Drake Timberg:

Naquela mágica manhã seguinte, o sol emergia lentamente por trás das majestosas colinas, espalhando seus raios dourados e criando um espetáculo cromático no céu. Um degradê celestial se desdobrava diante de nós, começando com tons suaves de laranja que se fundiam com pinceladas de rosa, como se a própria natureza estivesse pintando um quadro para celebrar o início de um novo e emocionante capítulo em nossas vidas.

Na noite anterior, sob o manto estrelado, o mundo secreto de agentes e espiões havia cedido espaço a um ambiente íntimo e caloroso. Risadas sinceras ecoaram pelo ar fresco da noite, acompanhadas de confissões profundas e promessas sussurradas com fervor no calor de nossas almas apaixonadas. Cada palavra compartilhada entre nós era como uma nota musical em uma sinfonia de amor.

Sentados lado a lado, com o toque suave da grama sob nossos pés descalços, nossos olhares se encontraram, e a cumplicidade que compartilhávamos era palpável. As sombras das árvores dançavam ao nosso redor, e o suave sussurro do vento nos lembrava que estávamos em nosso próprio mundo, isolados da agitação do dever e das missões secretas que normalmente consumiam nossas vidas.

—É como se o universo estivesse conspirando a nosso favor— Ele murmurou, perdendo-me em seus olhos brilhantes.

Me fazendo sorrir, os lábios curvando-se em um gesto encantador.

— Às vezes, tudo o que precisamos é de um momento assim para lembrarmos por que escolhemos esse caminho, não é?

Era verdade. Naquela noite, deixei as intrigas e as incertezas da minha vida como agente secreto em segundo plano. Apenas nós dois, sob o espetáculo celestial da aurora, celebrando o amor que encontramos em meio à escuridão. Era um presente raro e precioso que ambos ansiávamos desesperadamente guardar no refúgio secreto de nossos corações.

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Dawn enviou uma mensagem inquisitiva sobre o nosso encontro, e eu prontamente combinei de nos encontrarmos na biblioteca. Com um breve adeus aos amigos em casa, saí de minha residência em direção à majestosa biblioteca da escola.

No sábado a biblioteca da escola ficou aberta pois tinha alguns alunos que tinham disciplina das ofinas, um reduto de conhecimento e serenidade, era o local perfeito para nossas conversas durante as horas vagas. Com suas prateleiras repletas de volumes encadernados que se estendiam até o teto, um globo terrestre colossal em um elegante pedestal no canto e um deslumbrante vitral adornando a parede mais distante, este espaço era meu refúgio favorito no campus.

Ao adentrar, me vi imerso na atmosfera única do lugar. O aroma dos livros antigos, com suas capas de couro gastas pelo tempo, pairava no ar, envolvendo-me como um abraço caloroso da sabedoria acumulada ao longo dos séculos. Cada passo ressoava no chão de madeira polida, criando uma sinfonia de sons tranquilizadores.

Nicky já estava esperando por mim em uma mesa próxima às estantes de história. Ele sorriu quando me aproximei, sua expressão amigável contrastando com a atmosfera solene da biblioteca.

— Ei, como você está? — ele perguntou,sua voz suave ecoando pelo ambiente.

Respondi com um sorriso, sentindo-me acolhido pelo ambiente único da biblioteca.

— Estou bem, obrigado. Estava ansioso para isso — retruquei, minha voz quase sussurrando para não perturbar o silêncio solene que nos envolvia. Naquele momento, a biblioteca se transformara no cenário perfeito para nossa reunião, onde o conhecimento e a amizade fluíam harmoniosamente, criando um ambiente de respeito e aprendizado mútuo.

Antes que pudéssemos mergulhar em nossa conversa, Dawn, nossa amiga em comum, se aproximou de nossa mesa.

— Como foi seu encontro? — perguntou, seu rosto radiante de curiosidade.

Sorri, lembrando do encontro que tivera naquela tarde.

— Foi incrível. O Ryan se comportou como um verdadeiro cavalheiro, me levando até em casa. E, no final, demos um beijo que me deixou ansioso para o próximo encontro — compartilhei, com um brilho travesso nos olhos.

— Finalmente pode ser feliz com alguém que te ama de verdade — Dawn falou, olhando-me com carinho.

Nicky concordou com um aceno de cabeça e acrescentou, com um toque de humor: — E que não seja um idiota como o meu irmão.

Ri suavemente diante da observação de Nicky, apreciando a descontração do momento.

— Está sendo um alívio isso tudo — disse, sentindo-me grato por ter amigos que compartilhavam minha felicidade. Nesse momento, meu celular vibrou, interrompendo nossa conversa. — Temos que falar com Annabelle.

Dawn assentiu, indicando sua disposição para nos acompanhar. No entanto, ela acrescentou:

— Podem ir na frente, estou logo atrás. Só vou devolver alguns livros de volta para as prateleiras. — Um sorriso caloroso adornou seu rosto enquanto ela se dirigia em direção às estantes, onde uma infinidade de conhecimento aguardava sua ordenação meticulosa.

Assentimos com gratidão a Dawn enquanto nos levantávamos da mesa e nos dirigíamos em direção à saída da biblioteca. A atmosfera da biblioteca continuava a nos envolver, mesmo enquanto saíamos, proporcionando um contraste sereno com o mundo agitado do lado de fora.

