Cicatrizes

"Sim, você poderia dizer que sente falta de tudo o que tínhamos. Mas eu realmente não me importo com o quanto dói. Quando você me quebrou primeiro."

You broke me first - Tate McRae

7146k de palavras

[...]

Todos naquele hospital estavam tocados, tanto pela estória tanto pelo o que o garoto teve de passar. Jungkook ficou conhecido por toda a equipe do hospital, o garoto que sofreu duas paradas cardíacas na mesa de cirurgia e sobreviveu para contar ao namorado que estava esperando um filho. Ele era um milagre, as chances de alguém sobreviver sem sequelas a aquela cirurgia eram quase nulas, Sunye e Hyunjoong agradeceram de joelhos ao médico, que após isso ganhou mais reconhecimento por seu trabalho.

Jungkook estava bem, conseguiram retirar o tumor de seu cérebro, mas ainda tinham alguns cuidados a serem tomados, como a cada seis meses ele deveria fazer uma ressonância magnética. Dores muito fortes de cabeça, confusão mental ou dormência dos membros eram sinais de que ele deveria ir imediatamente ao hospital. Ele estava vivo e era isso isso que importava, ele estava bem e seu bebê também. O antigo médico de Jungkook se safou por pouco de não ser processado, caso o ômega falecesse ele seria obrigado a indenizar a família por conta de sua negligência.

Mas como infelizmente Sunye não pôde processa-lo ela difamou a imagem do médico na internet, ela podia estar errada, estar sendo vingativa. Mas seu filho quase morreu por conta da negligência de um médico, que jurou não poupar esforços para salvar seu paciente. Mas estavam todos aliviados pois agora Jungkook poderia voltar para casa, poderia pedir desculpas a Taehyung e voltar ao que eram antes. Mas a realidade foi um pouco mais dura do que o ômega esperava, passaram-se um mês após a cirurgia, tempo que ficou internado em observação.

Quando voltou para casa, estava com a barriga um pouco mais saliente, pronto para reencontrar Taehyung, mas quando chegou na janela não o viu. Na verdade, não vira nada, as cortinas, o carpete, o guarda roupa e até mesmo a escrivaninha haviam sumido. O alfa havia ido embora, havia deixado suas lembranças para trás, deixando Jungkook para trás. E nem poderia culpa-lo por isso, mas não desistiria de ir atrás dele, precisava mostrar o ultrassom de seu filho, precisava contar a história do início.

Mas conforme o tempo fora passando a realidade começou a se tornar cada vez mais desanimadora. Vários meses haviam se passado, meses de mensagens e ligações perdidas, Jungkook contatou seus amigos, sua família, mas ninguém sabia onde Taehyung estava. Ele havia simplesmente sumido do mapa, seu parto estava marcado e o alfa não estaria lá para ver sua filha nascer. E quando o grande dia chegou, mesmo que muito feliz, Jungkook se sentiu incompleto, pois o pai de sua filha não estava lá com ele.

Taehyung queria tanto construir uma família, lembrava muito bem quando o alfa disse que queria uma menina, para que pudesse fazer dela a sua princesa. E ela havia nascido, sua pequena Hyeri, tão pequena e adorável, sua princesinha de sorrisinho quadrado. Ela era o porto seguro de Jungkook, ela era a luz que iluminava seus dias e seu sorriso era o que lhe dava felicidade. Tão parecida com o pai alfa que chegava a ser fascinante, ele precisava que Taehyung a conhecesse.

Mas após três meses o nascimento de Hyeri ele estava perdendo as esperanças, não conseguia encontra-lo, não importa onde o procurava. Até que se lembrou de algo, aquela com certeza não seria uma boa idéia, mas era a única que teve. Taehyung tinha um melhor amigo, um ômega, eles cresceram juntos, eram praticamente irmãos, mesmo que o ômega não pensasse dessa forma. Jungkook e ele não se davam bem por este motivo, mas agora ele era sua única opção, por isso ligou para ele.

- Alô? - a voz do outro lado soou confusa.

- Oi Minjae... - ele estava com medo da reação do ômega. Sua filha em seu colo era o que lhe deixava calmo.

- Jungkook? O que você quer? - disse com rispidez.

- Você... Você sabe onde o Tae está?

- É muita audácia da sua parte ligar depois do que você fez! Acha mesmo que eu vou dizer? Já não está satisfeito com o que fez a ele?

- Eu sei que o que eu fiz foi horrível, mas eu tive um motivo para fazer o que eu fiz. Por favor, mesmo não tendo motivos acredite em mim!

- Eu não vou dizer onde ele está, ele está melhor sem vo... - sua frase interrompida por Hyeri, que acordou por conta da agitação de seu pai. - Isso foi um bebê?

- Era sobre isso que eu queria falar com ele... Quando tudo aconteceu eu estava grávido Minjae, eu quero que o Tae conheça a filha - sua voz embargou e ele segurou as lágrimas, balançando sua filha para acalma-la.

- Jungkook me conte toda a verdade e aí eu penso se te digo onde ele está ou não.

Jungkook mesmo que por pouco tempo suspirou aliviado, ele contou tudo o que aconteceu, não poupando nenhum detalhe de sua estória. Minjae ficou quieto a conversa inteira, absorvendo cada palavra dita por Jeon, quando ele chegou ao fim ele esperou por uma resposta. Minjae ficou um tempo pensando, e quando se pronunciou foi por um curto período antes de desligar. Jungkook começou a chorar e abraçou sua filha nos braços, sentindo seu cheirinho e se acalmando aos poucos.

