t r i n t a e n o v e

O grito emocionado da torcida entorpeceu os meus ouvidos me deixando alucinado. A arquibancada vibrou junto com a gente desde o momento em que o juíz decretou o final de jogo e, consequentemente, a nossa vitória em campo.

— Nós conseguimos, caralho! — James gritou emocionado, seus olhos estava vermelhos de tanto chorar — A taça é nossa bando de arrombado.

Me sentido o cara mais feliz do mundo puxei o meu amigo para um abraço, afinal todos nós lutamos muito para chegar nesse resultado tão positivo.

— Sim, finalmente depois de dois longos anos é nossa — Afirmei tocando admirado a taça dourada nas mãos do nosso treinador.

Apesar de ser um pedaço de metal para muitas pessoas, para mim representava que o meu esforço constante de vencer não foi em vão.

Eu venci apesar de tudo.

Os seguranças do ginásio não conseguiram conter a multidão de pessoas que tentavam entrar em campo, logo uma imensidão de torcedores emocionados entraram para comemorar junto com a gente.

No meio deles comecei a procurar por Adela, ela tinha sido o meu calmante durante todo o jogo. Vê-la tão linda com uma camisa minha desviou toda e qualquer atenção da possível presença do meu pai em campo.

Aos poucos com a multidão se espalhando pelo campo, notei minha princesa correndo em nossa direção com um sorriso orgulhoso no rosto.

— Ele cumpriu o que me prometeu, veio assistir um dos jogos — John comentou passando o braço em meu pescoço.

Por mais que estivesse louco para abraçá-la eu me contive, não sabia como estava as coisas entre a gente depois da surpresa de hoje.

Pensei que ela iria manter o segredo do nosso relacionamento e inventar alguma boa desculpa para o irmão para explicar o meu nome em suas costas, mas como sempre Adela me surpreendeu virando a minha vida e sentimentos de cabeça para baixo.

Adela veio em minha direção e pulou em meus braços ignorando todo mundo ao nosso redor como se existisse apenas nós dois naquela campo.

Suas mãos enlaçaram o meu pescoço com urgência buscando algum apoio por causa da diferença de altura existente entre nós.

— Eu sabia que havia me apaixonado por um campeão. Parabéns, amor.

Com um sorriso radiante Adela me beijou e eu como um completo idiota em êxtase a beijei de volta.

A sensação de ter Adela em meus braços publicamente comemorando junto comigo superou até mesmo a sensação de ter vencido o jogo da minha vida. Seu sorriso contagiante me deixou atônito sem me importar para nada além de nós dois.

— Espero que tenha gostado da surpresa — Adela perguntou mordendo levemente o lábio soando um pouco insegura — Sei que não combinamos nada de tornamos o relacionamento público, mas senti que devia estar aqui com você.

— Você fez bem, princesa — Sussurrei depositando um beijo simples em seu narizinho arrebitado — Você fez muito bem.

Adela é a própria personificação do pecado, a minha camisa moldando as suas curvas me deixou anestesiado pelo desejo de beijar cada canto de seu corpo e fodê-la pela noite inteira em uma comemoração só nossa. Ela me tem em suas mãos e nem sabe.

— Espero que você tenha uma boa explicação para essa palhaçada, Ethan — John indagou me empurrando com força para longe de Adela.

O empurrão me acordou para a nossa realidade. Tínhamos nos beijado na frente de todo mundo sem ao menos termos a descendência de pensar no irmão dela que estava do meu lado. Porra, eu estou muito fodido.

— John, não é isso que você está pensando — falei a primeira frase que surgiu na minha cabeça, só percebi o argumento fodido que usei quando saiu da minha boca — Na verdade, é o que você está pensando, mas sem a parte da putaria.

— Putaria? Você por acaso acha que eu sou um imbecil, Ethan? — John veio para cima de mim furioso, mas foi contido por Logan e James — Você não é conhecido por andar de mãos dadas e dar selinho na boca, Ethan.