Enquanto caminhávamos pelo corredor ornamentado, Nicky olhou para mim com um sorriso amigável.

— Acho que estamos vivendo tempos incríveis, meu amigo — ele disse, expressando alegria pela minha felicidade recente.

— Com certeza, Nicky. Não poderia concordar mais — respondi, reforçando a importância dos amigos em minha vida.

A mensagem de Annabelle estava aguardando no meu celular, e, ao responder, senti a felicidade e o contentamento de compartilhar esse momento especial com aqueles que amava. A biblioteca continuava a desempenhar um papel central em nossas vidas, não apenas como um local de estudo, mas também como um refúgio onde nossos laços de amizade se fortaleciam a cada dia.

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Minutos depois, Dawn se juntou a nós, e o trio continuou seu caminho em direção ao destino misterioso. Descemos uma série de escadas, os degraus rangendo sob nossos pés, até nos encontrarmos em frente à porta do galpão. A atmosfera estava carregada de curiosidade e antecipação.

Sem hesitar, Nicky abriu a porta do galpão, revelando seu interior um tanto desordenado. Havia várias cadeiras e mesas quebradas amontoadas em um canto, cobertas de poeira e sujeira acumulada ao longo do tempo.

Avancei pelo espaço, me dirigindo ao local onde repousava o instrumento que ocupava um lugar especial em meu coração. Sentei-me em frente ao teclado, cujas teclas desgastadas contavam a história de inúmeras composições e horas de prática. Olhei para a tela do computador, meu próprio reflexo refletindo minha determinação.

— Reúnam-se! — ordenei aos meus amigos, que prontamente se posicionaram ao meu lado.

Com um toque de nostalgia e paixão, liguei o computador e comecei a digitar a senha que ativaria o local. Meus dedos se moviam com uma destreza adquirida ao longo de anos, e a familiaridade do teclado me trouxe uma sensação de conforto, relembrando-me do motivo pelo qual havia me apaixonado pelo mundo da computação.

A voz de meu pai, Cezar, ecoou em minha mente. Suas histórias sobre um homem misterioso, um exímio mestre da computação, foram a chama que me motivou a seguir esse caminho e me sentir mais próximo dele, mesmo que eu não conseguisse lembrar do seu rosto.

Um clique e o suave movimento de engrenagens preencheram o espaço à medida que o computador se ativava. Uma pequena entrada se materializou diante de nós, revelando a engenhosidade dos dispositivos de espionagem que equipavam o local. Um holograma surgiu diante de nós, controlando o ambiente. Era o HP, como costumávamos chamá-lo.

— Bom dia, agentes! — Cumprimentou o holograma com entusiasmo. — Não recebi nenhuma mensagem indicando que vocês teriam uma reunião hoje!

— Precisamos falar com Annabelle! — anunciou Dawn, e o HP assentiu antes de desaparecer.

No lugar dele, Annabelle surgiu, vestida inteiramente de preto e segurando os óculos em suas mãos.

— Agentes! — Cumprimentou Annabelle com uma expressão séria. — O que desejam discutir comigo?

— É sobre a jóia! — afirmei com firmeza. — Queremos saber o que ela é!

Dawn acrescentou com uma pitada de frustração:

— Vocês estão demorando a nos dar uma resposta, mesmo depois de Santiago prometer que falaria conosco sobre isso!

A expressão de Annabelle mudou de confusão para uma séria determinação enquanto ela ouvia atentamente nossas preocupações.

Annabelle manteve seu olhar fixo em nós por um momento, avaliando a seriedade de nossos rostos determinados. Era evidente que a questão da joia era algo que pesava em nossos corações e mentes, e agora estávamos dispostos a obter respostas.

Com um suspiro, Annabelle começou a falar, suas palavras cuidadosamente escolhidas enquanto revelava informações há muito guardadas em segredo.

— Não tem com o que se preocupar estamos trabalhando nisso perfeitamente, Santiago está fazendo um bom trabalho com tudo até agora e com as informações que o senhor anderson nós entregou nos últimos dias. — ela explicou. — Não tem nada com o que se preocupar.

Quando Annabelle estava prestes a continuar a falar, o holograma dela falhou e, em seu lugar, o HP reapareceu, embora a instabilidade de sua projeção fosse evidente.

— O que aconteceu? Não terminamos nossa conversa! — Nicky perguntou, com uma expressão preocupada se formando em seu rosto.

HP respondeu com uma voz distorcida, como se estivesse lutando contra alguma interferência.

— A... agência... está... sendo... invadida... arquivos... corrompidos. — Ele falou, enquanto sua imagem tremia e bugava intermitentemente. — Rastrearam... todos... os... agentes!

Com uma última palavra entrecortada, HP desapareceu, deixando-nos em estado de choque e confusão. O que quer que estivesse acontecendo estava além da nossa compreensão imediata.

Logo após o desaparecimento de HP, ouvimos gritos angustiados ecoando do lado de fora do galpão.

— Merda! — Exclamamos em uníssono, nossos olhares se cruzando com urgência e determinação. O perigo agora estava à nossa porta, e tínhamos que agir rápido para proteger a agência e nossos colegas agentes.

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Até a próxima 😘