Minjae mandaria o novo endereço de Taehyung para ele.

[...]

Jungkook estava em frente a um conjunto de apartamentos no centro de Seul, sua filha estava no canguru enquanto ele carregava duas malas de roupas. Os apartamentos eram mobiliados e de classe média, agradeceu imensamente a condição financeira de sua família, pois assim ele conseguiu alugar o apartamento ao lado do alfa. Sem demora ele foi em direção a seu novo apartamento, segurando-se para não tocar a campainha da casa ao lado, apenas para ver o rosto de Taehyung.

Entrou em sua nova "casa" e foi explorar, o apartamento não era tão grande, mas era aconchegante e bonito. Caminhou até seu quarto e forrou a manta de Hyeri antes de deita-la ali. Com medo de sua filha girar e cair ele colocou alguns travesseiros, fazendo uma barreira em volta de sua pequena. Pediu comida online e foi até a sala, ligou a televisão que havia ali e a deixou ligada, apenas para a casa não ficar silenciosa de mais. Mas como sua ansiedade estava impedindo-o de continuar parado ele foi até sua mala.

Quando a abriu retirou e organizou suas coisas, as vezes ouvindo alguns barulhos que sabiam ser da casa ao lado. Hyeri dormia profundamente na cama e o menor caminhou até uma mesa que havia na frente da grande cama de casal, seria solitário dormir apenas ele e Hyeri ali. Puxou um banquinho e se sentou com uma pasta e estojo nas mãos, colocou os objetos sobre a mesa após separar uma folha e caneta. Sonhou tanto em reencontra-lo que não pensou no que diria quando este momento chegasse. Mas apenas escreveu o que veio a sua mente.

Oi Tae...

Sei que neste momento você provavelmente não queira mais ouvir falarem meu nome, mas eu preciso conversar com você. Lembra da primeira carta que eu te escrevi? Que eu disse que você me lembrava a cor púrpura do sol?

Eu perdi completamente as cores quando terminei nosso namoro, eu sei que a culpa é toda minha, sei que o que eu fiz foi imperdoável. Mas eu gostaria que me escutasse, eu preciso lhe contar o que houve de fato. Mesmo que você não olhe em meu rosto depois do que eu lhe contar, você precisa saber da verdade.

Eu vou entender se tiver seguido em frente, vou entender também se estiver vendo o pôr do sol com outra pessoa. Mas você me daria a chance de ao menos te ver uma última vez? De dizer a você o que houve e lhe contar algo que sei que mudará tudo?

Por favor, apenas me dê a chance de explicar.

De seu vizinho Jungkook.

Jungkook encarou suas palavras e suspirou, aquilo infelizmente era o melhor que ele poderia dizer nas circunstâncias atuais, estava tão perdido que mal conseguia raciocinar. Dobrou o papel e escreveu o nome de Taehyung sobre a folha dobrada, esperava que se ele estivesse com outra pessoa, que ela não a jogasse no lixo. Respirou fundo e caminhou para a porta de seu apartamento, a tempo de ouvir o interfone chamar, ele atendeu e o porteiro lhe informou que o entregador estava subindo.

Jungkook agradeceu e abriu a porta, jogou a carta por de baixo da porta de Taehyung e esperou que o entregador chegasse. Após pegar seu pedido e pagar ele voltou para seu apartamento, comeu e amamentou Hyeri, que voltou a dormir assim que terminou de mamar. Não havia muito o que fazer ali, então apenas mandou uma mensagem para seus pais e caminhou para a varanda de seu apartamento. Estava no final da tarde, ele queria ver o pôr do sol novamente, mesmo que não houvesse mais o mesmo significado.

Abriu a porta de vidro de sua varanda e caminhou até ficar encostado no vidro do parapeito. Observou a vista da cidade que tinha dali e observou o sol no fundo do horizonte, ainda iluminando toda a cidade. Era uma vista belíssima, mas ainda faltavam cores nela, ele não se sentia completo sem ele ali. Jungkook suspirou e em conjunto ouviu um suspiro ao seu lado, ele virou-se para olhar e de repente seu mundo parou de girar. Taehyung estava ali, encarando-o, na mesma perplexidade.

Fazia tanto tempo, mas o ômega jamais esqueceu dos traços do alfa, que agora pareciam um pouco mais acentuados e seu cabelo estava maior. Ele estava lindo, como sempre sonhou em suas noites solitárias, ele estava ali, parado encarando-o com apenas um muro separando os dois. Taehyung o encarava com uma intensidade desconhecida, uma olhar carregado de algo que Jungkook não soube decifrar. Quando ômega deu um passo para se aproximar Hyeri chorou, atraindo sua atenção por um instante.

Ele viu sua filha chorando sobre a cama de onde estava, mas antes de ir até ela olhou para Taehyung novamente, vendo seu rosto coberto por uma mágoa que não combinava com seu rosto. Ele abaixou o olhar cansado e se virou caminhando para dentro de seu quarto novamente, Jungkook queria chamar seu nome, queria abraça-lo e beijá-lo. Mas não podia, não agora, não antes de conversar com ele. Foi até sua filha e a acalmou, cantando para fazê-la parar de chorar.

O que estaria passando pela cabeça de Taehyung agora? Tinha medo de imaginar e o sentimento de culpa se tornar ainda mais sufocante do que já era. Jungkook notou que ele parecia triste, seria por sua causa? Ele leu o bilhete? Com sua pequena em seu colo ele caminhou até a porta, vendo um papel dobrado, era sua carta. Ele não guardou sua carta como havia feito com todas as outras que ele escreveu, aquilo fez seu peito se apertar um pouco mais, mas ignorou o sentimento e a abriu, na esperança de ter sido respondido. Viu suas palavras e a letra de Taehyung no final dela.

