FLASHBACK II
(Atenção, esse capítulo contém alguns alertas de gatilho. Tentei ao máximo não focar nisso, mas a parte em si foi realmente necessário. Estão avisados.)
Especial 5K
NÃO REVISADO
ERICK
Diego passou de um simples garoto nerd e invisível para um garoto notável e desejado por algumas pessoas.
Sua mudança começou a chamar atenção de mais. Tanto de meninos, estes principalmente, e algumas meninas também.
Ele estava bem mais apreciável, não seria hipócrita em negar isso. Aquele nerd passou a exala uma áurea confiante e um leve senso de dominação por onde passava. Irritante, era o que estava se tornando. Não que fosse admitir isso para alguém.
Diego estava se tornando assunto entre alguns meninos que gostavam da fruta. Ouvi muitos comentários ao longo da semana, o que fez uma onde de irritação me dominar naqueles dias. Sem dúvidas, foi uma das piores semanas da minha vida.
- Não olha onde anda, merdinha! - Falei irritado para Diego, sendo eu o culpado por esbarrar nele de propósito, ele me olhou com desgosto.
- E desde quando enxergo babacas?
Soltou essa frase com ironia e raiva e seguiu seu caminho sem se importar coma minha reação com sua resposta.
Um incomodo gélido se instalou no meu estomago e pude sentir o gosto amargo na boca. Isso não vai ficar assim.
Não sabia porquê não o deixava em paz e acabar com tudo aquilo de uma vez por todas, mas meu orgulho era maior e me cegava para o que realmente estava acontecendo comigo.
Quando estávamos no mesmo ambiente uma necessidade gritante de faze-lo se irritar crescia em mim, porque era a única maneira que tinha sua atenção mesmo que de forma hostil.Irrita-lo era como seus olhos pausavam em mim, mesmo que todas as vezes fossem em desprezo havia uma parte bem pequena minha que ficava bem com os olhos dele em mim. Como se sua atenção fosse o suficiente.
Principalmente, quando aquela sua amiga estava com ele. Com ela, Diego sorria e era outra pessoa que comigo. Seu sorriso era genuíno e o som da sua gargalhada fazia um arrepio sorrateiro invadir todo o meu corpo.
Aquilo era novo, novo e incomodo de mais. Quase insuportável.
Seus olhos transmitiam uma alegria enquanto estava com aquela amiga, se é que ela era realmente somente amiga dele.
Eles trocavam toques suaves e afetuosos um com o outro quase sempre que estavam juntos. Seriam eles algo a mais? Seria por ela toda aquela mudança?
Aquele gosto ruim na boca voltou mais forte e junto dele um sentimento estranho, quase como um instinto de:
Por que comigo não?
- Você vai acabar fazendo um buraco no chão se continuar a bater o pé desse jeito. Pisquei para voltar ao normal e limpei a garganta.
- Ah, oi Amanda. - Ela sentou ao meu lado. - Não vi você chegando. - Falei com atenção um momento nela e outro momento naqueles dois.
- Claro que não veria, você está vidrado naquele nerd e na Nathy. - Falou sem maldade nenhuma, mas senti estalar dentro de mim.
Olhei para ela e pude ver a reação dos meus amigos ao redor Elvin suspirou resignado e fechou os olhos, Felipe negou com a cabeça e o restante abaixou a cabeça.
- Como é? - Perguntei com uma sobrancelha erguida e os olhos secos em sua direção. Amanda abriu a boca para falar novamente.
- Não foi nada! - Felipe tocou no ombro da loira em aviso. - Ela não disse nada demais. - Afirmou se levantando.
- É que...
- Amanda, você não iria me mostrar uma coisa? - Felipe perguntou com um sorriso que dizia: Só vem comigo.
- Ah, tá. - Amanda disse incerta e se levantou junto ao primo. - Tchau Erick, depois falamos. - Beijou meu rosto e saiu sendo puxada pelo meu amigo.
Olhei para os meus amigos e Elvin foi o único que me olhou de volta. Seus olhos queriam me dizer alguma coisa, mas não dei a mínima no momento. Levei meus olhos para a mesa onde aqueles dois estavam e franzi o cenho ao notar que ambos já não estavam mais lá. Olhei rapidamente para a saída e os vi atravessando com os braços cruzados um no do outro. Um suspiro involuntário saiu dos meus lábios.
