APENAS UM AMIGO

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Capítulo 6 – Apenas um amigo

| Jungkook |

– Que ideia foi aquela? – Questionei entrando no meu apartamento e o traidor de meia pataca me encarou como se não entendesse o meu surto, mas eu entendia bem e não estava acreditando naquela traição bem diante do meu nariz.

Todos os meus amigos mais chegados sabiam bem sobre o meu amor descabido por Park Jimin e sabiam também sobre o fato dele me chutar para escanteio, mas Taehyung era o cara que sabia demais, porque ele era o que chamávamos de melhor amigo e o cara que estava por perto quando eu bebia demais e chorava abraçado a um vaso de planta enquanto resmungava pedindo pelo amor da minha vida vulgo Jiminie.

E agora o traidor estava incentivando o amor da minha vida a ir para os braços do Yoongi, outro amigo meu, que supostamente deveria saber que Park Jimin não é meu, mas eu o amo e isso deveria valer de alguma coisa.

– Pra que o drama, idiota? – Questionou se jogando no meu sofá. – Eu não acabei de salvar a sua vida?

– Salvar a minha vida? É assim que você chama foder a minha bunda no seco? – Questionei irritado. – Como exatamente você acha que tá me ajudando?

– Cara, pega a ideia de gênio. – Começou a dizer como se fosse um puta visionário e eu já estava para cometer um crime de ódio, então apenas me sentei ao seu lado, respirando fundo e tentando me concentrar. – Antes você tinha que se preocupar com tudo e todos, o que cá entre nós era um grande problema, porque Jimin é um grande gostoso. – Disse gesticulando com as mãos, como se o problema fosse proporcional com o tamanho da gostosura do meu amor. – Mas agora, ele está focado no Yoongi, que é uma única pessoa e isso limita as coisas e facilita a sua vida.

– Tá me zoando, você acha que isso facilita? Sabe o que aconteceu da última vez que ele focou em uma única pessoa, Taehyung? – Questionei puto e me irritei mais ao ver o idiota negando. – Ele namorou com essa pessoa.

– Tá, mas o Yoongi é seu amigo. Ele não vai fazer isso com você.

– O Jaehyung também era meu amigo.

– Nem fodendo.

– Bom. Na real, eu acho que ele fingiu ser meu amigo pra se aproximar do Ji, mas ele era meu amigo no começo. – Eu contei me lembrando de como tudo aconteceu. – Ele sabia que eu gostava do Jimin e sabia que eu estava tentando o conquistar, mas mesmo assim passou na minha frente e o chamou para sair na primeira oportunidade.

– Que puta babaca. E tu não quebrou ele no pau? – Perguntou na causalidade, mesmo sabendo que eu não matava nem mosca e eu apenas dei de ombros.

– Eu entendo o cara. Ele não perdeu a oportunidade quando ele a teve. – Expliquei, porque porra, estávamos falando de Park Jimin e eu entendo que quando se trata do amor, algumas loucuras são feitas. Ele me atropelou para ter uma oportunidade e eu entendo isso, o que eu não entendo, é ele ter jogado isso fora.

– O Jimin sabia que vocês eram amigos?

– Sabia. Jimin e eu estávamos estranhos nesse período. Na verdade, nós nos afastamos por volta dessa época. A puberdade deixou a gente meio esquisito e ele não queria mais ficar do meu lado, o que era insuportável para mim, porque eu morreria para ficar do lado dele. – Sorri de lado me lembrando. – Eu passei a o persegui e o irritar e foi quando tudo começou a ficar como é agora.

– E como era antes? Como vocês se conheceram? – Taehyung perguntou se encolhendo no sofá, curioso com a história.

– Morávamos no mesmo condomínio.

Contei com certa nostalgia me lembrando de como era solitário ficar sozinho na casa da minha avó todos os dias enquanto os meus pais trabalhavam e de como foi libertador quando nos mudamos para o condomínio fechado e meus pais conheceram os vizinhos do lado.

Eles finalmente fizeram amizade com alguém e me levavam para brincar com a criança do lado, um menino mais ou menos da minha idade, que era tímido e tinha uma enorme coleção de carrinhos e dinossauros.

Jimin tinha 2 anos e eu 3, nossos pais passaram a dividir o dinheiro de uma babá e nós passamos a passar o dia inteiro juntos, era divertido e animado no meu ponto de vista e mesmo que ele fosse quietinho e não soubesse falar ainda, eu já falava mais do que a própria boca.

