DIRETÓRIA
NÃO REVISADO
DIEGO
A reunião foi realmente produtiva. Teríamos a troca dos uniformes e recebemos o convite para participar de um torneio de equipes de animadores.
Seriam dois dias de competição aqui na cidade mesmo. Isso foi interessante. Mas infelizmente não recebi a noticia que gostaria. A troca de liderança.
Infelizmente, Amanda ainda estaria na frente como líder.
- Amigo, eu estou tão animada. - Nathy falou com empolgação ao meu lado.
- Só não crie tanta expectativa. - Alertei. - Afinal, Amanda ainda será um pé no saco. - Eu disse com um certo desânimo, minha amiga me olhou pensativa.
- Realmente.
Soltei uma risada com o seu jeito desanimado ao falar. Sei que já disse isso, mas, Amanda consegue ser a própria reencarnação do demônio quando quer.
- Mas iremos aproveitar bastante.
- Com certeza amigo. - Falou ela, seu rosto se iluminando em entusiasmo novamente. - Tão bom ter você comigo. Por que não tentei convencer você a fazer parte disso antes?
Olhei para ela com uma sobrancelha erguida e logo depois neguei com a cabeça ao olhar seus olhos questionadores em minha direção.
- Porque você sabe que não iria conseguir me convencer. - Disse como se fosse a resposta mais óbvia, porque de verdade, ela não conseguiria me convencer.
Nathy me olhou de olhos cerrados e dei de ombros despreocupadamente.
- Claro. - Resmungou desgostosa. - E o Erick conseguiu convencer você só porque duvidou que iria conseguir. - Disse ela em um tom levemente ciumento.
Olhei para ela mais uma vez com a sobrancelha erguida em analise, suavizei a expressão e murmurei um:
- Sim.
- Isso tudo por macho. Deus me livre! - Murmurou com um certo julgamento em seu tom de voz. Empurrei levemente seu ombro e a encarei ofendido.
- Não só por macho. Também por mim.
- E nem nega que foi por...
Ela se interrompeu ao respirar profundamente para se "acalmar". Sorri com sua reação, Nathy consegue ser dramática quando quer. Amo ver como o seu comportamento muda ao ativar o modo dramático dela.
- Vou para minha sala antes de tentar agredir você.
Sorri de lado com o seu jeito ciumento, sei que ela estar agindo assim por puro ciúmes.
- Tchauzinho.
Joguei um beijo em sua direção ao vê-la olhar para trás. Ela me respondeu com o dedo do meio, se virou de forma dramática jogando o cabelo por cima dos ombros e seguiu seu caminho sem olhar para trás novamente. Neguei com a cabeça e segui o meu caminho.
Não posso negar que Erick teve sua grande parcela de participação quando decidi fazer a audição, porém aquilo também foi por mim mesmo. Precisei disso para sair da minha bolha. Erick me deu um pequeno empurrão quando duvidou de mim naquele dia e depois disso me provei capaz cada vez mais. A sensação de suficiência é uma das sensações mais viciantes. Ter aquela mudança me fez perceber que: eu sou mais do que suficiente.
Quando voltei para sala de aula, pedi permissão a professora, estranhei o fato de Erick não estar em seu lugar, mas segui o meu caminho e sentei em meu devido lugar. Talvez ele tivesse ido ao banheiro ou está matando o tempo lá fora, pensei.
Não seria uma surpresa de toda forma.
Foquei minha atenção na aula e nas explicações que eram dadas pelo professor que ensinava sobre a importância da literatura nos tempos antigos e em como muitas delas ainda são grandes referências para os dias atuais. Não sei quantos minutos se passaram, mas foram muitos, porque estava quase no fim do terceiro período quando Erick atravessou a porta da classe.
Levei meus olhos até ele, mas sua expressão não estava uma das melhores, pois a forma como suas sobrancelhas se apertavam, seus ombros tensionados e as mãos em punhos deixavam isso claro.
O moreno caminhou até mim, sentou ao meu lado e ficou em silêncio. Olhei para ele rapidamente e resolvi deixa-lo quieto, porque não queria toda aquela raiva descontada em mim, sabemos que ele faz isso quando se encontra exatamente do jeito que estar agora, por mais que eu queira saber para tentar a acalma-lo.
Olhei de soslaio para ele e vi o quanto Erick estava tenso. Aproximei lenta e cuidadosamente minha perna da sua e dei um leve roçar entre nossas coxas. A primeira vez não teve resultado nenhum, o moreno permaneceu do mesmo jeito de antes. Fiz o movimento discreto mais uma vez e ouvi um suspirar que para mim pareceu irritado. Ao ouvir isso retirei minha perna de perto da sua, porém sua mão foi mais ágil e a puxou de volta para perto da sua.