Depois de ver Diego e aquela amiga dele daquele jeito tão intimo, pensamentos sobre eles começaram a inundar minha mente e uma ondar maior de irritação tomava conta de mim. Por que me irritar com isso? Por que me incomoda tanto? E se eles realmente tiverem algo? O que eu perco com isso?
Não conseguia me concentrar em quase nada, nem mesmo no treino de futebol aquilo saia de minha cabeça. A irritação era como meu segundo nome no restante dos dias porque qualquer menção do nome de Diego perto de mim, me fazia explodir em raiva.
O nome de Diego quase sempre era tocado no vestiario masculino pelos jogadores de vôlei. Aqueles filhos da puta não sabiam quando parar e muito menos tinham medo do perigo.
- E então, você perguntou sobre o Diego para amiga dele?
Ouvi a voz de um dos jogadores de vôlei perguntar ao outro do mesmo time, fechei a expressão e levei meus olhos até eles. Qual não foi minha surpresa ao notar que eram os meus trouxas de antes. Respirei fundo para tentar me controlar, sentei em um dos bancos um pouco distante daqueles dois e comecei a desamarrar a minha chuteira.
- Falei sim amigo, ela não foi realmente direta, mas deu a entender que sim. Quase certeza que foi um sim. - O outro respondeu, meu coração errou uma batida de raiva, senti meu rosto esquentar ainda mais, aquilo não poderia ficar pior.
- O que ela disse, exatamente? - O primeiro perguntou com empolgação, desviei meus olhos dos cadarços da minha chuteira e fixei o olhar assassino neles.
Eu estava com o sangue quente porque havia acabado de voltar de um treino fracassado, ouvir aqueles dois estava piorando a minha situação em um nível quase insuportável. Prometi a Felipe e Elvin que não iria mais me envolver briga por conta daquele nerd ou por qualquer que fosse a razão, mas com aqueles dois seres que não sabiam a hora de parar estava ficando difícil resistir.
- Bem, ela disse que não podia falar sobre o assunto porque era algo pessoal do amigo dela e que eu poderia chegar e perguntar a ele porque o mesmo é super de boa em relação a isso. Mas no final da sua frase Nathy disse o seguinte: Talvez ela curta você. - Eles sorriram cumplices notando a dica da amiga de Diego, ficou meio óbvio até para mim. O frio gélido voltou ao meu estomago, o desconforto incomum se fez presente em meu interior e a raiva daqueles idiotas aumentou ainda mais.
- Amigo, isso com certeza foi um sim. - Falou o outro comemorando com empolgação. - Já temos nossa afirmação. Agora vamos ver quem consegue primeiro. - Completou com um sorriso ladino e isso fez meu sangue ferver.
Não sei bem o que senti no momento, mas foi algo como matar aqueles dois com minhas próprias mãos, fazer churrasquinho deles e dar para os cães. Eu fiquei cego de repente, tudo o que importa era acabar com aqueles dois, porém meus planos foram interrompidos por ninguém menos e ninguém mais que Felipe e Elvin.
- Você fica sentadinho aí. - Elvin falou me jogando de volta para o banco. Olhei para os meus amigos e os vi me olhar com reprovação.
- Você prometeu que não iria mais se meter em briga. - Felipe advertiu.
Olhei para eles e depois para aquelas duas criaturas, suspirei e murmurei contrariado:
- Eu sei.
- Só relaxa cara. - Felipe falou tocando em meu ombro em apoio, murmurei um "uhum" a contra gosto e voltei a tirar minha chuteira.
Os dois não saíram do meu lado até estarmos fora do vestiario para irmos embora. No caminho, avistei Diego com sua amiga indo em direção ao estacionamento os dois juntinhos e foi ali que percebi que não havia nada entre eles, porque o nerd curtia mesmo era pau. Senti um sorriso maldoso crescer em meu rosto.
No dia seguinte, chegamos a escola e cheguei com um sentimento de vingança dentro de mim. Diego não teria paz um dia sequer, assim como eu não tive paz naqueles dias em que tudo o que ele fazia era motivo para o meu desequilíbrio. Esperei pacientemente até o momento do intervalo, onde toda a escola estaria reunida, senão toda, porém a grande maioria estaria ali. Era a situação perfeita.
