6. Os Mortos se Levantam (p.5)
Um grande estrondo soou próximo a casa e Marina teve um sobressalto com o som, levando a mão ao peito, alarmada. Os pelos de seus braços estavam eriçados, e ela podia até mesmo sentir uma certa eletricidade nas pontas dos dedos de suas mãos e pés.
Mais um barulho veio em sequência, e outros logo após este. Se aproximou para espiar pela janela bem quando Diana entrou em casa apressadamente, seguida por Arthur e Zac.
— Junte suas coisas, estamos de partida — disse ela, imperativa, e grunhiu em seguida. — Aqueles malditos! Estão usando feiticeiros como cães de caça!
— Vamos para Jack? — perguntou Chloé, saltando a janela que separava os quartos.
— Poderíamos ir para outros lugares também, mas acho que será bom ouvir o que ele tem a dizer — respondeu ela, dando as costas para eles e partindo em direção ao próprio quarto.
Marina entendeu a deixa para guardar seus pertences também. Abriu sua mala sobre a cama, jogando tudo o que tinha espalhado dentro dela, enquanto Chloé voltava para o quarto. Arthur apenas colocou Excalibur em suas costas, cruzando a correia da bainha sobre o peito, e agarrou sua mochila no canto, saindo, em seguida, na direção da sala de estar.
Marina estava lutando para fechar a mala quando Miguel pulou a janela para ajudá-la. Ele pressionou a parte de cima enquanto ela correu o zíper ao longo da lateral.
— Obrigada — disse ela, corando um pouco enquanto era ajudada a colocar a mala no chão, recebendo apenas um sorrisinho torto como resposta.
Ela prendeu seu chicote no cinto e levou suas coisas em direção a sala a tempo de ver Arthur pressionando as costas contra a parede, com os lábios pálidos e a testa úmida de suor. Diana, que também saía do próprio quarto, apressou-se a se aproximar dele, questionando se estava tudo bem.
— Foi minha culpa — ele disse em um sussurro, e Marina imaginou que Arthur desejava que apenas Diana ouvisse. — Mais uma vez, foi tudo minha culpa.
A feiticeira pôs as mãos nas laterais dos braços dele, de maneira tranquilizante.
— Agora não importa de quem é a culpa. A gente só precisa sair daqui, e vai ficar tudo bem.
Ficando levemente nas pontas dos pés, Diana o beijou rápida e suavemente. Marina desviou os olhos, e viu que Zac também observava ali perto.
— Nem queira entender — ele murmurou, mais pra si mesmo do que para ela.
Os sons explosivos continuavam lá fora, e o grupos já estava rapidamente se reunindo na sala de estar. A última a chegar foi Chloé, amarrando os cabelos em um nó.
— Ótimo, todos aqui. — Diana se afastou de Arthur, olhando ao redor. — Aqueles feiticeiros lá fora — ela apontou na direção de onde os sons vinham com maior intensidade. — estão esperando que eu retire as proteções pra colocar essa casa abaixo. Vai ser muito rápido, então prendam aos braços e às mãos uns dos outros e não soltem por nada até que tenhamos chegado.
Eles obedeceram. O braço direito de Marina foi entrelaçado ao de Miguel, enquanto o esquerdo por Zac. Segurou ambos os garotos com firmeza, da mesma maneira como eles também faziam. O outro braço de Miguel estava com Chloé, que segurava o irmão. Diferente dos outros, Arthur segurava Diana pela cintura, assim como Zac, por ordem da própria feiticeira, assim ela ainda teria as mãos e os braços livres. Formavam agora um pequeno círculo, onde a ansiedade e a apreensão eram palpáveis.
Diana abriu os braços e os uniu em seguida, suas mãos balançando em frente ao corpo, enquanto uma luz vermelha oscilava entre seus dedos, e seus olhos refletiam a mesma cor.
O mundo pareceu tremer e se desintegrar, ao mesmo tempo em que seu corpo foi sugado para uma espécie de vácuo, que a agoniava e enlouquecia sua mente. Ainda podia sentir Miguel e Zac em ambos os seus lados, então se prendeu a eles ainda mais, apertando os olhos com força.
E, de repente, da mesma maneira que começou, aquilo acabou.
Marina abriu os olhos e a luz do sol machucou sua retina. Desprendeu-se dos garotos em ambos os lados para olhar em volta, numa tentativa de identificar o local, mas sua atenção foi atraída de volta para Diana, cujo corpo mole era sustentado por Zac, já que Arthur parecia estar preocupado em olhar para outra coisa.
Não muitos metros de distância dali, havia uma mulher de pele clara e longos cabelos negros, cujas mãos e os olhos flamejavam em um brilho verde-esmeralda. Uma feiticeira, eles haviam sido seguidos.
A feiticeira ergueu ambas as mãos na direção deles, e quando as chamas esverdeadas escaparam de suas palmas, vieram em direção a Marina.
Ela ergueu o braço sobre o rosto, em uma tentativa inútil de se proteger do feitiço, no entanto, ele sequer chegou até ela, pois fora interceptado por alguém.
O corpo de Arthur desabou pesadamente aos seus pés, e ela desprendeu o chicote de seu cinto, mas Miguel fora mais rápido, arremessando duas de suas facas sequencialmente. Infelizmente, ambas as lâminas foram desviadas com um mísero movimento da mulher, caindo a distância. Ela mantinha seus olhos fixos no grupo, e um pequeno sorriso se formava no canto de sua boca, com a tranquilidade de quem acreditava ter tudo sob controle.
Miguel tomou o chicote de sua mão, e correu em direção a feiticeira, preparando-se para usar a arma de Marina contra ela, e a mulher estava pronta para ataca-lo com mais um de seus feitiços, quando um estalido vindo de seu lado esquerdo soou antes de que sua cabeça fosse atingida por algo aparentemente invisível, que fez sua cabeça explodir em sangue, e a derrubou já morta no chão.
Miguel parou em seu caminho, buscando com os olhos o autor daquilo, e a apenas alguns metros dali, uma garota esguia a alta, vestida inteiramente de preto, cujos cabelos loiros-esbranquiçados reluziam com a luz do sol, ainda segurava um revólver em posição de ataque.
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