Bom, ele tinha um ótimo argumento. Se fosse em qualquer outra possibilidade em que eu não estivesse namorando a irmã dele eu tentaria explicar as inúmeras maneiras de se satisfazer uma garota sem literalmente enfiar um pau nela, mas tenho certeza que ele me castraria antes mesmo de abrir a boca.

— Irmão, não era assim que você deveria descobrir isso — Adela lentamente tentou se aproximar do irmão que parecia querer separar a minha cabeça do corpo — Nós dois estamos namorando.

John pareceu entrar em transe olhando para a irmã como se nunca realmente tivesse prestado atenção nela. As pessoas ao redor começaram a notar que havia algo estranho acontecendo, os empurrões e o tom de voz alto de John chamou a atenção de alguns curiosos da torcida, alguns até mesmo pararam de andar para ficarem observando a confusão.

— Ok — John respondeu em um sussurro como se finalmente tivesse processado o que ouviu — Vamos conversar sobre como tudo isso começou mais tarde, eu preciso ficar um tempo sozinho para não falar besteira.

— John...

— Princesa, é melhor deixar ele sozinho por um tempo — Interferi antes que John fizesse alguma coisa que se arrependeria depois, conheço o meu amigo e sei que ele não raciocina direito quando está puto de raiva — O seu irmão tem a cabeça quente, tenho certeza que ele não vai fazer nenhuma besteira.

John riu com escárnio como se minha voz o irritasse profundamente.

— Espero que a gente possa conversar depois sobre isso — Sugeri em um pedido silencioso para que ele me desse uma chance de explicar a minha relação com a irmã dele, não queria que a nossa amizade termina-se desse jeito sem ao menos uma conversa civilizada.

John ficou pensativo como se avaliasse se realmente valia a pena me escutar no momento, quando dei por mim ele veio em minha direção e me deu um soco no rosto, o impacto quase me derrubou no chão da quadra e o gosto metálico e ocre do sangue invadiu minha boca me causando uma sensação de náusea.

— Porra — Resmunguei sentindo a minha mandíbula doer como o inferno.

— Agora estamos quites, seu filho da puta — John xingou e saiu andando em direção a saída deixando um monte de curiosos sem entender o que estava de fato acontecendo.

Ele ainda está com raiva de mim, mas ele vai ter que aceitar o que aconteceu. O soco que ele me deu no rosto foi apenas a punição aplicada a quem quebrar o código de se envolver com a irmã de alguém do time, a punição de me envolver com a irmã do meu melhor amigo ainda nem começou.

— Ethan, você está bem? — Adela perguntou tocando levemente o meu rosto machucado, provavelmente teria um olho roxo bem feio pela manhã.

— Estou, na medida possível – Disse tentando a acalmar. Com cuidado a puxei para um abraço evitando que o meu rosto lecionado a manchasse de sangue – Não é todo dia que alguém descobre que ganhou um cunhado gostoso como eu.

Adela me olhou e fez uma careta divertida.

— Ainda não sei como me apaixonei por você.

Eu também não sabia o que ela viu em mim, até o dia em que a conheci naquele quarto eu me considerava o ser humano mais medíocre que vivia na terra, indigno de ser amado por alguém tão doce e gentil que pensa em minha felicidade antes mesmo de mim. Achava que só servia para dar uma foda boa para alguma garota, mas nunca para ser o namorado modelo que alguém apresentaria aos pais no final de semana. Não sei o que fiz para merecer esse presente em minha vida, mas faria valer a pena, nem precisa-se enfrentar o inferno inteiro para isso, não era todo dia que alguém gostava de mim mesmo como os meus demônios.

Me perdoem qualquer erro de ortografia, estou escrevendo pelo celular. Muito obrigada por estarem acompanhando a história.
Até o próximo capítulo!❤️

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