Problemas na Escola

Abril de 2009

Sophia

Era a quarta vez que eu procurava meu caderno de desenhos e não o encontrava em nenhum lugar. Eu precisava dele para colocar dentro da mochila.

-O que foi querida? _Olhei para a porta quando ouvi a voz de Helena. Ela não era minha mãe de sangue mais era como se fosse.

-Não consigo encontrar meu caderno de desenho. _eu estava falando, mais só conseguia prestar atenção nos cabelos da minha mãe. Eles estavam enrolados com rolinhos e era uma visão engraçada. Eu tentei não rir, juro que me forcei a ficar seria, mais não consegui. Eu comecei a olhar e rir dela. _-Porque está usando rolinhos, mãe?

Perguntei um pouco mais calma enquanto Helena entrava no meu quarto.

-Preciso abaixar um pouco o volume dos meus cabelos para encaixar a peruca da Rainha de copas.

-Ah! Entendi.

Ela sorriu e logo começou a abrir as gavetas e procurar por meu caderno.

-Ele não está aí. Já procurei. _falei e ela foi olhar em minha estante. _-Aí também já procurei.

Ela colocou as mãos na cintura e respirou fundo.

-Você não consegue se lembrar onde o deixou? _neguei sacudindo a cabeça _-Você tinha feito o dever de casa no escritório do seu pai ontem, já deu uma olhada por lá?

A realidade me atingiu

-Ainda não! Obrigado por me lembrar, mãe.

Saí correndo do quarto e desci as escadas para o escritório. Papai não estava por lá, então eu entrei e procurei pela mesa, mais não encontrei nada, então abri as gavetas e ao invés de encontrar meu caderno, acabei encontrando esboços de desenhos feitos por meu pai. Eram rascunhos para os personagens de Alice, cujo eles começariam a gravar este ano.
Logo em uma pasta vermelha, encontrei alguns dos planos de gravação e falas. Estes me chamaram mais atenção deixando-me curiosa. Sentei-me na cadeira de couro e rodinhas e comecei a ler alguns planos de falas. Tinham alguna cortes com caneta vermelha e rabiscos feito à lápis, mas mesmo assim deu pra ler um pouco. Eu estava tão concentrada à leitura que comecei a girar suavemente na cadeira até que fui interrompida por alguém entrando na sala. Parei o que estava fazendo e olhei para a entrada, encontrando meu irmãozinho de seis anos segurando meu caderno de desenhos. Quando se deu conta de mim, Billy o escondeu atrás das costas.

-O que você tá fazendo?_perguntou com voz inocente, eu guardei os papéis na gaveta e saí da cadeira pulando no chão, pois era um pouco alta pra mim.

-Eu é que pergunto. Porque está com meu caderno de desenhos, senhor Billy?
Cruzei os braços enquanto o olhava desafiadoramente

Billy e eu conviviamos bem, nos amavamos, mais sempre estávamos procurando confusão um com o outro.

-Eu não tô com seu caderno menina doida. _disse Billy enquanto eu tentava ver atrás de suas costas mas ele se esquivava.

-Billy, é sério, me devolva agora antes que eu fale pra mamãe que você o pegou e não quer me devolver.

-E eu falo pro papai que você tava mexendo nas coisas dele.

Touché!

Billy balançou meu caderno em meu rosto

-Você desenha bem, mais o pai é melhor.

-É! Eu sei. _tomei o caderno das mãos dele

-Por que tava mexendo na gaveta?

Ele perguntou com curiosidade

-Me responda você, por que estava com meu caderno?

-Eu ia esconder ele. _Fiquei nervosa por saber disso_- Mas, pensei melhor e decidi colocar onde peguei porque pelo que ouvi hoje cedo, você terá muitos problemas amanhã.

Billy passou por mim e fez esforço pra subir na cadeira e começou a girar

-Problemas?_me aproximei dele _-Que tipo de problemas? Do que você tá falando?

Billy parou de girar e me olhou um pouco tonto

-Eu ouvi papai conversar com sua diretora. _meu coração gelou_- Ele foi chamado na sua escola amanhã. Tá com problemas irmã. Eu sinto muito.

Ele mal terminou de dizer e eu saí correndo, quase trombei com Helena na escada. Ela chamou minha atenção mas a ignorei e entrei no meu quarto fechando a porta e encostando nela.