Como me encontrou?

Era apenas isso, não havia mais nada, nem sequer seu nome no final, se não conhecesse muito bem aquela letra nem saberia que foi Taehyung que escreveu. Ainda com Hyeri no colo ele voltou para o quarto, para que pudesse escrever uma resposta. Pensou nas palavras dessa vez, escrevendo com calma. Precisava convencê-lo a lhe ouvir, mesmo que não voltassem a ficar juntos. Taehyung precisava saber que era pai, ele não queria que Hyeri crescesse sem conhecer o pai alfa, por isso tentou ser o mais objetivo possível.

Minjae me contou onde você estava, não o culpe por isso. Ele não queria me dizer, mas após ouvir a verdade ele esqueceu nossas desavenças e me ajudou a encontrá-lo.

Tae... Sei que está chateado comigo, eu entendo isso, mas eu não viria atrás de você se não fosse algo realmente sério. Não é porque deixei de te amar, pois a cada dia esse sentimento apenas cresce, mas sim porquê eu o magoei, eu queria lhe dar a chance de me odiar e seguir em frente.

E talvez eu esteja sendo egoísta, mas eu queria ao menos que você pudesse ver com os próprios olhos, é realmente importante o que eu tenho para lhe dizer. Por favor, me ouça, não vou obriga-lo a ficar nem tentar voltar se isso for o que você quer, mas apenas me ouça.

Por favor.

Jungkook suspirou e caminhou até a porta de Taehyung novamente, colocou o a carta por de baixo da porta e voltou para dentro de seu apartamento. Ele precisava comprar algumas coisas, e para isso usaria sua poupança da faculdade, ele poderia trabalhar para pagar ela mais tarde. Não podia ficar dependendo do dinheiro de seus pais por muito tempo, quando o dia chegou ao fim ele trocou os lençóis da cama e deitou-se com Hyeri. Dormiu sorrindo vendo o lindo rostinho de sua filha enquanto ela dormia, até que ele também pegou no sono.

Acordou de madrugada quando Hyeri acordou com fome e a amamentou novamente, ainda acordado com os olhos inchados e morrendo de sono ele viu Hyeri mamar com vontade. Com o apartamento silencioso ele pôde ouvir a TV do apartamento ao lado ligada, Taehyung estava acordado, provavelmente ouviu o choro da bebê. Jungkook engoliu em seco, torcendo para que o alfa não tirasse conclusões precipitadas sobre sua filha. O ômega suspirou e voltou a dormir quando Hyeri parou de mamar, amanhã seria um longo dia.

[...]

O dia de Taehyung estava péssimo, tudo estava com um gosto horrível quando colocava na boca, não conseguiu dormir a noite e para lhe lembrar que tudo poderia ficar ainda pior ele ouviu o choro do bebê do outro lado da parede. Ele sempre soube que Jungkook seguiria em frente, que ele não ficaria preso ao passado como ele ficou. Mas voltar com um bebê nos braços para esfregar em sua cara que ele estava construindo uma família com outro?

Quando amanheceu Taehyung só queria esquecer que aquilo tudo estava acontecendo, queria esquecer que o garoto a quem era completamente apaixonado estava no apartamento aí lado com o filho de outra pessoa. Pegou uma caneca e fez um chá, nem um pouco disposto a trazer as memórias a tona, ainda não havia cicatrizado. Na verdade a ferida ainda estava completamente aberta e dolorida, agora podia senti-la sangrar. Caminhou até sua varanda certificando-se de que Jungkook não estava ali e viu a porta fechada, suspirou e bebeu seu chá.

O sol estava bonito mas havia uma brisa fria e as nuvens passavam para fechar o céu, o clima estava frio e úmido. Conseguia ver as pessoas passeando pela calçada e alguns moradores entrar e sair do condomínio, estava no terceiro andar. Entre todas as pessoas que estavam ali uma chamou sua atenção, um garoto com um bebê no colo, pode ver que ele andava com uma bolsa de bebê pendurada em seu ombro. Não conseguiu ver seu rosto, mas sabia quem era, ele caminhava para fora do condomínio segurando protetoramente a manta em volta do bebê.

Ele caminhou para fora do prédio e Taehyung o seguiu com olhar até que ele virou a esquina. O alfa bebeu seu chá e pensou, não viu o ômega com ninguém, nem com seus pais, o apartamento ao lado do seu era muito silencioso. Os sons que ouvia era o bebê chorando e a voz de Jungkook, falando ao telefone ou cantando. Ele viera sozinho com um bebê apenas para conversar com ele? O que havia sido tão importante para que ele deixasse sua família para trás e vir atrás dele?

Após pensar muito no que deveria fazer ele resolveu botar um ponto final nisso tudo, ele não poderia passar anos remoendo isso, precisava encarar e acabar com todo esse sofrimento de uma vez. Pegou a carta de Jungkook e leu novamente, pensando no que ele tinha para contar. Não falava com Jungkook quase um ano - se já não houvesse passado mais tempo, estava aéreo as datas - trocou o número de seu celular, trocou de endereço e resolveu fugir de tudo. Seus pais sabiam que ele estava bem, mas não onde o filho estava, pois sabia que teriam contado a Jungkook se soubessem.

