Objeto 25 - parte 2
Depois que iniciei a revisão do caso, não demorou muito para a nossa chegada. Tive tempo de ler as instruções da nossa missão com cuidado, até que finalmente o carro parou. Guardei minha prancheta em minha bolsa, a pondo em minhas costas, saindo do carro logo em seguida.
O vento forte bagunçou os meus cabelos curtos e negros, e então, meus olhos foram atraídos pela curiosa casa fixada a alguns metros depois do portão de ferro antigo, com uma plaquinha de madeira onde estava escrito
" Propriedade dos Graham".
A casa estava tão diferente das fotos tiradas pouco depois do desastre. Ela estava completamente nova, e o jardim que antes mais parecia um terreno baldio cheio de destroços e cinzas , se encontrava impecavelmente podado assim revelando ser de considerável tamanho.
Quando descrevi a casa no capítulo anterior acredito que você imaginou que ela seria velha e humilde de pequenas proporções, no entanto, sinto em dizer que se enganou, sua suposição passou bem longe da realidade na verdade.
Com seu peculiar gosto pela moda vitoriana Graham a construiu baseanado-se em modelos similares aos dos britânicos. Além de com criatividade, brincar com elementos naturais na paisagem como as árvores no Jardim, cujo as cópas, eram podadas em forma de esferas e, quadrados. Isso dava um ar fantasioso ao local, como se estivéssemos entrando em um cenário de Alice no país das maravilhas.
Vocês poderão entender melhor ao olhar uma foto da casa que disponibilizo aqui:
Eu podia jurar que o chapeleiro maluco logo sairia pela porta para nos recepcionar com aceno amigável. Era interessante, difícil de acreditar que um senhor amargurado tivesse um gosto tão peculiar.
No jardim minha vasta equipe composta por dez homens armados aguardavam pela minha chegada, enfileirados como soldados de papel.
Eles estavam com roupas comuns e desleixadas, largas o suficiente para ocultar suas pistolas pequenas e discretas além de seus coletes à prova de balas. Mas eu procurei ignora-los para fazer uma bela analise minuciosa do local para guardar em minhas mais profundas lembranças, para então relata-las mais tarde no meu Diário e aos meus superiores.
Eu pude sentir a velha criança adormecida dentro de mim se despertar, como que pronta para correr livremente, alegre por aquele jardim diferente. Eu queria deitar naquela grama verdinha com cheiro de terra molhada e cheia de gotas de orvalho brilhantes.
Mas como tudo que é bom dura pouco, logo um dos componentes do grupo veio em minha direção pondo-se prontamente a minha frente, assim tapando toda aquela linda visão.
-- Senhora a equipe está pronta e aguarda suas ordens. -- Afirmou animadamente enquanto estendia sua mão de maneira amigavel na intenção de um aperto de mãos, o qual correspondi de maneira desconfiada. -- Estamos prontos para averiguar o local. -- Concluiu formalmente.
Ao que parece aquele era o chefe da equipe especial que além de seguir prontamente minhas ordens, me escoltariam promovendo nossa segurança contra qualquer ameaça que pudesse contrapor nossos planos. Ele se identificou como Hary.
As informações que me foram passadas são claras, dessa vez nos passaríamos por uma equipe de filmagem especializada em casos sobrenaturais, vindos de uma famosa produtora independente interessada na curiosa história da propriedade.
Depois de me cumprimentar Hery fez um sinal para que alguém se aproximasse.
Uma mulher alta de longos cabelos negros cacheados sedosos se colocou a minha frente. Seu rosto claro levemente tostado esbanjava um sorriso de dentes perfeitos cativantes, acentuados por seus lábios carnudos cor vermelho sangue. Ela deveria ter uns 35 anos de idade mas estava muito bem conservada. Foi então que eu imediatamente a reconheci como uma das enfermeiras que cuidavam do Sr. Graham no documentário.
" Rose Lins " disse eu a interrompendo antes que dissesse seu nome concluindo então sua apresentação. Ela apenas sorriu acenando afirmativamente e então estendeu sua mão direita, que apertei logo sentindo um estranho arrepio percorrer o meu corpo.
-- A senhora está bem? Suas mãos esta o geladas como a de um morto.-- Constatei pensando que, além de gelada a pele estava incrivelmente dura e já mostrava uma coloração um pouco roxa.
