Capítulo 5



— Já decidiram o que vão querer? — Cortando os meus pensamentos, olhei para a senhora que me encarava com uma expressão um tanto impaciente. A fila atrás de nós crescia em uma velocidade surpreendente, com um leve pigarrear, me desculpei, apontando para os ingredientes. Sasuke fez o mesmo.
Ficamos em silêncio pelo resto do tempo em que a refeição levou para ser preparada. Assim que recebemos, começamos a andar sem uma direção certa. Entre assoprares e mordidas, vez ou outra o silêncio era quebrado pelo barulho de nossa mastigação.

— Esse foi o melhor okonomiyaki que eu já comi na vida. — Depois de uns 10 minutos apenas degustando a refeição em silêncio, resolvi iniciar algum assunto. Ao olhar para Sasuke, notei que ele parecia agradecido por isso, como se a tempos quisesse dizer alguma coisa, mas sem saber se devia. Comecei a pensar que algo na minha expressão denunciava a minha surpresa com o elogio anterior.

— A junção dos ingredientes deixou o sabor da massa muito saboroso. — Ele respondeu, jogando a embalagem vazia em uma lata de lixo próxima. Tínhamos parado em um banco minutos depois de começarmos a comer, voltando a caminhar, nós dois continuávamos sem um destino certo. — Quer dar uma passada no Yoyogi Park? Não estamos muito longe.

Com a minha confirmação, passamos a andar novamente de mãos dadas até o destino, como se já fizéssemos aquilo a muito tempo. A rua naquele momento se dividia em pessoas que estavam curtindo o final de semana em um dia típico de inverno, como nós, e pessoas que se deslocavam apressadas, de volta ao trabalho. Menos de 20 minutos depois, estávamos nas dependências do parque, cada um com um copo na mão. Havíamos passado em um café antes, para renovar as energias.

— Não sei como você consegue tomar essa bomba de açúcar. Isso nem deveria ser chamado de café.

— Para sua informação, é uma delícia. — Dei um gole na minha combinação de café, caramelo, chocolate branco e chantilly. Traduzindo: a melhor do mundo. — E muito melhor do que esse seu café preto sem graça.

Sasuke revirou os olhos, levando o copo até os lábios. No pico da tarde, o Yoyogi Park concentrava um pequeno número de pessoas, sejam aquelas que só querem um momento de paz para relaxar e ler algum livro, ou famílias que querem introduzir seus filhos ao ar livre.

— Então, vamos continuar com o jogo de perguntas e respostas? — Indaguei enquanto caminhávamos, olhando o verde ao redor. Apenas alguns minutos naquele lugar, e já podia sentir toda a pureza proveniente do balançar suave das plantas.

— Parece que alguém ficou interessada nisso. — Sasuke riu ao escutar meu xingamento, e continuou. — Eu começo. O que você faz em um dia de folga?

Pensei um pouco, antes de responder. Mesmo quando estava em um relacionamento, minha vida não se diferenciava muito das coisas que eu estava acostumada a fazer, além das festas, jantares e comemorações em que a minha presença como namorada do jogador mais promissor da Toyoda Scorpion era indispensável. Isso não significava que era algo que eu gostava de fazer.

— Gosto de assistir um filme com a minha mãe, quando ela está livre. Se tem alguma emergência e ela não pode ficar, vejo se alguma das meninas está livre, e saímos juntas para algum lugar divertido. Além disso, gosto de dedicar um tempo ao meu autocuidado. E você? 

— Ajudo a cuidar do Akito, e no restante do dia, vou à rua para fotografar alguma paisagem interessante, e me reúno com o pessoal da banda. — Pausa para mais um gole de café. Assim que ele afastou o copo dos lábios, continuou. — O que não pode faltar na sua bolsa?

As perguntas eram mais cotidianas, surpreendentemente, eu estava gostando disso. Mordi a parte interior das bochechas, pensando em uma boa resposta. — No momento, além do meu celular, lenços de papel. Esse tempo ferra constantemente com a minha imunidade. E na sua?

