24 - Perfeito até demais

O tempo passou devagar depois do incidente com Kurogiri. Mas pelo menos pudemos recuperar nossas vidas. Eu e minha mãe fizemos um velório para o meu irmão, mesmo sem saber ao certo o que houve com o corpo dele.

Mori recuperou-se do coma, assim como Shizune. As duas estavam finalmente fora de perigo. Eu conversei com as duas depois e me desculpei e até marcamos um encontro.

Depois disso, eu e minha mãe nos mudamos para Tokyo. Deixamos tudo para trás. Aquelas lembranças ruins, tudo o que passamos. Começar uma nova vida. Eu terminei o ensino médio através do supletivo e em pouco tempo estava na Universidade. Resolvi fazer engenharia. Eu fiz 20 anos e já estava na faculdade. Pelo menos dava tempo de correr atrás do prejuízo.

Eu foquei totalmente as minhas energias nisto. Esquecer tudo que se passou. Feiticeiros, Kurogiri, coma. Era uma vida nova afinal! Mas eu estaria mentindo se dissesse que Satoru não me fez falta.

Ele não me ligou nem uma única vez desde que me despedi dele. Desde que terminamos o que nem começou. Minha mente estava bem clara agora. Ele nunca teve intenção de ter nada além do que tivemos.

Ele não se apaixona por ninguém.

Ele não é fiel a ninguém.

Repeti isso até me convencer totalmente.

Eu tentei ficar com outras pessoas. Mas quando a gente se apaixona e se ilude, ninguém consegue preencher o espaço que o outro deixou. Eu poderia ficar com todos os homens de Tokyo. Ninguém seria como Satoru.

Eu tentava distrair minha mente com as novas amizades que fiz e até mesmo com as velhas. Eu conversava com Shizune, Mori e Sakura e também conversava com Maki e Nobara.

Até arrumei um emprego de meio período. Satoru continuou bancando algumas despesas, mas foi só até a gente vender a casa e se mudar. Depois disso cortamos relações com ele. Era melhor assim.

Trabalhar num maid café, vestida de empregada não era bem os meus planos. Mas até que foi divertido. Eu ocupava a minha mente.

Mesmo que eu ainda visse maldições e ainda estivesse com Kageba como meu Shikigami, era melhor abandonar essa vida de vez. Meu pai nunca quis que eu fosse feiticeira. Ainda lembro das conversas que tivemos, do quanto ele dizia que era uma profissão injusta e ingrata.

Eu respirei fundo olhando o relógio da cafeteria. Ainda faltava uma hora para terminar o trabalho. O movimento estava tranquilo, e eu aproveitei para organizar algumas coisas no balcão.

De repente, a porta se abriu e um grupo de estudantes entrou, rindo e conversando animadamente. Entre eles, um rosto familiar me chamou a atenção. Era Satoru. Meu coração deu um salto, mas eu mantive a compostura e continuei meu trabalho.

Ele se aproximou do balcão e, com aquele sorriso despreocupado, pediu um café. Nossos olhares se cruzaram por um breve momento, e eu senti uma mistura de emoções. Ele parecia o mesmo de sempre, mas algo em seus olhos indicava que ele também tinha mudado. Talvez não sentisse mais o mesmo por mim. Eu disfarcei abaixando a cabeça e limpando o balcão. Poderia sair correndo, na verdade eu só queria desaparecer.

— Oi. — Ele disse, quebrando o silêncio. — Como você está?

— Estou bem. — respondi, tentando soar casual. — E você?

— Ouvi dizer que você está na universidade agora. Engenharia, certo?

— Sim.

— Fico feliz por você. — Ele disse, e por um momento, parecia sincero.

— Aki! Me dá uma mão aqui no fundo? — A voz da Yna, minha colega de trabalho. Eu olhei para Satoru e dei um sorriso fraco.

— Tenho que ir.

— Claro.

Eu senti até um alívio quando ela me chamou. Não queria ter aquela conversa ou lidar com tudo aquilo. Eu me sentia mal. Não queria ter que lidar com o fato de que ele poderia estar com outra pessoa.

