EM AÇÃO
DIEGO
Esperei pacientemente uma semana e meia se passar, deixei Erick pensar que não teria um troco. Que ficaria por aquilo mesmo. O deixei pensar que não faria nada. O deixei acomodado. É como diz o velho ditado: "A pressa é inimiga da perfeição." E paciência é uma virtude. Então, tive que esperar para agir.
Além disso, esperei até o dia do jogo na escola. A minha escola disputaria com alguma outra, que não faço questão de saber o nome, e eu aproveitei disso para humilhar Erick em público e claro fazer o time da Atlas perder, prejudicaria o time? Sem sombra de dúvidas. Me importo? Nem um pouco. A maioria do time são uns idiotas, então não ligo nenhum pouco de ferrá-los também.
"Você comprou o que pedi, não é?" Mandei mensagem para Nathy. Ela ficou responsável por comprar o maravilhoso pó de mico. Nathy colocaria o pó em todo o uniforme do egocêntrico Erick e o resto o destino iria fazer. Quero dizer, a coceira.
Eu estava ali para ver tudo de camarote e presenciar a primeira derrota do Erick e do resto do time também, claro.
— Veio me admirar no jogo de hoje, princesa? — O dito cujo perguntou com sua voz irritante. Ergui a cabeça para o olhar e vi aquele sorriso escroto que estava presente em seus lábios.
"Claro que comprei." Nathy mandou bem no momento em que abri a boca para responder aquele cretino. Um sorriso maldoso nasceu em meus lábios e encarei aquela criatura com aquele mesmo sorriso.
— É claro. — Falo misterioso e com os olhos sagazes. Erick ficou sério de repente e afinou os olhos em minha direção. — Boa sorte no seu jogo. — Disse com um sorriso cínico e me mandei dali. Senti os olhos de Erick em minhas costas, porém segui meu caminho como se nada estivesse acontecendo.
"Tudo pronto." Nathy mandou um tempo depois. Eu já estava em um bom lugar na arquibancada, esperando ansiosamente pelo espetáculo.
"O.K., agora vai lá e arrasa na dança." Mandei de volta, isso pode ser um pouco pesado, não. Não me venha com consciência pesada agora, Diego, falei para mim mesmo.
Erick era um idiota e merecia isso e muito mais. Ele era o principal do time, todos apostavam nele e colocavam suas confianças no imbecil. O cretino era como o alicerce que sustentava todo o time. Vamos ver como todos eles reagem com o seu capitão e principal atacante impossibilitado de jogar. Veremos se eles são tão confiantes sem Erick Drummond. A estrela do Atlas.
Não demorou muito para um som alto ser colocado e as líderes de torcidas entrarem lindamente no campo. As pessoas aplaudiram, assobiaram e gritaram quando as meninas e meninos começaram a dançar alegremente. Meus olhos se focaram em Nathy que estava linda e dançando como uma deusa. Apesar de a dança ser a mesma de todas as outras vezes. Eles mandaram bem.
Logo a coreografia teve seu fim e o time da escola entrou cheio de energia. Procurei Erick em meio aos outros e o vi. Sorri ao presenciar o momento exato em que o moreno começou a se coçar discretamente. No início, seria uma coceirinha aqui e ali, porém logo ele veria o quanto essa coceira iria incomodar e seria insuportável. Ele estava com um sorriso no rosto e cumprimentava a todos com um aceno de mão.
— Vamos ver até onde vai essa sua alegria, imbecil. — Sussurrei com um sorriso maldoso nos lábios.
O juiz apitou, dando início à partida naquela tarde, as torcidas de ambas as escolas começaram a se empolgar, a torcer e cantar. Revirei os olhos quando a torcida do Atlas começou a gritar o nome do Erick. Cruzei os braços e sorri ao fixar meus olhos no capitão do time da minha escola. A cada dois segundos, ele se coçava e a intensidade aumentava cada vez mais. Não desgrudei os olhos dele. Logo, logo a coceira seria insuportável, para a minha alegria.
As líderes de torcidas, ao comando de Amanda incentivavam o time, ou devo dizer, incentivavam ao Erick? Nathy me procurou com os olhos e acenou com a cabeça para o campo e eu já sabia que se tratava do embuste. Levei meus olhos até ele e comprimi os lábios para não gargalhar.
Como era esperado, Erick estava se coçando como um maluco. Cada parte do corpo dele estava coçando e, quando digo todas, é exatamente todas. Sorri com diversão ao ver ele desesperado para coçar todas as partes do seu corpo e tentar se concentrar no jogo ao mesmo tempo. Ele já não estava mais se concentrando no jogo e o seu time estava ficando desestabilizado.
— O que está acontecendo com o Erick?
As pessoas começaram a se perguntar umas às outras, era nítido o desconforto e infelicidade do Erick. Ele não ficava sem se coçar nem por um segundo em todos os lugares possíveis. Era cômico, para dizer o mínimo.
Notei seu olhar desesperado para o treinador e o sinal de substituição que o mesmo fez. Sorri vitorioso e logo ele foi substituído, o que causou revolta nos torcedores e desespero no time.
Erick saiu como um maluco do campo, se coçando todo, não pude resistir e gargalhei baixinho com a cena. O time da Atlas ficou totalmente desfalcado. Isso que dá se apoiar em uma única pessoa.
O fim do jogo foi como eu esperava, 3 a 1 para a equipe adversária. Como era de se esperar Erick era o alicerce do time da minha escola, infelizmente. A torcida do Atlas ficou indignada, mas eu estava radiante. O gostinho da vingança é tão bom. Sorri maldoso e olhei com cumplicidade para Nathy. Primeira parte concluída.
Foi uma grande satisfação ver todo aquele show, poderia ser melhor, porém tenho que ter paciência.
Ao longo da semana, da nova semana no caso, Erick andou frustrado o tempo todo e sem toda aquela marra de antes, porém a arrogância e o orgulho ainda estavam presentes nele.
— Você não acha que pegamos pesado demais? — Nathy me perguntou em uma quarta-feira. Olhei com o cenho franzido para ela.
— É claro que não, ele mereceu. — Disse com firmeza. Ela suspirou pesadamente.
— Sei que ele mereceu, mas a vingança não atingiu só ao Erick e sim a todo o time. Não foi justo, Diego. — Nathy falou com um pesar em seu tom e eu suspirei. Nathy e o seu bom coração, pensei negando com a cabeça.
— E desde quando a vida é justa, Nathy? Aqueles caras, todos eles, são um bando de otários e mesquinhos. Todos mereceram, todos. Eles precisavam ver que sem o "rei" deles, esses escrotos não são nada. Além disso, é para eles verem que não são intocáveis. — Explico teimosamente e Nathy se calou. Ela sabia que eu não iria voltar atrás com minhas decisões. — O que você vai fazer depois da escola? — Iniciei outro assunto para quebrar aquela tensão que ficou entre nós.
Erick nunca iria descobrir que fui eu.
Como eu estava enganado. Na sexta-feira acordei com uma sensação estranha, porém indecifrável. Havia um incômodo em mim e eu não sabia o porquê.
Mas quando cheguei na escola, tive minha resposta. Eu estava andando distraído pelo corredor quando sinto um empurrão forte e bruto nas minhas costas que me fez cair no chão e por pouco não quebrei a cara. Olhei para quem havia me empurrado e um Erick com olhar assassino me encarava.
— O que porra você fez?
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