Prólogo

6 anos atrás

— Onde você estava? Tive que deixar a Corine sozinha no bar — Thomas me segura pelo cotovelo quando me encontra ainda na porta do clube de BDSM.

— Você deixou ela sozinha? — arregalo os olhos — Ela nem queria vim Tom. Droga! Ela vai matar a gente — murmuro pisando duro até o bar, onde não a encontro em nenhum lugar.

Já havia sido difícil tirar ela de casa para conhecer o ambiente. Depois de a termos deixado sozinha é que ela não vai mais nem pisar na esquina com a gente.

— Você procura no andar de cima e eu vou olhar no outro salão, tudo bem? — o segurei pelos ombros e ele assentiu, segurando seus óculos de grau com a ponta dos dedos para não cair.

— Espero que ela não tenha sido expulsa por intervir em algo — Thomas murmurou enquanto tentava passar pela multidão dançando na pista.

Sorri, isso era bem capaz de ter realmente acontecido.

Caminhei movendo meu quadril no ritmo da música, levando meus braços acima da cabeça. Quando consegui passar pelas pessoas até a porta do outro salão, fui barrada por dois seguranças.

— Aqui não docinho — um homem alto e careca se pôs a minha frente e cruzou os braços a frente do corpo.

Eu sabia que se tratava de uma área restrita. Thomas e eu não tivemos acesso a ela quando viemos aqui da última vez. Mas eu tinha a séria impressão de que minha melhor amiga havia ido por aquele caminho. Duvidava que ela tivesse subido para os quartos.

Os banheiros

É claro, ela poderia estar no banheiro. Olhei para o corredor que levava ao banheiro do outro lado do salão, a fila estava enorme, e seria o tempo de eu conseguir verificar se ela estava no outro salão. Poderia ter se perdido e entrado sem ser vista.

— Qual é amigo? — toquei seu ombro com meu melhor sorriso de menina inocente — Não pode abrir uma excessão?

— Não — ele segurou minha mão, a tirando do seu ombro.

— Minha amiga pode está nessa sala e eu preciso acha-lá — cortei a abordagem amigável.

— Tenho certeza que se estiver, está se divertindo.

— Ou pode está perdida, pode está precisando de mim. Você não conhece minha amiga, e te juro, se ela se assustar um escândalo pode acontecer aqui — enfatizo — E eu a ajudo a criar um escândalo ainda maior. Acho que seu chefe não vai ficar nada feliz com um processo caindo sobre as costas dele. — encaro meus saltos de ponta de agulha.

— Processo? — eu havia conquistado sua atenção e isso me fez sorrir interiormente. Para minha sorte o homem tinha músculos demais, e pouco cérebro.

Qual processo eu poderia lançar porque minha amiga se assustou?

— É claro, sou advogada. A um ano de participar do concurso para juíza, e não acho que você vá querer saber do que eu sou capaz de fazer com esse lugar.

— Tá — o homem me encarou — Mas não diga a ninguém que fui eu que a deixei entrar.

Dei de ombros e ele abriu a porta. Só havia ele, quem não saberia quem foi que me deixou entrar?

Quando as portas se abriram, tentei evitar que minha boca fosse no chão. Eu e Tom havíamos tido experiências da última vez que estivemos aqui. Até presenciado alguma cenas. Mas isso? Isso estava em outro patamar. O ambiente cheirava a couro e a poder. Você podia sentir isso no ar e em cada fibra do seu corpo.

O ambiente muito bem montado lembrava uma masmorra da área medieval. Havia pessoas algemadas, sendo açoitadas, e até mesmo presas a mesas totalmente expostas.

Meu bom Deus, o que estou fazendo aqui?

Oh, sim! Corine, é claro.

Pisquei de forma descontrolada e me pus a andar, tentando ao máximo não olhar para as demais pessoas. Não que isso me incomodasse, muito pelo contrário, me agradava, e muito. Mas eu estava aqui com uma missão, e essa missão aparentemente não estava nesse salão. Recuei sobre meus saltos, porém acabei esbarrando em alguém que praguejou alto.

— Olhe por onde anda garota! — uma mulher alta em um macaquinho de couro reclamou. Sua voz era doce, mas imponente. Porém sua imponência não funcionava comigo. Não era ela que havia me chamado atenção, era o homem ao seu lado. Mas precisamente aos seus pés.

O homem moreno estava de joelhos, como um cachorrinho. Uma máscara cobria seus olhos, e ele tinha uma coleira com um nome de mulher. Amordaçado e preso a uma guia que a mulher segurava e parecia exibir com orgulho.

A imagem me arrepiou dos pés a cabeça, e estranhei que não fosse um arrepio ruim.

Aquela havia sido meu primeiro contato com um submisso. Daquela noite em diante minha cabeça não conseguia esquecer aquela imagem, e por Deus, eu não queria esquecer. Minhas pesquisas estavam voltadas aquilo e se eu fosse realmente inteligente teria continuado no meu mundo de baunilha.

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