CAPÍTULO 2


Havia cinco carros pretos em frente a minha casa a minha espera. Minha mãe e meu pai provavelmente já estariam dentro de um desses carros.

Me aproximei rapidamente de um dos carros, um homem vestido de preto veio ao meu encontro. Ele mantia sua expressão seria, assim como as empregadas e todos os funcionários que trabalham nesta casa.

- Senhor, sua mãe e sei pai já estão dentro de um dos carros. Eles pediram para que você fosse em um carro separado. Seu pai disse que não quer ter sua terrível companhia por mais de dois minutos. - o homem a minha frente me disse, sério.

Eu estranhei a decisão do meu pai, mas apenas aceitei calado e segui o motorista que me guiou até um dos carros preto. Ao entrar dentro do carro, eu senti uma sensação estranha. Meu peito doeu e minhas mãos começaram a formigar. Apenas ignorei.

A única coisa que eu queria neste exato momento era estar em meu quarto escuro, escutando músicas. A melhor parte de todo o meu dia é ficar trancado dentro do meu quarto escutando músicas. Isso me trazia uma paz imensa, assim como quando eu tomo banho de banheira.

O motorista ligou o carro, assim como todos os carros a nossa frente. Os carros começaram a se mover em uma linha reta. O carro em que eu me encontrava era o último da fileira, e isso só me fez estranhar ainda mais a decisão de meu pai.

É uma regra sempre andar nos carros que se encontravam no meio, pois aumentava a nossa segurança. Mas desta vez é diferente, eu não estou em uma dos carros do meio, e sim no último carro. E isso era terrivelmente estranho. Eu balancei minha cabeça na tentativa de espantar esses pensamentos.

***

No meio do caminho a dor que eu senti a minutos atrás já havia ido embora, e eu agradeci mentalmente a deus por isso. Eu ainda estava bastante incomodado pelo fato de que eu em poucos minutos estaria com centenas de câmeras apontadas ao meu rosto.

Ser o centro das atenções sempre foi algo normal em minha vida, afinal, eu sou o filho de um dos homens mais ricos do mundo. As câmeras e comentários são coisas tão normais quanto a Luz do sol.

Ao longo da minha vida eu já deveria estar acostumado com toda essa atenção, mas parece que a cada dia que passa eu fico mais incomodado. A cada dia que passa fica mais difícil respirar.

Eu me sinto tão egoísta por sentir isso, pois eu tenho certeza que existe bilhares de pessoas que queria ter minha vida. Para muitas pessoas minha vida pode ser perfeita, mas para mim é um pesadelo no qual eu não consigo acordar.

Imagina como deve ser não poder sair da própria casa sem ser vigiado, imagina não poder ter qualquer tipo de relacionamento seja ele amoroso ou de amizade, imagine você não poder usar as roupas que você quer usar.

Minha vida é uma jaula, e ninguém alem de mim sabe disso. Minha vida é tão horrível que as vezes eu rezo para que deus tire minha vida.

- Senhor, seu pai disse que era para pega um caminho diferente do deles. Ele não me disse o motivo, mas disse que era para virar a esquerda da rua clover. - disse o motorista, me encarando pelo retrovisor. Sua expressão ainda era sério, mas algo estava diferente. Ele parecia estar confuso, assim como eu.

Eu não estava apenas confuso, eu estava com medo. O momento em que minha mãe falou para aquilo ficava passando repetidamente em minha mente. O que ela queria dizer com aquilo ?

- Isso é estranho!! Meu pai nunca me mandou pegar outro caminho. Mesmo quando nós dois brigávamos ele nunca tinha mandado eu ir por outro caminho. - eu disse, quase sussurrando. O motorista então virou em outra rua diferente a qual os carros a nossa frente seguiam.

Eu olhava para a rua pela janela do carro, e só conseguia ver árvores. Nós estávamos em uma estrada cercada por árvores. A estrada estava deserta, não havia nada além do nosso carro e as árvores.

- Essa é a rua clover ? - perguntei ao motorista, que no momento estava concentrado na estrada. Ele olhou rapidamente para mim pelo retrovisor, e voltou seu olhar a estrada deserta.

- Sim, senhor. Aqui é a rua clover, mas eu não sei o motivo de estar tão deserta. - disse o motorista.

- certo. pode ligar o ar condicionado, por favor ? - pedi para o motorista, e o mesmo olhou o ar condicionado no mesmo momento. O calor que eu estava sentindo era enorme, se continuasse assim eu desmaiaria em menos de dez minutos.

