31| Capítulo Trinta e Um

— Por que estava demorando? — papai quis saber. — Só concordei com sua mãe de você sair, pois ela disse que você ia voltar logo.

— Eu nem demorei pai, e ainda está cedo — falo para ele. Mamãe aparece na porta da cozinha.

— Voltou porquê mandei sua mãe te ligar. Porque não espera o vestibular passar? Aí você pode sair sabendo que não tem mais que se preocupar com isso — ele fala.

— Pai, eu e David já estudamos tanto esses dias, eu não tô aguentando mais essa pressão por conta do vestibular, eu só precisava de um momento para me distrair, mas o senhor está me fazendo sentir culpada por isso — coloco para fora o que eu penso.

— Charlie a Sarah tem razão, ficar lembrando  que ela tem o vestibular para fazer só vai deixá-la ainda mais ansiosa, sabemos o tanto que ela já estudou, ela merece espairecer um pouco também.

Meu pai suspira a minha frente.

— Eu só tenho medo que esse garoto que você está saindo te tire o foco que nem o Derek fez, e também temo que ele só esteja brincando com seus sentimentos, filha — papai confessa.

— O Itan não é igual ao Derek — digo com convicção, me recuso a acreditar que Itan fosse capaz de me fazer sofrer como Derek fez, eu podia sentir receio as vezes dos sentimentos que estava desenvolvendo, mas depois de hoje, eu não me importava de me arriscar, quando o beijei, foi como se o mundo tivesse parado ao nosso redor, congelado. Não foi apenas um beijo por puro desejo, havia paixão.

— Espero realmente que não, porque se não ele vai se ver comigo! — sua voz agora sai um pouco brincalhona. Mamãe sorri observando a gente pela porta. Sorrio também.

Subi para meu quarto e vou até o banheiro tomar um banho, fechei os olhos enquanto a água caia sobre o meu rosto, lembrei de Itan, da sua boca na minha, nos seus toques, do seu sorriso largo para mim e aqueles dois olhos pretos que pareciam ver minha alma. 

Quando terminava de me trocar, alguém  bate a porta, era minha mãe.

Ela se senta na minha cama.

— E ai como foi seu encontro? — ela quis saber empolgada.

Sento ao lado da minha mãe não conseguia esconder o sorriso.

— A gente se beijou, ele fez um pequeinque para mim, mãe, foi tão fofo — digo.

— Uau, querida, isso é incrível, estou tão contente em vê-la feliz, o filho da Berecine parece ser um bom menino mesmo, estou torcendo por vocês — ela segura minhas duas mão.

 Sorrio por mamãe.

— Mas não é nada sério, mãe — falo para ela.

— Ainda — ela sorri. — Dá para ver claramente que você está gostando dele, é bom ver você radiante novamente.

Sorrio mais uma vez para minha mãe antes dela sair me desejando boa noite. Deito na cama e respondo David.

Te conto os detalhes amanhã no colégio

Olho para minha mesinha de cabeceira onde tinha colocado a luminária que Itan me deu e sorrio.

David surtou quando relatei para ele sobre meu encontro com o Itan, para ele nós já estávamos namorando, mas não tinha nada disso, meu amigo era muito emocionado.

— Ai, tão feliz por você, sabia que isso acontecer — David dá pulinhos ao meu lado enquanto íamos para nossa sala.

— Não se empolga tanto — falo para ele.

— Vai dizer que você não gostou e queria até repetir? — ele me olha malicioso.

— É claro que gostei, mas não posso ficar depositando tantas expectativas — suspiro.

— Sarah, ele fez um pequenique para você — David exclama. — Levou você para um lugar só dele, e vocês se beijaram pela primeira vez e ele ainda te deu um presente, se eu fosse você investia nele.

— Como se ele fosse uma bolsa de valores — rio.

— Você entendeu o que eu quis dizer — entramos na sala e seguimos para nossos respectivos lugares.

— Eu ainda estou em êxtase com tudo que aconteceu, eu tenho sentimentos pelo Itan, não vou negar, quando estou perto dele meu coração bate fora do ritmo e eu tenho que lutar para controlar minhas emoções, mas eu preciso ir com cuidado, mesmo que eu acredite que Itan não seja igual ao Derek, não posso me iludir de novo — desabafo com meu amigo. Não queria ter que ouvir meu pai dizendo que tinha razão, e não queria me entregar por inteira sem antes saber se o que sentia era mesmo recíproco e real.

Eu e David como sempre éramos os primeiros a chegar na Darius, quando a moto de Itan encostou em frente a lanchonete, meu coração retumbou no peito, eu estava estranhamente nervosa. O sino soou anunciando a entrada de Itan no local, ele sorriu para gente e nos cumprimentou com um boa tarde. Ele estava finalmente uniformizado, a camiseta vermelho com amarelo tinha lhe caído bem. Acompanhei ele com os olhos, até se dirigir para a cozinha.

Quando Itan retornou das entregas, ele se sentou como sempre na cadeira, enquanto levava os pedidos até as mesas, sentia seus olhos em mim mais do que o normal, e isso me desconcertava.

Voltei para atrás do balcão ao lado de David, e tentei agir naturalmente.

— Vocês vão fazer alguma coisa amanhã? — Itan chama nossa atenção.

— Não, por quê? — David reponde rápido. Olhamos para Itan esperando o que ele ia propor.

— Sabe, meu amigo, o James, vai dar uma festa fantasia, seria legal se vocês fossem — Itan diz devagar olhando para a gente.

— Festa fantasia? — David indaga.

— É, ele inventou essa para promover a loja de roupas da mãe dele que está vendendo fantasias, está de promoção até amanhã às sete da noite — Itan diz.

— O que acha Sarah? Parece legal — David fala empolgado ao meu lado.

— Não sei se meu pai vai deixar eu sair, e além do mais temos vestibular no outro dia — falo para meu amigo, sua expressão de empolgação some rapidamente.

— Tinha esquecido disso — Itan coça a nuca.

— É só não voltarmos tarde — David tenta me convencer. — E se você quiser pode falar para seus pais que vai posar lá em casa — O rosto do meu amigo se ilumina com a ideia.

— Não quero mentir para eles — digo.

— E não vai, você pode realmente posar lá em casa, aí damos uma escapada.

Olhei para David e Itan e analisei sua ideia mirabolante.

— Eu vou pedir para eles se deixam, mas nas garanto nada — falo para que não criassem tantas esperanças.

Itan e David sorriram satisfeitos.

...

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