Havia se passado cinco meses após a formutura.
Ainda tive duas semanas para voltar à Londres e de lá ir finalmente para o meu novo trabalho na Califórnia.

Desde aquele momento entre Johnny e eu na cobertura, me senti um pouco deslocada perto dele ,mas não sei se o ator percebeu. Enfim, a amizade ainda exisitia e isso não mudaria pra mim.

Pensar no Johnny e no que ele me fazia sentir, estava me deixando confusa.
Enquanto voltava com Hugo e meu pai para Londres, decidi que precisava esquecer essa história. Não haveria Johnny e eu juntos além da amizade. Era loucura demais acreditar nisso, afinal John nunca me veria desta forma. Somos apenas amigos e eu precisava aceitar.

Por tanto, jurei a mim mesma que não me forçaria a ficar pensando nele, e que usaria meu trabalho em Los Angeles para evitar ao máximo tais pensamentos aburdos.

Eu podia estar enganada afinal, talvez eu só tivesse precipitando as coisas por não ter gostado tão intensamente de alguém antes.

Droga!...por quê era tão difícil alcançar a juventude sem se apaixonar ou achar que está apaixonada sem ter nenhuma experiência sobre isso? O jeito era reprimir tais sentimentos e seguir em frente. Quem sabe talvez eu encontre uma boa pessoa que mude minha maneira de pensar e que me ajude a esquecer essa loucura de achar que estou apaixonada por Johnny Depp.

Essa era a minha promessa: trabalhar duro para não pensar nele.

E foi isso que fiz desde que me mudei para Los Angeles à um mês. Hugo, é claro, estava comigo, já que agora trabalhava ao meu lado. Passamos a viver na mesmo apartamento que meu pai ajudou a escolher e comprar. O prédio era bem próximo à casa que meu pai adquiriu anos atrás em Beverly Hills na Califórnia.

Desde então, Hugo e eu temos vivido bem. Comparilhavamos das dispesas, e estávamos crescendo juntos em Hollywood trabalhando na produção de uma série para crianças.

Por incrível que pareça, isso tem me ajudado a não pensar em Johnny. Por mais que tenhamos nos falado algumas vezes e que nessas vezes, todo sentimento voltava com um turbilhão de emoções, mas ainda sim tenho lidado muito bem com isso.

Johnny por outro lado me disse que estava levando a vida. Gravando comerciais, vídeo clipes com Marilyn Manson e até filmes, mas que logo daria início ao julgamento na Virgínia no dia onze de abril de 2019.

E eu estava na torcida por ele.

Abril não demorou a chegar e trazia com ele tristes notícias.

Eu estava no estúdio rodando algumas cenas com os outros produtores da série quando no intervalo, Hugo veio correndo até mim com um semblante preocupado.

-O que foi?

-É o seu pai na linha.

Peguei o celular do Hugo, já que o meu estava desligado e atendi ao meu pai.

-Pai?

"Olá querida... você está com seu celular desligado, não está?"

-Estou. Aprendi que durante o trabalho não posso deixar ligado então o desliguei. Mas Hugo ficaria com minhas ligações e recados através do celular dele.

Já que Hugo também era meu assistente pessoal.

"Ele me contou...querida, ligue seu celular, você deve ter ligações perdidas do Johnny"

-Do Johnny? O que aconteceu?

Perguntei um pouco assustada.

"Ligue e converse com ele. Filha, Johnny precisa de você hoje, mais do que nunca."

Quando meu pai falava tão sério, algo bom não devia ter acontecido.

-Ok, pai. Obrigado por me avisar. Vou ligar para ele.

"Tudo bem. Lhe mando um chat mais tarde querida. Tchau "

-Tchau pai.

Desliguei a chamada e devolvi o celular ao Hugo pegando o meu logo em seguida.

-Seu pai me pareceu com a voz triste. Aconteceu alguma coisa?_Hugo perguntou

-Ele disse que Johnny estava me ligando, acho que pensou que eu estava em casa já que eramos para ter saído à três horas. Enfim, parece que aconteceu algo e eu vou descobrir.

Apertei a chamada e coloquei o aparelho no ouvido. Segundos depois ouvi a voz abatida de Johnny.

"Ei querida "

Agora todas às vezes que ele dizia isso, era diferente as reações do meu corpo.

-Ei Johnny. Desculpa não ter atendido suas ligações. O que aconteceu?

"Tudo bem...eu estou em Los Angeles . Vim para me despedir do Jerry...eu o perdi, Sophia."

