56| Capítulo Final
Olá, você! Tudo bem?
Então, esse é o último capítulo da história, que emoção! Quais as expectativas? Me diga!
Estou tão contente em finalizar essa história, e se você chegou até aqui, saiba que meu coração está imensamente grato por você fazer parte disso também.
Um abraço, boa leitura! ♡
Viver intensamente seria meu lema, eu queria aproveitar cada pequeno momento da minha vida, construir memórias que pudessem ser revividas com alegria. Eu também sabia que minha jornada não seria só flores, mas me manteria firme e ultrapassaria os obstáculos que poderiam surgir.
Eu queria muito que meu pai estivesse aqui comigo, para entrar ao meu lado no tapete vermelho do salão da formatura, mas eu sabia que onde quer que ele estivesse ele estaria orgulhoso de mim, em ver que finalmente eu concluía uma etapa da minha vida. Mais do que todos, ele torcia por mim, ele queria que eu alcançasse meus sonhos.
O vestido bordô tinha um caimento perfeito em mim, ele era de alças finas e apresentava um decote em V, sua extensão era longa e tinha uma sutil fenda na perna direita. Me sentia elegante e confortável. Eu também estava satisfeita com o resultado do penteado, tranças laterais da parte superior dos meus cabelos se uniam na parte de trás enquanto o restante do cabelo estava solto livremente em ondas, a maquiagem era simples, mas destacava meu rosto, cílios grandes, e minha pálpebra pintada com uma sombra de algum rosa claro brilhante, e camadas generosas de gloss nos lábios.
Mamãe iria entrar comigo, alguns parentes do meu pai e da minha mãe também estariam presentes como convidados para presenciar esse dia importante para mim.
A formatura seria feita no salão municipal de festas, David veio nos buscar, ele estava perfeito em seu terno azul, ao chegarmos no local ele estava lindamente decorado nas cores dourada e preto. Aos poucos todos os formandos foram chegando, todos muito elegantes.
Logo avistamos Oliver, David já quis correr para cumprimentá-lo, depois eles foram ao banheiro e eu fiquei os esperando.
Foi nesse instante que Olivia apareceu perto de mim.
— Adorei seu vestido — ela diz casual.
— Obrigada o seu também é lindo — digo sorrindo de leve.
— Sarah eu fiz o que você aconselhou, e hoje estou me sentindo muito melhor — ela olha para mim como se agradecesse. — Me desculpei com Alice pela péssima amiga que estava sendo e ela me perdoou dizendo que jamais desistiria de mim, também pedi perdão para meu irmão, eu queria fazer isso antes de ir embora, não queria ir brigada e por fim liguei hoje para o Itan me desculpando pela forma ridícula que agi — ela suspira.
— Fico feliz que você tenha feito isso Olivia — sorrio. — Você também vai embora? — pergunto notando o fato.
— Sim, meus pais vão estar se separando vou embora com ele, e começar minha faculdade de arquitetura — ela sorri fraco.
— Espero que dê tudo certo para você — desejo de coração.
— Obrigada, Sarah, igualmente. E também espero que você e o Itan dêem certo, ele claramente é apaixonado por você e não tenho dúvidas que você sente o mesmo. — ela declara.
Concordo com um aceno de cabeça. Eu também queria que dessemos certo, mas inevitavelmente no próximo ano não estaríamos tão presentes um na vida do outro, não tínhamos conversado sobre isso ainda, eu estava adiando esse momento.
Finalmente David e Oliver saem do banheiro, eles cumprimentam Olivia que logo nos deixa dizendo que iria em busca de Alice.
— O Itan ainda não chegou? — David me pergunta.
— Eu mandei uma mensagem para ele, disse que estava indo buscar a Sônia, uma amiga de família que vai entrar com ele — falo sorrindo.
Oliver e David concordam.
