NÃO REVISADO

DIEGO

Nathy e eu entramos no meu quarto, meus tênis estavam em minhas mãos para não fazer barulho algum. Fechei a porta cuidadosamente e encarei minha amiga que me olhava curiosa.

- O quê? - Perguntei ao vê-la me encarar como se esperasse algo. Ela rolou os olhos indignada e falou:

- Me conta tudo o que aconteceu. Como foi?

Soltei uma risadinha boba, larguei os tênis no canto e me sentei na cama. Nathy sentou ao meu lado.

- Sobre isso. Foi bom. - Falei simplista e deu um leve dar de ombros. Minha amiga me olhou incrédula.

- Só isso? - Cruzou os braços e me olhou acusatória. - Vamos, desembucha. Sei que não foi somente isso. - Falou, me dando um leve tapa na altura do ombro.

Estávamos falando em cochichos para ninguém nos ouvir. O ruim de ter quartos ao lado é isso não era qualquer quarto e sim o dos meus pais.

- Está bem, ele me levou em restaurante super chique e caro. Me contou algumas coisas do passado, como o fato de ter me exposto na frente da escola inteira e me fez uma promessa. - Contei sem muitos detalhes, porém conhecendo minha amiga.

- Agora me conta detalhe por detalhe. - Pediu.

Soltei uma risada baixa porque já esperava por aquilo. Se tem uma coisa que Nathy odeia é que contem uma fofoca pela metade para ela.

Abri a boca para começar a relatar tudo a ela, porém fui interrompido pelo som da porta do banheiro do meu quarto se abrindo. Olhei em direção a porta e tive a visão de Felipe somente de samba calção.

- E aí, Diego? - Cumprimentou ao me ver.

- E aí. - Eu disse incerto.

Olhei acusatório para Nathy e a mesma me olhou com um sorrisinho sapeca. Neguei com a cabeça em um suspiro.

- O quê? - Perguntou sonsa e com um sorrisinho cínico nascendo em seus lábios.

Felipe se jogou na minha cama, ergui uma sobrancelha questionador para minha amiga e lancei um olhar que dizia: Sério?

Ela deu de ombros e suspiro derrotado. Eles realmente transaram na minha cama.

- Continua, o que você iria me contar. - Pediu, como se tudo aquilo não fosse nada de mais.

- Com ele aqui? Nem pensar. - Apontei para o outro de samba calção estirado em minha cama mexendo no celular. - Sem ofensas Felipe. - Falei ao perceber seus olhos em mim.

- De boas. - Murmurou.

- Ele já sabe, Diego. - Minha amiga falou e aquela informação me deixou surpreso e em choque.

- É o quê? - Meus olhos questionadores foram para Felipe que assentiu em concordância com o que Nathy havia dito. - Como? - Perguntei.

- Nathy me contou. - Felipe falou e no mesmo instante fuzilei ela com os olhos.

- Me deixe explicar antes de você começar a surtar. - Falou meio suplicante e acenei com a cabeça esperando ela começar.

- Uma única chance para eu não jogar você pela janela. - Decretei. Nathy me olhou irônica antes de começar sua explicação. Cerrei os olhos em sua direção.

- Eu fui obrigada. - A olhei com ceticismo. - É sério, chamei ele para vir aqui só que esse bobo estranhou o fato de ser na sua casa e não na minha. A mente perversa dele pensou besteira e tive que falar que você não estava em casa e expliquei a situação só que expliquei com uns detalhes a mais. - Falou com um sorrisinho de sinto muito no final de sua fala. Ergui uma sobrancelha em sua direção.

- Você não consegue segurar essa língua né fofoqueira. Também não conto mais nada para você. Nathy abriu a boca desacreditada e ofendida. Ela negou com a cabeça insatisfeita.

- Nem começa. Ele já sabia de toda forma. - Falou se pondo de pé e me olhou indignada.

- Fala baixo sua idiota. - Puxei ela para senta novamente. - E, como você sabia? - Perguntei a Felipe que sentou na cama e me olhou com um sorriso de lado.

- Cara, eu, literalmente, estava do lado do Erick quando ele surtava de ciúmes por sua causa. - Falou como se fosse óbvio.

- O Erick com ciúmes do Diego? - Nathy perguntou interessada e eu mal havia terminado de processar a fala do outro rapaz.

- Sim, depois que o Diego começou a vestir melhor e teve toda aquela mudança. Algumas pessoas queriam você. - Apontou para mim. - Erick nunca deixou ninguém chegar perto, é claro. - Falou com um tom leve de diversão. Nathy olhou para mim e a olhei de volta incrédulos e surpresos. Incredulidade por parte de minha amiga, é claro

.

- Espera, ele não deixava ninguém chegar no Diego? - Nathy perguntou confusa e eu só fiquei parado processando tudo.