-- Por favor me chame apenas de Rose, não precisa ser tão formal. Estou bem é apenas o frio de hoje que está congelante.
Eu apenas concordei ainda sentindo aquela estranha sensação na superfície da minha mão. Foi então que apenas perguntei onde estaria Jhon já que teria sido ele com quem combinamos nos encontrar.
-- Ele está muito atarefado então me pediu que eu viesse aqui pessoalmente recebe-los. Explicou Rose sem nunca abandonar aquele sorriso levemente estranho do rosto.
Era como se os músculos do seus rosto tivessem sido atrofiados a impedindo de tirar aquele sorriso nada natural da cara.
-- Entendo, imagino que você deve ser muito próxima de Jhon para ele tê-la enviado a nós, estou certa? -- perguntei curiosa.
Sem graça Rose apenas passou sua mão em seu pescoço enquanto descamba a outra em sua cintura. Ela desviou os seus olhos dos meus os direcionando ao chão.
-- Sim eu sou uma velha amiga de Jhon que ele chamou para cuidar do pai pois confiava em mim. Pude trabalhar um tempo aqui. Tempo o suficiente para poder me aproximar deles. Diferente do que as pessoas dizem, o pai de John era uma boa pessoa, e lamento muito sua perda. Mas estou feliz em ajudar Jhon nesse momento difícil.
-- Entendo, imagino que seu amigo esteja abalado com a situação. Me impressionei quando ele entrou em contato nos permitindo fazer as últimas filmagens da casa. Ele poderia ter escolhido dentre tasntas outras emissoras... -- Afirmou Hary de quem eu havia esquecido a existência por até então manter-se calado durante a conversa.
-- Sim ele ficou extremamente abalado. Jhon sempre foi alguém muito sensível. Dentre todos nós ele era o mais empático sempre se pondo no lugar das pessoas...
-- Era? -- perguntei objetivamente a interrompendo mais uma vez a deixando sem graça.
-- Ele é... ainda é essa pessoa super empática.
Apenas acabei concordei dando um leve sorriso para Rose e então olhei em direção a van que teria trazido meu pessoal. Eu podia ve-la através de Rose que estava a minha frente. Logo pude perceber então, o que pareciam ser longas madeixas lisas de um rosa claro em baixo dela.
Apenas suspirei contrariada implorando aos céus que aquilo não fosse o que eu estava pensando.
-- Está tudo bem com você? -- Perguntou Hary a qual eu olhei com um sorriso sarcástico.
-- Está tudo ótimo, só acho que vocês trouxeram uma clandestina na viagem.--
Disse me afastando em direção a vam. -- Por favor fique com Rose enquanto eu resolvo uma coisinha. -- Completei friamente sob um ódio interno mortal, disfarçada sob a minha voz branda.
Ao chegar perto da van apenas bati com o punho na porta e disse:
- Você tem apenas dois minutos pra sair daí.
Logo um suspiro de derrota pode ser ouvido e então uma garota de cabelos rosados e longos presos em uma Maria Chiquinha saiu de baixo da van com dificuldade. Já de pé ela bateu a mão em suas roupas para limpa-las da terra.
Ela estava usando um suéter rosa choque aveludado, que combinava com o preto da saia curta rodada repleta de pequenas correntes penduradas nos bolsos. Por fim ela apenas me deu um leve sorriso constrangido, que se parecia com o de uma criança levada que acabou de ser pega fazendo merda.
-- Ops... você me descobriu... -- Falou ela juntando timidamente seus dedos indicadores enquanto seus olhos azul claro olhavam para baixo.
-- Posso saber o que caralhos você está fazendo aqui? -- Questionei comprimindo os olhos com as mãos, um claro sinal premonitório da minha impaciência.
-- Eu apenas queria vir com vocês, mas você me deixou na base cuidando daquele alienígena tarado!!
-- É por que você é uma tarada sexual que ficaria bem ocupada com ele e não viria me atrapalhar!-- Disse eu explodindo de raiva, mas acho que eu falei alto de mais pois Megan fez sinal de silêncio com seu dedo indicador, logo em seguida o apontando para o pessoal que momentaneâmente nos olharam surpresos. Assim que eu os vi eles voltaram a fazer o que estavam fazendo um tanto sem graça.