Ficamos mais alguns instantes dentro do salão. Pessoas e mais pessoas iam chegando, quando todos os formandos chegassem seriam passadas as instruções de entrada. Eu estava ficando um pouco nervosa, devido a ansiedade. Mas tentava me controlar.
Senti um alívio ao ver entrar pelo hall Itan acompanhado por uma senhora, falei para David que iria até eles e me escapuli. Logo quando Itan me viu, sorriu, ele estava tão lindo em seu terno preto, mas o que mais me chamou atenção foi seu cabelo cortado bem baixo, quase estilo militar.
— Olá — sorri para eles quando cheguei.
— Olá — eles responderam juntos.
— Sarah essa é a Sônia e Sônia essa é a Sarah — Itan me apresenta a senhora. Eu sorrio um tanto envergonhada.
— Eu já ouvi falar muito de você querida, é um prazer conhecê-la — Sônia estende sua mão, a toco e na sequência trocamos um breve abraço.
— É um prazer também — falo enquanto nos cumprimentamos.
— Vou levá-la até a mesa, já volto — concordo para Itan. Espero ele por breves minutos e depois caminhamos juntos até onde Oliver e David estavam e outras pessoas do Conselho Estudantil que discutiam os últimos detalhes.
— Como você consegue ser tão deslumbrante?! — olho para Itan ele me observava com um sorriso de canto. Aquele comentário me fez ruborizar.
— Acabou de me deixar com vergonha — sorrio sem jeito.
— Você também fica linda assim — ele revela, um sorriso brincando em seus lábios.
— Olha quem chegou — Oliver fala quando vê Itan se aproximar. Todos trocam cumprimentos e ficamos reunidos, minutos mais tarde Alice vem me cumprimentar com Olivia ao seu lado e ficam por ali onde estávamos também, James o amigo de Itan também aparece e os formandos estavam completos, todos perto do palco. A professora Michelle encarregada de nos instruir, passa os comandos para quando entrassemos no salão pelo tapete vermelho, teria um fotógrafo registrando todo o momento, no final do tapete tinha duas fileiras de cadeiras que era para irmos sentando. Ela pediu que chamassemos nossos parceiros e nos encaminhassemos para o lado de fora, que logo iria começar a cerimônia.
Meu coração palpitava no peito, estava com um pouco de medo de fazer algo errado. Segui até a minha mesa que já estava preenchida pelos convidados, chamei por minha mãe, era ela que ia entrar comigo.
Fomos até o lado de fora, onde se formava uma fila única gigantesca. Os nomes dos formandos seriam chamados em ordem alfabética, então Itan e David estavam lá na frente. Eu era uma das últimas, mas quando os nomes começaram a ser chamados pelo alto falante, tive que me concentrar em controlar a respiração, ainda bem que eu tinha mamãe ao meu lado, pois se fosse para mim entrar sozinha corria o risco deu desmaiar na frente de todos.
Quando meu nome finalmente foi chamado, tentei parecer confiante ao entrar ao som de uma música que o Conselho tinha escolhido, paramos no início do tapete para a foto ser tirada e caminhamos até o seu final onde mamãe me deixou com um sorriso tão grande. Me sentei em uma das cadeiras disponíveis e observei o restante dos formandos entrar.
Depois olhei para mesa onde todos nossos professores estavam, depois observei quem estava por perto de mim e na fileira de cadeiras a minha frente, eu e David sorrimos quando nossos olhares se encontraram, sabia o quanto ele estava feliz. Estávamos completando uma fase da nossa vida para começar uma nova tão esperada na UFV. Novamente meus olhos passearam pelos formandos até encontrarem os de Itan, ele me olhava com paixão e aquilo fez meu coração amolecer. De repente, todos os momentos que passamos juntos se fizeram presentes em minha mente, havíamos construídos lindas memórias juntos. Mas nossas vidas tomariam rumos diferentes e isso partia meu coração.