— Minha câmera, um bloco de notas e canetas. — Respondeu, prontamente. — Tenho que estar sempre preparado para uma inspiração.

— Você escreve poemas? — Perguntei, elevando uma sobrancelha. Ele não havia mencionado algo do tipo.

— É filosófico o suficiente para ser chamado assim. — Ele riu, balançando a cabeça em seguida. — Não. Escrevo letras de música. Sou meio que o compositor da banda.

Aquele garoto não parava de me surpreender. Boquiaberta, o encarei, com um brilho repentino no olhar que traduzia a minha empolgação.

— Sério? Eu adoraria ver alguma composição sua. Sobre o que você escreve?

— Sobre a vida, acho? Não sei, costumo escrever sobre o cotidiano. Decepções, esperanças, vontades.. — Ele levou uma das mãos até a nuca, deixando um suspiro pesado escapar. Talvez ele não estivesse contando com a minha empolgação, ou talvez, se eu não estiver deduzindo erroneamente a sua expressão, ele não quisesse que eu tivesse conhecimento dessa parte de sua vida. Percebi que eu não estava tão errada, assim que ele voltou a falar. Seu tom de voz denunciava um certo receio. — A banda vai tocar hoje no bar do tio do Juugo. Quer ir comigo?

— Você usa essas artimanhas para passar o dia com todas as garotas que você conhece? — Brinquei, colocando os braços nas laterais da minha cintura. Não havia percebido até o momento que o tom da conversa havia mudado, assim como a expressão de Sasuke, sempre sarcástico e sedutor, que agora possuía nos olhos, uma sensação solitária.

— Eu não brinquei quando disse que você tinha sido a primeira em muito tempo. Pode não ser fácil de acreditar mas.. Depois da minha ex-namorada, não teve ninguém que chamasse a minha atenção.

Sasuke me olhava, como se quisesse tornar real a genuinidade que transparecia em seus olhos opacos. Com um pequeno sorriso, levei a palma até seus ombros, permitindo que ele continuasse.

— Acho que eu não consegui suprir as expectativas dela. Tinha muita coisa acontecendo naquele tempo, e eu acabei afastando-a antes que pudesse me dar conta. — Podia sentir o gosto amargo da decepção em cada palavra que saia de seus lábios. A culpa atingia as suas feições, e encontrava abrigo em suas pupilas, tão noturnas como o céu da meia noite. — E você? O que me conta das suas aventuras amorosas?

Suspirei, notando o seu desconforto ao falar sobre aquilo. Olhando de longe, parecia uma ferida ignorada, mas que de vez em quando, fazia-o lembrar que ela ainda estava ali. Aquela parecia ser uma daquelas vezes.

— Não tem muita coisa também. — Comecei, dando de ombros. — Dei uns beijos em dois garotos na época do colégio, e comecei a namorar no ensino médio. Ficamos juntos por 5 anos, até o dia em que ele resolveu terminar comigo por mensagem. Uma semana depois, ele estava com outra. — Havia cortado a informação sobre o namoro ter terminado no dia dos namorados, quando eu estava arrumada dos pés a cabeça, ansiando por um dia que seria incrível. Em troca, recebi uma tarde repleta de decepções, e acessos de culpabilização.

— Que babaca. — Sasuke disse com um tom semelhante a um rosnado. Seus punhos estavam fechados, e a expressão denunciava que o rosto do meu ex não estaria intacto, se ele estivesse ali. — Quero socar esse desgraçado que fez com que achasse que não merece um amor de verdade.

— Isso é passado. Estou bem agora. — O tranquilizei, sorrindo, e uma parte de mim desejou que essas palavras fossem verdade. Não posso deixar de dizer que fiquei surpresa com a sua reação, essa e tantas eu passava a admirar naquele garoto de cabelos revoltos, seguindo a direção do vento. — Agora, me diz. Como você era no colegial?