A única pessoa que sabia onde estava era Minjae, pois sabia que ele não diria nada a Jungkook, eles não se davam bem. Mas queria entender o que Jungkook disse que foi capaz de fazer Minjae ceder, seu amigo sabia de tudo o que havia acontecido, o que aumentou o ódio dele por Jeon. O que tornava tudo isso ainda mais intrigante, pegou uma caneta e ficou encarando a caligrafia do ômega, não havia mudado nada. Podia sentir o cheiro de canela na folha que ele havia tocado. Suspirou pesadamente e começou a escrever.

Me encontre na cafeteria em frente ao nosso condomínio amanhã às 18h00. Vamos por logo um fim nisso.

[...]

Taehyung estava sentado em uma das mesas da cafeteria, chegou um pouco mais cedo do horário que marcou, precisava se preparar psicologicamente para falar com Jungkook. Pediu um chocolate quente e ficou bebendo pensando em tudo o que podiam conversar ali, ficou distraído quando o sino da porta da cafeteria tocou. O alfa encarou Jeon, que caminhava até ele com um bebê conforto nas mãos, um pouco hesitando o ômega sentou na cadeira em frente ao alfa e colocou o bebê conforto na cadeira ao seu lado.

Taehyung encarou pela primeira vez o bebê deitado confortavelmente no objeto grande que parecia uma cesta de piquenique. Notou ser uma menina, ela tinha uma tiara azul na cabeça e uma chupeta da mesma cor, ela encarava o pai com seus grandes olhos de jabuticaba. Havia um chocalho em sua pequena mão e uma manta cobrindo seu corpinho. O alfa tirou os olhos do bebê e encarou Jungkook, que parecia nervoso, sentado com a postura um tanto encolhida. Ele mordia os lábios.

- Oi Tae...

- Oi - os dois se encararam por alguns segundos. - Ela é linda.

- É não é? É meu pequeno porto seguro - Taehyung viu um belo e sincero sorriso quando o ômega encarou a filha.

- Fico feliz que tenha seguido em frente - Jungkook o encarou e engoliu em seco.

- Sobre isso... Eu preciso te contar o que aconteceu no dia em que nos falamos pela última vez.

- Por quê trazer isso a tona novamente? - o alfa suspirou e cruzou os braços. - Você não queria um relacionamento, eu entendi isso.

- Não, não era isso! Eu amo você Tae, sempre quis casar com você nunca duvide disso! - disse olhando nos olhos do alfa. - Você não desconfiou? Nem por um instante que foi tudo repentino e confuso de mais?

- Estava ocupado de mais chorando e sentindo dor - sua voz saiu de forma ríspida e Jungkook abaixou a cabeça. Taehyung suspirou arrependido. - Desculpe, mas é a verdade Jungkook, não havia como desconfiar se tudo o que passava pela minha cabeça era que eu tinha feito algo errado.

- Você não fez nada errado, na verdade eu fiz tudo aquilo pensando no seu bem.

- No meu bem? Terminar comigo por telefone quando íamos selar uma marca? Um dia antes do dia dos namorados? Isso era pensar em meu bem? - não queria ficar irritado, mas estava ficando difícil controlar a raiva.

- Tudo bem, eu mereço isso - o ômega sentiu os olhos marejarem e engoliu o choro. - Eu sei que eu te magoei, mas se te faz se sentir melhor eu fiquei bem mal depois disso tudo.

- Sim claro, me sinto muito melhor - o encarou com censura.

Sua presença minimamente se expandiu, fazendo Jungkook se encolher, o alfa estava completamente aborrecido, talvez só estivesse frustrado e descontando nele, mas não conseguia se controlar. Viu os ombros encolhidos do ômega através de seus olhos incriminadores, mas algo tirou sua atenção. A bebê começou a chorar, assustada com a agitação e ele sentiu uma sensação horrível ao ouvir o choro desesperado dela. Jungkook pegou sua pequena nos braços e a acalmou, o alfa recolheu sua presença.

- Desculpa, não queria assustá-la - olhou para o ômega, que apenas sustentou seu olhar.

- Está tudo bem, eu já esperava por isso - Taehyung pôde sentir a tristeza naquelas palavras.

- Vamos logo ao assunto principal Jungkook, quero ir para casa.

- Promete me escutar até o final? - perguntou esperançoso, ainda com Hyeri nos braços.

- Sim - Jungkook respirou fundo antes de começar.

- Lembra que eu tinha dores de cabeça fortes? - o alfa assentiu. - No dia que você foi embora depois da gente ter... Você sabe. Eu fui ajudar minha mãe na cozinha, eu não me lembro muito bem do que aconteceu naquele momento. Me lembro apenas de sentir uma dor muito forte e acordar no hospital.

- Por quê não me ligou quando acordou? - Taehyung perguntou sentindo-se um tanto traído. - Eu era seu namorado, teria ido ficar com você.

- Eu liguei Tae - o alfa entendeu o que aquela expressão de tristeza significava. - Eu liguei assim que eu soube o que havia acontecido comigo.

- E terminou comigo.

- Eu terminei com você porque eu tinha um tumor maligno no cérebro... - o alfa franziu o cenho. - Por isso eu tinha aquelas dores, o tumor foi crescendo conforme o tempo foi passando, até que chegou a um ponto que eu não teria muitas chances de sobreviver.

- Mas mesmo assim eu não entendo o porquê terminamos Jungkook, esse era o momento em que eu deveria estar lá! Ao seu lado! - Jungkook fungou.

- Eu não podia fazer isso com você Taehyung - o alfa voltou a franzir o cenho. - Se coloque em meu lugar por um instante, eu tinha duas alternativas, ou fazer uma cirurgia arriscada para tirar completamente o tumor, onde minhas chances de sair da mesa vivo e sem sequelas eram ínfimas. Ou viver a custa da vida de outra pessoa. Qual você acha que eu escolhi?