Voltei para casa pensativa. Minha mãe preparava o jantar. Ela parecia estar melhor depois de tudo que nos aconteceu. Uma calmaria depois de uma imensa tempestade. Tirei os sapatos e entrei com passadas lentas pelo corredor.

Era um apartamento simples num bairro de classe média. Dois quartos, sala, cozinha, banheiro e lavanderia. Não dava nem 60 metros quadrados. Não tinha uma vista bonita e era bem barulhento. Mas ainda era melhor que aquela casa.

— Boa noite, filha. — Minha mãe tentava disfarçar que não sofria pelo meu irmão. Se não fosse por Kurogiri, meu irmão ainda estaria vivo. No fim aquele gato só acabou com nossa vida. — Como foi o dia?

— Bom... — Não mencionei sobre Satoru. Para todos os efeitos, eu terminei com ele porque a gente simplesmente não deu certo. Mesmo que ela pergunte por ele o tempo todo e diga que eu fui muito boba de terminar.

— Vá tomar banho, filha. O jantar tá quase pronto.

— Tá bom, mãe. — Respondi, tentando esconder a inquietação que sentia. Fui para o meu quarto, peguei uma toalha e fui direto para o banheiro. A água quente ajudou a relaxar um pouco, mas minha mente ainda estava a mil.

Enquanto a água caía, pensei em como minha vida tinha mudado nos últimos anos. A universidade, o trabalho no café, as novas amizades... Tudo parecia tão diferente, mas ao mesmo tempo, as lembranças do passado ainda me assombravam.

Depois do banho, vesti uma roupa confortável e fui para a cozinha. O cheiro do jantar era reconfortante, e minha mãe estava colocando a mesa.

— O que temos para hoje? — Perguntei, tentando soar animada.

— Fiz seu prato favorito. — Ela respondeu com um sorriso. — Achei que você merecia um mimo depois de um dia longo.

Sentamos à mesa e começamos a comer. A conversa foi leve, falamos sobre coisas triviais, como o trabalho dela e meus estudos. Mas eu sabia que, no fundo, ambas estávamos pensando nas mesmas coisas.

— Mãe, você acha que algum dia vamos conseguir esquecer tudo isso? — Perguntei de repente, sem conseguir segurar a pergunta.

Ela parou por um momento, pensativa, e depois respondeu com um olhar gentil.

— Não sei se esquecer é a palavra certa, filha. Acho que vamos aprender a viver com isso. A dor diminui com o tempo, mas as lembranças ficam. E tudo bem. Faz parte de quem somos.

Assenti, tentando absorver suas palavras. Talvez ela estivesse certa. Talvez o segredo fosse aprender a conviver com o passado, sem deixar que ele definisse nosso futuro.

Terminamos o jantar em silêncio, cada uma perdida em seus próprios pensamentos. Depois, ajudei a lavar a louça e fui para o meu quarto. Deitei na cama e peguei meu celular. Havia uma mensagem de Mori, perguntando se eu queria sair no fim de semana. Ela e Izumi se mudaram para Tóquio e ela queria que a gente saísse para botar as fofocas em dia. Respondi que sim, e logo depois, adormeci, esperando que o amanhã trouxesse um pouco mais de paz.

A faculdade era legal, fiz muitos amigos. Sentia que estava vivendo de verdade. Eu estava fazendo algo que gostava. Cheguei mais um dia ao trabalho tentando espantar os pensamentos sombrios. Mal comecei a trabalhar, quando vi ele entrar pela porta de novo. Satoru.

Eu me aproximei da mesa dele. Estava ainda mais lindo do que nunca com uma jaqueta cinza escura. Ele sorriu, ajeitou os óculos e eu fui até sua mesa.

— Bem vindo ao Maidreamin Café, em que posso servi-lo, mestre?

— Normalmente as garçonetes falam isso sorrindo.

— Eu não estou muito no clima.

— Traz um café e um bolo de chocolate.

— Sim senhor.

Voltei para a cozinha e depois de um tempo trouxe sua bandeja e coloquei o café e o bolo sobre a mesa. Ele segurou minha mão e senti o seu calor percorrer todo meu corpo. Lembrando dos momentos que tivemos.

— Está faltando uma coisa.

Eu olhei para ele, confusa.

