Eu Sinto Muito
Johnny
O que eu estou fazendo? Isso não estava certo. Não com ela.
Minha consciência gritava e eu tive que tomar uma atitude.
-Sophia..._Me afastei tirando a mão dela do meu rosto e olhei para a jovem com preocupação _-Querida, não podemos fazer isso.
Sophia abriu os olhos, eu podia ver tristeza nos dela quando me afastei de repente, mais logo fôra substituído por arrependimento.
-Johnny...eu...eu sinto muito.
-Isso não está certo, pequena. Eu não posso! _me levantei tirando o chapéu que eu ainda usava e passei as mãos pelos cabelos os jogando para trás. Sophia continuou sentada no banco e quando eu a olhei, ela estava encarando o chão. _-Me desculpe, querida.
-Tudo bem...foi eu quem te beijou, Johnny. _ela olhou para mim e eu tentei me aproximar mais Sophia se levantou do banco e se afastou_-Não sei o que deu em mim. Por favor, esqueça isso tá? Eu sinto muito...você estava vulnerável e eu...droga!
Ela mal terminou de dizer e saiu correndo. Respirei fundo e a observei subir as escadas sem olhar para trás.
-O que eu fiz com você, pequena?! _balancei a cabeça e olhei para o chão com arrependimento. Eu não podia ter a beijado de volta.
Alguns segundos depois
Fechei o piano, peguei a taça a levando pra cozinha em seguida e decidi subir as escadas para o quarto de hóspedes. Era justamente em frente ao quarto dela. Assim que segurei a maçaneta pra entrar, ouvi um barulho semelhante à choro vindo do quarto de Sophia. Então me virei e aproximei da porta dela, levantei minha mão em punho e pensando em bater, desisti sabendo que ela podia ver minha sombra por baixo da porta e havia abafado o choro. Me senti muito mal pelo que nos aconteceu. Eu não devia ter levado isso adiante estou me sentindo um grande pervertido por aceitar um beijo da pessoa que tinha idade pra ser minha filha. Não estava certo!
Suspirei e decidi voltar para o quarto de hóspedes e me deitei na cama olhando para o teto enquanto a cena de minutos atrás não deixava meus pensamentos. Eu apenas conseguia negar e dizer em consciência que não podia ter acontecido.
Bom, o sono não chegou para mim então passei o resto da noite em claro.
Quando o dia clareou, me levantei, fiz minha higiene e saí do quarto. Minhas malas ainda estavam na sala, então não precisei preocupar com elas.
Assim que adentrei a sala de jantar onde Tim, Helena e seus filhos estavam sentados à mesa para o café da manhã. Eles me cumprimentaram.
-Bom dia. _cumprimentei-os de volta
-Jesus, Johnny!!!...você pregou os olhos na noite passada?
Helena perguntou depois que Tim me ofereceu um lugar à mesa e eu me sentei.
-Sim! dormi um pouco._sorri ao acabar de contar uma mentira. Sentei-me ao lado de Tim e olhei diretamente para um dos dois lugares vazios à mesa, franzi o cenho e olhei pra Helena e Tim.
-Sophia não se juntará à nós?
Helena olhou para o ex companheiro e depois pra mim.
-Ela saiu cedo. Não nos disse onde estava indo. Achamos estranho, mas como ela já tem idade pra tomar decisões, Tim e eu não perguntamos nada.
-Só pedimos que ligasse se precisasse de alguma coisa. _Tim completou _-Eu a achei muito estranha hoje.
Olhei para frente pensativo. Ela devia estar tão culpada quanto a mim depois daquele beijo de ontem.
-Espero que ela esteja bem. _falei mais pra mim do que para eles mas ambos me olharam.
-Você sabe de alguma coisa, John?_Helena perguntou e eu a olhei e neguei com a cabeça, eles pareceram aceitar minha resposta.
-Acham que ela volta antes que eu vá?
-Ela deixou o celular aqui. _Billy foi quem respondeu _-Seja onde ela estiver ido, acho que não quer ser incomodada_o menino apontou para onde tinha visto um celular carregando, era mesmo o celular de Sophia.
-Quando Sophia fica assim, ela não costuma voltar pra casa tão cedo. Isso já aconteceu uma vez quando Billy a provocou em dois mil e doze, lembram?
-É verdade!_Tim confirmou quando Nell recordou do acontecimento. _-Tanto que eu tive que ir atrás dela.
-Então ela não irá se despedir... poxa!
Olhei para a xícara a minha frente perdendo totalmente a vontade de tomar o café.
Enquanto isso nas ruas de Londres
Sophia
Saí de casa para pegar o ar gelido da manhã. Eu não tinha coragem de encarar Johnny depois do que fiz ontem. Passei a noite toda em claro e chorando. Eu nunca devia ter o beijado, era errado e eu sabia que ele não reagiria como nos meus sonhos. Afinal, eu era apenas sua amiga. Nada além disso.
Sou uma idiota, mas estou apaixonada! apaixonada por alguém que eu não deveria.
Enquanto caminhava com minha boina de lã na cabeça, um cachecol, luvas, botas de cano alto e um sobretudo marrom, deixei algumas lágrimas caírem enquanto no meu fone de ouvido plugado no meu mp4 tocava uma música. Eu tinha optado por deixar meu celular carregando em casa para que ninguém me ligasse fazendo perguntas, pois no momento eu queria ficar sozinha.
A música que estava tocando não me ajudou muito a esquecer a cena de ontem e a rejeição do ator. Eu não o culpava, afinal eu era quem tinha toda a culpa. Johnny estava vulnerável me contando coisas dolorosas de seu passado e eu não o respeitei ele devia estar decepcionado comigo. E por um motivo obvio...eu merecia sua rejeição e ainda mais aceitaria se ele não quisesse mais ser o meu amigo.
Algumas pessoas diriam que eu estava agindo como criança, mas pensa comigo, como eu deveria agir diferente sabendo que havia decepcionado meu melhor amigo e que talvez ele nem quisesse mais me ver?!
Era isso! Eu deveria aceitar e tentar seguir em frente!
Mesmo que leve anos, eu tentaria superar.
Não me atrevi a voltar pra casa até no final da tarde. Fiquei no único lugar que me sentia bem em Londres, no Palácio das Artes onde Alan costumava estar quando eu era mais nova. Lembro-me que estive com ele por lá algumas vezes, sua esposa nos acompanhava então ficávamos conversando coisas sobre o teatro e isso me fazia sentir bem. Agora, estando eu sentada em uma das poltronas de frente para o palco, me sentia vazia. Alan já não estava mais presente ali, então fiquei sozinha refletindo minha dor.
...
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