- Sim. - Assentiu com a cabeça. - Um ousado tentou, Caio, se não me engano, esse quase morreu.

Nathy e eu arregalamos os olhos, minha amiga abriu a boca em choque. Fiquei assustado com esse fato. Fechei a boca da minha amiga e ri nervoso. Não esperava por isso.

- O que aconteceu com ele?

- Erick deu uma surra nele porque pegou seu número com a Nathy. Como ele descobriu, é uma questão não resolvida. - Explicou com o tom simplista.

Nathy estava com uma expressão engraçada e ao mesmo tempo estranha. Eu fiquei surpreendido e ao mesmo tempo me sentindo mal por esse Caio. Não sabia que havia chegado a tanto.

- Como você ficou sabendo que o motivo era por isso? - Perguntei o olhando com curiosidade. Felipe deu de ombros levemente e falou olhando em meus olhos:

- Depois do ocorrido, perguntei a um dos amigos do Caio se ele estava bem e perguntei o que motivou aquilo. O cara me disse que era por este motivo e xingou o Erick de todos os nomes possíveis.

Assenti em compreensão e encarei o nada pensativo. Erick, não havia me dito que havia agredido alguém.

- Lembro desse. Era time de vôlei, certo? - Nathy falou depois de alguns segundos de silêncio.

- Esse mesmo. - Felipe afirmou.

Suspirei fundo. Lembrei que Erick havia mencionado alguns dos meninos de vôlei, mas não seus nomes. Algo me diz que nem ele lembra.

- Caraca amigo, que babado. - Nathy falou surpreendida assim como eu também.

- Pois é.

- Elvin já teve uma quedinha por você. - Felipe soltou essa bomba olhando para mim. Nathy e eu tivemos a mesma reação.

- O quê? - Perguntamos em uníssono. Minha amiga alarmada e eu incrédulo.

- Já faz um tempo. Quando tudo mudou com você, Elvin também queria você, mas aí percebemos que Erick também. Como Elvin, teme perder a vida e viu do que Erick era capaz, ele seguiu em frente. - Explicou com certo cuidado.

Abri e fechei a boca para falar algo, porém nada saia. Aquilo era de explodir a mente.

- Elvin é gay? - Nathy perguntou pasma. Felipe negou com a cabeça.

- Ele é bissexual.

- Ah meu Deus, como você nunca me falou nada disso antes? - Ela perguntou e Felipe deu de ombros.

- Era segredo. - Falou como se fosse óbvio.

- Pelo menos você sabe guardar segredo. - Falei olhando com os olhos acusatórios para Nathy.

- Não começa. - Revirou os olhos. - Eu estou em choque. - Murmurou soltando um suspiro.

- Imagine eu então. - Eu disse. deu até uma leve coceira na cabaça ao saber de tudo isso. Como assim Elvin teve uma "quedinha" por mim? Erick bateu em alguém por minha causa? Isso deixa a mente sobrecarregada.

- Depois dessa eu vou tomar banho. - Disse me levantando da cama e fui em direção ao banheiro. Antes de entrar no cômodo, ouvi Nathy falar:

- Felipe, me conte mais sobre isso agora.

Claro que a fofoqueira iria querer saber mais. Entrei no banheiro, tirei minhas roupas e entrei no box.

Pensar que tudo isso aconteceu é tão estranho e incerto. Para mim não parece real.

Elvin bissexual? Erick tendo surto de ciúmes de mim? Alguém agredido na história. Elvin afim de mim? Nossa, isso tudo foi de mais. Pensei enquanto deixei a água quente cair no meu corpo. Não consigo nem imaginar um cenário assim, ainda mais por minha causa.

É meio louco até.

Depois que finalizei o banho, peguei minha toalha no suporte, me enxuguei muito bem e cobri minha cintura com o utensílio. Saí do banheiro com a roupa que estava antes nas mãos para pôr no cesto de roupa suja.

- Uau.

Olhei na direção do Felipe ao ouvir o mesmo murmurar isso, seus olhos estavam em mim e Nathy o olhou com uma sobrancelha erguida.

- Felipe, tem alguma coisa que queira me dizer querido? - Nathy perguntou o olhando com os olhos levemente cerrados e as sobrancelhas erguidas.

- Não. - Olhou para a sua ficante, é como eles se chamam. Nada sério, segundo eles. - Eu só nunca vi ele assim. - Falou, apontou para mim de cima a baixo. Neguei com a cabeça e fui procurar minhas roupas de dormir.

- E o que surpreendeu você ali? - Nathy questionou em um leve tom ciumento. Sorri de lado ao presenciar isso, claro que se falasse isso a ela, a mesma negaria até a morte que estava com ciúmes.

- Diego, com todo respeito, mas você é um gostoso. - Felipe falou, Nathy me olhou desacreditada e fuzilou o outro com os olhos. Fiquei olhando para o ficante da minha amiga com um olhar incerto. Que isso afinal hein?

