Capítulo 40
Será que acontecimentos mágicos podem realmente se tornar real, ou é apenas fruto da minha imaginação fantasiosa? Claro Rosa, como se você fosse virar a Cinderela da noite para o dia. Tem vezes que não entendo a minha mente, pela sua capacidade de pensar coisas totalmente fora da realidade. Afinal, o mundo não é uma fantasia como tento acreditar, na verdade ele pode ser bem cruel algo que não posso negar.
Em meio a manhãs corridas no escritório, me encontro eufórica, pois finalmente recebi o meu primeiro salário. Até agora não acredito que entrou na minha conta em uma única vez 5.562 dólares. Sim pessoal, a partir de hoje já posso me considerar uma pessoa da classe média, ou seja, posso finalmente ter um item do coco Chanel, comprados no bazar é claro. Não acredito, meus sonhos se tornaram realidade.
Enquanto estou no meu delírio profundo, cogitando os meios de como devo gastar o dinheiro, pois pobre é assim, ao invés de aproveitar o tempo das vacas gordas poupando dinheiro ou fazendo investimentos para ocasionais infortúnios, ele gasta tudo com futilidades. Sim, eu sei dessa realidade, mas não dou ouvidos aos ensinamentos dos meus professores de administração na época em que cursava a faculdade de biblioteconomia. Não, claro que não. A mestre aqui ama se fazer de anta.
Mesmo em meio a esses delírios, de repente um passarinho verde pousa sobre a minha mata denominada cabelos ouriçados, colocando em mim o brilhante pensamento. Trazendo à memória a dívida que possuo no hospital, algo que devo acertar com a financeira antes que me vendam como escrava.
Suspirando em frustração, termino de organizar a agenda de Mark para a próxima semana, já que nesse instante terei que levar a sua filha para um exame de rotina. Algo que não tenho como evitar, mesmo gostando muito da criança, os centros médicos ainda me dão um certo pavor.
— Rosa Vermelha.
Sem perceber a chegada da gestora do Rh, olho para cima assim que está fala, em frente à minha mesa.
— Lembra que no final de semana, mas precisamente no sábado será a festa dos funcionários da companhia. Não esqueça de usar trajes formais, o evento começa às 21hs. — Sua fala é séria e pacata como sempre, como uma elegância tamanha que deixaria qualquer pessoa encantada. — Já estava me esquecendo. Espero que esteja tudo certo no trabalho. — Me encarou diretamente, como se estivesse falando outras palavras nas entrelinhas.
Ao mencionar esse assunto, recordo-me da conversa que tivemos na minha primeira semana de trabalho. Com isso, entendo que ela deseja saber se está tudo certo entre mim e Mark. Ao pairar essa evidência sobre a minha mente, sorriu timidamente, projetando uma resposta satisfatória que não dê indício dos acontecimentos entre eu e Mark.
— Ah sim, o Sr. Ortega é um excelente chefe, na verdade não tenho o que falar da sua conduta profissional, estou gostando muito de trabalhar em sua companhia. — Meu sorriso soou largo demais, até mais do que deveria, chegando ao exagero. Mas espero que tenha sido convincente.
Ela assentiu e não falou mais nada. Dei um suspiro de alívio e constatei que nessa festa teria que manter uma distância adequada de Mark, ou poderíamos correr o risco de sermos descobertos. Algo que abalaria ainda mais a sua reputação na empresa e o convívio com seu tio.
— Você é um bocado esquisita.
Ao invés de aproveitar o meu dia em um trabalho sossegado, estou aqui aturando uma criança rebelde que mais parece um anjinho de tão fofinho, na aparência apenas. Enquanto seus olhos azuis me encaravam furtivamente, como se não aparentasse a idade que tem. Neste momento Rosa Branca deve estar sendo revirada do avesso, porém, me encontro na recepção aturando o dialeto de Oliver, enquanto as enfermeiras cuidam da menina. Com uma de suas indagações ofendendo a minha pessoa.