O som da voz da professora Michelle me chama a atenção, convidando o aluno orador para falar, essa pessoa seria Alice, batemos palmas para ela, que após cumprimentar a todos deu início ao texto já preparado para discursar.
Havia sido um longo caminho percorrido para chegarmos aqui, passamos por diversas dificuldades, mas conseguimos superar para chegar nesse tão sonhado dia. Ao mesmo tempo que era um dia gratificante ele era triste, pois nada seria como antes. Não veríamos mais as pessoas de sempre, não teríamos a mesma rotina, tudo mudaria.
Quando Alice terminou o texto, todos batemos palmas, vários formandos estavam emocionados, eu tentava controlar qualquer lágrima que teimasse em cair, pois sabia que se isso acontecesse meus olhos virariam uma cachoeira.
Na sequência os professores nos entregaram os canudos e novas fotos começaram a ser tiradas, agora entre os professores e alunos da turma e para quem quisesse tirar com os convidados. Depois fomos chamados para dançar a valsa que daria início ao baile de formatura, eu e Itan dançamos juntos, era tão bom tê-lo perto de mim.
— Adorei o novo visual — revelei a ele falando próximo ao seu ouvido.
— Que bom que gostou, a última vez que cortei assim foi a dois anos atrás quando minha mãe também teve que cortar — ele suspira. — Eu queria me formar parecido com a última imagem que ela teve de mim.
O olho nos olhos, Itan parecia estar emocionado, toco seu rosto, ele pareceu apreciar o carinho.
— Tenho certeza que sua mãe está muito orgulhosa de você, admiro o seu amor por ela, tão puro e lindo — sorrio para ele. Os lábios de Itan se cumprirem em um sorriso, sua mão esquerda se ergue sobre a minha, a qual continha sua tatuagem, e que agora eu também tinha na mão direita. Aquelas pequenas estrelas gravadas em nosso pulso, tinham um grande valor para nós, nossos pais brilhariam ainda em nossas vidas, eles estavam a salvo em nossos corações.
O baile já tinha começado, mas como eu tinha vergonha de dançar em público resolvi ficar sentada na minha mesa, alguns parentes meus aproveitavam para dançar e se divertir, minha mãe e minha tia Margot já tinham ido embora. Eu estava com Itan, que preferiu me fazer companhia, invés de se sentar na mesa com o pai.
Atacavámos os petiscos, quando Derek se aproximou de nossa mesa, eu o havia visto
na mesa de convidados de Itan, mas não imaginava que ele fosse vir até nós.
— Olá — ele murmurou para mim e Itan.
— Oi — minha voz saiu baixa.
— Só vim parabenizar vocês por terem se formado — ele sorri sem mostrar os dentes. — E agradecer você Itan por ter me convidado.
— Não foi nada, sem ressentimentos, somos primos — Itan sorri também para ele. Meu olhar vai de Itan para Derek.
— Obrigada, Derek — sorrio para ele. O garoto a nossa frente assente se afastando.
Suspiro.
— Quando resolvi chamá-lo, eu me desculpei pelo dia que brigamos — Itan fala sem me olhar enquanto capturava um pequeno salgado para comer.
— Que bom, tenho certeza que ele se arrependeu do que fez — digo.
— É, acho que sim, pois ele também pediu desculpas — Itan murmura.
— Estou orgulhosa de você, Itan — sorrio para ele que ergue os olhos encontrando com os meus.
— Falando em desculpas, Olivia me ligou hoje pedindo desculpas sinceras — ele comenta.
— Ela também se arrependeu e quer recomeçar, todos merecemos uma segunda chance — digo.
— Tem razão — seus olhos vagueiam para sua mesa onde seu pai e uma mulher estavam. Depois se voltam para mim. — Eu desculpei a Olivia, ela disse que se sentia aliviada por isso, eu desejei o melhor para ela e ela desejou o melhor para gente — sorrio, Olivia também era uma boa pessoa, só tinha tomado as decisões erradas, mas estava concertando as coisas, e isso deveria ser levado em consideração.