— O que está faltando? — Perguntei, tentando manter a voz firme.

— Seu sorriso. — Ele respondeu, ainda segurando minha mão.

Eu puxei minha mão de volta, tentando ignorar a sensação de calor que se espalhava pelo meu corpo.

— Satoru, por favor. — Disse, tentando manter a compostura. — Estou trabalhando.

Ele suspirou e soltou minha mão.

— Desculpe. — Ele disse, parecendo genuinamente arrependido. — Eu só queria conversar.

— Sobre o quê? — Perguntei, cruzando os braços.

— Sobre nós. — Ele respondeu, olhando diretamente nos meus olhos. — Eu sei que errei, e sei que você tem todo o direito de estar chateada. Mas eu sinto sua falta, Aki.

Eu fiquei em silêncio por um momento, tentando processar suas palavras. Parte de mim queria acreditar nele, mas outra parte estava cansada de se machucar.

— Satoru, eu... — Comecei, mas fui interrompida pela voz de Yna chamando meu nome novamente.

— Aki, precisamos de você na cozinha!

Eu olhei para ele, indecisa.

— Vá. — Ele disse, dando um pequeno sorriso. — Podemos continuar essa conversa depois.

Assenti e me afastei, sentindo um turbilhão de emoções. Voltei para a cozinha e tentei me concentrar no trabalho, mas as palavras de Satoru ecoavam na minha mente. Será que ele realmente sentia minha falta? Ou era apenas mais uma tentativa de me manter por perto?

O resto do meu turno passou em um borrão, e quando finalmente terminei, Satoru já tinha ido embora. Senti uma mistura de alívio e decepção. Talvez fosse melhor assim. Talvez fosse hora de realmente seguir em frente.

Cheguei em casa exausta e encontrei minha mãe assistindo TV na sala.

— Como foi o trabalho? — Ela perguntou, sem tirar os olhos da tela.

— Foi... interessante. — Respondi, sentando-me ao lado dela.

Ela me olhou de soslaio, percebendo que havia algo mais.

— Quer conversar sobre isso?

Eu hesitei por um momento, mas então decidi que talvez fosse bom desabafar.

— Satoru apareceu no café hoje. — Disse, observando a reação dela.

— Ah, é? — Ela respondeu, tentando parecer casual. — E como foi?

— Confuso. — Admiti. — Ele disse que sente minha falta.

Minha mãe ficou em silêncio por um momento, pensando.

— Aki, só você pode decidir o que é melhor para você. — Ela disse finalmente. — Mas lembre-se de que você merece ser feliz. Não deixe ninguém te fazer sentir menos do que isso.

Assenti, sentindo uma onda de gratidão por suas palavras. Talvez ela estivesse certa. Talvez fosse hora de colocar minha felicidade em primeiro lugar.

— Obrigada, mãe. — Disse, dando-lhe um abraço.

Ela sorriu e me abraçou de volta.

— Sempre estarei aqui para você, filha.

(...)

Passei o dia todo pensando nisso. Se deveria conversar com ele. Senti o celular vibrar no colo. Estava na cantina da faculdade esperando meu próximo horário. Olhei na tela e vi a mensagem de Satoru.

Precisamos conversar.

Eu soltei um suspiro pesado e olhei a tela batendo a unha sem parar na tela. Será que eu devia responder?

— Uma bala pelos seus pensamentos. — A voz de Sakura me tirou dos meus devaneios.

— Sakura? Que? — Perguntei já me levantando e abraçando ela. — Quando você chegou?

— Eu fazia faculdade aqui, lembra? Mas fiquei afastada depois de... — ela abaixou a cabeça. — Enfim! Se achou que ia ficar livre de mim. Esqueça.

— Estou tão feliz que esteja aqui!

— Que bad é essa?

— Eu... tenho passado uns problemas com Satoru.

— Achei que vocês estavam bem!

— A gente não deu certo. Eu achei melhor não ver ele mais.

— Aki, vocês pareciam combinar tanto.

— Ele não queria nada sério, Sakura. E eu sabia. Mas quando eu comecei a me apaixonar eu percebi que não queria dividir ele com mais ninguém. Mas ele não pensa da mesma forma. Pelo visto ser fiel não está no vocabulário dele.

