Capítulo 12

Nesse meio tempo Colin apenas me encarou sem esboçar nenhuma reação. Dessa forma, comecei o esforço sem muito alarde, já que possuo bastante trabalho acumulado.

— Você já acabou? — Pela milésima vez no dia Oliver me fez a mesma pergunta.

— Não. Fique sentadinho aí, enquanto a titia trabalha. — Revirei os olhos e mirei Colin que está nos observando. Dei um sorriso sem graça e ele desviou sua atenção de nós.

Após esse pequeno diálogo contínuo os meus afazeres normalmente.

— Como você se casou tão de repente? — Colin perguntou subitamente me arrancando dos meus devaneios.

— Não foi de repente — Rir em cada palavra, com medo de ser pega no flagra —, estávamos planejando a algum tempo. — Sinceramente não sei mentir, tenho certeza de que está escrito na minha cara.

— Sem ser indelicado, qual foi o tempo? Já que tenho uma amiga que está ansiosa para casar-se, tanto que não encontra um cartório que celebre casamentos com menos de 1 mês com antecedência de marcação na cidade. — Franziu a sobrancelha demonstrando um súbito interesse.

Com certeza deve haver algum cartório que celebre um casamento agendado com menos de 24h, mas achar um é difícil. Porém, qual o motivo do seu desejo na minha pessoa?

— Ahhh... — Ótimo momento Rosa, para perder a fala. — Oliver! Deixe os livros viverem. — Discretamente troquei de assunto, para escapar desse interrogatório.

Nesse meio tempo corro em direção ao menino que me encara intrigado, já que este se encontra enroscado em uma das prateleiras de ficção científica.

— Não entendo o motivo em me meter nos seus problemas. — Indagou ainda lendo o seu livro.

— Mas você não está entendendo!!! Ele está preste a me pegar em alguma mentira. — Acabei soltando a língua, e confessando as minhas lamúrias para uma criança, meu pai amado a que ponto cheguei.

— Calma, tudo passa. Nem que seja por cima de você, mas passa. — Colocou o livro na estante e me encarou.

— Menino, de onde você tirou essa frase? — Franzi as sobrancelhas.

— Não interessa, mas o ponto certo é... — Encarou-me profundamente, como se estivesse em uma cena misteriosa. — Você precisa se tratar. — Saiu me deixando boquiaberta no local.

Sério isso? O que Camélia deu para essa criança? Hormônio, só pode.

Para meu prazer Colin saiu para fazer não sei o quê após a nossa conversar. Passei o restante do dia trabalhando normalmente, enquanto Oliver ficou perdido pela biblioteca.

— Finalmente, preciso de descanso — Oliver indagou colocando a mão na cabeça, em sinal de cansaço, quando saímos do estabelecimento.

Dei um olhar de esgueira para ele e segui o meu caminho. Sinceramente, não entendo o cansaço dessa criança.

Após, chegarmos em casa — já estou acostumada em chamar esse lugar de lar, sei que é precipitado, mas... —, Oliver correu para o seu quarto e se trancou. Enquanto eu me joguei no sofá, para apreciar o mais puro e delicioso sossego.

— Vou me redimir pelo meu erro com uma morte digna. — Mark entrou na sala falando a frase, como se fosse a coisa mais normal do mundo.

Não dei importância o ignorando.

Para falar a verdade, não sei o que estou fazendo da minha vida. Como posso ficar casada, com uma pessoa que some por três dias e depois reaparece na maior cara de pau. Passei a mão asperamente no rosto, para não descontar a minha frustração em um cara que mal conheço e ainda por cima é meu marido de mentira. Se mamãe me visse agora, com certeza faria chacota da minha cara.

— Fiquei fora por quase três dias, é isso que recebo? — Arqueou às duas sobrancelhas, como se ele precisa-se ser premiado por abandonar a mulher e o filho em casa, hipoteticamente.

Joguei um travesseiro em seu rosto, mesmo mantendo-me na posição de antes.

Enquanto ele está parado na minha frente o examino de cima a baixo. Não há nada de diferente nesse ser, ainda continua com os mesmos aspectos físicos desde a última vezes que nos falamos, apenas pelo acréscimo das suas roupas casuais e barba por fazer.