— Proponho um brinde? — pego minha taça com um pouco de vinho ainda nela. Itan pega a sua.
— Um brinde a quê? — ele indaga.
— Ao nosso futuro — falo quase em um sussurro, meus olhos queimando junto aos seus. Logo eu estaria vivendo meu grande sonho, mas eu também queria que Itan fizesse parte, ele tinha me ensinado a aproveitar o agora e tudo que eu mais queria era compartilhar meu futuro ao seu lado.
Os olhos de Itan brilham parecendo emocionados, ele toca levemente sua taça na minha.
— Ao nosso futuro — ele diz com o som de tlim das taças.
Bebemos sorridentes. Itan enche mais uma vez nossas taças e propõe que entrelaçassemos nossos braços para tomarmos juntos o líquido, eu estava com medo de acabar molhando meu vestido, mas Itan insistiu tanto que tive que concordar e no fim quem acabou se molhando foi ele.
— Eu avisei que não ia dar certo — tento não rir dele.
— Droga — ele praqueja. — Acho melhor eu ir lá em casa trocar essa blusa.
— Tá bom, eu te espero — falo tomando mais um gole da taça.
— Não quer ir junto? Dar uma fugida daqui? — olho para ele ponderando a ideia. — A gente volta rápido, nem vão perceber que saímos, minha nova casa é perto daqui — Eu ainda não conhecia a casa de Itan, ele tinha me prometido levar quando terminasse de organizar a sua mudança. Ele me olha com os olhos cheios de esperança em ver eu aceitando, então me rendo.
— Tá bem — digo olhando para ele. — Só tenho que tomar cuidado para não estragar esse vestido. Ele é alugado.
— Não se preocupe, não vamos fazer nada que acabe danificando ele — Itan solta um pequeno riso.
Saímos do grande salão, a brisa noturna era refrescante. Itan me alcançou a mão e eu aceitei. A rua que levava até a casa de Itan estava tranquila, algumas decorações de final de ano brilhavam das casas e das árvores, por um instante tudo parecia mágico, as estrelas e a lua também brilhavam no céu, elas pareciam nos observar sozinhos de mãos dadas, balançando elas com um sorriso no rosto. Éramos dois amantes e as estrelas eram testemunhas do nosso sentimento.
— Eu pretendo fazer um curso — Itan diz de repente enquanto caminhávamos pela estrada de calçamento.
— Um curso? — indago surpresa, mas ao mesmo tempo contente.
— Sim, depois que fomos fazer sua tatuagem, me veio em mente usar minhas habilidades em desenhar nisso. Conversei com o rapaz que fez as nossas estrelas, ele disse que vai me ajudar entrar no ramo de tatuagem — olho para Itan, ele parecia feliz ao me revelar aquilo.
— Isso é incrivel, Itan — falo empolgada.
— Você foi minha inspiração, sempre admirei a sua dedicação em alcançar seus sonhos, você me me motivou a querer construir um futuro, eu nunca tive altas expectativas, mas com você sinto que sou capaz de chegar a qualquer lugar. Você é minha estrela guia! — meus olhos se enchem de lágrimas ao ouvir aquilo de Itan.
— Nossa, Itan, que lindo! — sorrio emocionada. Meu olhos querendo marejar.
Ele sorri de volta, e para sua caminhada, eu paro ao seu lado. Itan toca o meu rosto, seus olhos presos aos meus, mais uma vez o mundo parecia ter parado, nada mais importava, a não ser nós dois. Os lábios de Itan chegam bem próximo aos meus.
— Eu amo você, Sarah Jenkis, de todo meu coração — meu coração erra um batida ao ouvir aquilo, perco o fôlego por um instante.