Sakura suspirou e me deu um abraço apertado.

— Eu sinto muito, Aki. — Ela disse, com um tom de voz reconfortante. — Sei como é difícil quando os sentimentos não são correspondidos da maneira que queremos.

— É, mas a vida continua, né? — Respondi, tentando sorrir.

— Com certeza. — Ela disse, sorrindo de volta. — E você merece alguém que te valorize de verdade.

Passamos o resto do intervalo conversando sobre coisas mais leves, tentando afastar os pensamentos sobre Satoru. Quando o sinal tocou, nos despedimos e fui para a próxima aula, mas a mensagem dele ainda estava na minha mente.

Depois das aulas, voltei para casa e me joguei no sofá, exausta. Era minha folga no maid café. Peguei o celular e vi a mensagem de Satoru novamente. "Precisamos conversar." Será que eu deveria responder?

Respirei fundo e, antes que pudesse mudar de ideia, digitei uma resposta rápida. "Ok. Quando e onde?"

Quase imediatamente, ele respondeu. "Hoje à noite, no parque perto da sua casa. Às 19h?"

Olhei para o relógio. Ainda tinha algumas horas até o encontro. Decidi tomar um banho e me arrumar, tentando não pensar demais no que ele poderia dizer.

Quando cheguei ao parque, vi Satoru sentado em um banco, olhando para o lago. Ele se levantou quando me viu e veio ao meu encontro.

— Obrigado por vir, Aki. — Ele disse, parecendo nervoso.

— O que você quer, Satoru? — Perguntei, tentando manter a voz firme.

— Eu... — Ele começou, passando a mão pelos cabelos. — Eu sei que errei. Sei que não fui justo com você. Mas eu realmente sinto sua falta. E queria saber se podemos tentar de novo. De um jeito diferente.

Fiquei em silêncio, processando suas palavras. Parte de mim queria acreditar nele, mas outra parte estava cansada de se machucar.

— Satoru, eu... — Comecei, mas ele me interrompeu.

— Eu sei que você tem todo o direito de não querer mais nada comigo. Mas eu estou disposto a mudar. Quero ser alguém melhor para você. — Ele disse, com sinceridade nos olhos.

Olhei para ele, tentando decidir o que fazer. Será que ele realmente estava disposto a mudar? Será que eu estava pronta para dar outra chance?

— Eu preciso de tempo para pensar. — Disse finalmente. — Não posso tomar essa decisão agora.

Ele se aproximou de mim e tocou meu rosto delicadamente. O simples toque dele me derretia inteira. A vontade que eu tinha de me jogar em seus braços e dizer que estava tudo bem, que tudo que eu queria era estar com ele e mais nada importava. Eu fechei os olhos e pensei em tudo que vivemos, em cada beijo, em cada abraço.

— Eu não mereço nenhuma chance?

— De você partir meu coração de novo? De eu ser só mais uma no seu imenso arsenal?

— Não, de ser minha. Só minha e eu serei só seu.

— Não acredito em você. Mas espero que alguém te faça feliz. Eu só não posso me relacionar com você sabendo que transa com metade de Tóquio enquanto está comigo. Não divido minhas coisas.

Eu o deixei lá. Saí com o coração partido temendo me arrepender. Mas eu não podia ceder ou iria sofrer demais. Era o melhor a se fazer. Pelo menos era o que eu achava.

Às vezes a gente tem vontade de apagar certas pessoas da mente. Depois de um coma e uma amnésia era até hipocrisia dizer uma coisa dessas. Mas eu queria poder esquecer tudo. Esquecer o quanto Satoru significava para mim.

Eu queria arrancar ele do meu peito, mas estava enraizado em mim. Em cada parte do meu corpo. Eu o amava. Mesmo que o que ele jamais fosse sentir da mesma forma.

— Se vai ficar com essa cara de velório, era melhor ter perdoado ele. — Sakura chamou a atenção dos meus pensamentos. Pelo menos eu tinha ela ali comigo.

— Eu queria superar, sabe? Eu tô sofrendo por uma situação que eu mesma criei. Uma fanfic! — Eu disse sem conseguir conter as lágrimas. — Eu amo aquele sem vergonha! Amo demais...