As horas foram se passando e com ela me trazia uma ansiedade, Diego iria provar do que provei nessa semana inteira. Ele iria me odiar, mas seria melhor assim. O som do sinal soou anunciando a hora tão esperada e um sorriso surgiu em meus lábios. Andei tranquilamente até o refeitório, peguei meu almoço e sentei junto aos meus amigos. Em todo momento meus olhos procuravam o meu alvo. Demorou um pouco, porém o vi indo até uma mesa junto de sua amiga, sorri maldoso e comecei a me levantar.
Andei até o centro do refeitório, meus amigos me olharam sem entender nada, mas me mantive firme em minha decisão e quando estava bem no centro de todos aqueles alunos gritei:
- PESSOAL, TENHO UMA NOVIDADE PARA TODOS VOCÊS.
Todos os olhos se voltaram para mim, porém levei meus olhos até ele, fixei meus olhos em Diego seus olhos transmitiam o de sempre desprezo e sorri maldoso para o mesmo.
- HÁ UMA PESSOA ENTRE NÓS QUE ESCONDE UM SEGREDO, MAS NÃO SERÁ UMA GRANDE SURPRESA PARA ALGUNS. - Gritei novamente, os alunos me olhavam com curiosidade, mas meus olhos estavam fixos nos dele queria que soubesse que o que tinha a dizer era sobre ele. Seus olhos vacilaram por um segundo e o mesmo olhou para sua amiga levemente preocupado.
- TODOS CONHECEM AQUELE SENTANDO ALI. - Apontei para Diego e o mesmo olhou desconcertado para os lados ao receber tantos olhares sobre si. Sorri ladino. - DIEGO, MAS PARA MIM, NÃO PASSA DE UM NERD CHUPADOR DE PAU. - Soltei com a voz cheia de ódio, Diego arregalou os olhos e abriu a boca levemente desacreditado que eu estava realmente fazendo aquilo. Sorri diabolicamente ao ouvir os sons ao meu redor, alguns risos e comentários surpresos e tirações de sarros começaram a ecoar.
- É ISSO MESMO QUE OUVIRAM, O DIEGUINHO ALI CURTE UMA BOA ROLA, NÃO SE DECEPCIONEM MENINAS, MAS JÁ TÃO ÓBVIO QUE ELE NÃO PASSAVA DE UM VEADINHO. - Gritei ainda mais alto, o refeitório virou um caos depois disso, algumas pessoas começaram a gritar "veadinho chupador de pau" e Diego me olhou com os olhos cheios de lágrimas, mas os sentimentos de raiva, rancor e choque estavam tão evidentes que até mesmo eu pude sentir.
Engoli em seco ao ver a sua vulnerabilidade tão exposta, senti como se um peso de uma tonelada estivesse caindo sobre meus ombros e um amargor de decepção inundou minha boca. As lágrimas de Diego caíram e depois disso o mesmo correu para longe dali. Fixei meus olhos para onde o mesmo correu e um sentimento de desagrado de mim mesmo cresceu em meu peito.
Por que fiz isso? Por qual motivo? Diego merecia isso? Ele merecia ser exposto assim? O que eu fiz?
Saí dos meus devaneios ao senti uma ardência no lado direito do meu rosto e meu rosto virou levemente para o outro lado com a força do golpe.
Coloquei a mão no local atingido, olhei para quem me agrediu e o refeitório caiu em um silêncio a partir daí.
- Você é um lixo, seu babaca. Espero que o que você fez hoje com o meu amigo volte pior para você. Você não merece nada além do desprezo de todos, uma grande merda que todos ESSES OTÁRIOS APOIAM ESSA SUA ATITUDE, LIXO! - A amiga de Diego, Nathy, esbravejou com fúria. Seu rosto estava vermelho e seus olhos como chamas em minha direção. Ao final de sua fala mostrou os dois dedos do meio para mim e saiu correndo atrás de seu amigo. Fiquei em choque com sua atitude, mas logo me rescompus e voltei para o meu lugar ao lado dos meus amigos.
- O que foi isso cara? - Elvin perguntou me olhando com reprovação e o olhei de cima.
- Nada, isso não foi nada demais. - Afirmei com a voz seca, meu amigo olhou para mim e depois para Felipe negando com a cabeça.
- Hoje, você, realmente passou de todos os limites. - Elvin falou com chateação. O fuzilei com os olhos e sorri maldoso.
