15| Capítulo Quinze

Eu queria poder me convencer que havia sido apenas um acidente o momento que tive com Olivia, mas David tinha razão eu tinha virado um alvo para ela, pois provavelmente a mesma ainda gostasse de Itan. Mas eu não queria ter que me preocupar com isso, com uma menina que nem ao menos me conhecia para querer criar rivalidade.

Quando Olivia Miller veio acertar a conta, eu agi com muita cordialidade, se ela achava que iria me afetar, ela sairia frustrada. Ao sair a garota me lançou um sorriso que tive a leve impressão de ser sinico, sorri para ela do mesmo jeito e a observei se afastar indo em direção a porta.

Suspirei.

— Eu acho que sim! — Alice me fala quando me entrega o dinheiro para pagar o seu suco.

— Acha que sim o quê? — franzo o cenho para a garota enquanto pego o troco.

Alice se reclina para frente pondo a mão esquerda ao lado da boca para falar.

— Que ela fez de propósito — a voz de Alice sai sussurrada.

— Por que você ainda é amiga dela? — questiono Alice a entregando o troco. Olhando para o lado de fora da lanchonete onde Olivia estava esperando Alice.

— Porque ela é minha melhor amiga, ou ao menos deveria ser — a expressão de Alice muda ao dizer as palavras que mais pareciam uma reflexão pessoal dela. Agora ela parecia um pouco triste.

Fico um pouco desconfortável em ter deixado Alice assim. Então, para aliviar a situação pego uma trufa da taça que ficava ao meu lado do balcão e a estendo.

— O que acha de um trufa de brinde da Darius? — o rosto da garota a minha frente se ilumina, eu sabia que ela gostava examente daquela porque ela já havia comprado várias vezes para levar para casa. Alice pega a trufa de morango com um grande sorriso.

— Obrigada, Sarah! Você é muito bondosa — fico feliz com as palavras de Alice e principamente por tê-la feito sorrir, preferia ela assim ao invés da expressão triste de momentos atrás. — Até mais.

— Até — aceno para ela.

O restante das horas na Darius passaram arrastados, eu não podia negar estava ficando ansiosa para ir até a casa de Itan, de repente uma vontade avassaladora me tomou em checar meu celular, eu sempre deixava ele no silencioso, queria ver se tinha alguma notificação.

Abri a minha conversa com Itan me deparando com a seguinte mensagem:

O que acha de salgadinhos de queijo?

Itan podia ser aleatório as vezes.

Prefiro os de cebola

O respondi e quando ia apagar a tela para guardar o celular uma nova mensagem chegou. Era ele.

Credo, desculpa, mas não posso te receber, aqui em casa não temos salgadinhos de cebola

Não tem problema kkk

Segurei um riso ao digitar para ele.

Vocês vão demorar para vir?

Ele quis saber.

Daqui a pouco vamos, eu e David ainda vamos passar na casa dele tomar banho e quando estivermos indo te mando mensagem.

Ok.

Ao ler seu o.k guardo meu celular e volto a prestar atenção nas coisas que aconteciam ao meu redor. David já contava o dinheiro da caixa registradora, e o movimento na Darius diminuía. O relógio da parede da Darius marcava cinco e cincenta da tarde, estava quase vencendo nosso expediente.

Esperei David fechar o caixa para sairmos juntos, nos despedimos da Frida que ia fechar a lanchonete e partimos ligeiro para sua casa. Eu havia trazido uma calça jeans preta e uma blusa branca meia estação com um gato fofo estampado nela, quando tomei meu banho vesti as peças e em meus pés meu inseparável all star branco. David também colocou uma calça jean, só que azul, e vestiu também uma blusa meia estação, pois o clima parecia esfriar, ela era vermelha com listras finas na horizontal em amarelo. Enquanto David penteava seu cabelo eu amarrava o meu em um rabo de cavalo, deixando duas mechas para por atrás das orelhas. Passei um brilho labial e estava pronta. Eu e meu amigo nos despedimos da sua mãe e já fomos rumo a casa de Itan, peguei meu celular e mandei uma mensagem que estávamos a caminho.

— Amigo, eu estou me sentindo estranhamente nervosa — confidencio a ele.

— Relaxa, você está comigo — David diz com um sorriso presunçoso.

Quando enfim estávamos em frente a casa de Itan, lembro-me de dois episódios, o dia da festa na qual eu tinha vindo e do dia que cai como uma laranja podre.

Eu não sabia exatamente qual a visão que Itan tinha de mim, mas ter passado vergonha na frente dele me deixava ainda mais nervosa em passar mais alguma. Mas eu tinha que ter autocontrole, respirei e inspirei profundamente antes de abrir o portão da sua casa. David passou logo em seguida de mim.