— Aki, acho que todo é meio fanfiqueiro.

— Ai Sakura... você é um amor mesmo.

— Olha Aki, acho que você tá presa demais numa versão que você era. Pode parecer maluquice, mas acho que você era uma antes do coma e virou outra depois. Considerando que você esteve sobre as garras de Kurogiri por quase toda vida. Sendo manipulada, enganada. Talvez seja hora de você apagar mesmo todo esse passado e começar tudo do zero.

— É... talvez seja isso.

— Independente do que for, estarei aqui com você. — Ela tocou minha mão delicadamente e depois se levantou e saiu andando graciosamente pela faculdade.

Fui para o trabalho no maid Café pensando nisso o tempo todo. Mas talvez fosse tarde demais para tentar com Satoru. Fiquei esperando ele o dia todo na cafeteria, mas ele não apareceu. Acho que era o sinal de que realmente tinha acabado tudo. Certamente ele estaria nos braços de outra. Ou outras. Pouco importava. Eu tinha que seguir em frente.

Olhei o relógio na parede. Meu turno tinha chegado ao fim. Me despedi de todos e segui para fora com as mãos nos bolsos do moletom.

— Achei que você ia para casa vestida de empregada. — Ele estava lá. Parado em frente à cafeteria com as mãos nos bolsos da calça. Usando uma camiseta preta colada em seu corpo e um moletom branco por cima, junto com uma calça mais larguinha. Nunca tinha visto ele tão casual.

— Eu... acho que é sexy demais sair por aí vestida naquele uniforme.

— Acho que fica muito bem em você.

— Não esperava você aqui. — Eu disse me aproximando tentando esconder a emoção e o nervosismo. Ele deu mais um passo na minha direção até ficarmos bem próximos.

— Eu sou bem persistente quando quero.

Abaixei a cabeça segurando as lágrimas e depois olhei para ele totalmente rendida. — Isso tem chance de dar certo?

— Eu não sei, Aki. — Ele segurou meu rosto com as duas mãos. — Mas eu gostaria de tentar. Porque eu sinto um ciúme absurdo quando penso em você com outra pessoa, sinto falta do calor do seu corpo, dos seus beijos. De acordar ao seu lado. E o mais engraçado é que eu não sabia que podia me sentir assim. As pessoas me tratam como se eu fosse um ser imortal e sem sentimentos. Como se não me importasse com nada. Mas eu me importo. Eu me preocupo, eu sinto.

— Você deixa as coisas mais difíceis.

— Você que deixa. — Ele me deu um beijo suave e discreto nos lábios. — Eu só quero aproveitar sua companhia o máximo que eu puder. Não tô nem aí para o futuro e nem para o passado. Quero viver o hoje com você o mais intensamente possível.

Se tivesse tido forças para resistir, talvez eu teria tentado. Mas eu não tinha. Ele já tinha me ganhado no momento em que o vi ali me esperando. Obviamente o fim dessa conversa terminou no apartamento dele, nos amando em meio aos lençois de sua cama.

A gente ia ver o que ia dar e passou a ser dias, meses, anos. Até a gente ir morar junto quando a minha mãe arrumou um namorado. Até eu me formar para engenharia.

Viajamos para diversos lugares do mundo. Terminei a faculdade, nos casamos oficialmente, tivemos 3 filhos. A vida mais perfeita de todas. Com o homem mais perfeito de todos, mesmo com todos os defeitos.

Tudo perfeito...

Perfeito até demais...

Acordei num salto sentindo meu corpo tremer. Olhei ao redor do meu quarto. Eu vi a poeira subir pelo feixe de luz que vinha da janela

Não era possível... Não... Não... Não...

Foi...

                     ...tudo...

                                             ...a porra...

                                                                        ...de um sonho?


Oi...

Espero que não me odeiem kkkkkkkkk

Tem uma sequência para esta obra já em andamento que prometo que muito em breve ela vai dar as caras por aqui.

Desculpa os erros e a demora em postar.

E fiquem ligados que em breve teremos     Anjo na Escuridão       que é a sequência desta obra.

Até lá, que tal dar uma olhada nas minhas outras obras?


Um beijo



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