— Eu também te amo, Itan — consigo dizer com o coração gritando de emoção no peito, algumas lágrimas escorrem dos meus olhos antes de Itan juntar nossos lábios em um beijo apaixonado. Eu o amava, isso era um fato que não podia ser mudado, eu me apaixonei por ele aos poucos, vi nosso sentimento crescer e se tornar grande como o monte Everest, e eu sabia que nosso amor iria alcançar as estrelas e se expandir pelo universo.
Seu sorriso era tão grande quando enfim nos afastamos. E só de pensar que futuramente não o veria com frequência meu coração se estilhaçava. Eu o queria tanto em minha vida, que só de pensar que ficaria longe dele me sentia angustiada.
Itan me olhou profundo parecendo gravar minha imagem em sua memória e sorriu enquanto encostava novamente seus lábios nos meus suavemente, meu corpo irradiava paixão.
Sorrindo como bobo Itan me tomou pela mão novamente e andamos mais alguns metros até chegar em frente a uma casa modesta de algum tom de verde difícil de identificar agora a noite.
— É aqui onde eu moro — Itan sorri. Dava para ver em sua expressão com ele estava feliz e orgulhoso em ter seu próprio canto, era uma conquista significativa para ele. — Quer entrar? — seu convite me desestabiliza, abro a boca mas dela não sai nenhum som. — Para conhecer, é claro — Itan parece perceber meu desconcerto. Eu confiava nele, de olhos fechados, só estava um pouco nervosa, mesmo seu convite não soar malicioso.
Seus olhos estavam presos em mim, esperando por uma resposta e eu sabia o quanto ele queria que fosse positiva. Assenti para ele, por fim.
Itan estava com a chave e abriu a porta com facilidade, ele deixou que eu entrasse primeiro e logo ligou o interruptor que preencheu o ambiente com uma luz forte. A primeira coisa que meus olhos captaram foram algumas pétalas no chão. Pétalas de rosas. Olhei para Itan, mas ele não disse uma palavra, meus olhos seguiram pelo caminho que se formava das pétalas colocadas sobre o piso claro.
É, claro, isso já estava premeditado. Itan me tirou do baile para me trazer aqui. Meu coração se acelerou no peito, não entendendo bem o que aquilo significava, turbilhão de pensamentos passaram na minha mente.
— Não vai seguir o caminho? — a voz de Itan alcança meus ouvidos acompanhada de um risinho de sua parte. Dou comando para minhas pernas para que elas fossem para onde quer que aquela trilha de pétalas daria. Senti Itan ao meu encalço, não reparei nada mais ao meu redor, eu só queria saber a onde aquilo iria dar. Andei até me deparar com uma porta fechada, as flores acabavam ali.
Olhei para Itan, com um aceno de cabeça ele me incentivou para que a abrisse. E assim o fiz sem hesitar, a porta se abriu com um leve rangido me permitindo vislumbrar um quarto, era seu quarto, suas coisas estavam aqui, seu projetor de estrelas, sua cama, guarda-roupa e escrivaninha onde fazia seus desenhos, e ainda a trilha de pétalas que dava para a cama, que continha balões em formato de corações em sua cabeceira, da onde estava pude ver mais pétalas na cama, mas elas não estavam ali aleatoriamente. Me aproximei e pude ler o que miticulosamente foi escrito ali. Minha mão foi autenticamente a boca, não acreditando que aquilo estava mesmo acontecendo. De repente, minha visão tinha ficado turva, com algumas lágrimas que começavam a se acumular.
Olhei para Itan, supresa, emocionada, e estática.
Quer namorar comigo?
A frase rodopia na minha mente. Vejo Itan se ajoelhar na minha frente e do seu bolso sacar uma caixa de veludo vermelho.
Isso estava mesmo acontecendo, não era invenção da minha cabeça.
— Sarah Jenkis — ele pigareia, parecendo um tanto nervoso. — Você me daria a honra de ser seu namorado? — sua voz toma um tom confiante e ao mesmo tempo ansioso.