Como não sou indelicada, resolvi não perguntar o motivo do seu sumiço, em vez disso, divaguei sobre vários pensamentos sem importância, enquanto ele ficou plantado feito uma palmeira, sendo ignorado pela minha pessoa.

— Rosa, te fiz uma pergunta. — Senti a sua aproximação, à alguns centímetros apenas de mim.

Olhei para cima atordoada, levantando-me rapidamente do sofá, por velo tão próximo a mim e pior, por não ter escutado a sua fala anterior, dessa forma, impedindo a minha resposta.

Droga! Péssima hora para pensar bobagens. Ô meu anjinho da sorte, o que esse homem falou? Não posso falar qualquer coisa, muito menos vou pedir para ele repetir a pergunta. Ele vai achar que sou uma idiota desatenta. Que droga, Rosa você é uma mulher de 30 anos, se comporte como uma.

— Terra chamando Rosa Vermelha. — Estralou os seus dedos em frente ao meu rosto.

Como ele chegou tão perto de mim assim de repente? Encarei seus olhos mel, ainda fascinada pelo brilho de mistério.

— Sim, eu gostaria de ter uma bebê — falei a primeira coisa que me veio à mente.

Por que eu disse isso?

No primeiro momento ele me encarou surpreso, mas depois pareceu entrar no jogo.

— Ahm! Você gostaria de ter um bebê? — Levantou uma sobrancelha.

— Eh.. espera... Não foi isso que eu quis dizer! Esqueça o que eu disse! — indaguei com toda a certeza.

— E você está interessada em fazê-lo agora? — Pude perceber um vislumbre do seu sorriso sedutor.

Dá para acreditar nesse cara?

— O que você quer dizer? — Cruzei os braços.

Você se faz de idiota ou é uma retardada? — Meu subconsciente fez questão em marcar presença.

— Posso te ajudar com os preparativos. — Afirmou, aparentando não ter nenhuma dúvida no olhar.

No primeiro momento viajei com o seu comentário. Contudo, depois... meu cérebro foi absorvendo cada palavra e nisso meu rosto começou adquirir um tom rosado, tenho essa certeza pela quentura deste.

— Claro, quando ele ficar pronto te envio uma mensagem avisando o nascimento — falando isso retirei-me, sem esperar uma resposta sua.

O restante da noite, foi no mais absoluto tédio, e para piorar um nome pairou sobre a minha mente, Camélia. Como não planejo focar a minha atenção na minha irmã, ainda mais para voltar aquela melancolia da sua morte, algo que estou fazendo de tudo para esquecer. Enquanto estou deitada, resolvo levantar e beber um copo d'água.

Realmente, se eu estivesse sozinha nesse lugar me sentiria completamente incompleta, me acostumei tanto com uma casa movimentada e cheia de crianças que não sei viver sozinha. Minha infância foi cercada de barulho já que a cada espiro que minha mãe dava nascia um bebê. Ainda sinto dor ao lembrar que sou e sempre serei a filha esquecida.

Bela, pare de ser besta. Quando você vai parar de se preocupar com assuntos insignificantes? — Minha consciência soou histérica.

— Não se preocupe. — Uma voz falou calmamente.

Enquanto estou passando pela sala em direção a cozinha, ouço a conversa de alguém na varanda. Ao que parece Mark está virado para o lado de fora, apreciando a vista enquanto fala ao celular. Sem muita delonga, aproximo-me e consigo ouvir a conversar com mais clareza.

Só quero afirmar que isso é a mais pura certificação que qualquer mulher faria pelo seu homem. — Ele nem é o seu marido de verdade.

— Só é questão de tempo. Quando consegui o que eu quero estarei de volta. — Mexeu no seu cabelo o bagunçando ainda mais. — Até semana que vem, não deixe eles sentirem muito a minha falta.

Quando supus que ele iria desligar, então retirei-me o mais rápido possível e voltei ao quarto.

Mark! — me encostei na porta e escorreguei até o final dela, apenas com seu nome em mente. 

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