PROMESSA
(NÃO REVISADO)
DIEGO
Fiquei olhando para Erick por não sei quanto tempo exatamente, mas minha mente foi inundada com aquelas lembranças. Lembranças que fizeram um sentimento dentro de mim ser reativado. Algo que depois que tudo isso começou a acontecer entre nós dois prometi não ligar mais. Porém, quando ele relatou tudo aquilo para mim só fez com que aquele sentimento reacendesse: a raiva.
Não conseguia desviar meus olhos dele enquanto estávamos ali um frente ao outro.
Quem garante que Erick não esteja fazendo isso novamente? A aproximação repentina não é suspeita? E se ele estiver mentindo? E se tudo isso for somente um plano? Erick, gostaria de me humilhar novamente?
Aquela voz dentro de minha cabeça começou a perguntar e isso só me fez ligar alguns pontos e outros surgiram. Minha mente estava montando tudo como um grande quebra-cabeça.
- Diego?
A voz de Erick me tirou dos devaneios que assolavam minha cabeça, pisquei os olhos e foquei minha total atenção em sua pessoa. Ele me olhava com o cenho franzido em preocupação e um pingo de curiosidade.
Ao ouvir sua voz aqueles questionamentos sumiram e as vozes em minha cabeça se calaram. Foi uma surpresa para mim.
- Desculpa, eu...
- Eu sei que fui um idiota em grande parte do nosso passado, sei que mereço nada além do seu desprezo por tudo que fiz você passar, mas contei essa parte horrível em especifico para você porque foi quando comecei a me dar conta do que estava acontecendo dentro de mim. - Erick uniu nossas mãos e me olhou nos olhos. - Diego, sei que seus pensamentos devem está confusos com tudo isso, conheço o olhar que estava lançando a mim segundos atrás, já tive muito dele. Mas eu quero me saiba que me arrependo de tudo aquilo. Me arrependo do quão cuzão fui com você, se pudesse voltaria no tempo e mudaria tudo isso. Cada mínimo detalhe que fez você me odiar e me achar um ser desprezível. - Sua voz estava baixa para que somente eu ouvisse sua voz, seus olhos estavam tão cheios de certeza e suas mãos unidas as minhas transmitiam segurança.
- Erick...
- Me escute, tudo bem? - Pediu com cautela e assenti. - Sei o quanto machuquei você, tenho plena ciência das burras que fiz e também me odeio por tudo isso, mas estava assustado de mais com todo aquele misto de sentimentos confusos dentro de mim, seu que isso não justifica nada do que fiz, mas, por favor, acredite em mim quando digo que estou arrependido de tudo aquilo. Me desculpe, de verdade, por todas aquelas barbaridades, por todas aquelas palavras que machucaram você e por todos aqueles momentos em que fiz você me odiar. Me desculpe Diego Sandrinny? - Perguntou com os olhos fixos nos meus, engoli com dificuldade e o encarei por alguns segundos.
Erick, parecia realmente sincero e parecia tão disposto. Dizem que os olhos nunca mentem, mas será mesmo? Seus olhos me olhavam como se implorassem por... minhas desculpas.Pela minha visão periférica pude perceber que algumas pessoas ao nosso redor estavam nos observando e rapidamente puxei minhas mãos das suas.
- Erick, você mesmo disse que tem ciência do quanto tudo aquilo foi errado e horrível. Você reconhecer tudo isso, tudo bem. Me pedir desculpas, é ótimo. Porém, isso não é algo que se esquece de um dia para o outro. - Falei com uma dor em minha voz, queria deixar claro que tudo aquilo não somente me machucou, mas fez bem mais que isso. Me destruiu.
- Mas eu não estou pedindo para você esquecer, porque sei o quanto é difícil e o quanto foi doloroso lembrar dessa droga de memória ruim. - Erick tentou pegar minha mão novamente, mas tirei do seu alcance antes que a pegasse. Olhei ao redor para me certificar de que ninguém estava nos observando, mas Erick era bem conhecido e filho de quem era. Havia algumas pessoas com os olhos curiosos em nós. Neguei com a cabeça quando voltei meus olhos para o moreno a minha frente que pareceu entender o motivo. - O que peço, Diego, é que me deixe criar novas memórias junto á você. Memórias que não trarão dor a você. Memórias que serão guardadas com alegria, amor e carinho. Memórias que farão seu lindo sorriso se abrir ao lembrar delas e que todas essas outras sejam esquecidas aos poucos ao serem substituídas pelas novas. Peço que me dê a chance de provar que não estou brincando com você. - Falou com carinho e seus olhos estavam sempre fixos nos meus a cada palavra.