Quando ele disse o nome de seu fiel segurança meu coração doeu.

"Você ainda está aí?"

Ouvi o ator perguntar tristemente da outra linha.

-Sim! Johnny...eu estou aqui.

"Porque pessoas que eu amo acabam me deixando?"

Aquela pergunta me atingiu como uma bala. Respirei fundo e o respondi.

-Johnny...

"Oi"

-A missão do Jerry fora cumprida na terra. As lembranças boas são as que ficam. Ele descansou e devemos apenas agradecer por termos tido a oportunidade de conhece-lo. Jerry sempre será especial e mesmo não estando fisicamente presente, ele continuará com você em cada momento, sendo ele bom ou ruim.

"Você está certa. Obrigado pelas palavras, Sophia...você sempre sabe como me acalmar e me fazer sentir bem."

-Quer que eu vá ficar com você?_feito esta pergunta, Hugo me olhou mostrando o pelegar mesmo estando curioso sobre minha tensa conversa com o ator.

"Se você quiser eu irei apreciar muito sua companhia. A menos que não atrapalhe seu trabalho"

-Não vai atrapalhar. Estou saindo do estúdio em um hora. Onde você está agora?

"Em minha casa. Você sabe onde fica, não sabe?"

-Eu sei sim. Chegarei aí em alguns minutos. Fique bem Johnny. Até daqui à pouco.

"Até, pequena. Mais uma vez obrigado"

-A qualquer hora, Johnny. Tchau.

"Tchau querida "

E desligamos ao mesmo tempo.

-O que aconteceu? É algo grave?_Hugo voltou a perguntar.

-Um amigo próximo à Johnny, cujo também fôra seu chefe de segurança, faleceu. Johnny está em Los Angeles e me ofereci para o fazer companhia.

-Nossa! Eu sinto muito. Eles eram muito próximos?

-Sim! Jerry era como um pai para ele.

-Entendi. Acho que fará bem à Johnny estar com você, Sophia. Mais me diz, o que pensa sobre isso?

-Como assim?_perguntei enquanto eu voltava para o estúdio com Hugo ao meu lado

-Como você reagirá agora com ele? Digo isso por causa de seus sentimentos.

-Hugo... eu não vou falar com o Johnny sobre isso durante um luto. Ele acabou de perder mais alguém importante. Não posso simplesmente chegar e dizer: "Oi Johnny, pode parecer estranho mais eu tenho que dizer que acho que tenho sentimentos por você "
Isso não cairia bem para o momento.
Sem contar que eu nem sei mais se o que sinto é verdadeiro.

-Sophia...você sabe que pode estar apaixonada, não tem como ficar evitando isso. Por que não pode simplesmente confessar seus sentimentos?

-Por que isso é loucura, Hugo!_eu preticamente gritei, as pessoas pararam para nos olhar e Hugo pareceu um pouco surpreso.

-Desculpa! Eu não queria ter gritado.

-Tudo bem, eu não deveria ter insistido. Não vou mais tocar no assunto. Sinto muito.

Hugo disse e começou a se afastar me deixando pra trás com meus pensamentos e conflitos.

Uma hora depois e muito cansada pelo dia exaustivo, Deixei Hugo na auto-escola e segui para a casa de Johnny dirigindo meu Ranger Rover Evoque marrom/dourado.

Johnny foi quem me atendeu quando cheguei e nos abraçamos na entrada, logo ficamos conversando na sala até que não vimos as horas passarem. Voltei para meu apartamento/suíte apenas às onze da noite. No dia seguinte eu iria com o ator para a última despedida de Jerry e para o enterro em seguida.

Na manhã seguinte, Johnny e eu estivemos o tempo todo juntos. Ele até falou algumas coisas em agradecimento ao segurança e a família dele. Durante o sepultamento, também ficamos lado à lado, Johnny estava com seu braço esquerdo cruzado com o meu direito enquanto olhavamos através de nossos óculos escuros para o caixão de Jerry que estava sendo abaixado lentamente para dentro da terra.

Aquele era o adeus merecido ao homem que tanto protegeu meu amigo e esteve ao lado dele nas horas boas e ruins e que faria muita falta.

Onze de Abril de 2019

Johnny estava tendo que lidar com a perda de Jerry e agora lidaria com o julgamento. Este deu início em Virgínia-EUA, mas que graças ao pedido daquela mulher, Johnny foi obrigado a ir à Londres para o prosseguimento da audiência.