Eu tinha sido pega de surpresa. Eu se quer imaginaria que Itan prepararia aquilo.
De repente, me vi na mesma situação de meses atrás quando decidi namorar Derek a distância, eu sabia que com Itan não seria diferente, a distância estaria entre nós também.
— Itan — tomo fôlego para falar, a conversa que tanto tinha adiado, não podia mais ficar para depois. — Eu amo você, e quero muito ser sua namorada, mas você sabe que ano que vêm vamos nos distanciar...
— Eu sei, Sarah, mas isso não é um problema para mim — ele fala ainda ajoelhado, seus olhos intensos me fitavam .
Eu já tinha passado por essa experiência e sabia como era. Para Itan seria algo novo e talvez não fosse como ele imaginasse e acabaria desistindo de mim, eu não queria deixá-lo me esperando e acabar machucando nós dois.
Suspiro forte antes de lançar minhas palavras.
— Eu não quero te prender — sou incapaz de olhá-lo, minha voz sai embargada. Mas eu precisava ser sincera.
Itan se levanta se prostrando a minha frente, sinto seus dedos gélidos em meu queixo fazendo com que o olhasse, mas ao fazer meus olhos se encontrarem com os seus, minha vontade de chorar se multiplicou por mil.
— E eu não quero te perder — sua voz sai baixa mas com um tom de desespero. Meu coração se apertou ao ouvir aquelas palavras. Eu também não queria. — Sarah, você foi a melhor coisa que me aconteceu em anos, você trouxe cor novamente para meus dias quando eu pensei que tudo seria cinza, você me inspirou, me motivou, me fez querer superar meus medos e ir em busca dos meus sonhos como você. Eu não vou desistir de nós, juntos podemos fazer dar certo, não importa a distância, o amor vai nos guiar. Eu sei que vai, e sei que você também sabe, eu posso ver em seu olhos.
Queria me debulhar em lágrimas. A intensidade do momento me tira do chão. A insegurança estava grudada em mim por mais que quisesse arrancá-la fora, ela estava comigo em todos os momentos, mas eu não queria que ela ficasse entre mim e Itan. Eu não podia deixar.
— Itan, me desculpa por parecer insegura, as vezes não consigo evitar — suspiro. — Mas é claro que quero ficar com você, é claro que quero tentar, quero aproveitar o agora ao seu lado como uma vez você me disse e quero que você esteja no meu futuro. É tudo o que eu quero — sorrio convicta.
Itan gruda seus lábios nos meus em um beijo urgente cheio de emoção. Quando nos separamos ele toca sua testa na minha.
— Eu sempre vou estar te esperando, tá bom? — ele sussurra.
— E eu sempre vou contar os dias para voltar para você — sussurro de volta sorrindo.
Itan colocou o anel brilhante no meu dedo oficializando seu pedido. Agora éramos namorados. Eu o abracei feliz.
Na cama sobre as pétalas fiquei sobre o peito de Itan, ele tinha substituído a blusa molhada por uma seca, estávamos deitados, apenas apreciando o momento na presença um do outro, ele brincava com meus cabelos enquanto eu vislumbrava o anel em meu dedo.
— Você planejou esse momento, você derrubou bebida de propósito na sua roupa, não é? — viro meu rosto para encará-lo.
— Sim — ele sorri. — Eu sabia que a formatura era um dia importante para você, queria que se tornasse ainda mais inesquecível.
— Você tornou — sussurro, olhando-o. — Não só esse, mas todos os dias que passei ao seu lado.
Ele acaricia meu rosto, seu carinho aquece meu coração.
— Agora acho que posso te contar — ele diz.
— O quê? — arqueio minha sobrancelha.
— Aquele dia sobre a Darius quando a estrela cadente caiu, você me pediu para falar o que tinha desejado — ele revela. — Acho que agora posso contar meu pedido já que aconteceu.
