Capítulo 2 - O presente

2007 (120 anos terrestres depois)

Eveline chora profundamente agarrada ao primo, chora pela morte da tia Altair, morte esta repentina, para ela os dias ficaram mais escuros e tristes, os pássaros deixaram de cantar, não ventava, para ela tudo ficara em silêncio, escuro e frio, assim como os seus olhos, que desde a morte da tia não tinham mudado do azul escuro, mostrando profunda tristeza, por ja não ter com ela a tia, por não ter com Eles a mulher que os criou.

Não esquecendo que é Céu que estou a falar, todos sabemos que quando alguém terrestre morre vai parar ao Céu, mas a pergunta é se quando morremos lá em baixo, o que acontece no céu? Bem, no Céu quando tens o teu objetivo cumprido tornaste partículas do universo, não pensaste que a jornada acabava assim que a tua alma saísse do teu corpo pois não? No Céu tens de ajudar em algo, tens de ter algum cargo, desde Querubins a Arcanjos. E quando tens esse objetivo cumprido tornaste parte de algo maior, tornaste o próprio universo.

Voltando ao triste acontecimento, Guilherme encontrava-se num estado igual ao da sua prima triste e sem esperanças, tudo em que ele pensava era "Como é que ía cuidar de uma menina de 12 anos, se ele mesmo apenas tinha 14 e não sabia nada da vida, como é que ele ía fazer? A quem é que iria pedir ajuda se não tinha ninguém? Ele ainda tinha tanto que aprender." E então olhou para o lado e viu, viu a luz da esperança, viu aquela menina com os olhos de um azul tão escuro, marejados de água, agarrada a ele, aquela menina que emanava uma aura tão forte, e que acabou por lhe dar esperanças outra vez, que lhe deu força para lutar pelo bem dos dois.

E então como destino, aparece um arcanjo de porte grande e musculoso, dono de uma confiança e de uma aura tão forte quanto a da menina agarrada a ele, Miguel era o nome dele, foi aí que a sua mente foi iluminada, ele seria um arcanjo, e não importa o que ele teria de passar, mas ele seria, com o intuito de proteger a menina e todos aqueles que se viram desamparados como ele.

Então ele sorriu, porque ele não estava sozinho, ele tinha aquela menina, aquela luz ao seu lado. Ele então apertou-a contra o seu peito, e acalmou-a, dizendo que tudo iria ficar bem, eram apenas eles os dois e que tinham de ser fortes um pelo o outro e por eles mesmos. Que ele a iria ajudar, se ela o ajudasse também, e foi então que ela o olhou, limpou as lágrimas e sorriu, um sorriso tão puro, quanto a água mais intocada, quanto o céu mais azul, foi quando os olhos dela mudaram entre azul piscina e depois verde, nunca parando numa dessas cores. Talvez porque ela estaria esperançosa e também estava curiosa com o que viria pela frente.

Dois dias depois, a menina fazia 13 anos, e apesar da tristeza vivida nos dias anteriores pela morte da tia, ela e Gui estavam felizes, felizes por terem um ao outro, felizes por poderem comemorar mais um ano de vida da pequena.

Foi então que, em meio aquela tarde de sol, Eveline subiu as escadas e viu. Viu aquela porta aberta, não uma porta qualquer, mas a porta do quarto da sua tia, foi então que os olhos dela ficaram azuis que se poderiam comparar a um lago límpido sendo tocado pelos raios de sol, a curiosidade tomava conta dela, ela muito devagar e silenciosamente, entra no quarto da tia, "ainda tem o cheiro dela"- pensou, quando vê em cima da cama uma carta, ela pega na carta e senta-se na ponta daquela cama, onde dormiu com a tia quando tinha pesadelos, aquele edredom fofo e macio, abre a carta cuidadosamente e é quando lhe cai no colo uma chave, ela pega na chave e lê.

"Minha querida, se estás a ler esta carta é porque já não estou entre vocês, queria muito ter estado mais tempo contigo e entregue o teu presente, presente esse que me foi dado pela tua mãe antes de falecer, esse presente esta guardado na primeira gaveta da cômoda do lado direito da minha cama, tu sabes, aquela gaveta que tanto querias abrir por estar fechada e agora tens a chave para a abrir. Tenho um imenso pesar por não te poder entregar este presente de tamanha importância pessoalmente, pois sei que ele te vai responder a imensas perguntas que tens e estás a acumular, este presente conta a história dos teus pais, até tu nasceres. Foi-me pedido pela tua mãe para te entregar este presente quando fizesses os teus 13 anos, não sei por quê, mas apenas obedeci, tenso direito de saber a história que levou ao teu nascimento.

A tia ama-te, e sempre te amará, serás sempre como uma filha para mim, sejam fortes, a mamã ama-vos."

Eveline já chorava imenso por aquela altura. Mas levantou-se apertou a chave fria e dourada e dirigiu-se àquela cômoda, pôs a chave e rodou para o seu lado direito, quando ouviu um clic, abriu a gaveta e de lá tirou um lindo e pesado livro de capa de couro vermelha entalhada a dourado, e quando abriu leu:

"Para aquela que tem os olhos indomáveis como a alma

Para aquela que quando sorri ilumina o meu mundo

Para a minha estrelinha, portadora de luz

Para a minha Eveline"

Foi quando

- EVE! - chama o primo

-Já vou! - Ela diz, fecha o livro, tranca a gaveta, sai do quarto, fechando a porta, vai ao seu quarto e guarda-o, desce as escadas a pressa e diz:

- Não sabes o que eu encontrei!

- Eu também te quero mostrar uma coisa Eve e tenho a certeza que vais adorar.

- Mostra! Mostra! Quero ver.

- O meu presente para ti, tem cuidado! Transforma-se em qualquer tipo de espada, eu tenho um igual. - Diz ele enquanto lhe põe o colar.

-Obrigada! Muito obrigada, mas onde arranjaste isso?

- Bem graças ao facto de que eu entrei na Escola para Futuros Arcanjos, eles deram-me este como presente, mais esse, caso acontecesse algo com o meu. Achei que seria uma boa prenda para a minha pequena guerreira.

- Ahh! Sabes que és o melhor primo-irmão do mundo não sabes!

- Sei pequena fazes questão de mo dizer sempre. Mas fica sabendo que tu também és a melhor prima-irmã do mundo. 


Desculpem pela demora. Eu ando na Universidade, então não tenho tido muito tempo para me dedicar a esta história.

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