PARTE I

NÃO REVISADO

DIEGO

Ainda estava sem acreditar no que acabou de acontecer, aquilo só poderia ser uma piada. Tudo bem que os alunos, pelo menos alguns, eram babacas e uns idiotas ignorantes. Mas, outra coisa era a pessoa responsável pelo nosso bem estar, aquela deveria cuidar de nós alunos ser uma tremenda de uma babaca e sem noção. Sem mencionar, a tremenda homofóbica que ela é.

Entrei no banheiro, sentindo meu rosto queimar tamanha a raiva que estava sentindo. A raiva estava me consumindo. Uma coisa é certa, aquela filha da puta da diretora, não podia sequer fazer algo daquele tipo. Ela me coagiu sem pensar duas vezes e ainda por cima queria que fizesse algo do qual não me senti confortável no momento. Cara, mas que porra! Apoiei as mãos na pia e olhei meu reflexo no grande espelho que havia ali.

Meu rosto estava vermelho, meus olhos cheios de lágrimas de ódio e sentia todo o meu corpo tremer. Aquilo não podia estar acontecendo. O que eu fiz, afinal? Abaixei a cabeça ao presenciar a primeira lágrima descer pelo meu rosto, mas antes que ela percorresse todo o meu rosto fiz questão de limpa-la e liguei a torneira. Por sorte, não havia ninguém ali no momento. Joguei água no rosto e tirei todo o vestígio de choro do rosto.

Não vou chorar por isso, não de novo. Respirei fundo e molhei o rosto mais uma vez. Ainda estava incrédulo com o que havia acontecido. Mas não vou me curvar diante dessa situação. Sinceramente, já passei por situações piores e não vai ser uma escrota de uma figa que vai me fazer chorar. Quem ela pensa que é? Sei muito bem que todo aquele show era pela questão de ser o próprio filho dela. Tenho certeza que, se fosse com outra pessoa aquela hipócrita não estaria ligando, mas como é com Erick... bem, por que eu me surpreendo, afinal?

Erick não era muito diferente, na verdade, ele já foi bem pior que a mãe dele. Suspirei indignado e enxuguei o rosto com a manga do blazer. Que inferno!

- Merda, merda, merda, merda e merda! - Falei enquanto limpava o rosto com raiva, mas respirei novamente para me acalmar. Repeti o mesmo processo uma meia dúzia de vezes. Encarei novamente o meu reflexo e cerrei os olhos. - Não deixe isso abalar você. Cabeça erguida. Enfrente seus obstáculos com firmeza e não deixe ser atingido. Você forte, porra! - Exclamei, com os olhos fixos em mim mesmo. Já deixei muito dessas situações me consumirem, porém, não mais. Não vou aceitar isso.

Concertei a postura e arrumei as roupas. Saí em direção a sala de aula, meus pensamentos a mil, a raiva ainda queimando em meu peito, mas não iria fugir disso. Com certeza, aquela bruaca já havia falado com Erick e isso explicaria o porquê do seu comportamento mais cedo. Caralho, então é com isso que ele tem que lidar, afinal?

Andei tranquilamente até o meu acento quando pedi licença para a professora para entrar, Erick me acompanhou com os olhos até o momento que sentei ao seu lado e colocou a mão sobre minha coxa. Olhei para ele com seriedade, porque, por mais que tivesse tentando processar aquilo com mais calma do que com raiva, ainda assim, o sentimento de colocar fogo naquela escola com aquela maluca dentro estava me consumindo. Na minha mente já havia matado ela de várias formas possíveis e impossíveis. Sorri de lado, mas acho que não saiu como um sorriso e sim como uma careta porque no momento seguinte o rapaz ao meu lado suspirou irritado e perguntou:

- O que ela falou para você, Diego?

Seu tom baixo, porém carregado de irritação. Olhei para ele novamente e por mais que quisesse falar tudo para o ser humano ao meu lado, era perceptível que o moreno já estava irritado e isso o irritaria mais. Além disso, estávamos ao redor de vários curiosos que nem sequer disfarçavam seus olhares curiosos. Coloquei minha mão sobre a sua e apertei levemente.

- Vamos falar sobre isso depois, tudo bem? Não estou com cabeça para falar sobre isso agora e possivelmente vou falar alguma besteira porque estou com a cabeça quente. Além disso, esses abutres estão ao nosso redor. Prometo que depois conversamos. - Falei, ele assentiu e entrelaçou nossas mãos por baixo da carteira.

- Tudo bem. - Afirmou e tentamos focar no restante das aulas.

Porém, um dos meus maiores defeitos é pensar demais. Meu cérebro vira uma pilha de nervos quando acontece determinadas situações. Como esta. Não consegui me concentrar em mais nada naquele dia. Meus pensamentos sempre me levavam de volta ao ocorrido na diretória.

O restante do dia passou como um borrão para mim, porque estava distraído demais com meus pensamentos. Despertei quando senti uma mão em meu ombro, o que me tirou dos meus devaneios. Erick me olhava com cautela.

- Você está bem?

A resposta para sua pergunta era óbvia, mas a preocupação nos seus olhos eram perceptíveis.

- Estou bem, não se preocupe. Nada que não saiba lidar ou que já esteja acostumado. - Eu disse, Erick assentiu e notei só havia nós dois na sala de aula.

- Então, podemos ir? - Perguntou, o encarei sem entender, conferi o horário no relógio em meu pulso direito e tive que abri a boca em surpresa.

- Meu Deus, as aulas já acabaram. - Murmurei para mim mesmo ao me dar conta daquele detalhe.

- Sim. Então, vamos? - Perguntou mais uma vez e assenti. Guardei minhas coisas e fomos juntos em direção a saída. - Vou na sua casa hoje, tudo bem? Para conversarmos. - Explicou ao ver minha expressão confusa, já havia esquecido que havia dito que depois conversaríamos.

- Tudo bem, você já sabe o endereço, de toda a forma. - Falei, o moreno assentiu e sem aviso selou nossos lábios em um selinho rápido. O que me deixou surpreso.

- Até depois! - Erick disse, me jogando uma piscadela e foi em direção ao estacionamento. Não notei o momento, mas sua atitude fez um sorriso bobo nascer em meus lábios.

Aquela simples atitude de Erick poderia significar muitas coisas, mas algo dentro de mim dizia para ficar em alerta. Havia um sentimento estranho que se misturava junto a certeza e conforto. Não sabia descrever no momento, mas sentia que poderia ser um aviso. Ou talvez, fosse somente minha mente sobrecarregada do dia.

Mas, por que um aperto tão repentino no peito me fez ficar em alerta?

XXX

Olá galera? Vocês estão bem? Espero que sim. E vamos de mais um capítulo, né pessoal. Espero que tenham gostado, foi pequeno, mas acredito que amanhã ou depois de amanhã a segunda parte já estará disponível para vocês.  

Se vocês chegaram até aqui já sabem o que fazer. Deixa aquela curtida, comenta o que vocês acham que vai vir por aí e, por favor, compartilhem com o amiguinho. Fico grato com todos.

Obrigado pelo apoio que vocês estão me dando e a esta obra. De coração, obrigado pessoal. Bem, devo dizer que iremos passar por momentos turbulentos a partir de agora. Estejam preparados. 

Beijos do Victório!