- Obrigado, eu acho. - Agradeci incerto e com um pouco de vergonha.

- Só pode ser brincadeira, vai dizer que também já pensou em foder o Diego? - Minha amiga perguntou sem um pingo de vergonha, a olhei com os olhos arregalados e Felipe sorriu de lado provocativo.

- Nunca pensei, até hoje. - Ele disse com um sorriso ladino olhando para mim, deu uma piscadela em minha direção, fiz uma careta e murmurei:

- Credo.

Não é nada contra ele, mas não faz meu tipo. Felipe é um rapaz bonito, mas com certeza não estaria entre os dez primeiros na minha lista. Seu cabelo castanho loireado, pele branca, olhos azuis, sorriso gentil e perfeito e seu corpo atlético pode ficar com minha amiga sem protestos. Meu tipo é outro.

- Ah seu filho da...

Nathy subiu em cima dele e começou a estapeá-lo e o mesmo ria com toda a situação. Sabia que tudo aquilo era uma brincadeira da parte dele, porque ficou óbvio em seu tom. Sorri negando com a cabeça e voltei para o banheiro para me vestir.

Não demorou muito para eu sair de volta e os dois ainda estarem naquela brincadeirinha.

- Pare com isso. - Felipe pediu tentando se defender do ataque de fúria de minha amiga, mas a mesma continuava até o rapaz conseguir segurar seus pulsos e puxa-la para um beijo. - Relaxa gata, estou brincando. Meu coração é só seu. - Falou com um tom risonho e jogou um beijinho galanteador para minha amiga. Nathy fez uma careta de nojo e negou com a cabeça.

- Pois o meu coração, é somente meu. - Falou decidida e se soltou de Felipe se sentando ao seu lado, notei que o mesmo me olhou meio desconcertado. Neguei com a cabeça e olhei para os dois.

- Tudo bem, você vai dormir aqui ou vai embora? - Perguntei para Felipe que se levantou da cama.

- Acho melhor eu ir para casa. - Falou pegando suas roupas que estavam jogadas ao lado da minha cama e só percebi aquilo agora.

- Eu também acho que é melhor. - Nathy disse, suspirei e assenti com a cabeça.

- Tudo bem então, mas se quiser ficar, mas vai ter que acordar antes dos meus pais. - Expliquei. - E sair sem eles verem você.

- Não, é melhor você ir mesmo. - Nathy falou e se levantou. - Amanhã nos falamos, boa noite. - Ela deu um selinho rápido em Felipe e se dirigiu para o banheiro.

Felipe vestiu suas roupas rapidamente e sorri sem jeito para ele.

- Obrigado, por ajudar Nathy a me ajudar hoje. - Falei sincero e o outro assentiu com um sorriso de lado.

- Disponha.

Ele estava indo em direção a janela, o que me fez perceber que com certeza Felipe entrou por ali, mas antes segurei seu antebraço e o loiro me olhou.

- Não liga para o que ela fala, tudo bem? Nathy é complicada, mas não faz por mal. Saiba que minha amiga se importa com você, mesmo que as vezes pareça que não. - Falei com sinceridade, Felipe sorriu gentil para mim e assentiu.

- Tudo bem. Eu entendo.

Depois de sua fala, Felipe fez um sinal de paz e amor para mim e saiu pela janela. Puxei ar para os pulmões.

- Você já pode sair, ele já foi. - Chamei aquela que tenho que chamar de amiga.

Ela sai do banheiro com um sorriso sapeca nos lábios.

- Então quer dizer, que o senhor, é tão desejado assim mesmo? - Seus olhos cerrados em diversão e o seu tom risonho me fizeram revirar os olhos e negar com a cabeça.

- Nem começa com isso. Vamos dormir porque estou cansando.

- Não seja sem graça. Me conte como você se sente ao saber de tudo isso?

- Nathy, hoje não. Vamos dormir.

- Estraga prazeres.   

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Olá pessoal, tudo bem com vocês? Espero que sim, então, me desculpem a demora para escrever, mas é que estava revisando aquele livro que já citei para vocês aqui, lembram? Que falei que queria muito que vocês conhecem e dessem a opinião de vocês sobre ele e tals. Vou lança o livro, Vampiros Destinados_ A  Escolhida, nesse feriado e espero muito que vocês dêem uma chance para este livro. 

Espero que tenham gostado desse capítulo que para mim foi meio louco de escrever porque bem, estou meio bloqueado, este capítulo foi escrito na força do ódio, porém com muito amor para vocês. Espero que tenham gostado. 

Vou tentar me recuperar logo desse bloqueio e voltar a ativa com mais capítulos para vocês. Até breve pessoal. 

E não esqueçam, curtam, comentem e compartilhem com o amiguinho que você sabe que também irá gostar deste livro. 

Beijos do Victório!!