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A estratégia de jogos feita pelo treinador estavam voando com todas as letras embolada na minha frente, aumentando ainda mais a minha dor de cabeça. Os remédios não estavam mais surtindo efeito no meu organismo, como se ele tivesse criado um sistema de auto defesa apenas para me irritar.

Esperava que a minha dislexia tivesse melhorado depois da transa deliciosa que acabei de ter com uma loira que estudava no campus há algum tempo, mas pelo contrário, estava pior do que início.

Não sabia se era resultado da dieta com pouco carboidrato que o treinador tinha passado para o time inteiro ou se era o estresse que tinha sido as férias na casa dos meus pais, com toda a pressão do meu pai para me formar.

Acabei preferindo voltar mais cedo para a faculdade, com o intuito de reunir o time para uma avaliação completa do porte físico dos atletas, geralmente a maioria exagerava na bebida e voltava ainda mais lento do que antes.

Esse ano aconteceria o evento que marcaria a minha vida para sempre: como um vencedor ou como um perdedor de carteirinha.

Eu não tinha sucesso nesse curso que havia escolhido para me formar – para o desespero do meu pai – meu mundo era o esporte e nele tinha que construir o meu futuro, afinal não era necessário ler corretamente para isso.

– De quem é essa calcinha rosa que encontrei na sala? – John perguntou chegando de repente e me assustando. – Pensei que estivesse tentando se livrar das distrações.

John Steiner era o segundo no comando do time, era o melhor jogador que tínhamos sem contar que era o mais focado e o mais inteligente de nós. Não tive problemas de convencê-lo a voltar mais cedo para a faculdade, ele é um bolsista e tinha que prestar serviço para não acabar sendo expulso, algo que odiaria se acontecesse principalmente agora.

– Eu estava tentando, não tinha prometido nada a nenhum de vocês. – Retruquei jogando as estratégias do time para o outro lado do quarto. – Prefiro deixar de comer chocolate do que abandonar as minhas mulheres.

– Você odeia chocolate. – John constatou com um sorriso ladino.

– Os outros ainda não chegaram, você é o primeiro depois de mim. – Falei ignorando a provocação de sua parte. – Espero que eles tenham uma boa desculpa pelo atraso.

John deixou suas malas no batente da porta do seu quarto, que ficava ao lado do meu – e graças a Deus  e ao dinheiro do meu pai, as paredes não eram finas – já que o nosso dormitório era diferenciado dos demais.

– Você ainda não me respondeu sobre a calcinha? – John retrucou zombeteiro. – Quem é a dona? Não me parece que tenha muitas garotas por aqui nessa época.

Pensei por um momento, mas não me recordei do nome da garota, será que era Amanda, Juliana ou então Carol? Balancei a cabeça, nenhuma das opções me parecia a correta, então iria chutar qualquer um.

– Sabrina? – Chutei de maneira insegura, deixando bem claro a minha confusão, arrancando algumas risadas de John.

– Você não presta. – John falou me olhando acusadoramente. – Eu pelo menos me digno a saber os nomes das garotas que me dão prazer.

Dei de ombros.

– Não sou de me prender a sentimentos ou a detalhes que não me farão falta no futuro. – Expliquei levantando o olhar para encara-lo. – Sempre deixo claro para todas que não estou em busca de uma namorada.

– É por esse motivo que estou preocupado com a minha irmã, se todos os homens desse lugar forem como você, terei que transferi-la para um convento de freiras. – John falou em tom frustrado.

Agora estava entendendo muito bem o que estava acontecendo com o meu jogador, John estava começando a ficar com ciúmes da irmã casta e esquisita dele. Nunca tinha a visto a garota durante todo esse tempo em que estudo aqui, e olha que conheço todas seja pessoalmente ou de vista.

Nunca me interessei em conhecê-la, afinal só de ouvir como ela era pelo ponto de vista do irmão e o da Alexia, soube imediatamente que não a queria nem mesmo como amiga.

"Como se eu tivesse amigas mulheres" minha consciência pesada completou me fazendo rir.

– Não se preocupe, tenho certeza que ninguém irá se meter com ela. – Falei tentando esconder o tom de ironia em minha voz.

John me ignorou e continuou a falar.

– Passei muito tempo longe dela e agora quando finalmente abro os olhos, bum! Ela cresceu e se tornou uma mulher completa. – John falou em um tom choroso como o de uma criança que havia visto o seu time de coração perder.

– Você não me disse que ela era inteligente? Pois então, confie nela e ponto final. – Aconselhei tentando soar como um bom amigo.

– Não me agrada em nada que ela ande com aquela Samantha. Não é uma boa influência. Apesar da minha opinião, Adela não me obedece. – John falou pesaroso. – Se eu pudesse contar como a "amiga" dela realmente é.

– Adela?

– Sim, esse é o nome da minha irmã. – John falou me olhando como se fosse um idiota.

Para falar a verdade, nunca tinha prestado atenção no nome da garota que nos ajudava com as provas, me referir a ela como a "irmã do John" já era o suficiente para mim, mas até que Adela era um nome bonito.

– Podemos falar de outro assunto que não seja esse? – Perguntei entendido. – Já estou cansado desse assunto familiar, melhor nos concentrarmos nas táticas de treinos.

John sossegou com a menção do campeonato, também era muito importante para ele se destacar nesse ano.

– Você tem razão, temos que nos esforçar em dobro, não podemos perder como no ano passado, seria humilhante demais. – John falou pegando os papéis que havia jogado no chão.

Tinha esquecido daquela parte escrita. Preferia mil vezes aprender tudo na prática, com lesões sérias e com hematomas por todo o corpo, porém o treinador não queria que ninguém quebrasse a perna antes do tempo. 

– Logan se machucou no início da temporada e James foi expulso após aquela discussão com aquele jogador metido da Harvard, eram os melhores e não podíamos ter vencido sem eles. – Expliquei sentindo um aperto no peito só de lembrar da humilhação daquele último jogo.

– Esse ano nós vamos conseguir vencer. – John falou com um tom ganancioso. – Só precisamos treinar em dobro e não nos distrairmos com bobagens.

Senti que essa indireta era diretamente para mim e concordei, afinal quem mais se distraia com coisas inúteis era eu.

– Chegou a nossa vez. – Afirmei com convicção.

Eu sentia no fundo do meu coração que dessa vez era a nossa chance de vencer e levantar a taça que tanto desejei durante toda a minha vida.

Finalmente um capítulo que é narrado por Ethan Walker, o cara mais cobiçado e sem noção de toda a faculdade de Goldbriar.

Espero que tenham gostado do capítulo de hoje, me perdoem qualquer erro de ortografia na história, estou fazendo o máximo para a revisão ficar excelente. 

Se gostou do capítulo, vote por favor na estrelinha para ajudar no crescimento e desenvolvimento da história.

E S T R E L I N H A 

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