- Pronto, acabei de ligar. - disse o motorista, dando um pequeno sorriso de lado. Seu sorriso era lindo, sua pele de cor preta brilhava, e isso o deixava mais bonito.

- muito obrigado. Me perdoe se eu for um pouco invasivo, mas como é seu nome ? - perguntei olhando para o retrovisor. Ele fez uma expressão de surpresa, e olhou para mim pelo retrovisor fazendo nossos olhares se encontrarem.

- Meu nome é Dimitri, senhor. - ele disse, e me deu um sorriso envergonhado. Eu acho que ele ficou envergonhado por conta de nossos olhares. Não sei.

- É um prazer enorme, Dimitri. - eu disse, dando um sorriso educado. Dimitri apenas confirmou com a cabeça, e voltou sua atenção á estrada.

Nossa conversa foi tão legal, que por momentos eu esqueci totalmente do motivo de eu estar nervoso minutos atrás. Meu pensamentos novamente foram direcionados ao meu pai e a minha mãe. O quê minha mãe tinha me falado, ou melhor, me alertado minutos atrás, não saia da minha cabeça.

O que aquilo que ela falou significaria ?

Minha atenção foi tomada novamente por Dimitri, que por sua vez estava acelerando bastante o carro. Não havia motivos para ele estar acelerado tanto, nós não estávamos atrasados. Eu sei que a estrada estava deserta, mas mesmo assim existe risco de bater em algum animal.

Eu o olhei confuso, e ele parecia encarar o medidor de velocidade do mesmo modo. Ele parecia estar nervoso e confuso ao mesmo tempo. Os faróis do carro começaram a apagar e ligar de repente. O carro parecia estar sem bateria, pois até o rádio e o ar condicionado estavam falhando. As luzes de dentro do carros estavam apagando e desligando.

Não irei mentir, eu estou com medo. Isso é o cenário perfeito para um filme de terror, e isso só me deixa mais nervoso.

- Dimitri, diminua a velocidade. Estamos indo muito rápido. - eu falei, nervoso. Dimitri por sua fez ainda encarava o medidor, ele olhou diretamente para mim e eu pode ver nitidamente sua expressão de medo.

Ele estava com medo, e se um homem desse tamanho está com medo, quem sou eu para não ficar com medo também.

- Senhor, eu não estou acelerando, e também não estou controlando o carro. - disse Dimitri, com medo. - Veja, eu não estou com as mãos no volante e também não estou com os pés no acelerador.

Eu olhei para suas mãos que por sua vez estavam levantadas em forma de rendição. Meu medo se intensificou. Eu olhei para seus pés, e eles não estavam no acelerador, mas estavam no freio. O carro deveria estar parando, mas ao invés de parar ele está acelerando cada vez mais.

Eu e Dimitri entramos em Pânico. Dimitri começou a pisar fundo no freio, mas nada acontecia. Ele estava em Pânico, assim como eu.

Eu comecei a pensar em formas de nós dois sairmos de dentro deste carro, pois se não sairmos daqui nós iremos morrer. A nossa maior sorte é que a estrada é muito grande, e demoraria para batermos em algo. Eu espero.

Eu pensei em pular do carro, mas o carro estava tão rápido que se eu sobrevivesse a um salto seria um grande milagre. Esse é um ótimo momento para até ateu rezar.

- Senhor, eu não posso morrer. Eu tenho uma fi...- Dimitri tentou falar, mas foi impedido por uma batida muito grande que fez com que os vidros do carro se quebrassem por inteiro. Minha cabeça bateu bruscamente com o banco da frente, onde no mesmo havia uma pequena televisão. Minha cabeça bateu bruscamente contra a pequena televisão, e a parti daquele momento tudo ficou escuro. A escuridão era imensa, e o silêncio era maravilhoso.

*****

GENTE, SE VOCES PUDEREM ESTAR CLICANDO NA ESTRELINHA PARA ME MOTIVAR AINDA MAIS, EU IREI AGRADECER.

DEÊM VALOR AS OBRAS DAQUI DO WATTPAD, POIS NÓS NAO ESTAMOS GANHANDO NADA TRAZENDO ESSES CONTEUDOS PARA VOCES, MAS MESMO ASSIM TRAZEMOS. NÓS GASTAMOS TEMPO ESCREVENDO, POR FAVO, DEÊM ESTRELINHA.

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