35| Capítulo Trinta e Cinco
Acordei com o despertador de David tocando, ouvi seus resmungos e logo o som parar. Me remexi no colchão abraçando o travesseiro, mas logo meu cérebro me alertou que tinha que me levantar. Hoje era o dia do nosso vestibular. Ergui meu corpo desajeitadamente e balançei meu amigo na cama.
— Anda, David acorda, temos que levantar — David resmunga e bate nas minhas mãos, se virando para o outro lado. Pulo na cama sobre seu corpo.
— Aaaa — David começa gritar ao sentir meu corpo sobre o dele. — Sai de cima de mim! Sai de cima de mim! — faço o que ele pede me prostrando ao pé da cama.
Poucos segundos depois a mãe de David aparece na porta.
— Que gritaria é essa?
— A Sarah pulou em cima de mim, não parece, mas ela é bem pesada — olho feio para meu amigo.
— Ele não queria levantar — dou de ombros.
— Levanta logo David, já estou preparando o café para vocês irem, não disse que ia passar na casa da Sarah?! — ela questiona.
— Está bem, está bem — David diz tirando as cobertas de cima de si. Sua mãe sorri satisfeita e volta para a cozinha.
— Eu vou no banheiro primeiro — corro para pegar minhas coisas na mochila e ir ao banheiro.
— Ah, não, Sarah — ouço David reclamar.
Dona Tabatá tinha preparado ovos com bacon e estavam incrivelmente deliciosos, depois que comemos nos despedimos dela que nos desejou boa sorte no vestibular, David dirigiu até minha casa.
Subitamente uma ansiedade surgiu em mim, hoje seria um dia muito importante que definiria meu futuro, eu precisava ir bem na prova, eu tinha me dedicado bastante nos estudos, mas mesmo assim a insegurança me assolava.
Meus pais nos receberam quando chegamos, me arrumei e peguei as coisas que precisava para levar, quanto mais as horas se aproximavam, mais ansiosa eu ficava. O ônibus iria sair em frente ao colégio de Paradise, às onze e meia da manhã, seria uma viagem de quase uma hora até Vasconcellos, às provas começavam às treze em ponto.
Tomamos um café da manhã reforçado na casa de David, mas mesmo assim estávamos levando lanche para o caminho caso sentissemos fome.
— Está quase na hora de vocês irem, não é? — mamãe aparece na porta do meu quarto, eu e David estávamos ouvindo músicas para tentar relaxar. David abaixa o volume. — Querem tomar ou comer alguma coisa antes de irem?
— Eu estou bem, mãe, obrigada — sorrio para ela sentada na cama. — David?
— Eu também, tia, obrigado — mamãe sorri antes de sair.
— Aí, amigo. Estou morrendo de ansiedade — revelo a ele, David parecia conter suas emoções melhor que eu.
— Vamos fazer um exércicio de respiração — ele fala, me incentivando respirar fundo. Faço como pede enchendo os pulmões, fecho meus olhos para melhor relaxar. Até que ouvimos o roncar alto de uma moto parecendo estacionar próximo de casa.
— Alguém parou aqui? — indago para meu amigo. Ele dá um pulo da cama, e espia pelas cortinas do meu quarto que dava para frente da rua.
— Moreno, alto, estiloso... — David começa listar, me levanto e vou ao lado dele já sabendo de quem se tratava.
Itan tinha parado sua moto atrás do carro de David, ele ainda estava sobre a moto, apenas tinha tirado o capacete e mexia ao celular.
O som de mensagem do meu celular me chamou a atenção, o tirei do bolso da calça. Era uma mensagem de Itan.
Oi, Sarah. Está em casa ainda?
David lê ao meu lado.
— Hum, será que ele veio pessoalmente desejar boa sorte para você?! — Itan fala sorrindente ao meu lado.
Digito uma resposta para Itan.
Sim, daqui a pouco vamos ir, quer entrar?
Itan olha de relance para a janela onde estávamos.
Só vim dar uma passada, ver como você estava e passar energias positivas antes de fazerem a prova
Sorrio.
Já desço aí
Arrasto David comigo para fora do quarto.
— Vocês já vão ir? — meu pai pergunta quando nos vê. Ele se levanta do sofá vindo até a mim.
— Já vamos indo, pai — falo a ele. Papai beija minha testa. — Tenho certeza que se sairá bem querida, estaremos torcendo por você — meu pai me diz cheio de emoção. Sabia o quanto ele desejava que eu alcançasse meu sonho.
— Isso mesmo filha — mamãe me abraça. — Estaremos torcendo por vocês dois — ela olha para David que sorri.
— Estão levando tudo certinho? — mamãe pergunta antes de sairmos.
— Sim, mãe, já conferi duas vezes — digo a ela e sorrio em agradecimento.
— Tchau — David e eu nos despedimos. Antes de fechar a porta atrás de mim ouço meu pai resmungar com minha mãe quem era o cara da moto que ainda estava estacionado em frente a nossa casa.
David cumprimentou Itan depois seguiu para seu carro, fui até o garoto que desencosta da moto quando me vê se aproximar.
— Acho que sou um dos únicos do terceiro ano que não vai fazer algum vestibular — Itan diz olhando para mim. — Mas se estivesse indo fazer estaria nervoso, é bem importante para vocês, né!?
Paro em frente a ele.
— Sim, muito! Tenho medo de não conseguir, de decepcionar meu pai... — digo em um sussurro.
— Ei, você é a garota mais dedicada e inteligente que eu conheço, tenho certeza que vai conseguir! — Itan diz para mim sorrindo. — Queria desejar boa sorte pessoalmente — ele diz confirmando o que David tinha dito. — Na verdade, bom desempenho, porquê, não vai se tratar só de sorte, se você conseguir, coisa que vai acontecer — Itan sorri. — Vai ser resultado do seu esforço e dedicação.
Sorrio emocionada com as palavras de motivação de Itan, eu tinha adorado o fato dele vir aqui só para me apoiar. Eu precisava daquilo, especialmente vindo dele.
— Obrigada, Itan, foi muito legal da sua parte vir aqui, e obrigada pelas palavras de apoio — sorrio para ele.
— Estarei torcendo por você! Sempre — seus lábios se curvam levemente para cima, eu queria abraçá-lo, sentir seu corpo em contato com o meu.
David buzina e coloca a cabeça para fora do carro.
— Temos que ir — sua voz sai alta.
Olho para Itan.
— Te mando mensagem — ele diz. Assinto veemente com a cabeça. E em despedida lhe dou um beijo apressado na bochecha. Itan parece ser pego de surpresa, mas sorri para mim quando me afasto.
...
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