Senti minhas bochechas esquentarem, meu coração errou uma batida ao ouvir suas palavras e algo dentro de mim estalou. Seus olhos transmitiam tanto carinho e doçura que por mais que eu tentasse esconder um pequeno sorriso de canto nasceu em meus lábios.
Eu nunca me arrisquei tanto antes. Nunca imaginaria que estaria quebrando tantas regras tantos minhas próprias e até de minha mãe para estar com Erick. Mas, convenhamos, que comecei a me arriscar bem antes de disso. Quando tive aquela ideia maluca de sabotar ele e não imaginaria que chegaríamos até aqui. Já arrisquei tanto até aqui, por que não arriscar mais uma vez?
Sorri para Erick e o mesmo me olhou em expectativa. Seus olhos antes tão misteriosos para mim agora eram tão claros que quase podia jurar que eles diziam: Por favor me deixe fazer isso.
- Tudo bem, Erick, vamos criar novas memórias então. - Disse com o tom carregado de firmeza e um tiquinho de empolgação. Aquele sentimento tomou conta de mim, o porquê ainda iria descobrir, mas algo me dizia que seria algo novo e chocante para mim.
Erick sorriu feliz e aliviado. Seus olhos castanhos brilharam e ele pegou minha mão.
- Muito obrigado por essa chance, prometo que não irei desperdiça-la. - Falou com o tom grato e deu um aperto suave em minha mão. - Acho que já passamos tempo de mais aqui, vamos? Quero levar você para casa antes que fique muito tarde. - Ergueu a mão fazendo um gesto pedindo a conta para o garçom que nos atendeu, ergui a sobrancelha em questionamento e o moreno jogou uma piscadela ladina para mim. Conferi o horário e já eram quase meia noite, realmente passamos muito tempo. Espero que Nathy esteja bem e que minha mãe não tenha descoberto nada. caso contrário estaremos mortos Nathy e eu.
O garçom não tardou em trazer a conta, cruzei os braços enquanto Erick fazia o pagamento e não, não dei parte nenhuma deixei ele pagar tudo porque não sou bobo. Eu era o convidado ali afinal de contas. Erick que pagasse por tudo.
- Quem diria que você consegue usar as palavras tão bem. - Entramos no carro e ouvi um riso por parte de Erick.
- Como disse uma vez, há muitas coisas que você não sabe sobre mim. - Falou com o tom presunçoso. Sorri com deboche.
- Convencido.
- Nenhum pouquinho. - Falou dando uma piscadela e deu partida no carro.
- Então, qual seu tipo de filme favorito? - Perguntei ao longo do caminho até minha casa.
- Gosto de filmes de ação, terror, suspense e talvez um drama. - Falou enquanto trocava de marcha e com total atenção na estrada.
- Mas todos os filmes não tem um pouco de drama? - Perguntei o olhando com o cenho franzido um pouco confuso. Erick assentiu.
- Sim claro, mas têm alguns que focam tanto no tema que mais parecem uma novela mexicana. - Explicou e realmente faz muito sentido o que ele falou.
- Entendi. - Assenti em concordância. - É, sou obrigado a concordar com você. - Falei e o mesmo sou um riso enquanto negou com a cabeça.
- É obrigado né! - Ele disse incrédulo e o tom risonho. Olhei acusador para o moreno.
- Sim, estou sendo obrigado.
- Tudo bem, então. - Deu de ombros. - E você, quais seus temas preferidos? - Perguntou levando seus olhos a mim rapidamente.
- Ah, gosto de tudo que consiga prender minha atenção. - Falei dando de ombros.
- Como assim? - Perguntou confuso e levou seus olhos até mim novamente por poucos segundos.