-- Hehe capitão você não deveria dizer essas coisas tão alto, imagino que agora eles esta o curiosos se perguntando sobre o que estamos falando. -- Indagou ela rindo da minha cara avermelhada de vergonha.
-- Escuta Meg você não podia vir com a gente porque não foi requisitada. Escolhi a dedo quem viria comigo por que eles são treinados para o tipo de situação que estamos lidando aqui. É você não! Sua emo psicopata.
-- Vai me deixa mostrar que eu sou capaz de te ajudar só uma vezinha!-- Pediu com suas mãos juntas em sinal de súplica.
Eu apenas olhei contrariada para o lado pondo meus olhos em Rose que conversava animadamente com o pessoal.
-- Tá
-- Yaaay!!
-- Escuta bem aquela é Rose lins uma das enfermeiras do dono antigo da casa e amiga do atual proprietário filho daquele senhor...
-- Hmm você se refere a gostosona de peitos grandes? -- Questionou ela com seus braços cruzados e uma cara amarga enciumada.
-- O que...? Eu nem reparei nisso!
-- Aham ... sei...
-- Olha presta atenção! Eu preciso que vc siga ela quando ela for embora e recolha informações importantes. Ela se referia a Jhon como se ele fosse algo distante e parte do passado.
-- Quem é Jhon?
Eu apenas a olhei com ódio pronta pra dar um esporro nela pelo fato de ter anos seguido sem ter olhado sobre o que se tratava a missão.
-- Calma, calma... estou apenas brincando eu sei sim quem é. Dei uma olhada nas informações da missão.
-- Cara, só vai!
-- Sim capitão! -- Afirmou fazendo um sinal de continência com aquele sorriso bobo de sempre.
"Arg! De tantos dias que ela podia me dar trabalho, logo hoje." Pensei frustrada enquanto me aproximava de Rose e Hary.
-- Quem era aquela garota? -- Perguntou Rose rindo da situação.
-- Ah ela é só uma estagiária com um parafuso a menos.
Rose então nós convidou gentilmente a entrar na casa para apresentar seus cômodos a nossa equipe. E enquanto ela nos conduzia pelo interior da casa, eu apenas pensava como era estranho Jhon não vir nos receber. Ele parecia muito animado quando nos ligou na semana passada.
Então mais uma vez fomos para fora e ela se despediu dizendo que poderia-mos ficar a vontade, nos dando a chave da casa assim como a chave automática da tranca do porão. Em seguida ela foi em direção ao seu carro preto saindo pelo portão à fora.
Olhei em volta e constatei satisfeita que Meg não estava mais lá. Em seguida apenas pedi para alguém trancar o portão e voltar rapidamente, pois teríamos una rápida reunião para nos organizar.
Feito isso e com todos reunidos comecei a passar as instruções especificando que considerando o curto prazo que nos foi dado, decidi dividir a equipe em três grupos. Cada um foi designado para diferentes etapas da missão.
Era-mos então dez agentes divididos em três grupos de três pessoas, com exceção de mim, que fiquei responsável por coordena-los de dentro do quarto das câmeras.
Optamos então por começar a missão fazendo um rápido reconhecimento de área. Iríamos fazer um mapeamento 3D da casa em uma leitura completa de sua estrutura, com o auxílio de um equipamento de tecnologia de ponta disponibilizado pela organização.
Assim como existe nos shoppings uma sala com várias telas mostrando diferentes imagens das câmeras de segurança, existia também uma sala dessa na casa de Jhon, que foi instalada no sótão da casa depois do incêndio, e foi para lá que eu fui. Logo me sentei confortavelmente na cadeira giratória enquanto que eu retirava meu notebook da bolsa para conecta-lo ao sistema de câmeras. Seu trabalho era recolher todas as informações presentes ali em tempo real.
O dispositivo usado para o reconhecimento de área tratava-se de um disco metálico preto de 3 centímetros de espessura por 18 centímetros de diâmetro. Ele possuía um botão grande de ligar localizado em seu meio, além disso, quatro pés onde haviam adesivos que permitiam sua estabilidade e aderência sob qualquer superfície e ângulo.
Precisamente ele funciona da mesma forma que um sonar de navio, emitindo ondas sonoras de altíssima frequência. Assim como ocorre com os golfinhos em sua ecolocalização, as ondas rebatem em um objeto, produzindo um eco que fornece informações sobre a distância e seu tamanho.