Seus pais achavam um pouco preocupante ele ainda não falar nada e até mesmo já haviam o levado a médicos e na fono, apenas para ter certeza de que estava tudo bem, mas todos diziam que ele falaria no tempo dele.

Um dia enquanto brincávamos, ou melhor, eu brincava e ele assistia de longe, bem longe mesmo. Eu queria tentar ensinar ele a falar Gukkie, mas ele nunca se aproximava de mim.

Enquanto nossos pais conversavam animadamente sobre algum assunto qualquer, eu me aproximei com cuidado e o encarei, tentando entendê-lo. Eu queria me aproximar dele, poderíamos ser amigos, já estava cansado de brincar sozinho e sabia que ele também deveria estar.

Ele me deixava nervoso, a forma como me olhava, como me observava brincando de longe e nunca sorria, às vezes ameaçava vir até mim, mas sempre desistia.

Quando o encarei tão de perto e pude ver pela primeira vez aquela criança linda tão próxima, os lábios tremendo, o rostinho ficando vermelho e as lágrimas enchendo os olhinhos bonitos, ele começou a chorar por algum motivo, mas era um choro baixinho e assustado, os adultos nem mesmo perceberam o que estava acontecendo, ele era sempre tão quietinho.

Me sentei no chão o puxando para o meu colo, como minha mãe costumava me segurar quando eu chorava, de uma forma desengonçada, por não ser tão maior do que ele, tentando fazer ele parar de chorar, não tinha por que ter medo, o máximo que eu iria fazer era apertar as bochechas dele, ele era tão fofinho.

O apertei em meus braços, o balançando de um lado para o outro e então o choro parou, seus olhinhos ainda estavam molhadinhos, mas o biquinho choroso foi substituído por um sorriso lindo, que aquecia meu coração. Ele colocou as mãozinhas no meu rosto me fazendo sorrir e por um momento pensei que poderíamos ser realmente amigos.

Passei a tarde toda com ele no meu colo, assistimos nossos pais conversando e até brincar de dinossauro com ele eu brinquei. Jimin na época tinha apenas uns bichinhos de pelúcia e uns carrinhos, ele estava aprendendo a andar e apenas engatinhava, era uma criança bem atrasada, mas eu adorava ensinar ele.

Por isso o ajudava a andar apoiando em mim, basicamente o arrastava até os lugares da casa o forçando a andar com aquelas perninhas gordinhas e adoráveis.

Eu o mantinha em pé e amava saber disso.

E quando ele finalmente andou sozinho, foi para mim que ele andou.

Eu cheguei na casa dele, cumprimentei os adultos e fui para o banheiro, nossos pais se sentaram na sala e o pai do Jimin brincava com ele no chão, mas bastou ele me ver, pra me fazer sorrir de volta automaticamente.

Ele se levantou deixando todos assustados e caminhou meio desengonçado até mim e caiu nos meus braços rindo, o segurei com cuidado e carinho, e apreciei sua carinha sapeca, o sorriso dele era tão fofo, cheio de dentinhos de leite, assim como os meus.

Naquele dia meu coração faltava explodir.

Gukkie – Ele falou caindo em cima de mim – Gukkie. — Nossos pais estavam assustados e orgulhosos.

Quando ele falou pela primeira vez, foi o meu nome que falou.

E quando andou pela primeira vez, foi para os meus braços.

Ele não admite, mas sei que lá no fundo ele me ama tanto quanto eu o amo.

Depois disso passamos a ficar cada dia mais unidos, éramos inseparáveis, melhores amigos. Passávamos o dia todo brincando juntos, eu o ensinava palavras e ele aprendia rindo comigo.

Até que um dia, eu cometi a maior idiotice da minha vida...

— Fala comigo. — Pedi e ele sorriu. — J.E.O.N — Falei devagar para ele aprender. — J.E.O.N — repeti.

— Jeon... — Sorriu com a pronúncia. — Jeon Gukkie — Me abraçou e sorriu.

Se eu soubesse que ele nunca mais me chamaria de Gukkie, Kookie ou ao menos Jungkook, jamais teria ensinado meu sobrenome para ele.

Hoje é só: "Jeon não mexa nas minhas coisas", "Jeon saia da minha casa", "Jeon não se meta na minha vida", "não vou dar a chave da minha casa para você, Jeon"

A vida é triste. Meu amor apenas maltrata meu coração.

