QUASE
(SEM REVISÃO)
DIEGO
Sim, esse puto me chamou desse apelido que tanto odeio e Erick sabe disso melhor que ninguém. Se meu rosto já estava vermelho sentir-me transformar em um verdadeiro pimentão. Mas que cara desgraçado.
Deixei claro minha raiva ao olha-lo, mas seus olhos estavam com aquele brilho zombeteiro que me fazia querer socar aquele rosto perfeito que ele tem. Não sei por quanto tempo ficamos nos encarando em uma conversa silenciosa onde eu deixava claro que, queria soca-lo por ter me chamado daquele apelido na frente da irmã dele e também da peste do meu irmão e Erick estava com aquele sorriso de lado me provocando como quem quer dizer que duvidava que faria alguma coisa.
Como disse, não sei quanto tempo ficamos dessa forma. Só sei que fui tirado daquele momento com a voz do meu irmão falando a seguinte frase:
- Não liga não Keila, esses dois ficam assim quase sempre que estão juntos. Puro tesão reprimido.
Isso me fez desviar a atenção para Guilherme e, sim, o fedelho estava falando com a irmã de Erick, como ficou óbvio, que nos olhava em questionamento e dúvida. Olhei mais uma vez para o moreno, de forma meio ríspida, devo dizer, suspirei e falei levemente nervoso.
- Vamos logo ver esse filhote? Tenho bastante coisas a fazer para hoje.
Está bem que minha voz saiu meio agressiva, mas era somente para sair daquela situação constrangedora. Já tive minha cota de vergonha do dia.
- Ehh... Claro! Vamos lá! Mas tenho que realmente ir agora, meu irmão irá cuidar dessa parte porque preciso mesmo resolver algumas questões. Já passei tudo para o Erick. Me desculpem, mas tenho que me retirar agora. Boa compra. - Falou tudo aquilo com uma certa urgência na voz, seja o que for que Keila teria que resolver, era sério, aparentemente.
- Tudo bem. - Meu irmão indagou e eu assenti só querendo ir embora o mais rápido possível. Ela sorriu gentil e passou por mim e Erick indo em direção a saída, mas não antes de olhar para o irmão e falar o olhando sério:
- Comporte-se e faça tudo certo.
O moreno ergueu os braços como se estivesse se rendendo e assim Keila se foi para resolver suas questões.
- Então, vamos adotar um filhote Guilherme? Erick falou ao meu irmão com um sorriso alegre que o olhou com os olhos brilhando.
- Sim! Onde está meu filhote? - Perguntou com animação, não tive como não sorrir de lado com a empolgação do meu irmão, o que me fez pensar que, se existissem no mundo mais pessoas como ele os animais estariam a salvo.
- Está logo ali naquele corredor. - Erick falou apontando para um corredor oposto ao que estávamos, Guilherme virou na direção indicada e nem sequer esperou por nós. Okay, meu irmão é um mala quando quer, mas esse amor dele pelos bichinhos me cativa e me faz admira-lo.
Erick me olhou e deu uma piscadela marota para mim. No momento seguinte fiz uma careta e segui o mesmo caminho que meu irmão. Ouvi a risadinha do moreno atrás de mim, acredito que me estressar esteja na sua função de todos os dias.
- Ei devagar, para que toda essa pressa? - Falou segurando no meu braço e o olhei em uma pergunta silenciosa, o que você quer?
E ele pareceu entender porque no momento seguinte, o moreno umedeceu os lábios, olhou para o meu olho esquerdo por alguns segundos, depois para o direito e logo depois fixou os olhos nos meus lábios. Senti meu rosto corar com a intensidade com que o moreno me olhou e respirei com dificuldade. Erick levou seus olhos novamente para os meus, havia algo neles, um brilho que já havia visto, mas que me era estranho no olhar dele.
Meu irmão estava tão eufórico e entretido com os filhotes a sua volta que sequer percebeu o que estava rolando ali. Meus olhos estavam fixos nos dele, sua mão em meu braço me deixava a pá de, como sua mão era macia e quente. Erick girou seu dedo no meu antebraço e esse simples gesto me fez morder o lábio inferior com um pouco de força porque me fez lembrar do sonho no mesmo instante. O moreno levou seus olhos para meus lábios novamente e sorriu de lado. Ele pôs sua mão no meu rosto, pois estávamos de frente um para o outro, não me pergunte em que momento me virei de frente para ele, mas seu toque me fez soltar a respiração profundamente.
- Se continuar me olhando assim, eu vou ter que beijar você. - Falou com a voz rouca e quase em um sussurro, umedeci os lábios como quem quer dizer que estava pronto e entregue. Aquele simples gesto era minha deixa. Naquele momento nada mais importava, meu corpo foi tomado por uma ansiedade e uma súbita vontade de Erick fazer o que tinha falo. Ele engoliu a seco e avançou alguns centímetros do seu rosto para perto do meu.
Senti seu hálito quente em meu rosto e devo confessar que eu, realmente, queria que Erick me beijasse. Queria sentir o seu gosto. Queria senti-lo por inteiro.