- ... - Taehyung engoliu em seco ao notar o olhar "bravo" de Jeon. - Ao que parece, a primeira opção.

- Exatamente, eu escolhi me arriscar. Escolhi terminar com você, porque seria melhor você viver com a idéia de que eu te deixei do que você sentir o meu luto! - o ômega se recompôs quando notou sua voz se elevando. - Se você estivesse em meu lugar teria feito diferente?

- Não... - disse baixo.

- Eu de fato quase morri Taehyung, tive duas paradas cardíacas na mesa, quase perdi a sensibilidade da parte direita do meu corpo. Isso se não afetasse as minhas memórias também - Taehyung o encarou com pesar, Jungkook apenas retribuiu o olhar na mesma intensidade.

- Nesse caso não teria sido melhor escolher a segunda opção? Não sei se seria egoísmo, se isso significasse você viver.

- Não, não consigo nem pensar nessa possibilidade - abraçou Hyeri protetoramente. - Eu faria tudo de novo, da mesma forma, sem mudar nada. Na verdade, eu acho que eu mudaria uma coisa.

- O que?

- Se eu soubesse que sobreviveria, eu não teria terminado com você - os dois trocaram um intenso olhar. - Mas eu não vim aqui para contar a parte triste da minha vida Tae.

- Tem mais ainda?

- Tem, e sinceramente estou com medo de como você vai reagir - Taehyung franziu o cenho com preocupação. - Lembra que eu te disse que a segunda opção eu sobreviveria as custas da vida de alguém?

- Sim...

- Eu teria que abortar para poder fazer a cirurgia mais segura e as seções de radioterapia... - Taehyung arregalou os olhos. - Eu estava grávido Tae, por isso eu escolhi arriscar minha vida do que matar o fruto do nosso romance. E foi o principal motivo do porque eu terminei com você, eu não queria que você vivesse com a dor de ter perdido o quase noivo e o filho que ainda nem havia nascido.

- Jungkook... - os olhos do alfa marejaram.

- Eu prometi a mim mesmo que se eu sobrevivesse eu iria atrás de você, contaria que seria pai e viveríamos como uma família. Como sempre sonhamos - sorriu e viu o Taehyung chorar baixinho. - Mas você sumiu quando eu voltei, eu te procurei, arduamente por um ano inteiro. Nem um único dia passou sem que eu me lembrasse de você, foi tão difícil... Você perdeu o nascimento dela, mas eu sabia que iria te encontrar novamente um dia.

- Jungkook eu... - o alfa colocou as mãos sobre o rosto deixando escapar um soluço. - E-Eu não sabia eu... Merda!

Taehyung chorou por conta da frustração, ele deixou para trás tudo o que ele tinha, deixou o amor de sua vida grávido e precisando dele, sua família e amigos. Tudo por conta de seu orgulho idiota e egoísmo, não esperou para ouvir uma explicação diretamente de Jungkook, porque estava ocupado de mais sentindo sua própria dor. Sentiu-se patético e deixou as lágrimas escorrerem. Jeon se levantou e sentou-se na cadeira ao lado do alfa, puxou sua cabeça e a deitou em seu ombro, abraçando com o braço livre.

Jungkook ainda estava com Hyeri no colo, acariciando as costas de Taehyung enquanto ele desmoronava em seus braços. Ele não o culpava, nunca culpou, ele entendia completamente suas ações, com certeza teria feito o mesmo se estivesse em seu lugar. O alfa se recompôs alguns minutos depois e limpou as lágrimas de seus olhos, ele encarou Jungkook que tinha um sorriso gentil nos lábios. Taehyung desceu seu olhar até a pequena que lhe encarava com curiosidade.

- Olha meu amor, esse é o seu paipai - Jungkook disse para sua bebê com a voz manhosa, deixando-a virada para o alfa. - Bonito né?

- E-Eu posso segurar? - Taehyung mantinha seus olhos fixos na bebê.

- Claro que pode - sorriu, passou a bebê para os braços do alfa e ajudou a segurá-la da forma correta.

- Qual o nome dela? - olhou para o ômega, que sorriu bobo.

- Kim Hyeri - Taehyung fez uma careta chorosa.

- Registrou ela com meu sobrenome...

- Claro que sim, você é pai dela - disse como se fosse óbvio e o alfa sorriu.

Taehyung olhou nos olhos de Hyeri, vendo-a o encarar avidamente, ela era tão linda. O alfa a achou muito parecida consigo quando era bebê, nas fotos que sua mãe lhe mostrava, a diferença era que ela tinha os olhos e o nariz de Jungkook. Aproximou seu nariz e cheirou seu pescoço, sentindo o perfume gostoso de bebê. Quando voltou a admira-la Taehyung se sentiu realizado, ele tinha uma filha, sempre sonhou em ser pai... Construir uma família. Viu Hyeri estender sua pequena e gordinha mãozinha, Taehyung aproximou seu rosto. Achou que ela faria carinho em sua bochecha, mas aproveitou a oportunidade para puxar seu cabelo.

- Ai ai ai! - Taehyung riu e Jungkook o acompanhou, mas ajudou o alfa a sair das mãos astutas de sua filha.