Franzo o cenho para ele.
— Naquele dia sobre as estrelas cintilantes, em sua companhia, quando vi no céu cruzar uma luminosa estrela cadente, fiz a ela um pedido esperando que fosse atendido — ele começa recitar como se fosse uma poesia. Sorrio. Ele solta um suspiro antes de continuar. — A pedi uma oportunidade para poder te chamar de minha, naquela época eu já era caído por você — ele me olha intenso. — E agora que tudo se realizou, que posso te chamar de minha namorada, minha estrela guia, meu amor, você está no direito de saber o que pedi a estrela como te prometi.
Olho para Itan, esperando um sorriso como se tivesse brincando, mas ele estava sério, ele havia mesmo desejado aquilo. Me lembro da gente sobre a Darius, sob as estrelas, assim como no dia em que demos nosso primeiro beijo, elas estavam lá olhando para a gente, assim como hoje quando dissemos que amávamos um ao outro.
— Acho que as estrelas serão eternas testemunhas do nosso amor — concluo mergulhando em suas orbes negras como a noite, seus lábios se repuxam para cima em um sorriso singelo. Ele toca meu rosto e sinto minhas bochechas esquentarem. Seus lábios alcançam os meus, e sinto meu corpo incendiar. Éramos eu e Itan mais uma vez, mas eu já começava a achar que éramos únicos, unidos pelo amor, pelo fogo da paixão que irradiava de nossos corações ardentes.
Itan se remexe e mudamos de posição, me deito com a cabeça no travesseiro que antes Itan estava encostado, sua mão vai a minha nuca, seus lábios se unem aos meus com urgência, minhas mãos passeam por seus ombros.
Logo suas mãos deslizam por meu corpo por sobre o vestido, e eu desejei internamente que não estivesse com ele para melhor apreciar seus toques. Eu o queria mais do que tudo. E eu sabia que ele também.
Por sobre mim, Itan me olhou intenso, eu engoli em seco, sentindo meu peito subir e descer pela respiração acelerada.
— Você quer...
— Uhum — murmuro decidida. Itan sorri de canto, seus dedos se esbarram nas alças finas do meu vestido abaixando um pouco, seus lábios mornos me tocam a clavícula em um beijo suave. Perco o fôlego por um instante pelo simples toque, arrepios viajam pelo meu corpo. Ouço uma sutil risada vinda de Itan que sobe os lábios pela lateral do meu pescoço até chegar no meu ouvido esquerdo.
— Está mesmo pronta? — sua voz ao pé do meu ouvido agita meu sistema me fazendo arrepiar mais uma vez. — Para ver as estrelas...
Seu rosto se volta pra mim, seus olhos me fitam intensos.
— Sim — sussurro. — Me mostre.
Itan aproxima sua boca na minha devagar, e com um toque suave sela nossos lábios.
— Amo você — sussurrei entre o beijo.
— Amo você também, meu coração te pertence — seu sorriso me desmonta, suas palavras me emocionam.
Então, Itan calmamente entrelaça por sobre o lençol nossas mãos, aquelas que tínhamos tatuado nossas estrelas. Junto a elas nossos corações também se entrelaçam, podia sentir o bater ansioso do meu no peito, pertenceríamos um ao outro de corpo e alma, e eu sabia que a relação que construímos seria nossa história de amor favorita. Em meu íntimo sentia que tínhamos muito o que compartilhar, e que a distância não seria empecilho. Se eu pudesse ter um poder, ainda seria o de se teletransportar, assim, mesmo longe poderia vir até Itan a hora que quisesse, eu também iria querer ter o poder de parar o tempo toda vez que estivéssemos juntos para aproveitar ainda mais sua presença. Mas mesmo não sendo dotada dessas capacidades eu não iria me preocupar, pois eu tinha certeza que encontraríamos sempre o caminho de volta um para o outro.
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