Sua mão em meu rosto massageava aquela região com carinho, olhei para seus lábios ali tão perto somente um pequeno movimento e sentiria aqueles lábios carnudos em contato com os meus. Somente um movimento e aquela ansiedade seria esquecida.
- CARAS CADÊ VOCÊS? UM FILHOTE ME ESPERA.
Saí daquele transe com a voz do meu irmão gritando ao longe, pisquei algumas vezes e me dei conta do que estava acontecendo ali. Me afastei rapidamente de perto de Erick e o olhei assustado.
Ele me olhou de volta sem jeito e limpou a garganta.
- Já estamos indo. - Gritou de volta para Guilherme e foi então até onde meu irmão estava a passos ligeiros.
Eu fiquei estático no meu lugar com um milhão de perguntas invadindo minha mente, mas ao mesmo tempo tentando entender o que havia acontecido ali. Respirei com dificuldade, passei a mão no rosto e fui até onde aqueles dois estavam, porém a minha mente está fervilhando com o fato que, Erick e eu quase nos beijamos.
Calma Diego, respira se não você vai surtar, falei comigo mesmo.
Cheguei até eles e Guilherme já estava com o filhote nos braços. Meu irmão estava radiante, para dizer o mínimo.
- Olha com ele é lindo irmão. - Falou vindo até mim, sorri amarelo e acariciei seu pequeno filhote.
O pequeno era realmente lindo com sua pelagem em um tom caramelo, seus olhos azuis como o oceano e toda aquela fofura que é um filhote.
- Sim, bem lindo. - Eu disse em modo automático e logo em seguida levei meus olhos para Erick em um misto de confusão, medo, apreensão e vergonha. Ele desviou os olhos para Guilherme que lhe falava algo o qual não ouvi porque a confusão dentro de mim estava grandíssima.
Eu só queria entender o que aconteceu, porque quanto mais eu tento entender mais dúvidas surgem.
A partir daquele momento, minha mente estava em um estado que nunca antes esteve. A finalização da compra foi, diga-se de passagem, estranha. Erick não me olhou nos olhos e nem eu o olhei de volta. Ao nos falarmos foi desconfortável e breves palavras. Eu precisava pensar e sair logo dali.
Após meu irmão comprar mais algumas coisas para o seu novo cãozinho fomos embora, mas antes que pudesse sair Erick me chamou.
- Diego?! - Prendi a respiração e o olhei. - Ehh... Você vai a festa na minha casa, não vai? - Completou me olhando, soltei a respiração, pensei mesmo que ele tocaria no assunto de minutos atrás na frente do meu irmão, mas ele também me lembrou desta maldita festa. - Ah, claro. Vou sim. - Falei com a voz falha, o moreno sorriu de lado e assentiu.
- Então, até mais tarde. - Disse voltando a me olhar nos olhos e me senti corar. - E você carinha, cuide bem desse filhote ein. - Falou para o meu irmão que assentiu empolgado e falou:
- Pode deixar cara.
E assim, fomos embora da loja da irmã de Erick, olhei uma última vez e o moreno me olhava. Ao notar que virei acenou com a mão sorrindo de lado e só acenei com a cabeça seguindo meu caminho.
Mas ao chegar do lado de fora, lembramos que vinhemos de moto e não teria como levar tudo aquilo, obviamente, na minha moto. Meu irmão ficou tão empolgado e eu estava tão perdido que nem esse detalhe nenhum de nós lembrou. Foi então que chamei um Uber para o meu irmão que não demorou muito, ainda bem, coloquei o fedelho dentro do Carro, expliquei tudo ao motorista, mandei mensagem para Letícia avisando que Guilherme logo chegaria em casa e para ela ajuda-lo com tudo o que estava levando porque iria fazer algumas coisas antes de ir para casa.
"Okay, mas não demora, preciso ir ao salão da uma retocada no visual para hoje à noite."Minha irmã mandou de volta, não respondi de nada porque não sou obrigado. Na verdade, eu ainda estou completamente em choque com o que aconteceu minutos atrás. Toda aquela cena se repetia em minha mente.
Aquilo foi muito estranho, eu diria que foi estranhíssimo.
Por que Erick fez aquilo? Por que ele parecia querer aquilo? Na verdade, por que isso tudo está acontecendo? E o pior, por que eu queria aquilo?
Percebi que ainda estava parado no mesmo lugar olhando para o nada, tudo bem, eu preciso me recompor. Olhei para a loja onde Erick trabalhava, não o vi, mas senti uma imensa vontade de ir até ele e questiona-lo, porém me contive. Aquela conversa teria que esperar, porque estou muito confuso no momento e tenho que organizar meus pensamentos que agora estão a mil.Montei na minha moto, liguei e dei partida, depois de por o capacete é claro. Viu como estou desnorteado nem narrar estou conseguindo direito. Preciso de algo para me distrair do que aconteceu naquela loja.
Fui para casa, porque precisava descansar a mente. Decidi não ir onde iria, pois como já disse, preciso descansar a mente. Mas minha mente parecia não colaborar.
Erick, Erick o que está acontecendo com você? E o melhor, o que está acontecendo comigo?
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