Keith Kogane

           Keith ouve o despertador tocar e o desliga instantâneamente. Ele olha para a paisagem da sua janela, olhando tudo com indiferença. Em uma outra situação, talvez ficasse irritado por ter que acordar cedo, mas agora ele não sentia isso. Não sentia mais nada.
          O quarto luxuoso pintado de uma cor vinho na deixava a cena lá muito agradável. Keith lembrava que nas primeiras noites ele odiava aquele lugar com toda a sua existência, mas agora tanto faz, sua opinião nunca mudaria nada na sua vida mesmo. Ele se levantou para poder começar o primeiro dia de retorno a Garrison.
            Ele não lembra quando foi a última vez que sentiu alguma coisa, mas ele lembra o que ele sentiu pela última vez:desespero. Um desespero por ajuda, que alguém pudesse o salvar dos maus tratos de Zendak, mas claro, isso era apenas uma ilusão de uma criancinha inocente.
             Como um robô ou um ator encenando algo, ele se levantou da cama e começou a se arrumar para a Garrison. Com a escola em mente, algumas memórias vieram do tempo em que estudou lá, entre elas, uma em específico.

  Lance McClain

            Seu rival. Por algum motivo, o cubano havia desenvolvido uma enorme rivalidade com ele, até hoje Keith nunca soube dizer o porquê, mas agora não é como se isso o importasse.
              Saiu do seu quarto indo em direção a cozinha. Ele estava com fome? Não muita, na verdade, mas ele sabia que seria ruim faltar ao café da manhã.....muito ruim. Bom, não que isso mudasse qualquer coisa, no fim. Quando chegou na cozinha, viu apenas Zendak sentado na mesa e logo soube que aquela manhã não seria fácil, mas sua mente já estava conformada com aquilo.

Keith:Bom dia.-disse sem nenhum sentimento na voz.
Zendak:Sua mãe saiu mais cedo, parece que teve algum incêndio um pouco longe da cidade.-disse com o mesmo mau-humor matinal.

           Mãe. Será que ainda podia considerar Krolia como sua mãe? Ela não era má, de verdade, ela sempre foi muito carinhosa com Keith e zelava pelo seu bem-estar.....mas boas mães notam quando o filho é abusado e maltratado várias vezes, certo? Não era isso o que todos gritavam para o mundo? Que "mãe sabe das coisas"? Keith em algum momento teve essa curiosidade, mas agora ele só aceitava que, talvez, agora ele não fosse a maior prioridade na vida da sua mãe.
             Após a morte do seu pai, sua mãe ficou bem triste e ele até tentou anima-la, mas ele era apenas um garoto de 12 anos e nem sempre palavras sinceras de uma criança podem ajudar um adulto a superar o luto, infelizmente, Keith foi um dos casos onde essas palavras não tiveram efeito. Mas, no fim, ela conheceu um cara em um dos seus serviços: Zendak. Ele era um político influente que, nas câmeras, lutava para pregar a paz, mas nas sombras fornecia armas de altíssima tecnologia para quem pudesse pagar mais. Ha, o mundo era mesmo hipócrita!
            Voltando ao presente, Keith Kogane se sentou na mesa e começou a se servir de café e pão, apenas o suficiente para não desmaiar durante o dia. Mas, antes que pudesse tomar seu café, Zendak o deteve.

Zendak:Vc sabe o que isso significa, não é, Keith?

              Os olhos púrpuras de Keith se dirigiram até Zendak. Ah sim, ele sabia muito bem o que isso significava e lembrava que já chegou a odiar isso, já chegou a tentar escapar disso, mas lembrava também que as coisas acabavam só piorando.

Keith:Sei.-respondeu, ainda sem emoção.
Zendak:Venha.

             Keith se aproximou do homem, sem sentir mais medo como sentia, nem raiva, nem desprezo. De repente, recebeu um tapa forte no rosto, estava ciente que ele não o machucaria tanto, não deixaria nada tão visível assim. Ele só deixaria marcas internas como as que deixou na alma de Keith.

Sendak:Se ajoelhe, verme.