Seus olhos encontraram os meus e pude ver a sombra de raiva e frustração que eles transmitiam. Sua mão permaneceu em minha coxa e o moreno apertou levemente aquela região.
- Você está bem? - Perguntei em um sussurro. Erick assente em concordância e desvia os olhos por breves segundos. Ali, com esse ato, percebi que ele não estava bem.
- Estou bem. Somente algumas coisas chatas de família, mas nada importante. - Afirmou, mas algo em seu tom de voz me deixava duvidoso. Era evidente que ele não estava bem. Mas não queria forçar nada, então assenti.
- Ei, vai ficar tudo bem. - Falei, olhando em seus olhos, sorrindo de lado e pondo minha mão por cima da sua para conforta-lo. Era o mínimo que podia fazer e falar para ele no momento.
- Vai sim. - Ele disse com um sorriso de lado e piscou os olhos em minha direção de forma rápida. Sorri retribuindo seu gesto.
Depois disso, ficamos calados e focamos no restante da aula, Erick em nenhum momento tirou sua mão da minha coxa e aquilo já nem me incomodava mais. Na verdade, era bom. Sua palma quente em contato indireto com minha pele era uma sensação muito boa.
Alguns minutos depois, a professora foi interrompida por algumas batidas na porta que logo foi aberta pela secretária da diretora. Estranhei em primeiro momento, porque a secretária nunca vem até a sala se não for algo realmente sério ou importante.
- Com licença, professora Suzan, o aluno Diego Sandrinny, se encontra?
Ao ouvir meu nome fiquei em alerta, olhei em direção a porta e encontrei os olhos da secretária. Notei que o aperto de Erick se tornou mais forte na minha coxa.
- Sim, ali. - A professora falou apontando para onde eu estava sentando. Senti um frio discreto na barriga. Minha mente tentando procurar algum motivo para aquilo.
- Diego, pode me seguir, por favor? - Pediu com um sorriso gentil e levei alguns segundos ainda assimilando tudo aquilo. Mas no fim assenti e tentei me levantar. Porém a mão de Erick me impediu ao fazer força para que eu permanecesse no lugar. O olhei sem entender e o vi olhar para a pobre secretária de forma assassina.
- Por quê? - Erick perguntou com a voz seca e senti os pelos do meu corpo erriçarem com seu tom.
- Erick. - Murmurei sem entender tudo aquilo.
- A presença do aluno foi solicitada na diretória, não que isso seja de sua importância senhor Drummond. - A mulher respondeu afiada e senti o aperto em minha coxa ficar mais intenso ao ponto de uma fazer uma careta dolorida e por a mão em cima da dele para alerta-lo que estava machucando.
- 'Tá tudo bem. - Falei quando nossos olhos se encontraram e o mesmo assentiu soltando minha coxa. Levantei sobre os olhares curiosos dos outros alunos e segui até a saída. Antes de sair totalmente da sala, olhei novamente para Erick que mordia o lábio com força. Força até de mais.
- Me acompanhe, por favor.
Assim seguimos até a sala da diretoria, mas o que eu fiz? Tentei de toda forma achar um motivo para ser chamado na diretória, mas nenhum acontecimento aparente me vinha a mente no momento. Pelo menos, não um que exigisse minha presença na sala da mãe de Erick. Aquilo estava estranho. Estranho para um caramba.
- Pode entrar, Diego. A gestora o aguarda. - A secretária falou, assenti em agradecimento e entrei na sala.
Assim que abri, notei a mulher, mãe de Erick, em pé de frente a janela de vidro e olhava fixamente para fora.
- Com licença. - Falei assim que fechei a porta atrás de mim. - Mandou me chamar?
- Ah, Diego. Sim, sim sente-se, por favor. - Pediu com um tom de voz neutro e indicou uma das cadeiras a frente de sua mesa. Sentei e esperei com que ela sentasse em sua cadeira, mas ela não fez isso.
A mulher de longos cabelos negros, pele da cor de avelã, semblante sério e olhos iguais ao do filho voltou para onde estava antes, na janela. Franzi o cenho com sua atitude e olhei em sua direção esperando ela falar algo, mas tudo o que ouvi foi um som de suspiro resignado.
- Senhora, por que me chamou? - Perguntei, a mulher me olhou em silêncio como se me analisasse e crispou os lábios.
- Sabe, Diego. A Academia Atlas, foi criada com o intuito de educar, ensinar, criar profissionais com um futuro promissor e sobre tudo incluir aqueles que... não são bem aceitos na sociedade, ainda. - Começou voltando seus olhos para fora. - Contudo, o Atlas, luta também pela preservação dos seus alunos e funcionários. Principalmente, seus alunos. Também temos regras, muito especificas, que como toda escola deveria ter. Uma delas é a preservação de imagem dos alunos e seus familiares. A imagem de um aluno não deve ser corrompida por mentiras e muito menos seus familiares pagarem por isto. - Falou, porém seus olhos não estavam focados em mim e minha expressão de confusão só aumentava a medida que ela falava tudo aquilo.
