d e z e s s e i s

Sempre me considero um homem de caráter e de muita responsabilidade com as minhas atividades escolares e extracurriculares, apesar de ser um atleta com déficit de atenção não quero acabar reprovando por falta de boas notas. Nunca misturei meus problemas e aventuras pessoais com a minha carreira profissional, porém nesse momento quando fui derrubado mais uma vez no chão por um colega, percebi que os meus conceitos eram extremamente bagunçados.

Eu estava uma droga completa!

Meu corpo está com mais roxos do que o normal e a musculatura está mais dolorida como se eu tinha apanhado para um grupo de caras enraivecidos, e olha que já briguei muito em minha vida por causa das minhas canalhices.

Desde a noite que encontrei aquela garota maldita que a minha vida mudou de um dia para a noite; não consigo parar de pensar nela e no momento que vivemos naquele armário, até mesmo nas situações mais improváveis ​​sua imagem angelical invadia a minha mente me desconcentrado de tudo ao meu redor.

Por exemplo, a maioria das minhas quedas nesse campo foram motivadas por sua boca vermelha deliciosa e o seu gosto viciante para caralho. Logan e John em algum momento vão me matar pelo seu comportamento, estou parecendo uma criança que nunca pegou em uma bola na vida.

– Porra! – Falei me levantando do chão e começando a retirar o equipamento de segurança, sem me preocupar com as reclamações do treinador. Minha cabeça estava latejando, sem contar outras partes que não deviam estar dando sinal de vida no momento.

– Ethan, o treino ainda não acabou! – O treinador Jones exclamou estranhando minha conduta, porém nesse momento isso não me importava nenhum pouco, só queria tomar um bom banho gelado e recomeçar como minhas buscas pela minha princesa misteriosa.

Franzi o cenho enquanto entrava no vestiário, desde quando comei a usar pronomes possessivos para me referir a ela?

Foda-se!

Passei duas semanas inteiras procurando por ela em todo o Campus , porém não consegui nenhuma informação que me ajuda-se a identificá-la, nem mesmo um nome ou um apelido. Todos que foram na festa de Alexia me disseram que nunca tinham a visto em nenhum outro lugar, e quem sabia um pouco mais sobre não queria me disser nada.

A minha última opção seria perguntar a Samantha, porém não faria isso sem ter lançado todas as minhas jogadas em campo, John pode negar até a morte que nunca teve nada com ela, mas não apostaria um centavo nessa mentira deslavada.

Eu penso bastante em minhas próximas atitudes, não podia continuar seguindo desse jeito agindo como um adolescente apaixonado de treze anos, que passava noites em claro pensando na namoradinha do colégio. Tirei meu uniforme suado e o joguei em uma cesta de roupa, sem ao menos olhar se tinha caído dentro ou fora.

Fechei os olhos e soltei um pequeno gemido de dor quando a água fria bateu em minhas costas machucadas, teria sérios problemas amanhã no treino se não tomasse algum relaxante muscular antes de dormir. O barulho do apito do treinador anunciou um novo início de jogo, com sorte no mínimo meia hora de paz antes de encarar o meu time de frente.

Quando finalmente criei coragem de sair do banho, encontrei meus amigos sentados nos bancos me encarando com um semblante sério e preocupado, até mesmo James que era o mais descontraído do nosso grupo estava bem irritado, o que significava que eu estava extremamente ferrado nas mãos deles.

– Algum problema? – Perguntei tentando soar despreocupado.

John estalou a língua.

– Eu não sei o que mais me preocupa em você, se é o seu cinismo ou o seu comportamento estranho repentino. – John falou sendo bem direto.

– Não estou estranho.

– Ethan, você está usando drogas?

Quase me engasguei com a minha saliva, de onde raios ele tirou essa ideia maluca? Se bem que estou agindo como se tivesse bebido todas sem me importar com o amanhã.

– John, eu jamais cheguei perto dessas coisas, pensei que você me conhece-se melhor. – Exclamei irritado, sempre deixei bem claro a minha posição negativa sobre o uso de drogas ilícitas e sobre como muitos atletas perdiam suas vidas nesse meio. - Eu só estou cansado de tudo o que está acontecendo.

– Cansado? – Logan indagou com a sobrancelha arqueada. – Você não faz nada nessa faculdade, nem mesmo os deveres de casa é você quem escreve. Inventa outra desculpa que essa não está colando.

Incrível, minha reputação de bom moço está cada vez mais denigrida.

– Ethan somos seus amigos, confie na gente e nos conte o que está te preocupando. – James falou sendo um pouco mais cauteloso em sua escolha de palavras. – É o safado do seu pai novamente? Ele voltou perturbar por você optar pelo mundo esportivo em vez de uma cadeira de escritório?

Fiz uma careta. Quem dera que o único problema se resumisse aos delírios do meu pai por causa da sua empresa de advocacia e o meu futuro de "vagabundo" como ele mesmo falava para todos que queriam ouvir.

– Não é o meu pai. – Respondi guardando a minha mochila em meu armário, sem me importar se tinha alguma coisa importante que poderia quebrar com o impacto de minha força.

– Então, o que está acontecendo? – John perguntou sem ao menos me dar uma chance de inventar uma boa desculpa. – No nosso primeiro treino você quase nos esfolou com tantas regras, pensei que estivesse mais animado para essa temporada.

– E estou. – Confirmei. – Esse campeonato é minha única chance de esfregar na cara do meu velho que sou competente, além de abrir as portas para um time profissional de categoria.

John cruzou os braços.