Resolveram ir para casa, quando notaram que estava ficando cada vez mais frio, estavam preocupados em deixar Hyeri exposta. No caminho Taehyung carregou a bebê, enquanto o ômega levava o bebê conforto. Foram conversando sobre a filha no caminho, Jeon contava ao alfa sobre como foi o parto e todos os desejos estranhos que teve quando estava grávido. O alfa ficou chateado por não ter participado de tudo isso, mas deixou claro que ele iria assumir a paternidade, queria acompanhar todos os passos de sua filha. Jungkook sorriu.

Quando chegaram aos apartamentos o alfa convidou o ômega para tomar um chá e colocar o assunto em dia, os dois caminharam para dentro da casa de Taehyung e o mesmo devolveu a bebê aos braços do ômega, para que pudesse preparar algo para eles beberem. Hyeri esfregou o rostinho no peito de Jungkook e o ômega se sentou no sofá, abrindo os botões de sua camisa para amamentar sua bebê. Quando o alfa voltou com duas canecas na mão viu a cena mais adorável de sua vida, Jeon sorrindo apaixonado enquanto observava seu bebê mamar.

- Isso dói? - perguntou sentando ao lado do ômega, vendo Hyeri sugar com vontade.

- Dói... Principalmente agora que ela aprendeu a morder - o alfa fez uma careta.

- Mas ela nem tem dente ainda...

- Ainda bem, ou arrancaria meu peito fora - o alfa riu.

- Jungkook... - o ômega o encarou e Taehyung hesitou em perguntar. - Todo esse tempo, você não pensou em desistir e procurar outro para ser o pai da Hyeri?

- Não, isso nem sequer passou pela minha cabeça - sua voz soou segura e sua resposta fora imediata. - Tinha de ser você e caso eu não te encontrasse... Eu não iria parar de procurar.

- Você me perdoa? Por eu ter simplesmente sumido da sua vida sem ao menos tentar falar com você pessoalmente?

- Você não tem que pedir desculpas Tae, você não fez nada de errado. Na verdade eu acho que eu faria o mesmo se estivesse em seu lugar - sorriu e o alfa retribuiu. - Me desculpa por não ter te contato a verdade?

- Você me deu uma filha Jungkook, eu acho que você já está mais que perdoado - Jungkook sorriu grande e fez uma careta logo em seguida. - Ela te mordeu?

- Mordeu - fez bico e Taehyung riu.

Quando Hyeri adormeceu Jungkook a colocou novamente no bebê conforto, Taehyung insistiu para deixá-la dormir em seu quarto e o ômega não negou. Colocaram a pequena sobre a cama do alfa e ela se aninhou a uma camisa dele que estava na cama. Jeon achou a cena adorável e o alfa quase chorou novamente, colocaram a manta para cobri-la e voltaram para a sala. Taehyung pediu comida e colocaram o assunto em dia, o alfa contou tudo o que fez nesse ano que estiveram separados. Jeon estava pensativo quanto a uma coisa.

- Tae... Você se relacionou com alguém depois do que aconteceu? - não conseguiu conter a curiosidade.

- Não vou mentir, eu tentei - o ômega assentiu, não tinha o direito de sentir ciúmes. Não estavam namorando. - Mas eu simplesmente não consegui, não era a mesma coisa, não era você... Por mais que eu tenha tentado sentir ódio de você, tentado te esquecer, parecia que toda vez que eu beijava alguém eu estava traindo você. Traindo meus sentimentos.

- Eu não te culparia por tentar, na verdade eu estava preparado para te encontrar com alguém - sorriu pequeno com o refrigerante na mão, estavam comendo a comida do fast food. - Mas sinceramente, eu torcia para que não.

Jungkook sorriu pequeno e desviou o olhar do alfa, que lhe encarou intensamente. Estavam terminado de comer dois Hambúrgueres com batatas fritas, pois Taehyung não era muito bom na cozinha. Em todos esses meses longe da família ele sobreviveu de comida congelada, macarrão instantâneo e fast food. O alfa encarou Jeon por alguns segundos, notando como ele estava ainda mais bonito, o ômega sentiu-se envergonhado e se levantou. Taehyung viu ele pegar as coisas que estavam em cima da mesinha e olhar pra si um tanto corado.

- Eu vou te ajudar a arrumar essa bagunça - caminhou com as coisas até a cozinha.

- Obrigado - pegou o resto das coisas e o seguiu.

Jungkook caminhou até a cozinha, sabendo exatamente onde ela era, pois seu apartamento era idêntico ao dele, levou as coisas até a lixeira e colocou os copos na pia. O ômega estava distraído quando sentiu Taehyung segurar em sua cintura e virá-lo, deixando-o de frente para ele e prensando-o contra a pia. O ômega engoliu em seco olhando para o alfa, os dois ficaram trocando alguns olhares. Jeon sonhou tanto com isso que nem parecia ser real, levou sua mão ao rosto do mais velho e acariciou suas bochechas.

- Eu te amo tanto Taehyung... Tanto.

- Eu também te amo, nunca deixei de amar... - sorriu quadrado e o coração de Jeon derreteu. - O que foi uma merda nesses meses, porra eu só queria te esquecer e mesmo assim meu cérebro ficava me lem-

Jungkook puxou Taehyung para um beijo, antes que o alfa acabasse completamente com o clima, eles sorriram durante o beijo. O alfa puxou o corpo alheio contra o seu com possessividade, estava com saudades daquela boca, daquele corpo, de seu cheiro... Nunca pensou estar tão dependente quanto estava de Jungkook, todo aquele tempo longe foi uma tortura constante. O ômega levou suas mãos até os cabelos castanhos de Taehyung e afundou seus dedos nos fios lisos.