          Em uma outra época, Keith se recusaria a fazer isso. Seu orgulho era mil vezes mais forte e sua valentia era mais alta que o prédio mais alto do mundo. Mas hoje, aquele orgulho, aquela chama de valentia, tudo isso tinha se extinguido.
            Keith se ajoelhou diante de Sendak, sem protestos, sem olhares raivosos, sem nada. Apenas com submissão. Viu o outro abrir a calça e em pouco tempo estava diante do membro do homem.

Sendak:Vc sabia que os bárbaros, para humilhar seus adversários, os estupravam?

            Sabia. Keith sabia bem disso porque além de está escrito nos livros de história, Sendak gostava de o lembrar disso sempre que abusava do seu corpo. Era como se ele fosse o bárbaro ali.

Sendak:Pode começar a chupar, sua vadia.

              Keith abriu a boca, começando a engolir aquele membro, começando a chupar. Talvez se pergunte porquê se render aquilo, por que se deixar ser abusado se podia muito bem se defender daquele homem? A reposta era simples: sua mãe, Krolia. Ela amava aquele homem, mas ele era cruel. Keith, em uma época distante, sentiu medo de que ele fizesse mal a ela, como jurou que iria fazer se Keith o desobedecesse. Mas agora, Keith só o obedecia por obedecer, não havia mais nenhuma questao envolvida. Na verdade, ele suspeitava até que não sentia mais que Krolia fosse sua mãe.
           De repente, ele sente seus cabelos pretos sendo agarrados e sua cabeça ser movimentada com violência, fazendo aquele membro bater fundo em sua garganta algumas vezes. Os gemidos roubos de Sendak ecoam sem preocupação naquele lugar, ele não teme que seus empregados o vejam fazendo aquilo, também não é como se eles pudessem fazer algo. O último empregado que tentou ajudar Keith agora se encontrava perdido enterrado em algum lugar da mata.
        Em pouco tempo, Sendak gozou, preenchendo a boca de Keith com aquele líquido viscoso e que ele odiava o sabor, mas tratou de engolir tudo, a última vez que ele havia gospido Sendak deixou seu corpo roxo (claro, as partes que suas roupas cobriam). Ele relaxou na cadeira e Keith se levantou, indo até o seu lugar com a mesma expressão, mas agora com prquenas lágrimas nos olhos. Sua garganta doía.

Sendak:Vc sempre consegue ser melhor nisso do que sua mãe.-fechou suas calças.

           Em outra época, ele teria socado Sendak por isso. Teria enchido sua cara feia de porrada até ela ficar roxa por completo. Mas agora ele tratava o assunto com indiferença. Sua mãe mal parava em casa e, quando parava, nao chegava a notar grande diferença em Keith......se notasse, teria notado como Keith ficava perto da presença de Sendak quando pequeno. Porra, não eram as mães que deveriam saber de tudo? Que deveriam proteger seus filhos? Então porque Keith tinha que está se submetendo aquilo tudo por anos para proteger sua mãe? Por que ela não notava nada?! Será que ela parará de o amar?

Bem, isso não importa agora.-Keith pensou, sentindo sua apátia o consumir como água.-Essa é a minha vida agora.

            Ninguém o amava, essa era verdade. Sua mãe estava ocupada demais para isso. Sendak nunca forneceria nenhum ato de afeto a Keith. Seu pai estava morto. Ele não tinha mais ninguém para poder ser amado e, sinceramente, isso não atingia mais o coração de Keith.

Keith:Preciso ir, tenho aula hoje.-pegou sua bolsa e saiu.

            Seu estômago ainda se revirava por saber que o sêmen de Sendak estaria em seu corpo, precisava comprar mais uma coisa para comer e tirar aquele gosto ruim da boca. Um refrigerante iria servir.
              Parou em uma lanchonete e comprou o refrigerante, viu um rapaz simpático o atender. Ele tinha uma bandana laranja na cabeça, pele morena e olhos castanhos escuros. Ele lhe lançou um sorriso, Keith gostaria de poder fazer o mesmo, mas já não lembrava mais como se fazia isso, então não o fez. Keith só esperou o caixa notificar a compra, pagou e saiu, sem se incomodar se o caixa iria o achar antipático.

Afinal, ele era só um garoto apático, nada demais

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