– Nosso primeiro jogo é no sábado. – Declarou com o cenho franzido, respirei fundo e tentei me acalmar contando até dez. – O treinador nos informou quando chegamos pela tarde, mas sua cabeça estava em outro lugar para prestar atenção no que ele estava dizendo.

Odiava quando alguém tinha que orientar para não fazer besteira, me recordava da sensação de impotência e falta de capacidade de quanto tinha que entregar minhas provas com notas ruins para o meu pai. Atualmente nosso jantares em família se resumiam a me comparar com o prodígio intelectual do meu irmão mais novo.

– Ethan, você está nos ouvindo? – Logan perguntou quando notou meu silêncio.

– É uma garota.

Um silêncio estranho dominou o vestiário, pelo modo como estavam me olhando parecia que eu tinha acabado declarar a terceira guerra mundial contra o meu próprio país. O clima sepulcral e estranho finalmente foi quebrado quando James escorregou em direção ao banco, como se não tivesse aguentando o peso do próprio corpo.

– Como porra isso aconteceu? – Perguntou em tom dramático, parecia que ele estava perdendo alguém importante.

– Não sei.

– Como assim não sabe? Você acabou de dizer que está gostando de uma garota, esse tipo de coisa não acontece de um dia para a noite. – Logan indagou como se eu fosse um maluco.

– Gostar é uma palavra muito forte, só fiquei encantado como as coisas aconteceram entre a gente. – O interrompi abruptamente. – Durou poucos segundos, mas foi extremamente intenso.

– Segundos? Ficou impotente agora? – James perguntou me deixando indignado, nunca havia saído de um encontro deixando uma garota insatisfeita. – Se você vai partir para o time dos namorados, que seja com muita honra.

Devia ter mantido a minha boca fechada e não ter revelado nada do que estava me pressionando, os meus amigos eram muitos irracionais e levavam tudo ao pé da letra ignorando qualquer protesto de minha parte. Namorar era uma palavra que a muito tempo havia abolido do meu vocabulário, não queria isso para o meu futuro e pelo modo como a princesa me encarou também não estava nos dela.

– Cala a boca, imbecil. – Falei antes que ele começa-se a especular mais uma besteira sem sentido, James era muito paranoico quando queria e isso é tudo o que não preciso no momento. – Não estou e nem quero namorar ninguém, meu encanto é apenas algo passageiro que logo irá passar quando conseguir o que quero.

– Qual é o nome dela? – Logan perguntou mantendo a calma. – Talvez a gente a conheça de algum lugar da faculdade ou de um clube...

– Não sei o nome dela.

John me encarou incrédulo.

– Você está procurando por uma garota que não sabe o nome? – Perguntou em tom monótono. – Se mais alguma coisa sem sentindo sair da sua boca, eu juro que vou surtar. Onde você enfiou aquele papo de não iniciar um relacionamento?

A resposta para aquela pergunta é muito simples: Eu não sei, provavelmente no inferno!

– Esse lugar é enorme, Ethan, procurar por ela aqui é como tentar encontrar uma agulha no palheiro. – Logan argumentou se sentando do meu lado. – O melhor a ser feito nesse momento é parar de pensar nela e seguir em frente com a sua vida. Espere até a próxima festa da Alexia, tenho certeza que você irá encontrá-la.

Pensei em retrucar e explicar que tinha uma sensação que não a encontraria mais no apartamento da Alexia, só de olhar para o rosto daquela garota no meio de tantas pessoas degeneradas e com pensamentos maliciosos, deu para notar que ela não pertencia a aquele mundo que eu estava tão acostumado.

– Não siga o conselho o conselho do Logan, ele é racional demais para o meu gosto, sempre tentando achar um meio termo para os nossos problemas. – James retrucou sério. – Você está prestes a cair em uma enrascada amorosa, procure outras mulheres para resolver o seu problema sexual.

Logan revirou os olhos irritado, ele odiava ser contrariado por James que possuía um dom nato para fazer tudo ao contrário do que ele mandava.

– Essa garota surgiu do nada, em um período que precisamos da força total do nosso time para chegarmos nas finais, como você pode garantir que Harvad não a mandou como uma infiltrada para bagunçar a sua cabeça? – James continuou alarmado.

Quando falei que ele é paranoico não estava exagerando. Desde que ele foi sequestrado por uma garota da faculdade rival com o intuito de tirá-lo de campo por uma noite, que ele nunca mais agiu como uma pessoa com saúde mental em bom estado.

Porém o que mais estava martelando em minha cabeça, não era o time rival ou como as mulheres malucas podiam fazer coisas terríveis com um homem. A ameaça pragmática que Aléxia havia feito naquela noite em que a dispensei, entoava de maneira insistente em meus ouvidos me deixando assustado com a menor possibilidade de ser real.

– Preciso descansar, nos vemos no campus amanhã. – Falei me levantando sem ao menos dar uma resposta satisfatória para os meus amigos, eles que lidassem com as suas dúvidas e teorias loucas, eu tenho coisas mais importantes para fazer nesse momento.

Apesar de não ter um nome completo e o seu endereço, naquela noite deixei uma marca única na pele alva de seu pescoço, uma que nem mesmo uma base de qualidade poderia esconder com facilidade.

– Boa noite. – Me despedi sabendo que essa conversa ainda não tinha acabado, John não se contentaria com a minha desculpa esfarrapada, porém agora tinha uma pista importante para conseguir o que queria.

Olá, meus amados leitores! Muito obrigada pela história ter chegado em mais de 600 visualizações, isso me deixa muito feliz!❤️

Espero que tenham gostado do capítulo de hoje, me desculpem qualquer erro de ortografia.

Se você gostou vote na estrelinha por favor para ajudar no crescimento da história.

E S T R E L I N H A ⭐️

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