Prólogo
"""Bom, esse é o começo de uma história. Estou bem insegura em relação a ela, mas, ao menos espero que a leitura seja agradável. E não esqueçam de comentar e votar. Isso me motiva muito. Beijos até a próxima. """
— Como terminamos aqui Rosa Vermelha?
Alice minha colega de trabalho fala após constatarmos que estamos presas no galpão de uma das lojas da rede Malibu Butique. E por intermédio meu, como sempre, fomos arrumar alguns itens que a amanhã seriam repostos no ambiente da loja, porém como sou uma pessoa muito sortuda terminamos trancadas, e agora não existe ninguém no estabelecimento.
— Como esqueceram de nós? — Minha voz sai esbaforida, pois amanhã será o meu dia de folga, droga!
— Isso acontece quando duas burras resolvem arrumar o estoque no horário de fechamento do shopping — gritou Alice, visivelmente alterada.
Nesse momento já estava soltando vários protestos em lamentos, como se uma dor no coração fosse melhor para suportar. E no exato segundo a ficha caí que amanhã eu teria uma entrevista na biblioteca "Estóri" às sete horas da manhã. Todavia... O expediente do shopping começa às dez horas, fazendo-me continuar o meu martírio nesse emprego horrível.
— Realmente Rosa, você é burra. — Alice me encarou sentando-se ao meu lado.
— Olha quem fala, a grande gênia que resolveu acompanhar a burra aqui.
Seu sorriso foi inexpressivo, mas logo a sentir se animar como se tivesse uma brilhante ideia. Com sua euforia ela pegou uma caixa pequena e colocou a nossa frente.
— Já que não teremos escolha, que tal começamos um jogo? — disse empolgada não parecendo a mulher indignada de minutos atrás.
— Não. — Virei-me para o outro canto tentando ignorá-la.
— Não faça isso Rosa, você é a mais divertida de nós, olhe ainda são — olhou para o seu relógio de pulso — 22:21hs mais precisamente, e teremos que ficar aqui até às nove horas de amanhã, onde as meninas provavelmente nos encontraram aqui enquanto arrumam a loja antes da abertura.
Em um tom clássico das mocinhas dos meus livros de romance reviro olhos, enquanto suspiro derrotada.
Miro a pequena caixa de madeira em sua mão, adornada em um desenho esquisito, como se estivesse anos de existência, mesmo assim, em inconformidade seu conteúdo parecia intacto.
— Não precisa fazer esse vexame. Essa é uma caixa de bilhetes visionários para o amor que comprei em uma das minhas andanças pelo shopping. Onde falará qual será as características do amor-perfeito para você, ou seja, independe dá pessoa que pegue o papelzinho ele identificará uma característica da pessoa ideal para este — confabulou balançado a pequena caixa freneticamente e depois apontou para que eu retirasse o papel.
— Sério isso? Você sabe que amo livros de romance e contos de fadas, e está usando isso contra mim. Pior, você está interessada em saber o meu tipo de homem me seduzindo pela minha fraqueza. Alice no país das maravilhas, você viu isso em qual livro para estar interessada assim em me tentar?
— Ninguém no planeta terra precisa saber qual o seu tipo de homem, está escrito na sua testa "aceito qualquer homem que esteja pronto para suportar a minha carência". — Com esse comentário ela sorriu e balançou a caixinha já aberta na minha frente.
Ainda contrariada e irritada por esse comentário ofensivo a minha pessoa, encaro a caixinha. — Ao menos não sou a única que notou essa triste realidade. — Ignorando a minha consciência intrometida, pego um dos papéis e leio.
— Não jugue sua paixão pelas aparências, ele pode parecer um príncipe, falar como um e agir como este, até certo ponto... Mas, na verdade, ele pode estar disfarçado. E quando você se permitir o conhecer de verdade, perceberá que príncipes encantados são chatos. O melhor realmente é a combinação da água para apagar o fogo.
Assim que terminei de ler entrei em completo declínio, extasiada negativamente pelo que acabara de ler. Pela sublime constatação em não entender o real significados daquelas palavras.
— Ainda não acabou, leia o verso.
Faço o que Alice mandou, e a situação não melhorou.
— Agora siga o baile, não pare a dança e divirta-se. — Como se já não fosse o suficiente continuei sem entender nada.
— Tome o seu papel. De verdade, não preciso de coisas mais estranhas na minha vida. — Entreguei o cartão a ela, enquanto está ria.
— Então qual é o seu desejo no momento? — Ela indagou me encarando seriamente, aparentemente seu ar de brincadeira sessou, mas conheço Alice o bastante para entender que aparentemente essa mudança brusca de comportamento é para analisar a minha reação.
— Como assim? — Indaguei não entendo a sua pergunta.
— Em relação a você, sua família, seus desejos. Como você gostaria que sua vida fosse?
Seriamente Alice não entendo qual o sentindo dessa pergunta, acho que não temos nada para fazer. Ah esqueci, estamos presas, realmente não temos nada para fazer.
— Em primeiro lugar queria que a minha irmã e o marido dela parassem de atormentar o meu juízo, também é um desejo que a minha mãe, meu pai e minhas outras irmãs entendessem que posso ser uma filha responsável. Mesmo que só eles consigam enxergar que uma pessoa que se graduou com mérito na faculdade de biblioteconomia e, tem uma vida praticamente estável é irresponsável. — Suspirei. — Bom, gostaria de conhecer o homem da minha vida e, que ele me pedisse em casamento de uma maneira bem inusitada com algo envolvendo neve e meus livros de romance, que ele também fosse rico como o marido da minha irmã. Mamãe ficaria muito feliz com isso. — No último minuto da minha fala olhei para o teto cheio de teia de arranha, imaginando como se estivesse embaixo de um céu estrelado. Até quero me bater nessa hora pela minha retardação ao falar.