Não lembro como foi que aquele menininho que me amava passou a me odiar, mas lembro que éramos bem amigos até uns 13 ou 14 anos. Estudávamos na mesma escola e vivíamos na casa um do outro, éramos como sinônimos, mas do dia para a noite ele começou a me afastar e me evitar e eu me vi perdido sem ele.

Aos 14 anos eu já era bem consciente de que o que eu sentia por ele ia além do que uma amizade normal, porque eu não sentia por nenhum outro amigo as borboletas no estômago que Jimin me causa, mas ele sempre foi uma criança lerda e eu sabia que ele provavelmente demoraria mais para perceber algo assim.

Mas eu esperava que ele fosse perceber, eu tinha essa esperança, a esperança forte de que um dia ele olharia para mim e perceberia que porra, eu sempre estive ali e que o sentimento era mais forte do que amizade e que ele também queria beijar a minha boca, mas então ele começou a me afastar, a me impedir de entrar no quarto dele, não me deixava mais o abraçar ou o dar beijinhos e quando eu vi, Jimin já me tratava com um braço de distância.

Na mesma época o boato de que ele havia ficado duro no vestiário masculino explodiu por toda a escola e não era novidade nenhuma para mim, que ele gostava de homens, porque ele tinha um chush no Zac Efron e no Think Wink, mas foi só naquele momento que eu me toquei que ele tinha entrado na puberdade e que talvez aquele fosse todo o problema.

Talvez ele estivesse confuso e irritado com medo de tudo e por isso estava me afastando e eu até tentei conversar com ele e falar que não tinha problema nenhum nisso, mas ele não queria falar comigo e me doeu saber que o problema era comigo.

Ele falou com os pais dele e saiu do armário e eu estava lá quando aconteceu, principalmente porque aproveitei a deixa para falar com os meus também e falar sobre uma possível Jiminsexualidade, que mais para frente eu descobrir ser uma pansexualidade, com um pezinho na Demisexualidade. No final, preferi esquecer os rótulos difíceis demais e me focar no meu amorzinho.

Jimin não sabia sobre isso. Não quis saber mais nada sobre mim e a única forma de ter um pouco da sua atenção era roubando ela dele. Eu tive que ser o menino pirracento para conseguir entrar no seu coração novamente e se eu não fosse insistente, provavelmente teria desistido.

Todos os meus amigos já estavam cansados de me ouvir falando sobre ele, porque eu nunca fiz questão de esconder sobre o meu amor e Jaehyung não era uma exceção à regra. Ele sabia sobre isso e mesmo sabendo, o chamou para sair.

De longe, uma das minhas piores lembranças foi o dia em que eles começaram a namorar. Eu me senti traído em vários níveis diferentes por Jaehyung e Jimin nem sequer parecia notar o quão magoado eu estava.

Ele parecia estar feliz com o relacionamento e tudo o que me cabia era assistir de longe a felicidade dele, porque eu não havia tido coragem ou sido rápido o suficiente para me declarar primeiro, Jaehyung sim.

Depois disso nunca mais nos falamos como amigos, apenas brigávamos pelo coração do Jimin, que nem ao menos percebia, eu lutava por uma guerra já ganha.

Mas o que eu poderia fazer? Eu o amo e isso é tudo o que eu sei.

Quando ele começou a namorar, eu comecei a frequentar mais festas e socializar mais e mesmo sem nunca ficar com ninguém de verdade, acabei ficando com uma falsa fama de pegador, o que era ridículo, porque na maioria das vezes eu só chorava e cantava músicas de amor de bandas antigas para tentar superar o meu coração partido.

A maioria das meninas com quem todo mundo achava que eu dormia, apenas me consolavam e me aconselhavam e no final viravam grandes amigas, mas os fofoqueiros apenas espalhavam o que queriam, sem se importar com a veracidade dos fatos e quem se fodia era a gente.

Elas, que às vezes já tinham até namorados ou namoradas, e eu, que já tinha um dono no meu coração.

Porque tudo o que eu queria era ser bem mais do que apenas um amigo.


| APENAS UM ACORDO |

ESPERO QUE ESTEJAM GOSTANDO

EU VOU TENTAR ATUALIZAR MAIS RÁPIDO.

PROMETO DE DEDINHO. VOU APROVEITAR O FERIADO PARA BOTAR A CASA EM ORDEM.

EU SEMPRE FALO ISSO E DEPOIS, EU ME PERCO. NÃO ME ODEIEM.

BEIJOS COLORIDOS E ATÉ A PROXIMA.

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