Estavam sedentos um pelo outro, buscando com urgência saciar completamente aquela saudade absurda que sentiam um do outro, sentiam o sangue em suas veias ferver. Taehyung agarrou as coxas do ômega e o levantou, sentando-o na bacada ao lado da pia, suspirando quando sentiu as coxas de Jeon sobre seus dedos, não demorando a aperta-la com com vontade. Estava em abstinência de sexo, mal conseguia pensar nisso por estar tão deprimido, mas sentiu-se a todo vapor.

- Deus Kookie, eu estava com tantas saudades... - puxou os cabelos do ômega fazendo ele pender a cabeça para trás, deixando seu pescoço completamente exposto. - Se continuarmos eu vou foder você a noite inteira em cima dessa bancada.

- Promete? - mordeu o lábio inferior apenas ao imaginar isso.

- Prometo.

Jungkook sorriu e tirou o casaco grosso de Taehyung, fazendo o mesmo com sua camisa, deixando seu torço nú. O alfa também foi rápido em tirar as roupas do ômega, não se contentando apenas com as roupas superiores, ele o deixou completamente nú em cima de seu balcão, rosnou com a visão. Desceu seus lábios até os mamilos inchados de Jungkook, passando levemente a língua naquele pontinho que estava levemente vermelho. Jeon arqueou as costas com um gemido fraco, sensível era pouco ao descrever aquela área.

Taehyung voltou a colar seus lábios aos de Jungkook, sentindo falta do gesto, sempre foi e sempre seria completamente viciado nos beijos do ômega. Desceu sua mão até a semi ereção do menor e começou a masturba-lo, Jeon gemeu em sua boca e seu cheiro de canela ficou ainda mais forte. Seus dedos se fecharam envolta do falo, fazendo pressão naquela área, com cuidado e morosidade ele subiu e desceu o prepúcio, expondo a glande.

Jungkook gemia e puxava o alfa para mais próximo, sentindo seu cheiro de hortelã e abrindo ainda mais suas pernas para acomoda-lo ali no meio, estavam ofegantes, o alfa desceu seu olhar para ver sua mão trabalhando arduamente para dar prazer ao ômega. Quando notou que Jeon iria gozar ele fez pressão em sua extensão e colocou seu polegar sobre a fenda, impedindo seu orgasmo. Jungkook gemeu alto e curvou as costas ao ter seu ápice negado, Taehyung sorriu e voltou a beijar seu pescoço, descendo seus dedos pelo períneo e alcançando sua entrada.

Jungkook reprimiu um gemido e mordeu o lábio quando sentiu um dedo penetra-lo, já estava tão enxarcado de lubrificação natural que o dedo deslizou com bastante facilidade. A mão esquerda de Taehyung voltou a masturba-lo bem devagar, torturando-o, enquanto as mãos do ômega puxavam seus cabelos. O alfa conseguiu sentir a pressão forte em seu dedo, quase como se Jeon fosse virgem e seu pau pulsou em expectativa em suas calças.

- Tae pare de me provocar, coloca logo eu vou enlouquecer - puxou o cabelo do alfa com um pouco de força, fazendo ele o encarar.

- Eu preciso te preparar.

- Não, não precisa, só por favor... - apertou a ereção do alfa, vendo-o fechar os olhos com um arfar. - Eu preciso sentir você.

- Diga-me se doer muito que eu paro ok? - o ômega assentiu e o puxou para um beijo novamente.

Enquanto Jungkook o beijava com fúria e necessidade Taehyung abria sua calça, as vezes esbarrando sem querer no membro do ômega e o ouvia gemer. Quando finalmente estava liberto do aperto de seu jeans o alfa suspirou. Jeon afastou-se do rosto do alfa e o encarou por alguns segundos, compartilhando em poucos segundos o quão feliz estava por estar ali com ele. O alfa sorriu para logo gemer e um sorriso travesso surgiu nos lábios do ômega, que agora masturbava seu alfa por cima da box.

- Você é bem atrevido - Taehyung resvalou seus lábios no lóbulo de Jeon, sentindo-o arrepiar.

- Você abala as minhas estruturas de bom moço - mergulhou sua palma na cueca do alfa, tocando diretamente seu membro, sentindo as veias pulsarem sob seus dedos.

Taehyung apertou o mármore onde Jungkook estava sentado sentindo-o masturba-lo em uma massagem lenta, os lábios do ômega passaram para seu pescoço deixando vários beijos molhados por ele. O alfa gemia baixo enquanto deixava seu amado fazer o que quisesse contigo, até que sentiu os dedos dele firmarem em sua cintura e puxa-lo em direção ao seu corpo. Taehyung segurou com força nas coxas do ômega quando o sentiu encaixar seu membro e abrir mais as pernas.

- Faça todo esse tempo longe um do outro valer a pena Tae - Jungkook deixou uma leve mordida no lóbulo do alfa.

Taehyung se afastou um pouco para encarar os olhos de Jungkook e sorriu, voltou a beijá-lo com delicadeza e levou suas mãos até a cintura do ômega, segurando-o enquanto o preenchia aos poucos. Jeon fechou os olhos sentindo seu interior abrigando o alfa, estava bem lubrificado, mas não impediu a dor de atingi-lo. Taehyung o beijava com ainda mais carinho, como se diminuísse a dor para deixá-lo mais confortável, mesmo que o aperto em seu membro estivesse de tornando cada vez mais doloroso também.

O ômega sentia como se fosse sua primeira vez, a dor era bem parecida, talvez por estar tanto tempo sem relações sexuais. Mas o alfa quando estava completamente dentro do menor esperou, os dois suspiraram e sorriam como bobos por estarem juntos daquela forma novamente. Ficaram trocando beijos até que Taehyung investiu contra o corpo de Jungkook pela primeira vez, arrancando um gemido manhoso do mesmo. E ali mesmo na cozinha eles consumaram mais uma vez o amor deles.