A equipe A era a responsável por colocá-lo no centro de cada cômodo da casa, incluindo o porão e analisar os dados coletados.
O que foi revelado nos deixou surpresos e instigados. Especificamente no porão o aparelho revelou um outro cômodo oculto por uma parede oca. Constatamos que esse cômodo adicional recém descoberto não estava no mapa da casa que nos foi fornecido.
Pedi para que a equipe A quebrasse a parede oca. Eles relutaram um pouco por causa dos danos que isso causaria, mas logo seguiram minha ordem submissos a Hery seu líder competente. Dessa forma, o que poderia considerado um laboratório profissional nos foi descoberto.
Instrui a equipe A a conduzir uma investigação no local ate segunda ordem enquanto eu conferia o progresso da equipe B.
O segundo dispositivo usado para o reconhecimento de área era um um tipo de raio x portátil. Uma tecnologia de ponta desenvolvida com o propósito de nos permitir ver através das paredes. E a equipe B e C eram as responsáveis por ele.
Esse dispositivo é pequeno e retangular podendo ser facilmente confundido com um powerback. Para funcionar é necessário conecta-lo ao celular via USB além de ,ter de antemão o aplicativo desenvolvido especialmente para este equipamento. Após a conexão O App abre prontamente sua camera a transformando de modo que você seja capaz de identificar coisas como tubulações, fios, condutores, parafusos e até o movimento de pequenos animais. Seu alcance de profundidade é de até 30 centímetros.
Decidimos que o nosso alvo principal de investigação seria a estrutura elétrica da casa considerando os estranhos eventos onde equipamentos elétricos ligavam sozinhos, e o funcionamento estranho da tranca automática assim como as câmeras já anteriormente citados.
Poderia ser que tudo não passasse de um truque bem elaborado e coordenado pelo próprio Jhon, com o auxílio de um mecanismo feito especialmente para conectar tudo de modo que, ele tivesse o comando geral de todos os eletrônicos da casa.
Então decidimos ir em direção a tranca automática que selava o porão.
O que vimos ao aproximar a câmera nos deixou intrigados. Uma estrutura no formato de raízes estavam integrados aos fios e tubulações, com seus ramos grossos entrelaçados que se estendiam coincidentemente até a tranca.
Imediatamente senti como se aquilo fosse familiar...eu já havia visto algo muito semelhante mas precisava confirmar minhas suspeitas.
Pedi que o grupo B desmontasse a tranca enquanto enquanto eu ia conferir o progresso do grupo C.
O grupo C encontrou as mesmas raízes que o grupo B, com o diferencial de constatar que todos os eletrônicos até então revistados ,tinham uma ponta dessas raízes ligados à eles de forma oculta e imperceptível a olhares rápidos.
Mais uma vez a estranha sensação de saber do que se tratava aquela situação veio em minha mente, mas para confirmar isso eu voltei a falar com a equipe C que já tinha desmontado a tranca.
Eles relataram ver pequenas raízes que se fundiram com os circuitos. Eu podia ver isso claramente ao ajustar a aproximação na câmera do traje de um deles. E então dessa forma minhas suspeitas se demonstraram cada vez mais corretas.
Porém, antes que eu pudesse dizer algo a equipe A entrou em contato alegando encontrar diversos desenhos de toca discos e alguns mecanismos avancados, assim como simbulos estranhos desenhado nas paredes que se repetiam ao longo da parede. Os agentes são treinados para reconhecer tecnologias avançadas e isso foi encontrado em um toca disco com o número 24, com a uma data que remetia ter sido feita durante a segunda guerra mundial.
Um dos agentes disse que a tecnologia parecia ter sido projetada para amplificar o som, mas ela era diferente das tecnologias usadas durante a segunda guerra, podendo ser tranquilamente comparada as atuais, considerando sua complexidade.
A essa altura do campeonato eu já não tinha mais dúvidas de o que se tratava. Precisávamos encontrar o núcleo de onde todas as raízes emergiam rápido antes a criatura percebe-se nossa presença. Mas pouco antes de começar a dar as instruções necessárias ouve um súbito apagão. Fomos devorados pelo escuro ficando completamente desorientados.
CONTINUA...
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