Eu ainda estava em Los Angeles mais acompnhava tudo através dos sites, já que Johnny foi orientado por seus advogados à não passar nenhuma informação sobre o julgamento.

Enfim, eu queria estar com ele. Só Deus sabe o quanto, mais eu não poderia se não me pedisse.

Johnny não iria fazer isso pensando que pudesse me atrapalhar no Trabalho, então teve que alguém fazer isso por ele, e este alguém fôra ninguém mais ninguém menos que sua filha. Lily-Rose.

-Você precisa ficar com ele, Sophia. _Disse ela através do vídeo chamada

-Lily, por mais que esta seja minha vontade, não posso chegar lá de supetão. Ao menos que o próprio Johnny me convide à ficar ao lado dele.

-Você pode sim!_disse a menina me fazendo suspirar_- Alguns amigos dele estão lá...mamãe irá depor junto com a Winona, mas elas não poderão ficar como companhia do meu pai. Sophia, ele precisa de alguém com ele, alguém de confiança, assim como você. Por favor! Se eu pudesse eu iria, mas papai quer à mim e Jack bem longe dessa merda. Eu tenho estado muito preocupada com a sua saúde mental e física e confio em você pra ficar de olho nele por mim. Por favor, Sophia, volte para Londres.

-Ok!_falei esfregando a testa. _-Está certo, eu vou! Sei onde ele está hospedado, se eu for sair hoje a noite, devo chegar pela manhã e vou direto para o hotel onde seu pai está. Tomara que ele não me mande ficar fora disso também.

-Ele não vai. Obrigado Sophia.

-De nada Lily. Tenta ficar bem, seu pai sairá dessa.

-Eu acredito nisso. Quando chegar, me mande um chat, tudo bem?

-Combinado. Tchau Lily.

-Tchau.

Desligamos a chamada e me levantei indo até a sala do suíte. Assim que fui avisar Hugo que eu estava indo para Londres à noite, me surpreendi com meu amigo esquisito assistindo e cantando as músicas de Charlie e a Fantástica Fábrica de chocolates.

Sorri ao me lembrar que fôra através daquele filme que a ligação entre Johnny e eu aconteceu e agora ia além da amizade. Embora ele não soubesse disso ainda.

-Hey...quer assistir comigo? Estou fazendo uma maratona dos filmes do Tim.

Caminhei até o sofá e me sentei ao lado do Hugo e ainda olhando para a cena onde Violet Beauregarde vira uma bola azul, eu disse ao Hugo:

-Os anos passaram voando. Na época que este filme fôra lançado eu tinha apenas oito anos. E o melhor foi na pré-estreia quando acabei conhecendo o Johnny pessoalmente. A exatos quartoze anos atrás eu estava conhecendo o homem por quem me apaixonaria e eu nem sequer poderia imaginar que tais sentimentos pudesse florescer. Hugo..._olhei para o menino de óculos redondos_-Eu o amo de verdade.

Hugo me olhou sem expressão e cruzou os braços.

-E você acha que eu já não sabia disso, menina? _sorri com vergonha _-O que está esperando aqui? Se fosse eu, estaria em Londres agora ao lado dele.

Olhei surpresa para o meu amigo

-Lily-Rose me pediu para ir e ficar com o Johnny. Na verdade vim lhe dizer que viajo hoje a noite caso encontre uma passagem.

-Hum...é a melhor coisa que você faz. E por favor, deixe as coisas acontecerem naturalmente. Não apresse. Se for pra ser, será!

Assenti entendo o que ele estava dizendo

-Tem razão...me desculpe por ter sido rude com você quando discutimos sobre isso no estúdio.

-Ah, não tem o que desculpar. Eu te amo menina. Você é muito importante pra mim e uma simples discussão não me faria mudar de idéia.

-oh..._eu o abracei apertado_-Obrigado pelo apoio, amigo.

-Sempre que quiser. E por favor, mantenha-me informado. Eu estarei segurando as pontas por aqui.

-Eu sei que sim. Vou preparar minha mala.

-Quer ajuda?

Me levantei e olhei para a TV

-Não é necessário...fique aí vendo essa obra cinematográfica.

Hugo sorriu e antes de começar a subir as escadas, meu amigo falou me fazendo parar e o olhar.

-Eu vou te contar hein, seu crush tava um gatinho nesse filme...Eu até pegava!

-Tire os olhos companheiro.

Hugo e eu rimos como loucos e Segundos depois voltei a subir os degraus.

...