CAPÍTULO 13
Como se diz aquele ditado ? Eu acho que é: Nada não está tão ruim que não dê para piorar. Eu acho que é assim, não sei direito. Eu acho que se eu pudesse escolher apenas um ditado para resumir o meu dia de hoje seria exatamente esse.
Quando eu finalmente consegui tirar a mim e a Lucas daquele campo, Mark e seu grupo de vice lideres vieram acompanhados de homens armados. Eles fecharam o portão para que o da noite não conseguisse sair dali, e nos levaram para a sala em que eu assistia aos jogos minutos atrás.
Agora estávamos todos na sala. Eu estava sentado em uma das poltronas enquanto Mark andava de um lado para o outro em minha frente. Ele estava aparentemente nervoso, e isso era evidente. Ele andava rapidamente de um lado a outro enquanto sua mão estava em seu queixo como se estivesse pensando enquanto andava. Seu olhar não negava a sua raiva e suas mãos tremulas não deixavam escapar a ideia de nervosismo.
Ele finalmente parou de andar desesperadamente e olhou em minha direção, com o maxilar trincado.
— O que desgraça voce fez ? — Perguntou, me fazendo arregalar os olhos surpreso. — Voce tem noção da merda que voce fez ? Das vidas que voce arriscou para salvar um cara irresponsável ? — Continuou.
— Eu...— Fui interrompido.
— E se aquela criatura tivesse escapado daquela porra de campo ? O que a gente ia fazer ? — Perguntou, me fazendo dar conta da possível merda que eu poderia ter criado. Mas não me arrependo. Faria de novo para salvar Lucas. — Vocês podem nos dar licença, por favor ? — Perguntou, se virando para todos que estavam naquela sala.
Ninguém ousou falar nada, apenas saíram de cabeça baixa. Apenas eu e ele ficamos na sala, já que Lucas estava na enfermaria cuidado dos seus machucados. Eu sabia o que poderia ter acontecido se o da noite tivesse escapado. Seria um grande massacre. Seria sangue para todos os lados, mortes para todos os lado. Mas eu não poderia deixar Lucas morrer.
— Me desculpa... — Falei, quase em sussurro. Eu estava triste, mas ao mesmo tempo aliviado. Eu não poderia ficar parado enquanto meu amigo morria na frente de milhares de pessoas em forma de entretenimento. Eu não era o único culpado por tudo, Mark também tinha uma grande parcela de culpa em ter inventado um jogo assim. Um jogo tão sem noção.
Mark suspirou e sentou na poltrona que estava em minha frente. Ele não me encarou, ele apenas abaixou a cabeça e colocou suas mãos em sua testa. Agora ele parecia triste. Cansado.
— Eles querem te expulsar da cidade!! — Disse, me fazendo arregalar os olhos. Eu sei que eu errei, mas expulsar é meio desnecessário. Eu acho.
— Como assim ? — Perguntei, em estado de choque completo. Mark suspirou novamente, continuando de cabeça baixa.
— Eles acham que voce representa um perigo para a cidade, o que por um lado não é mentira já que voce colocou a vida de todos em perigo. — Ele disse, direcionando seu olhar para mim. — Eu não sei o que fazer. — Disse, retornando com a cabeça baixa.
Eu tenho consciencia da grande parcela de culpa que eu tinha nisso tudo. Eu sabia que eles não estavam errados em querer fazer tal coisa. Eu tinha acabada de arriscar milhares de vidas. Eu sei da minha tamanha irresponsabilidade, mas eu não poderia deixar com que aquele jogo prosseguisse. Lucas claramente iria morrer se eu não tivesse interrompido. Eu tinha que ter feito aquilo, e eu fiz.
Se eu tiver que ser expulso, eu serei. Mas o que mais me preocupa não é a possibilidade de eu ser expulso, e sim a minha filha. O que aconteceria caso eu fosse realmente expulso. E se eles decidirem expulsar todos nós e não só a mim. Se eu fosse expulso, eu faria de tudo para que Diana não fosse prejudicada por isso.
