52| Capítulo Cinquenta e Dois

Olá, você! Tudo bem?
Se chegou até aqui, meu muito obrigada!
Me diga: o que está achando da história?
Estamos quase no fim, iremos até o capítulo 56. Nada mais, nada menos.
Vim aqui também deixar a seguinte nota: esse capítulo pode conter gatilhos relacionados ao luto.

- Um abraço no coração.


A nossa formatura seria no começo do último mês do ano, David falava dos problemas que o Conselho Estudantil estava tendo para planejar tudo, a começar pela decoração, na qual uns queriam a combinação de dourado com preto e outros dourado com branco, eles iriam fazer uma votação para decidir, também tinha o buffet para contratar e um dj para o momento do baile, também estavam em discussão quem seria o orador da turma, pois os dois terceiros tinham pessoas que queriam ser. David estava com uma lista dos nomes dos candidatos, eu não quis participar, já tinha gente demais brigando por isso, os professores iriam fazer um sorteio com os nomes e anunciar quem ficaria com esse papel.

Em outro momento eu estaria animada com a ideia de me formar, estaria contando os dias para o grande dia. Mas estava preocupada demais com a situação do meu pai, eu e mamãe continuávamos cúmplices em cuidar dele, e eu também tinha David e Itan para me ajudar passar por esse momento, Itan sabia muito bem da minha angústia, por já ter passado por isso.

— Se eu comprar um picolé para você, promete se animar um pouco? — David me pergunta enquanto caminhávamos para as arquibancadas do campo do ginásio de esportes da nossa cidade. Itan e Oliver iriam jogar. David me arrastou para vir com ele, não queria ficar aqui sozinho, Oliver tinha o convidado, Itan também esperava que eu fosse mas não tinha dado certeza. Aceitei a boa vontade do meu amigo em me comprar um picolé, tinha um senhor vendendo logo no começo das arquibancadas. Fiquei no topo dela esperando por David.

O jogo já tinha começado, mas ninguém tinha marcado nenhum gol. Localizei Itan, seu amigo James e Oliver jogando, eles tinham uma boa interação com o time, sempre fazendo passes e chegando bem próximos de marcar um gol.

Dei uma olhada geral ao meu redor, vi Alice também por ali, ao lado de Olivia. Desde o incidente na Darius eu não tinha a visto, já tinha se passado três dias. Talvez ela tivesse ficado com vergonha do seu ato e decidido não dar mais as caras na lanchonete. David havia me falado que ela e Oliver não estavam se falando mais, que a situação na casa deles ainda estava delicada, seu pai não conseguia aceitar o fato dele ser quem ele era. Mas Oliver parecia não se importar, ele estava mais forte do que nunca, podendo ser ele mesmo.

David apareceu novamente com dois picolés, um de abacaxi para mim e outro de morango para ele. Depois de alguns minutos quando já estavam no fim do nosso picolé, Oliver marca o primeiro gol para o time deles, e todos que estavam torcendo por eles vibram se levantando dos acentos, inclusive eu e David.

Quando me sento de volta, mal ouço meu celular tocar, pelo burburinho ao redor. Olho o identificador de chamada, era minha mãe. Meu coração preocupado já acerela no peito, atendo rapidamente.

— Mãe — minha voz sai alta e aflita.

— Querida — a voz de mamãe sai fraca e chorosa. — Venha para o hospital, por favor.

Minha cabeça rodava e minha visão ia perdendo o foco enquanto David me levava de volta para casa em seu carro, meu peito apertava e mal conseguia respirar, mesmo estando ao lado da janela escancarada do carro.

Quando David estaciona em frente ao hospital Municipal eu salto do carro e corro para a entrada. Entro no local e procuro por minha mãe, a encontro sentada apreensiva em um bancos da recepção.

— O que aconteceu? — a pergunto ofegante.

— Ele passou muito mal de novo, eu acho que... que... — mamãe trava e eu abraço me sentando ao seu lado. Eu não queria desabar, tinha que ser forte.

David aparece logo depois se sentando ao meu lado e ficamos nós três aguardando alguma notícia. Até enfim o Dr. Wilson aparecer. Ele nos cumprimenta e pede para acompanhá-lo até sua sala, vou com mamãe agarrada ao seu braço, e nos sentamos na mesma cadeira de dias atrás.

— Eu — O médico pigarria, seu rosto expressa tristeza —, sinto muito em informar, mas o senhor Jenkis não conseguiu resistir — perdi o fôlego por um instante, não consegui mais prestar atenção no que o médico dizia.

Não, não, não. Não podia ser verdade. Meus olhos se inundaram de lágrimas, senti um aperto forte na minha mão, era a mão da minha mãe. Lágrimas também transbordavam de seus olhos.

Dr. Wilson saiu por um instante nos deixando sozinhas. Mamãe e eu nos abraçamos, deixei que as lágrimas escorrecem por meu rosto livremente. Meu querido pai havia partido.

Não sei bem como minha mãe e eu chegamos de volta para a recepção, só senti o abraço apertado do meu amigo envolta do meu corpo, me sentia mole a ponto de flutuar. Meu peito doía.

David levou nós para casa, eu soluçava baixinho no banco da frente. Mamãe estava no banco de trás tentando se controlar. Isso não podia estar acontecendo, não podia ser verdade, eu não queria acreditar.

Quando chegamos em casa, me sentei no sofá e desatei a chorar, cheio de soluços e dor, mamãe se pôs ao meu lado e me amparou nos braços. David estava do outro lado afagando as minhas costas.

— Por quê? Por quê? — repetia dolorosamente.

Chorei tanto ao ponto da minha cabeça doer, meus olhos arderem e meu peito queimar. O tempo parecia ter parado ali para gente sentados no sofá, nada mais parecia ter sentido. A morte tinha levado meu pai para longe de nós, eu não o veria mais, não escutaria sua voz e nem sentiria seu toque. Isso me deixava aos pedaços.

O som de campanhia me trás de volta a realidade. David levanta para atender, Itan aparece do outro lado da porta.

— Vim assim que soube pela mensagem de David — ele se aproxima de nós no sofá.

— Sinto muito, senhora Jenkis — mamãe se levanta para receber um abraço dele. Mas eu não conseguia me mexer, eu só queria continuar chorando. Itan se sentou no lugar onde antes David estava, me virei para ele, mal conseguindo focar seu rosto, por ter minha visão embaçada, senti meu lábio tremer, anunciando uma nova onda de lágrimas. Os braços de Itan me envolveram em um abraço reconfortante, assim como o da minha mãe e do David haviam sido. Estava feliz por ele ter vindo aqui, e estar ao meu lado nesse momento em que mais preciso.

...

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