Alice me encarou sem dizer uma palavra, como se eu tivesse problemas e precisasse me tratar.
— Sabe, amanhã quando sairmos daqui vamos devolver essa caixa, preciso ter o meu dinheiro de volta.
E depois disso não comentamos mais nada, apenas caímos no sono.
Como somos realmente sortudas, hoje as funcionárias nos encontraram dormindo um pouco depois das nove horas da manhã. Mesmo após ter perdido o emprego em uma biblioteca muito boa, agora me encontrou aqui com Alice em um estabelecimento que mais parece uma livraria da época medieval acoplado com adereços de ciganos.
— Pode olhar a loja enquanto tento devolver aquela coisa estranha para a moça — disse Alice e seguiu para o balcão.
Não sei vocês, mas tenho a impressão de que ela pretende devolver o objeto devido à minha resposta da noite passada. Será que a deixei muito assustada com o meu desejo?
Posiciono-me perto de uma estante de livros e começo a olhá-los para passar o tempo. Nesse meio tempo o livro aparentemente velho que não possui nome chama a minha atenção. Pego o item e que contém uma frase em seu verso "Em uma nevasca, não case!" Nesse momento minha curiosidade se atiça, pois nunca havia visto um livro como este. Com sua capa de couro preta já gasta pelo tempo, e com as letras douradas no verso, estranhamente brilhante.
Folheio as páginas e não parece ter nada de anormal, é como se fosse um livro qualquer com apenas uma dedicatória na primeira página: "12 conselhos para uma Cinderela antes da meia-noite".
— Bom dia! Devo dizer que este livro é único, não existem muitas copias pelo mundo e ele não é mais impresso, tendo o acréscimo de cada livro ter capítulos exclusivos diferentes em cada exemplar. Será uma ótima escolha para a senhorita. — Uma moça chegou ao meu lado já me oferecendo o livro como se eu estivesse interessada.
— Desculpa, só estou olhando. — Nisso mirrei Alice que ainda parecia está questionando sobre a devolução do dinheiro com a atendente. Dei um suspiro frustrado e tentei colocar o livro novamente na prateleira quando a vendedora me barrou.
Encarrei a mulher já a analisando, com seus cabelos loiros cacheados, bastante volumosos tenho que ressaltar. Combinado perfeitamente com seu estilo "a vida me levou" de um modo cigano. Não sei bem como descrevê-la, mas acho que o termo "diferente" se encaixa bem nela.
— Tenho certeza de que a compra não fará a senhora se arrepender. Esse livro tem o poder de levar o indivíduo para um mundo totalmente novo, e como não tem sinopse o enredo para a senhora será um completo mistério. Existem pouquíssimos exemplares dessa coleção espalhadas por todo o mundo, e o melhor, cada livro carrega uma história diferente, com frases que te guiaram para um novo rumo, se assim quiser.
Mirei a moça com estranheza, não entendendo a sua insistência. Ainda mais por ela tenta me induzir a compra esse livro "único" que deve custar o olho da cara, dinheiro que presumo que não nasça em árvore para me fazer gastar.
— Realmente... — Quando estava prestes a rechaçar a sua oferta, Alice chega com seu desanimo a flor da pele.
— Não consegui Rosa. — Murmurou focando sua atenção em mim, sem olhar para a mulher ao nosso lado.
— Podemos trocar esse livro pela sua caixa, já que a sua amiga tem bastante interesse pelo item precioso que ela está segurando — disse com muito apresso, deixando-me estupefata.
Interessada? Que me lembre neguei o tempo todo a sua proposta de levar o livro. Essa sim, é uma boa vendedora!
— Sério Rosa? Como sei que você ama livros, acho que não terá problema.
Assim que Alice concluiu a fala a moça nem esperou por uma resposta minha. Pegou a caixa, afirmando que havíamos feito um ótimo negócio.
— Espero realmente que poça se aventurar por esse mundo fantástico. Esse livro me trouxe belas recordações, espero que traga para você também — ao falar, saiu em direção ao balcão de atendimento, deixando-me confusa, estranhando o acontecimento de fato.
— Fico encantada que uma de nós saiu feliz nessa história. Até amanhã Rosa, espero que passe a madrugada lendo esse livro para valer o dinheiro que gastei. Tenho que ir, ainda tenho que explicar ao meu namorado o motivo por dá um cano nele ontem. — Brincou enquanto o desanimo a abateu, saindo apressada.
Oh céus, realmente não esperava por isso. Enquanto passeio pelo shopping em direção ao estacionamento folheio o livro, estranhando o fato de não ver nada de anormal nele, como a moça descreveu. Na verdade, este me parece um livro bastante entediante, que deve ter um dialeto bem antigo, tanto que já consigo imaginar a minha pessoa pesquisando as palavras no Google para entender os acontecimentos da trama.
Enquanto folheio uma frase me chama atenção, ao qual diz: sua vida está prestes a mudar! A frase acaba com uma exclamação, destacando a sua estranheza. Nesse meio tempo não sinto que pisei de mau jeito em um brinquedo que uma mãe retardada deve ter deixado a criança derrubar e não percebeu. Dessa forma, acabo por escorregar, caindo de costa, e como consequência término com o livro aberto na minha cara, com uma dor latejante na parte de trás da cabeça, enquanto ouço murmúrios de pessoas preocupadas com a anta que acabou de ter uma queda feia. Porém, não tenho tempo de pedir ajudar para me levantar ou me mover, pois, logo sinto os meus olhos começarem a fechar sem o meu comando, enquanto tento a todo custo ficar acordada, mas algo me leva para bem longe, me fazendo ter um sono profundo. E nesse momento perco a consciência.
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