Dessa vez foi ele quem pareceu surpreso com a troca de assunto, e a continuação das perguntas. Pigarreando, Sasuke parecia perdido em pensamentos, diferente da reação que eu esperava quando mencionada a sua vida colegial.

— Não tinha muita coisa. Itachi era bastante flexível à minha ida para a escola, desde que eu não tirasse notas ruins e nem repetisse de ano. Fora isso, acho que não fui um aluno tão dedicado para ser considerado um nerd, mas também não tão desligado para ser considerado delinquente. Posso dizer que eu era mediano.

Assenti, novamente surpresa com as suas palavras. Escutar aquilo não era nem de longe o que eu esperava, e mais uma vez, a menção única ao irmão levantava suspeitas que eu não sabia se devia investigar.

— Então você era o tipo de aluno misterioso e bonitão? Aposto que arrancava muitos suspiros por aí.

— É assim que você me definiria? — Ele riu, quando levantei o dedo do meio. — É, acho que seria algo do tipo. E você?

Abri um sorriso ao lembrar da minha vida escolar. Costumávamos ir ao karaokê toda semana, nos primeiros anos do ensino médio. Conheci Temari e Tenten nessa época, a mesma que a maioria dos casais se formaram. Muito antes dos sentimentos começarem a brotar entre Naruto e Hinata, havíamos trocado uns beijos, - o outro nessa lista era o Rock Lee, um garoto do fundamental que me mandava cartas anônimas. Quando descobri quem era o remetente, resolvi dar uma chance, afinal era fofo o que ele escrevia. No entanto, na mesma medida em que ele era fofo, era possessivo. Não durou uma semana. - uma fase em que éramos inseparáveis e confundimos aquilo com algo mais. Nem preciso dizer que deu muito errado, o que nos fez rapidamente voltar para o modo amigos. Logo em seguida, Hinata começou a demonstrar os seus sentimentos em relação ao Naruto, e Ino cuidou do resto. Hoje em dia, não imagino outra garota com ele.

— Meus tempos de colegial foram ótimos. — Comecei, trazendo nas palavras toda a saudade que eu sentia daquela época. — Eu não era o tipo de aluna totalmente quietinha, mas era muito concentrada. Conseguia dividir bem a diversão e a obrigação. — Engatei o pensamento com uma vez que toda a turma pegou uma semana de atividades extras, por termos acertado uma bola em um cano de água. O aguaceiro só não foi maior que nossos gritos, nem se comparava ao tamanho da bagunça que fizemos até que os professores chegassem. 

Sasuke ouvia tudo com atenção, rindo junto comigo a cada história contada e lembrada com carinho. Algumas de suas histórias também foram compartilhadas comigo, como o dia em que fizeram uma festa na casa de Karin, só para serem pegos minutos depois pelos pais da garota, que haviam decidido jantar em casa. Havia tanta gente que foi preciso uma hora inteira para que a casa estivesse vazia, e apenas um dia para que toda a escola ficasse sabendo da bronca que a garota levou. Mesmo que imperceptivelmente, suas histórias pareciam contadas de um jeito cauteloso, e algumas ganhavam vida ao sair de seus lábios, carregadas de melancolia.

— Acho que nós dois temos boas histórias para rir daqui a alguns anos. — Debruçando-me, usei a ponte como apoio para olhar o meu reflexo na água. O lago refletia além da minha face, um brilho alaranjado que indicava o final da tarde. Estávamos tão à vontade, que cada minuto naquele lugar, pareciam milissegundos, contados de maneira preguiçosa e imprecisa. — O que aconteceu com os seus pais? Quer dizer, você sempre menciona o seu irmão.. Não precisa responder, se não quiser. É só que..

— Eles se separaram quando eu tinha 11 anos. — Sem olhar para mim, Sasuke encarava o outro lado da ponte, mas duvidava que o seu foco estava lá. Seus olhos, além de carregarem uma tristeza explícita, estavam vazios. — Nós ficamos com a minha mãe, até o meu irmão ir morar com a Izumi. Eu me mudei para casa do Itachi quando tinha 13 anos.