— Podem me expulsar. — Eu disse, fazendo Mark levantar a cabeça para me olhar com o cenho franzido. — Pode fazer o que vocês acharem melhor, só não façam nada contra a minha filha nem ao meu grupo. Quem errou foi eu, não eles. Então, se tiver que haver expulsão, expulse apenas a mim.
Mark me olhava com o cenho franzido, como se eu tivesse falando alguma loucura. Ele parecia refletir enquanto ouvia as minhas palavras. O silencio se instalou na sala onde nos encontrávamos, fazendo com que eu ficasse incomodado em alguns momentos. Eu não sabia para onde olhar, então eu apenas olhei para o chão, com a cabeça baixa. Eu podia não ver, mas eu sentia o olhar de Mark caindo sobre mim, o que me fazia ficar ainda mais incomodado, porque eu não sabia o que ele pensava enquanto me fitava com seus grandes olhos azuis e chamativos.
Eu consigo ficar com vergonha com qualquer coisa. Desde olhares caindo sobre mim, ou ate mesmo um abraço. A minha timidez não é algo controlável. Com certeza não é. O modo como os olhos de Mark pareciam me devorar indiretamente era desconfortavelmente bom. Ao mesmo tempo em que ele me encarava com seus olhos azuis eu me sentia incomodado, mas ao mesmo tempo eu me sentia em paz com os seus olhos direcionados a minha pessoa.
— Ninguém vai te expulsar... — Ele disse, me fazendo levantar a cabeça para encara-lo. Foi ai que nosso olhares se encontraram e pareciam não querer mais se desgrudar um do outro. Diferente de todas as vezes que alguém me encarou, agora eu não queria desviar o olhar, muito pelo ao contrario, Eu queria encara-lo por horas, apenas olha-lo sem dizer uma sequer palavra. — Eu não deixaria.
Eu não o respondi, não conseguia. Eu abaixei a minha cabeça e encarei os meus sapatos. Eu não sei porque, mas Mark parecia querer me proteger de todas as formas. E isso era legal, mas por que ?
— Me desculpa... — Eu disse em tom baixo, sem o encarar. — Eu só não poderia deixar que Lucas morresse. Ele é a minha família. Eu não poderia ficar parado enquanto ele morria. — Mark suspirou.
— Voce gosta dele, não é ? — Me perguntou com cuidado, me fazendo levantar meu olhar para encara-lo com o cenho franzido em uma mistura de surpresa e incomodo pela pergunta tão invasora. Eu o encarei, olhei dentro de seus olhos. Mar claramente ficou com vergonha e desviou o olhar do meu.
— Por que a pergunta ? — Eu queria realmente saber!! Mark esfregava uma mão na outra, nervosamente.
— Eu não sei, eu só... — Suspirou. — Só queria saber o que tem entre vocês dois. Eu vi vocês dois hoje abraçados em frente a entrada do refeitório. O Lucas chorava compulsivamente e voce também. Voce o abraçou e então entraram no refeitório. — Suspirou novamente. — Eu não sei o que vocês estavam conversando, e também não é da minha conta, mas parecia algo meio intimo. Eu só fiquei meio curioso, sabe ?!
— Uhum... — Respondi, apenas. Mark parecia pisar em ovo a cada palavra que ele pensava em proferir, fazendo com que eu percebesse a sua insegurança ao estar falando sobre tal assunto. — Nós não temos nada. Somo apenas amigos de anos que tem uma grande intimidade. Apenas isso!!
— Legal... — Disse, por fim. Ficamos calados por apenas dez segundos, um sem encarar o outro, sem falar nada, apenas desfrutando a companhia um do outro. Mark se levantou da cadeira em que estava sentado e eu o encarei. — Vamos ? — Me chamou, me fazendo levantar da cadeira. — Eu vou consertar isso tudo. Não sei como, mas vou.
— Certo, obrigado... Por tudo. — Disse antes de sair daquela sala junto a Mark e seguirmos caminhos diferentes pela cidade. Eu fui para o apartamento e Mark... Bem, eu não sei.
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AS FOTOS DOS PERSONAGENS FORAM ADICIONADAS NO CAPITULO CARACTERISTICAS.
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