- Eu não tenho uma categoria específica. - Dei de ombros mais uma vez. - Se o conteúdo apresentado for bom, que prenda a minha atenção, eu assisto. - Falei simplista.
- Você é estranho.
Olhei incrédulo para o moreno ao ouvi-lo falar aquilo e o mesmo me olhou com diversão. Murmurei um "hum" e ergui uma sobrancelha em desdém.
- Sou eclético, é diferente.
- Claro, claro. - Assentiu enquanto manobrava o volante para a esquerda. - Agora, vamos para algo muito sério. Marvel ou DC?
- Marvel, com certeza.
Erick me olhou desacreditado e negou com a cabeça.
- Você está zoando. - Falou em descrença. Neguei com a cabeça e o olhei pasmo.
- Claro que não, Marvel é muito melhor. - Afirmei.
O moreno negou com a cabeça mais uma vez e soltou um riso debochado.
- Não, DC, com certeza é melhor que Marvel.
- Nos seus sonhos, Erick.
- O quê? - Olhou para mim ofendido. - Diego, os heróis da DC solam os da Marvel com uma mão atrás das costas. - Falou convicto e foi minha vez de soltar um riso cheio de deboche.
- Ah, Claro. Me poupe né, Erick. Os heróis da Marvel ganham fácil.
- É claro que não. Diego, você está muito equivocado. A DC tem heróis que são muito mais fortes que os da Marvel.
- Tá bom, cite um. - Falei cético.
- O Homem de Aço, por exemplo. - Ele disse e tive que gargalhar.
- O cara que literalmente fica impossibilitado de usar o próprio poder por conta de uma lasca de pedra de Kriptonita? Está me zoando, né! - Eu disse incrédulo e olhei para Erick com uma expressão de dizia: É sério?
- Ah Diego, cala a boca. Temos o Flash, a Zatanna, Supergirl, Mulher-Maravilha, Lobo e muitos outros. - Falou olhando para mim, porque paramos no sinal vermelho. Neguei com a cabeça mais uma vez e revirei os olhos.
- Certo, você citou um trapalhão, uma psicologicamente instável, uma cuja a fraqueza é o próprio laço e sem os braceletes não consegue usar todo o seu poder e um psicótico louco que tem a fraqueza a gases venenosos.
- Mas todos tem uma fraqueza até os da Marvel. - Erick disse e me olhou acusatório. - Você me pediu para citar alguns dos mais fortes e aí está. - Deu partida no carro e continuei o olhando com incredulidade.
- Marvel é bem melhor. - Murmurei me acomodando corretamente no acento e olhei pela janela. Erick riu contraditório e disse:
- Nos seus sonhos, Diego. - Trocou de marcha mais uma vez e dobrou para a direita. - Eu não vou falar mais nada porque você sabe que estou certo. - Falou, tive que gargalhar mais uma vez em incredulidade e senti uma leve onda de irritação se aproximando.
Sei que são só personagens fictícios, mas como fã-boy da Marvel, criamos meio que um afeto pelos personagens e odeio que menosprezem os heróis. Sei também que não é justo diminuir os da DC, mas convenhamos que, Marvel é mil enquanto DC é um nove e meio. Claro que na minha opinião e como aqui minha opinião é a que importa, então que se mordam.
Fiquei em silêncio, olhando para a paisagem pela janela e ficamos em silêncio por alguns minutos.
- Você ficou chateado? - Erick perguntou quando paramos em outro sinal vermelho. Olhei para ele e neguei com a cabeça.
- Não, por quê?
Na verdade, fiquei sim, mas ele não precisa saber.
- Ficou quieto de repente. - Olhou para mim e pegou minha mão entrelaçando nossos dedos.
- Só não queria estender essa discussão, porque eu sei que a Marvel é mais foda. - Eu disse o olhando com um sorriso presunçoso. Erick suspirou, revirou os olhos e sorriu de lado.
- Nerd.
- Fã-boy da DC. - Falei como se fosse uma ofensa e sorri brincalhão.
Erick cerou os olhos, levou sua mão até minha nuca e me puxou para um beijo lento e cheio de desejo. Ouvimos o carro atrás de nós buzinar e quebramos o beijo. Erick deu partida e tive que rir com o acontecido.