- Eu não estou entendendo.
Ela me olhou com seus olhos sérios e se virou em minha direção.
- Chegou ao meu conhecimento que, o Jornal Escolar, que deveria servir para anunciar matérias relacionadas a escola e alguns assuntos escolares, tem se desviado dos assuntos importantes e focado em algo totalmente frívolo e enganoso. - Seus olhos focaram em mim, como se me analisassem até a alma. Frívolo e enganoso? O que ela... Ah, meu Deus! - Este assunto seria sobre sua vida pessoal, mas também que trouxeram assuntos de fora para engajar essa mentira. Por que isso é uma mentia, não é? - Perguntou com seus olhos tão fixos no meu que me senti sendo coagido por eles. Porém, ela não me deu tempo para responder.
- Eh...
- Creio que você esteja ciente dos fatos. Que não passam de algo para enganar a todos e disseminar a mentira. Este tipo de atitude não será permitido e fique tranquilo que já conversamos com o líder do Jornal e em breve todas essas falsas notícias serão tiradas do ar e em breve, espero, serão esquecidas. Porque imagem é tudo e não queremos está associados a fake news, mesmo que seja apenas um Jornal Escolar. Sabemos que essas coisas enganosas podem prejudicar muito o futuro de alguém e afetar sobretudo seus familiares que terão que lidar com burburinhos. E queremos evitar tudo isso, certo? - Completou sua fala com um sorriso de lado e seus olhos analíticos ainda em mim. Foquei alguns segundos digerindo tudo aquilo que foi dito. Em silêncio, foi como fiquei. Meu cérebro no momento analisava todo aquele discurso.
Olhei para aquela mulher a poucos metros de mim, analisando sua postura, seu tom e sobretudo o seu discurso. Franzi o cenho em estranheza e perguntei descaradamente:
- Que merda 'tá acontecendo aqui?
A expressão da diretora foi tomado por surpresa e um sorriso sem graça. Sorri em descrença ao notar o que caralhos ela estava querendo dizer com todo aquele discurso velado, porém notei bem o que ela quis dizer com tudo aquilo. Duas palavras que juntas formam uma só: Homofobia.
- Serei bem clara, Diego Sandrinny. - Ela se abaixou um pouco para ficar na mesma altura que eu. - Quero que negue qualquer envolvimento romântico com o meu filho.
Sorri em descrença mais uma vez e neguei com a cabeça.
- "E a verdade se revelará."
- Sim, se revelará, Diego.
Nossos olhos estavam fixos uns nos outros, senti uma vontade enorme de mandar essa mulher se foder e falar a verdade de uma vez. Então é com isso que Erick tem que lidar? Muitas de suas atitudes agora me são até compreensíveis.
- Então, não vou estragar sua surpresa, senhora diretora. - Falei me pondo de pé e a encarei com ódio em meus olhos. Minha carne tremia e apertei uma das mãos em punho. - E agradeço pela sua boa ação de mandar aqueles cretinos apagarem aquelas notícias, me fez um grande favor. Se terminamos aqui, estou me retirando. - Abri a porta e antes de sair totalmente olhei para ela novamente que olhava de braços cruzados e olhos altos.
- A propósito, que bela imagem de representante tem essa escola, não é!
Bati a porta com toda a força que consegui reunir no momento e não era pouca porque estava com raiva. O som foi tão alto que até a secretária se assustou.
E assim fui caminhando a passos pesados ao banheiro, não conseguiria ir para a sala no momento. Minha vontade era de gritar e socar algo. Algo não, alguém. Mas que caralhos acabou de acontecer???
XXX
EITA!!!!!
Pessoal, como estão? Voltamos e voltamos com tudo hein!
Diego está full pistola com a diretora, que caos repentino, não é? Acreditem, depois desse capítulo é só, como falam mesmo??? Ah, é! É só ladeira a abaixo. HAHAHAHAHA
Amei esse capítulo porque com ele vem coisas novas e pessoas novas. Aliás a revisão dos capítulos anteriores continua, foi isso o que me trouxe de volta. É bom está conectado com os meus meninos novamente.
Então, espero que tenham gostado e se divertido assim como eu. Fazia semanas que não me sentia assim. Já sabem o que fazer né meus amores? Mete o dedo no like, comenta, sério estou louco para ver os comentários de vocês, e compartilha com o amiguinho. Até o próximo capítulo.
Beijos do Victório!
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