— Sinto muito. — Encolhi os ombros, arrependida de ter começado o assunto. Sasuke desviou o olhar para mim, abrindo um sorriso tranquilizador. Não precisaria conhecê-lo a vida toda para saber que aquele sorriso era falso. — Você não mantém mais contato com eles?

— Meu pai me liga as vezes, mesmo que seja para me dar feliz aniversário atrasado. — Sasuke riu, carregando o mesmo desapontamento de outrora. Pela expressão, seu relacionamento com o pai não deveria ser dos melhores. — E fico com a minha mãe nos fins de semana. Não me mudei porque tinha uma relação ruim com ela. — Abrindo um sorriso, a ponta de tristeza parecia ceder o espaço para a saudade. — Mas Itachi e eu somos unidos desde sempre. E agora que a Izumi voltou a trabalhar, é bom ter alguém para ficar de olho no Akito, sem precisar de uma babá ou ter que mandá-lo para a creche tão cedo.

Abri um sorriso, levando a minha mão até a dele. O ato pareceu surpreendê-lo, mas tão rápido quanto à surpresa, a aceitação o fez entrelaçar os dedos aos meus. Nossos olhares colidiram ao mesmo tempo que nossas mãos, e naquele momento, toda a tristeza foi se esfarelando ao nosso redor. Sasuke evidenciava as suas covinhas com um sorriso que competia à beleza com o pôr do sol atrás de nós.

— Para alguém que deseja me conquistar, parece que você precisa trabalhar um pouco mais. — Comecei, inflando as bochechas. — Não vi uma foto do seu sobrinho até agora, e crianças são o meu ponto fraco.

— Não seja por isso. — Sasuke respondeu, no mesmo tom. Sacando o celular do bolso, desviou o olhar para a tela, abrindo a galeria. — Finalmente terei uma companhia para assistir A abelhinha Molly. Depois de Meu amigo Cão, é o desenho favorito do Akito.

Ele piscou um dos olhos, me entregando o celular para que eu deslizasse a tela. Não consegui prestar atenção nas fotos que via, nem na explicação que Sasuke dava para cada uma delas. Em todas, poderia ver uma criança que se assemelhava à ele, me fazendo pensar no como ele deveria ser parecido com o irmão. As bochechas vermelhas o acompanhavam em todas as fases de sua vida, até a atual, aparentando ter 1 ano e meio. Akito era extremamente fofo, com todas aquelas dobrinhas em seus braços e pernas que todo bebê daquela idade tem, mas naquele momento, minha mente estava em turbilhão. Me imaginar em sua casa, assistindo um desenho casualmente com ele e seu sobrinho, parecia animador, ao mesmo tempo que distante. Era tão estranho pensar que eu poderia ter um momento como aquele, quando em meu relacionamento passado, ficar em casa era sinônimo de algo impossível. Todo final de semana eu estava em vestidos apertados e distribuindo sorrisos forçados, nos jantares com o time de basquete. Escutá-lo me chamar para um date caseiro soava até engraçado, e incrédulo.

— Ele é uma gracinha. — Entreguei o celular, terminando de ver as fotos do ensaio de 8 meses. Sasuke estava contando de como foi difícil manter a atenção de Akito na câmera. A todo momento ele sorria, parecendo um tio orgulhoso. Daqui a alguns meses, estaria igualzinha com o pequeno Boruto. 

— Tenho certeza que ele vai adorar te conhecer. — Continuou, pegando o celular de volta. — Puxou o bom gosto do tio.

Cutuquei o seu braço, recebendo uma risada preguiçosa em resposta. Sasuke exalava uma paz difícil de explicar. Apenas era ele, e todo o momento que estávamos vivenciando. Desviei o olhar para o pôr do sol, observando o brilho alaranjado, desejando que aquele momento não acabasse. Se eu pudesse pedir algo para os céus, pediria que só hoje, o tempo não passasse tão depressa. Não queria que o gosto amargo do amanhã chegasse.