Apertei a campanhia esperando alguém atender, mas ao invés disso ouvimos alguém gritar do lado esquerdo da casa. Era Itan que estava abrindo a garagem, eu e David nos aproximamos devagar.

— Oi, gente! — Itan diz sorrindo para nós.

— Oi, Itan — falo para ele.

— Oi — David fala ao meu lado.

— Podem entrar — Itan nos faz sinal para entrarmos em sua garagem. — Pensei que seria melhor fazermos aqui, ali é o que eu chamo de meu lugar. — O garoto aponta para um espaço no canto da enorme garagem, lá tinha dois sofás caramelos, um com dois lugares e outro com três, uma mesa retangular logo a frente deles de madeira e uma televisão não muito grande encima de um pequeno rack, sua moto reluzente estava estacionada perto da onde entramos, próxima a algumas ferramentas de carpintaria dispostas em outra mesa rústica de madeira e também penduradas na parede. — Aqui é onde eu e meus amigos nos reunimos para jogar ou quando estou com meu primo pequeno — Itan continua falando enquanto observo o espaço que estávamos adentrando. — Tem salgadinho de queijo, cebola e um pouco de refrigerante.

Olho para Itan que apontava para a mesa onde havia colocado as comidas em potes.

— Pensei que não tivesse salgadinho de cebola nessa casa — brinco com ele pelo que tinha dito mais cedo.

— Não tinha, mas fui até a mercearia da esquina comprar para você — Itan sorri de canto. Desvio meu olhar e olho para David que parecia analisar a garagem assim como eu fizera.

— Podem se sentar e se servir se quiserem, preparei para vocês — Itan diz se sentando em um dos lugares do sofá de três lugares.

— A onde está seu material de estudo? — pergunto a ele que não tinha nada em mãos e nem por perto.

— Meu material de estudos? — Itan arregala levemente os olhos. — Ah, meu material de estudos, vou lá em cima buscar — ele se levanta em um pulo e entra por uma porta até então fechada próximo ao sofá no qual estava.

Suspiro.

— Senta lá no sofá de dois lugares, vou sentar com você — empurro David, que sai aos tropeços. Ele deixa a mochila ao lado do sofá e enche a mão de salgadinho antes de se sentar.

Me sento ao lado dele, e ficamos um pouco apertados pelo sofá não ser tão espaçoso como esperava, com a mochila sobre as pernas retiro dela meu caderno de anotações de todas as materias, no qual escrevo quando os professores estão explicando os conteúdos. Acho o local onde escrevo tudo sobre linguagem e espero Itan retornar.

Ele voltou com um caderno e caneta em mãos, sentou no mesmo lugar de antes e começou a folhear agressivamente seu caderno. Não consegui esconder a expressão de espanto, por sorte ele não me observava, enquanto ele estava concentrado em provavelmente achar sua matéria eu o analisei, ele estava vestido com uma calça jeans preta rasgada nos dois joelhos, uma blusa meia estação toda preta de gola alta e nos pés um coturno também preto todo mal amarrado, seu cabelo como sempre, fios para direita, fios para esquerda, mas ele ficava charmoso assim.

— Achei! — Itan exclama animado quando finalmente encontra o que estava procurando.

David e eu nos entreolhamos.

— E aí como foi a aula de vocês hoje? — Itan pergunta puxando assunto e servindo de salgadinho.

— Acredita que a professora de Linguaguem confiscou o celular da Sarah — David fala com empolgação. — Ela ficou distraída conversando com você.

Olho para David não acreditando no que ele estava contando, dou uma cotovelada em sua costela. O mesmo geme de dor.

Itan sorri do outro do sofá.

— Você falou para mim se cuidar e acabou sendo pega — ele diz com tom brincalhão.

Sinto minhas bochechas esquentarem. E felizmente Itan parecia perceber com facilidade quando eu ficava envergonhada e mudava rápido de assunto.

— Então, por onde começamos nos estudos? — ele sorri fechado e pega mais um punhado de salgadinhos.

Olho minhas anotações do último conteúdo que estávamos estudando.

— O conteúdo do momento são as figuras de linguaguem, a primeira coisa que você tem que saber é quais são elas e como identificá-las... — falo olhando meu caderno e depois para Itan.

Ele parecia assustado com o que acabara de dizer.

— Hm, isso parece um pouco complicado — Itan murmura.

— Não é, quando você passa a entender — digo a ele no automático.

Itan parecia inseguro e desviou seu olhar do meu para seu caderno.

— Eu vou te ajudar — digo firme a ele e o mesmo me olha novamente agora sorrindo.

...

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