Eu estava terrivelmente assustada. O que meu pai iria falar com a diretora amanhã?
Nunca fui tão ruim na escola, eu não era muito inteligente mais fazia tudo que passavam. Embora matemática fosse meu pior pesadelo, letras e as demais materias costumava me sair bem e tirar ótimas notas.

Naquela noite eu não consegui dormir. Pra piorar o relógio de pêndulo que ficava no corredor cujo barulho era assustador, ajudou a tirar meu sono.

O tic tac estava me deixando ainda mais ansiosa pelo dia seguinte. Eu tentei dormir, mais não pregava os olhos. De repente, vi por baixo da porta, uma sombra passando pelo corredor. Logo ouvi mexendo na maçaneta da porta e com medo, tampei meu rosto para não ver quem estava invadindo meu quarto naquela hora da noite. Abaixei um lado da coberta para deixar um olho meu tendo a visão de quem entrara e em meio ao barulho do pêndulo e da luz do corredor, vi uma pessoa usando um vestido. Em sua cabeça haviam rolinhos e quando a luz iluminou seu rosto, vi que tinha uma mascara verde ao redor. Era uma visão apavorante. Embora eu tivesse quase certeza de que era a minha mãe.

E felizmente era!

-Posso saber porque a mocinha está acordada até agora?

Senti o lado da cama abaixar e tirei a coberta de cima de mim e olhei assustada para a mulher sentada ao meu lado.

-D-Desculpa mãe. Eu não consigo dormir.

-Por que? Não encontrou seu caderno?

-Encontrei. _respondi_-Eu só estou preocupada sobre amanhã. Billy falou que ouviu nosso pai falando com minha diretora. Ele vai na escola falar com ela amanhã, não vai?

-Eu acho que sim. Seu pai vai passar em sua escola amanhã. Ele precisa ter essa conversa com sua diretora.

-Por quê?_perguntei me sentando na cama _-Eu não dou trabalho na escola e nem costumo tirar notas baixas. Então por que ele irá falar com a senhora Leblanc?

Ela me lembrava muito a diretora Trunchbull do filme Matilda, embora não fosse tão perversa quanto, ela sabia intimidar as crianças daquela escola.

-Acredito que seu pai vai apenas perguntar para ela como está seu desempenho na escola e as notas de suas últimas avaliações.

Disse minha mãe

-Por que isso agora? Vamos receber o boletim daqui um mês.

-Eu sei, mais Tim e eu conversamos e decidimos levar você e seus irmãos para o set de Alice.

Meu coração quase saiu pela boca

-Isso é sério?

-Sim! _Helena assentiu com um sorriso _-Mas só permitiremos se estiver se saindo bem na escola.

-O Johnny vai estar lá, não vai, no set?

-Ele estará! Seu pai o convidou para viver o chapeleiro. Mais não mude de assunto querida. Estamos falando sobre a escola.

-Mais falar do Johnny também é importante _sorri fazendo-a rir_-Tem meses que não o vejo mãe, e estou com saudades.

-Eu sei querida. Então torça para que sua diretora tenha bons feedbacks ao seu respeito, assim poderá passar mais tempo com o John.

-Ela deve falar que minhas notas em matemática não são as piores, mas ainda tenho muito que melhorar, eu tô tentando, mais essa materia é a pior de todas.

-Você é igual ao seu pai, querida. _sorriu e se levantou cobrindo-me com o edredom_- Talvez não seja uma reunião ruim. _Helena deixou um beijo em minha testa.

-Se for, a senhora ainda vai me ajudar a convencer o papai à me deixar ir ao Set, não vai?

Perguntei com voz inocente e Helena me olhou divertida

-Se parar de falar mal de uma matéria tão importante quanto a matemática, eu posso pensar no seu caso, mocinha.

Sorri vendo-a se aproximar da porta.

-Mãe?_ela se virou _-Eu nunca felei mal de Matemática na vida. _sorri inocente

-E eu finjo que acredito. _ela piscou pra mim ao segurar a maçaneta da porta. _-Tente descansar querida. Boa noite.

-Boa noite mãe.

Logo ela fechou a porta e eu suspirei, confesso que ainda estava com medo dos conteúdos desta reunião mais algo me dizia que tudo valeria a pena.

Pensando positivo, eu logo consegui dormir.

...





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