— Não sabia que esse tipo de palavra deveria ser usada por uma criança. — Forcei o meu olhar em uma falsa dúvida.
O encarei em desafio, algo que deveria me envergonhar por estar travando uma batalha com uma criança. Contudo, quando o assunto são as afrontas de Oliver, as minhas ações mudam drasticamente para um tom mais infantil. E para piorar tenho que aturar o dialeto perfeito da criança, na maioria das vezes mais qualificado do que de um adulto, inclusive o meu.
— Pensei que os seus livros lhe ensinassem a falar como uma mulher de trinta e poucos anos. — O seu sorriso foi provocativo.
Todavia, em uma percepção tola da minha parte, não reparei que por trás dessas palavras continha significados desconhecidos para mim. Por exemplo, como um garoto ao qual vi apenas uma vez já sabia sobre a minha paixão por livros, fora a ciência da minha idade, sem ao menos telo contado sobre esses aspectos.
— Posso ter essa lamentável idade, mas o meu espírito ainda é de uma criança. — Sorri esplêndida com a minha afirmação, contendo a certeza que o tinha calado.
— As atitudes também. — Oliver falou como se não tivesse dado atenção, mas o sorrisinho estampado em seus lábios o entregava terrivelmente expondo que ele estava gostando das provocações.
— Garoto, como ousa me acusar? Lembre-se que sou a mais velha aqui.
Não acredito que estou tendo esse tipo de conversa com uma criança, aqui ponto cheguei.
— Espero que não mude nunca, estava com saudade desse seu jeito.
Tive a impressão dele ter falado algo, mas não pude escutar com perfeição. Quando estava prestes a pedi-lo para repetir. Branca chega feliz por ter acabado a seção de tortura. Dou um sorriso gentil para a enfermeira e pergunto quando será o resultado, ela informa que dentro de uma semana enviará para o e-mail do pai. Assinto e sigo para o banco, já que tenho o dia de folga.
Pego na mão de Oliver, em meio a protesto de sua parte, com a menina pendura em um braço meu e a outra mão ocupada pelo meu aperto firme na pequena mão da criança.
Caminho a passos apressados e dentro de algum tempo sou atendida pelo gerente, informando a minha situação. Entretanto, algo que cogitei resolver hoje parece que a bastante tempo foi solucionado. E eu como uma boa otária me encontro encarando o rosto do homem ainda estupefata.
— Foi isso que a senhora ouviu. A suas dívidas em decorrência do período que a senhora ficou internada no hospital, foi paga já tem mais de um ano. Na verdade, nunca existiu nenhuma dívida. Foram pagas à vista, sem atrasos. A senhora tem certeza sobre o ocorrido? — A descrença no rosto do homem era latente, ainda mais por eu ser a mulher que estava reivindicando uma dívida que nunca existiu para pagar.
Não acredito que estou em um banco discutindo se tenho pendências ou não, certamente deveria estar agradecida. Porém, esta história é muito estranha para ser apenas um engano meu, do hospital ou do banco. Alda me disse com todas as letras que estava negociando a dívida enquanto eu não arranjasse um dinheiro para pagá-la. Já que não aceitei que as meninas arcassem com mais esse gasto em decorrência da nossa amizade.
— Claro que tenho, há um ano estou com contas para pagar do tempo em que estive internada. Não sou louca.
O funcionário me olhou como se eu estivesse com três olhos, ainda mais pela minha pessoa está insistindo em pagar algo que ele falou que nunca existiu. Como qualquer pessoa normal, algo que não sou, já estaria a mil quilômetros de distância daqui feliz por não ter mais nenhuma dívida para pagar, mas como sou esquisita, aqui estou insistindo no ocorrido. Ainda mais pelo fato de ter acontecimentos errôneos em relação ao banco, no entanto, que me lembre é mais fácil o erro ser no aumento da dívida do que na inexistência dela.