Não ligavam onde estavam, em que posição estavam e sim com quem estavam, aquilo não poderia ser feito nem sentido por outras pessoas, outros não causavam as sensações que causaram um no outro. Não havia o mesmo significado, não havia amor. Então não ligavam se estavam na cozinha, no quarto, na sala ou em qualquer outro lugar, contanto que estivessem nos braços um do outro, pois eles eram seus verdadeiros abrigos. Não haviam mais empecilhos para separa-los, e se um dia surgisse algum eles enfrentariam juntos dessa vez.

[...]

Estavam cansados, exaustos na realidade, haviam acabado de sair do banho, o céu estava banhado na escuridão e não faziam idéia de que horas eram. Estavam usando hobby, pois após todas as horas que tiveram como amantes ainda podiam sentir o calor irradiar por seus corpos. Jungkook foi as pressas ao quarto de Taehyung buscar a filha quando a pequena acordou, com ela em seus braços voltou para a sala, vendo-a vazia. Olhou no relógio acima da televisão e notou que já se passavam das duas da manhã. Sorriu ao reparar que passaram tanto tempo em sua bolha de prazer.

Caminhou pelo apartamento a procura de Taehyung e o viu montar a rede na varanda, logo deitando sobre ela. Jungkook sorriu e pôde sentir pela marca recém feita a felicidade do alfa, caminhou e se deitando junto a ele na rede. O alfa estava deitado com a cabeça do ômega sobre seu braço, de frente uma para o outro e as pernas entrelaçadas, Hyeri estava deitada de barriga para baixo no peito de Jeon, levantando a cabeça curiosa para encarar seus pais. Taehyung sorria completamente abobado por sua filha, levou seus dedos até os cabelos da pequena, sentindo a maciez dos fios extremamente lisos.

- Ela é muito parecida com você né? Tem até o mesmo sorrisinho quadrado - Jungkook disse sorrindo.

- Tem o seus olhos, seu nariz e os mesmos cabelos escuros. Acho ela a sua cara - Taehyung viu a pequena sorrir para ele. - O sorriso dela é a junção dos nossos! Quais as chances de ela ter os seus dentinhos de coelho?

- Espero que nenhuma - Jungkook fez bico e o alfa sorriu, deixando um selo sobre os lábios do ômega.

- É fofo, mas confesso que não seria uma boa idéia.

- Por quê? - perguntou curioso.

- Se apenas o seu sorriso já faz meu coração errar algumas batidas, o dela o faria parar - o ômega sorriu maravilhado.

- Você disse que queria uma princesa não é? Ai está ela, a princesinha mais adorável do mundo.

- A ficha ainda não caiu sabia? Que você voltou e que eu tenho uma filha... - acariciava o rosto de sua pequena. - Parece um sonho, tenho medo de acordar.

- Quando você acordar eu e a Hyeri estaremos lá te dar bom dia - Taehyung sorriu. - Sabe que dia é hoje?

- Terça?

- Não seu bobo... Quer dizer, também. - franziu o cenho e riu logo em seguida. - Ontem faz exatamente um ano que nos separamos.

- Não estou entendendo onde você quer chegar - o alfa estava confuso.

- Há um ano atrás estávamos felizes pois iríamos finalmente oficializar nosso noivado e você iria me marcar - o alfa assentiu e sorriu ao ver a marca ainda avermelhada no pescoço do ômega. - Queríamos tornar o dia dos namorados ainda mais especial não é? Além de terça-feira, que dia é hoje?

- Doze de junho... - o ômega ergueu as sombrancelhas e o alfa arregalou os olhos.

- Feliz dia dos namorados meu amor - Jungkook sorriu e deixou um selo sobre os lábios do alfa.

- E no final, ainda seguimos todos os nossos planos não é? - sorriu abertamente. - Construímos uma família, selamos a marca no dia dos namorados e...

- E...?

- Casa comigo? Faça de mim seu marido e o alfa mais feliz do mundo?

- Você nem precisa de uma resposta para isso, estamos presos um ao outro, nem adianta se arrepender mais tarde sinto muito - Taehyung riu e Jungkook riu junto a ele.

- Então você é oficialmente meu noivo?

- Sim... Mas tem uma coisa que eu quero mudar nos nossos planos.

- O que?

- Você disse que nós construímos uma família, mas na verdade ela ainda está em construção - Taehyung ergueu uma sombrancelha. - Não usamos camisinha de novo, não trouxe remédios e nem estou afim de ir comprar, então... Quer ser papai de novo ou vai comprar meu remédio?

- Você teria mais um filho comigo? - o sorriso nos lábios no alfa mal cabia em seu rosto.

- Eu teria dezenas de filhos com você se for o que quer - sorriu e Taehyung o beijou. - Mas acho que só dois tá bom né? Né?!

- Está ótimo! - ele olhou para Hyeri e sorriu. - Você quer um irmão meu amor?

- Bah - Hyeri balbuciou com os dedinhos na boca.

- Ela disse pai! - Taehyung disse com a voz eufórica.

- Tae não viaja.

~♥️~

Tan tan taaaaaaan!

Está finalizada meus anjos, espero que vocês tenham gostado e entendido a mensagem que eu passei. Cuidem das pessoas como se fossem o último, porquê infelizmente pode ser mesmo.

Obrigada também pelos comentários e votinhos, amo vocês.♥️

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