei a andar de um lado para o outro, mas parei rapidamente quando o portão foi aberto repentinamente. E antes que eu pudesse raciocinar direito uma enxurrada de homens armados apareceram na minha frente. Soltei um grito de susto, e minha mente foi desligada assim que vi as armas apontadas na minha direção.

— Ravena! — Um homem mais velho, alto e de cabelos grisalhos e lisos até o ombro chamou pelo nome da pequena.

— Papai! — Ravena ao ouvi-lo ergue a cabeça do meu ombro e abre os braços para o homem.

Eu ainda estava assustado com a possibilidade de levar um tiro por fazer uma boa ação e nem mesmo reagir quando o homem mais velho pegou a menina do meu colo. Observei de perto quando pai e filha se abraçaram com força, a pobre menina chorava copiosamente e o pai tentava acalmá-la. De repente ele parou e prestou atenção em mim, mas assim que ia abrir a boca para falar algo, outras vozes masculinas foram ouvidas.

— Nena! — As vozes gritam uníssono. 

Arregalo os olhos quando vejo três homens adultos e um adolescente aparecer de repente. Mas não é a aparição de todos que me surpreende, mas sim de um exato homem. Eu devo estar alucinando, só pode! Não tem como ele está aqui! Tem? O que está acontecendo aqui?

— Christopher? — Meu nome é chamado e eu pisco algumas vezes.

— Arlon? É você? Mas como... — Fico confuso com tudo que está acontecendo agora.

— Foi você que trouxe a minha irmã para casa? — Arlon pergunta e olha para Ravena e isso me deixa mais confuso ainda.

— Sua irmã? — Indago com o cenho franzido.

De repente eu sinto uma dor avassaladora tomar conta da minha cabeça me deixando tonto no processo. Cambaleio para trás, mas sou sustentado por Arlon que avança até mim rapidamente. Meu corpo quer ceder, mas eu não posso deixar que isso aconteça, eu tenho que entender o que está acontecendo.

— Christopher, o que houve com você? — Arlon pergunta fazendo sua voz e o seu toque acalmar um pouco as dores que estou sentindo.

— Ajuda o Chris, Lonlon! Ele apanhou dos homens maus, eles o machucaram muito, teve sangue, muito sangue. Chris me protegeu! — Ouço a voz chorosa e nervosa de Ravena, mas não consigo falar nada para acalmá-la e dizer que vou ficar bem.

—Christopher, amor! — Arlon fala, mas eu sinto a inconsciência querendo me levar.

E antes que eu pudesse ter qualquer outra reação eu vi tudo ficar escuro e meu corpo ceder. Mas eu não me importava, porque eu sentia, eu sabia que tudo ficaria bem a partir desse momento. Sendo assim eu deixei a escuridão me levar.


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