- O que foi? Está com pena do veadinho? Quer ir atrás dele também? - Perguntei com amargor e raiva. Elvin me olhou com decepção, se levantou do seu lugar ao meu lado e foi embora. Engoli com dificuldade ao ver Felipe fazer a mesma coisa que Elvin.
- Você realmente sabe o que fez, não é? - Felipe perguntou antes de dar as costas para mim e sair junto a Elvin. Fechei as mãos em punho e senti a dor das minhas unhas mesmo curtas perfurarem a palma de minha mão.
Nos dias seguintes Diego não apareceu na escola, meus amigos estavam me evitando, um sentimento gritante de culpa crescia em meu peito e até me tirava o sono. Mas sobre tudo uma preocupação com aquele nerd queimava dentro de mim, queria saber se ele estava bem, quer dizer, bem não estaria, mas queria saber o que estava acontecendo com Diego. Até cogitei perguntar a amiga dele, mas quando a mesma me via seus olhos me fuzilavam e tinha certeza que se ela pudesse me matar já teria feito.
Mas ao mesmo tempo o orgulho dentro mim me cegava e me fazia crer que eu estava certo. E me peguei a esse sentimento por alguns dias.
Eu prometi que iria ter troco de todas aqueles desafios que Diego lançava parra mim e eu o fiz. Mas, por que aqueles sentimentos confusos ainda estavam tão fortes? Por que eles estavam me consumindo? O que estava acontecendo dentro de mim? Por que me preocupava tanto? O que Diego estava causando em mim?
*****
- Nathy realmente deu um tapa em você? - Diego perguntou risonho assim que finalizei minha narração, o olhei como se fosse óbvio.
- E você acha que não? Ainda sinto o peso da mão dela em meu rosto. - Respondi, o mesmo gargalhou divertido e o olhei acusador.
- É por isso que eu a amo tanto. - Disse ele e deu um gole em sua água. Suspirei culpado.
- Me desculpe por aquilo, foi realmente bem estupido da minha parte. - Peguei sua mão e entrelacei nossos dedos. Diego assentiu.
- Sim, foi bem estupido, mas foi bom saber que estava vivendo um inferno também mesmo que tenha sido somente sentimental. - Deu de ombros enquanto falava e o olhei chocado.
- Que bom saber que aprecia meu sofrimento. - Falei com uma acusação falsa em meu tom. Ele deu de ombros mais uma vez e me olhou com aqueles olhos fugazes e disse:
- Aprendi o com melhor. - Falou levantando a taça de água em minha direção. Assenti levemente aturdido.
- Okay, eu mereço essa. - Confessei e o mesmo gargalhou sua risada me deixou extasiado.
- É claro que merece.
- Mas não exagere, você já me humilha diariamente.
- Pode deixar, vou polir o seu ego ainda mais a partir de hoje. - Falou com ironia e o olhei de olhos levemente cerrados.
- Ah, seu pequeno bastardo. - Murmurei e o mesmo piscou divertido em minha direção.
- Não beba de mais, não se esqueça que você vai dirigir.
- Fique tranquilo, princesa. - Provoquei e o mesmo me olhou sério.
- Você tem tanta sorte de estarmos em público e em um lugar tão fino onde não podemos causar um escândalo.
- Digo o mesmo. - Falei rouco olhando para seus lábios de forma extasiada, mordi o lábios inferior em desejo e levei meus olhos até os seus. - Diego, você não tem ideia do quanto seus lábios são lindos e apetitosos.
- É mesmo? Quer experimenta-los então? - Falou com aquele tom inocente que me deixa maluco.
- Não provoque meu anjo, não provoque.
XX~~XX
Olá meus lindos, vocês estão bem? Então, voltamos com mais um especial do Erick, espero que tenham gostado e que vocês nunca tenham passado por uma situação como a citada no livro. Enfim, muito obrigado pelos 5K de leituras, estou muito feliz com esse resultado e muito obrigado também pelas curtidas e os comentários de vocês. Vocês são maravilhosos.
Até breve meus lindos, logo, logo vou ressurgir das sombras novamente para trazer mais capítulos para vocês. Muito obrigado pelo carinho de todos.
E vamos para aquela parte meio chatinha, mas necessária. Por favor, curtam e cometem se gostaram, gosto de ler os comentários de cada um e se puderem compartilhem com os amiguinhos isso me ajuda bastante. Sem mais, até breve.
Beijos do Victório!!
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