O restante do caminho fomos em um silêncio confortável, Erick vez ou outra colocava sua mão em minha coxa e apertava levemente. Não demorou muito para que chegássemos até a minha casa, mandei uma mensagem para Nathy avisando que já estava em frente a minha casa e para ela abrir a porta para mim, claro em todo o silêncio possível para não acordar meus pais e tudo ir por água abaixo bem no final.
- Está entregue. - Apertou minha coxa, nos olhamos e sorrimos um para o outro. - Espero que tenha gostado da nossa noite. - Falou entrelaçando nossos dedos mais uma vez.
- Para falar bem a verdade, foi muito lindo e fofo. Gostei bastante. Muito obrigado pela noite.
- O prazer foi todo meu. - Jogou uma piscadela para mim e sorri tocando na ponta do seu nariz suavemente. - Diego, me desculpe mesmo por tudo o que fiz antes com você. - Falou em um tom sério e me olhou com aqueles olhos cheios de culpa.
Toquei seu rosto suavemente e com carinho.
- Eu já o desculpei, mas lembre-se do que você me prometeu. - Falei com tom de voz suave, o moreno sorriu e colocou sua mão por cima da minha em seu rosto. Ele puxou minha mão para a altura de seus lábios e deixou um beijo suave.
- Nunca esquecerei. - Beijou minha mão mais uma vez, mas seus olhos estavam fixos nos meus.
- Ótimo. - Murmurei com a voz levemente rouca, Erick me puxou mais perto e uniu nossas testas.
Erick esfregou nossos narizes, em um beijo de esquimó, sorri levemente com o seu gesto, ele fez novamente e depois uniu nossos lábios. Arrebatador, essa palavra define todo aquele momento. Porém, aquele momento foi interrompido pelo o som de notificação do meu celular. Quebrei o beijo e verifiquei a mensagem.
Era Nathy avisando que estava esperando na porta e que eu tinha que ser rápido. Olhei para a entrada da minha casa e ela estava realmente lá.
- É melhor eu ir. - Falei voltando meus olhos para o moreno ao meu lado.
- Tudo bem. - Olhou para mim, porém seus olhos antes estavam na entrada da minha casa. - Aquela é a sua amiga? - Perguntou confuso e me olhou questionador logo em seguida.
- Sim. - Erick me olhou em uma pergunta silenciosa. - Longa história. - Falei, beijei seus lábios suave e rapidamente. Saí do carro, mas antes de sair totalmente o ouvir dizer:
- Boa noite, tenha bons sonhos de preferencia comigo.
- Claro, seu convencido. - Falei brincalhão e um sorriso bobo nasceu em meus lábios. - Boa noite para você também.
Após falar isso, fechei a porta do carro de Erick e fui em direção a minha casa. Aquele sorrisinho bobo ainda estava presente em meus lábios. Olhei para trás para conferir algo que nem mesmo eu sei explicar, mas senti uma necessidade de olhar para aquela direção. Erick estava me olhando e acenou para mim ao perceber que olhei. Acenei sem jeito, segui o caminho até a entrada da minha casa.
Uma leve curiosidade crescia dentro de mim. O que será daqui para frente? O que Erick iria fazer? Que lembranças ele gostaria que fizéssemos?
Bem, parece que terei que esperar para ver.
XX~~XX
Olá meus caros, vocês estão bem? Espero que estejam todos bem.
Finalmente mais um capítulo para vocês, espero que tenham gostado. Então, se gostaram já sabem o que fazer, né! Dá aquela força curtindo, comentando o que estão achando da história até aqui e compartilhem com os amiguinhos para eles conhecerem esses dois também.
Então pessoal, em breve estarei lançando um novo livro aqui para vocês, mas este já está na reta final, bem no final mesmo, porque escrevo ele na Buenovela. Quero traze-lo para cá porque quero ouvir a opinião de vocês. O livro é um romance sobrenatural e hetero. Não sei quando vou traze-lo aqui, mas aviso vocês, tudo bem? Conto com a ajuda e opinião de todos vocês.
Sem mais enrolações e avisos. Até o próximo capítulo.
Beijos do Victório!!
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