Branca balbucia em meu calo, enquanto Oliver fica inquieto com a situação, porém ignoro a atuação deles e foco no que é realmente importante.
— Então deixe-me falar algo.
A minha atenção focou totalmente no moço, esperando que ele falasse algo como: — Você tem razão, realmente me enganei, encontrei as suas pendências, então, como deseja efetuar o pagamento? Peço imensas desculpas pelo meu erro. Como agrado irei diminuir os juros, pois, quase houve uma falha de nossa parte que poderia custar mais juros a senhorita, caso acreditasse em nossa palavra e continuasse sem pagar. — Porém, o que escuto é:
— Já que a senhora faz tanta questão em pagar algo que não existe, então se sinta à vontade para pagar as minhas dívidas. Hoje mesmo recebi a fatura da minha conta de gás, água, energia elétrica, telefone, seguro, entre outros desfalques que serão feitos na minha conta bancária. Por isso, para adiantar o barco e deixar a senhorita feliz, esse é o número da minha conta. — Colocou um papelzinho na minha frente, com alguns números escritos. — Aguardo o seu depósito até às 17 horas da tarde, foi um imenso prazer lhe atender, e agradeço a ajuda. Sabe, esse dinheiro que a senhora me fará poupar servirá para inteirar a minha viagem à Disney. Tenho uma ótima tarde, mas preciso atender outra pessoa que realmente esteja com um problema.
Não sei vocês, mas nesse instante a minha cara foi ao chão, só não sei se foi pela vergonha ou humilhação que acabara de passar. Ainda por cima, tive que aturar uma criança petulante segurando sorrisinhos como se estivesse acabado de presenciar um fato muito engraçado. Olho furtivamente para os lados para ter certeza de que ninguém mais notou este embaraço e como um gato mudo, retiro-me da mesa me dirigindo para fora da agência bancária.
— Não sei você, mas sinto que esse foi o melhor dia da minha vida. Realmente, agora posso dizer que já vi de tudo. — Alguém inconveniente que não aguentou segurar o riso soltou uma gargalhada assim que falou.
— É bom saber que sou uma diversão para você Oliver, vou contar para o seu pai. — Soei ofendida, mesmo assim, fiz de tudo para manter a pose.
— Mark não é o meu pai, pensei que já tínhamos ti falado. E realmente, você é uma diversão completa. — Ele pegou Branca, começou a lançá-la no ar, enquanto a minha pessoa ainda resignada acenava para um táxi. — Espere, esquecemos algo no banco. — Soou exasperado.
— Não acredito, o que pode ser? Realmente não quero voltar lá. — Pronunciei em um muxoxo.
— A conta do moço, você não pegou o papel. Você só terá até às 17 horas para depositar o dinheiro. — E ele entrou no carro rindo escandalosamente como se tivesse contado alguma piada.
Segurando a raiva entrei no táxi, ainda com uma sombra preta pairando sobre a minha mente. Constatando que Alda me escondia mais coisas do que eu imaginava, já que fora ela que me contou sobre a conta que não existe, dado ao fato que, era ela que negociava a dívida com o banco.
Se não tenho dívida, então quem a pagou? O pior, na época que foi paga não tinha amizade com as meninas, por isso elas não se encaixam em qualquer hipótese. Então, quem será que fez esse ato benevolente por uma quase moribunda. Com a data que o gerente me falou no banco, tento encaixar na minha mente uma resposta óbvia para essas questões. Oh céus, o que Alda está escondendo de mim?
ESPERO QUE TENHAM GOSTADO DESSE CAPÍTULO COM OLIVER, COMO FIQUEI ESSA SEMANA SEM POSTAR, IREI POSTAR UM CAPÍTULO POR DIA ATÉ DOMINGO. DESSA FORMA, O ÚLTIMO CAPÍTULO DESTA TRAMA SERÁ POSTADO EM BREVE. NÃO ESQUEÇAM DE VOTAR E COMENTAR, ISSO ME AJUDA MUITO, ATÉ...
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