— Não é justo que somente os meus olhos vejam o quão linda você fica sob o pôr do sol. Me deixe fotografá-la.

Ergui os olhos, surpresa. A quanto tempo ele estava me observando? E quando ele pararia de dizer coisas que claramente fazia meu coração se assemelhar à uma britadeira?

— Eu nem estou arrumada. — Comecei, erguendo as mãos em recusa. Lá estava ele, ignorando tudo o que eu estava dizendo, com a câmera em mãos. — E não sei posar para fotos.

— E quem disse que eu quero que você faça alguma pose? — Levando a câmera à altura dos olhos, Sasuke clicava algumas vezes, me fazendo protestar. — Quero que as minhas lembranças sejam desse jeito.

Enrubesci. Derrotada, deixei que Sasuke fizesse de mim a sua musa. Nos entreolhamos a cada foto tirada, e o seu sorriso era um imã que me aproximava, até que eu ficasse perdida em seus traços, e me encontrasse de novo na curva de seus olhos noturnos. O canto dos pássaros que vez ou outra adornavam o cenário fotográfico era o único som que escutávamos, além das batidas internas de nossos próprios corações. 

— Também não é justo que só eu tenha a memória do quão lindo você fica sob o pôr do sol. — Me aproximando, juntei as mãos ao redor das mãos dele. — Posso?

Sasuke consentiu em um acenar mudo. Seus olhos, fixos aos meus lábios, ganhavam tons de luxúria. Foi instantâneo o cair das minhas pupilas para os seus lábios, atrativos e a poucos passos de distância dos meus. Sorrindo, tomei a câmera de suas mãos e tomei para mim cada expressão sua, tornando-a eterna naquela máquina fotográfica. Pouco a pouco, Sasuke se aproximava, o ângulo de seu rosto cada vez mais perto. Não desviei. Suas mãos desciam as minhas, acabando tão rapidamente a sessão de fotos, quanto ao momento que suas mãos capturaram o meu rosto. Nossos olhares pareciam uma mistura silenciosa de espera e desejo. Estavam sincronizados, ora olhando os lábios um do outro, ora retornando as pupilas, que conversavam entre si. Seus dedos firmes acariciavam as minhas bochechas, dedilhavam o meu maxilar, e voltavam a segurar o meu rosto de uma maneira tão gentil. Seus lábios se inclinavam em uma tentativa urgente, mas delicada, de acabar com a distância entre nós. Fechei os meus olhos, esperando o selar que daria fim àquela espera. Senti a respiração descompassada soprar em meu rosto, ao mesmo tempo que um pássaro sobrevoou os céus, gralhando. Sobressaltada, me afastei, pensando o que raios eu estava fazendo. Se aquilo acontecesse, não teria volta.

— Acho.. acho que já está na hora de irmos, não? — Mordendo o interior da bochecha, segurei um xingamento contra aquela ponte e todo o cenário. Deixei-me levar pela ideia de estar em um filme teen, e quase beijei o cara que tinha altas chances de abrir as portas do meu coração. Mesmo que fossem feitas de metal, não eram nulas as possibilidades. Assim como não era nula a possiblidade de ser eu mesma quem entregaria as chaves do meu coração, imersa pelos galanteios daquele garoto sedutor. Precisava me concentrar. Preciso manter fresca na mente a plena impossibilidade de acontecer algo entre Sasuke e eu.

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Oi, corações! Como vocês estão? Capítulo demorou um pouquinho pra sair, mas estamos aqui com o quinto capítulo e muuuitas coisas aconteceram, né? A Sakura tadinha, ainda tentando se enganar. E esse Sasuke? Espero que vocês gostem do cap e continuem acompanhando por aqui, até a próxima!

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