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Estou me sentindo totalmente deslocada, nenhuma das pessoas presentes sabiam quem eu era ou tinham algum assunto interessante para conversarmos por muito tempo, aliás nem faziam questão de se aproximarem muito de mim.

Minha expressão amuada deve estar contribuindo bastante para esse último caso.

As garotas dançavam de uma maneira tão sensual, que eu não tinha ideia de que uma cintura poderia fazer isso sem quebrar algum osso importante. Algumas amigas de Alexia me convidaram para fazer parte da dança, mas como poderia fazer aquilo sendo que mal aprendi a andar direito sem tropeçar nos meus próprios pés.

– Sam, se você quiser pode ir se divertir com as suas amigas. – Falei tentando libertar minha amiga do seu compromisso comigo.

Samantha estava do meu lado desde de chegamos, não saiu nem mesmo para ir no banheiro ou para cumprimentar um conhecido, ela levou muito a sério o meu pedido para não me deixar sozinha nesse lugar de estranhos. Apesar de estar muito agradecida pelo seu carinho e atenção, estou me sentindo culpada por estar atrapalhando o seu momento de diversão, se eu não estou conseguindo me enturmar não podia impedir quem conseguia.

– De jeito nenhum! Não vou te deixar sozinha no meio dessas cobras. – Sam negou rapidamente com um aceno de cabeça. – Alexia está agindo de maneira estranha com você e eu não estou gostando disso, ela pode ser minha amiga, mas não é de muita confiança.

– Você tem razão, ela não fez nenhum comentário ruim sobre mim. – Confessei admirada. – Por um momento desconfiei que ela estivesse tramando alguma coisa, para me fazer passar vergonha na frente de todo mundo.

– Por isso mesmo! Alexia está muito instável por esses dias. – Sam falou me deixando ainda mais alarmada. – Alicia me contou que ela está infernizando a coitada da Sabrina, parece que ela cometeu o deslize de voltar para a faculdade mais cedo do que o combinado.

– E qual é o problema? – Perguntei confusa, afinal muitas pessoas – como eu – voltaram mais cedo para Goldbriar por muitas questões.

Sam me olhou como se eu fosse de outro planeta.

– Todos na faculdade só estão falando disso, se eu não engano comentei isso com você pela manhã, quando estava te ajudando a escolher a roupa que está usando. – Sam acrescentou em um tom mais baixo, como se estivesse com medo de alguém ouvir nossa conversa. – Sabrina cometeu o pior erro que uma garota poderia cometer nessa faculdade, voltou para namorar com Ethan Walker ás escondidas.

Senti pena dessa Sabrina, devia estar comendo o pão que o diabo amassou.

Apesar de não sermos muito próximas, já tínhamos trocado algumas palavras durante todos esse anos de faculdade, me parecia ser muito simpática e de muita boa índole, até hoje não entendo como ela tinha se evolvido com alguém tão duas caras como Alexia.

– Então esse é o motivo dela ter faltado tantos dias? – Perguntei retoricamente. – Pensei que estava doente ou com algum problema familiar.

Sam respirou fundo.

– É como se estivesse doente, não para de chorar desde que Alexia a expulsou da fraternidade.

– Onde Sabrina irá morar?

– Não sei, mas agora será difícil ela encontrar um lugar descente. – Sam respondeu com certo pesar.

A maioria dos estudantes entravam em fraternidades ou alugavam apartamentos antes das aulas iniciarem, já que depois era muito difícil. As imobiliárias e os corretores cobravam preços abusivos por lugares sujos e em bairros nem um pouco confiáveis. Sabrina teria que correr contra o tempo para não acabar dormindo na rua, Alexia não daria muito tempo para que ela corresse atrás de um novo lar.

Não tenho ideia de como esse assunto começou, mas me ajudou a criar ainda mais nojo dessas pessoas que viviam de fachada em meio ao dinheiro. Posso não ser muito de socializar em festas, boates ou em bares, porém sou muito mais completa de felicidade do que muitos que não vivem sem.

Quando estiver finalizando minha redação e estiver escrevendo as últimas linhas das minhas considerações finais, vou deixar bem claro a minha indignação perante ao sofrimento que a minha professora está me causando apenas por uma boa nota. Não estou exagerando, quando entregar o meu trabalho também irei deixar a conta do meu tratamento auditivo, sairei surda até o fim dessa noite.

– Acho que já tenho material o suficiente, podemos ir embora. – Falei quase gritando para que minha amiga me ouvisse.

Sam se aproximou para me ouvir.

– Ainda não, o melhor está por vir. – Sam respondeu me puxando para o centro da sala, para pular e dançar no ritmo da música.

Minha cabeça está um completo inferno, parecia que havia um sambódromo dançando em meio aos meus neurônios, me causando uma dor que estava quase me cegando. Devia ter imaginado que o meu problema de enxaqueca não me deixaria em paz nem por uma noite, o pior é que não tinha nenhum comprimido de emergência para dor em minha bolsa.

– Tenta se enturmar, precisa contar a verdade na sua próxima redação. – Sam falou tentando me convencer a me mexer, já estava querendo sair correndo pelo modo como as pessoas estavam me olhando estranho.

Ela usou o único argumento que me faria engolir a minha vergonha e o meu orgulho.

Tentei ao máximo me misturar com as outras pessoas ao meu redor, observei os movimentos corporais que Sam estava fazendo para tentar reproduzir, até que estava conseguindo porém com muito menos destreza e beleza.

– Você está se saindo muito bem! – Sam gritou sorridente.

Não pude evitar e acabei rindo junto com ela, até que estava me saindo muito bem como uma festeira de primeira viagem. Quando comecei a me soltar mais na pista, a luz da casa apagou por completo me assustando, com um pulo acabei esbarrando em uma pessoa que estava ao lado.

Senti uma mão em meu braço esquerdo me puxando para alguma direção, Sam devia saber o que estava acontecendo com a luz, afinal um apartamento como esse deve ter vários geradores para suprir um problema desses.

Quando a luz voltou, eu não estava mais na sala de visitas onde todos estavam dançando felizes como se não houvesse amanhã, e sim em um quarto com pessoas desconhecidas que me encararam com um sorriso estranho no rosto, olhei para o meu lado em busca da minha amiga, porém não a encontrei.

Quem tinha me guiado durante todo esse tempo era Alexia, que me encarou com um sorriso ladino no rosto.

– Você foi escolhida para participar de jogo bem interessante. – Alexia falou ao notar a confusão no meu rosto. – Seja bem-vinda ao nosso mundo particular, querida.

O que está acontecendo aqui?

Olá, amados leitores! Voltei com mais um capítulo especial para vocês, espero que tenham gostado!

O que será que a Alexia quer com a coitada da Adela? Isso será respondido no próximo capítulo.

Muito obrigada pelas mais de 300 visualizações!❤️
É um grande incentivo para mim, saber que vocês estão dando uma chance de conhecer  essa história.

Se você gostou vote na estrelinha por favor para ajudar no crescimento da história.

E S T R E L I N H A ⭐️

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