As Dores
Começo a recobrar a consciência com o meu corpo sendo balançado para cima e para baixo várias vezes, uma dor dilacerante no meu tornozelo toma conta do meu corpo, me fazendo gemer de dor. Ao abrir os olhos consigo reconhecer o rosto de Matthew, que está me carregando e correndo rapidamente, entre as geladas gotas da chuva que caem em abundância no meu corpo, sinto uma em particular que aquece uma das minhas bochechas, que chega a ser reconfortante. Fecho os olhos tentando me concentrar em não pensar na dor torturante, mas perco a consciência novamente.
Abro os meus olhos lentamente, quando começo a acordar a primeira coisa que vejo é um teto escuro, com duas lâmpadas presas no suporte apropriado. A única claridade que alumbra o ambiente é a luz da lua cheia que brilha do lado de fora, iluminando as várias árvores ao redor do lugar que me encontro, mostrando uma vasta floresta. Uma brisa agradável toca meu rosto, deixando-me em um estado de nirvana. Olho para minha perna e meu tornozelo está engessado, suspendido em uma espécie de elástico, o que me dá um desespero, pois não lembro o que me aconteceu para ficar nesse estado. Na tentativa de me acalmar, dou uma rápida analisada no espaço para ver se vejo alguém por perto, então contemplo Matthew no canto da sala com os braços e pernas cruzadas, com a cabeça caída, cochilando, até o seu corpo cair pro lado lentamente e ele acordar rapidamente com os olhos piscando algumas vezes. Ele parece desnorteado até seus olhos encontrar os meus, pode ser impressão minha, mas Matthew parece aliviado ao me ver.
- Como está se sentindo? - Sua voz soa doce e gentil.
- Eu estou bem, mas o que aconteceu comigo? Eu lembro que saímos da caverna no meio da chuva, mas depois disso tudo parece embaçado.
- No meio da nossa tentativa de se abrigar logo, você acabou escorregando e despencou da ladeira alguns metros.
- Ah, isso justifica a minha perna engessada. - Olho para perna preocupada. - Os meus pais sabem que eu estou aqui?
- Sim, eu os avisei.
- Obrigada, Matthew. Não sei o que faria se a essa hora da noite eles não tivessem alguma notícia minha.
- Eu sei que os seus pais se preocupam bastante com você, ao contrário de outros pais por aí, por isso eu decidi avisá-los logo. - O jeito que Matthew fala me deixa curiosa. Ele parece incomodado.
- É verdade. Você sabe quanto tempo vou ficar com isso? - Aponto para o gesso.
- Eu vou chamar a enfermeira, ela vai te responder melhor, além de te falar o seu verdadeiro quadro.
Assento apreensiva.
"Espero que não seja nada grave."
Segundos depois Matthew adentra o quarto, seguido de uma mulher que aparenta ter seus 30 e poucos anos, vestida com uma blusa azul bebê e uma calça branca, com o cabelo preso em um coque, que eu julgo ser a enfermeira.
- Olá Charlotte, como você está? - Ela me comprimenta com um grande e bonito sorriso no rosto. - Eu me chamo Sophia. Estou responsável por você e vou fazer de tudo para fazer-la receber alta o mais rápido possível.
- É um prazer conhecê-la, Sophia. Eu estou me sentindo bem, apesar de sentir algumas dores pelo corpo e principalmente dificuldade para respirar, quando puxo o ar.
- Antes de mais nada, que escalagem perigosa foi essa que vocês foram fazer? Se querem fazer esportes radicais, que tomem cuidado, então. Você deu muita sorte, sabia? - Olho para Matthew na tentativa de entender sobre que Sophia estava falando.
-É, infelizmente as coisas não saíram como esperávamos.
- De qualquer forma, o desastre já aconteceu, então agora vou relatar seu quadro, Charlotte. Você sofreu alguns cortes e arranhões que necessitaram de pontos, você sofreu luxação no seu tornozelo esquerdo e fraturou duas costela. - Ela me mostra o raio-x de uma caixa torácica com uma costela de cada lado quebrada, que me deixa arrepiada.
- Enquanto vocês conversam, eu vou chamar Ada e Richard. Quando finalmente convenço os dois de comer alguma coisas, você acorda. - Ele fala com um leve sorriso no rosto. - Já volto.
- Seu namorado é muito carinho. Ele não quis sair do seu lado. - Ela diz enquanto ajeita o gesso no meu tornozelo.
- Ele não é meu namorado, só um amigo. - Digo com as bochechas quentes.
Ela me olha com um sorriso de canto, como se tivesse entendido alguma coisa.
- De qualquer forma, ele continua sendo um rapaz fofo. Você não viu o esforço que ele fez para convencer seus pais a descansarem, enquanto ele ficava com você, em contrapartida, os meus pais insistiram muito para ele ir para casa.
- Eu consigo imaginar a cena. - Rio.
- Bom, por hora é isso. Acredito que tirei as suas dúvidas e já fiz todos os cuidados necessários. Amanhã eu volto com o doutor para fazermos alguns exames e exercícios.
Segundos após a saída da enfermeira Sophia, meus pais adentram o quarto.
- Finalmente você acordou, minha filha. - Vejo minha mãe com os olhos cheios de lágrimas quase correndo em minha direção.
A verdade é que eu não sei o que falar. Ver os olhos da minha mãe desse jeito e meu pai suspirando aliviado, me deixa com uma dor no peito, sempre me esforcei para ser a filha perfeita e nunca preocupa-los. Eu sinto que devo muito a eles, e por isso não posso fazê-los sofrer.
Meus pais se aproximam de mim e sinto o calor dos seus corpos através do nosso abraço. Há algumas horas eu passei pelo momento mais aterrorizante da minha vida, e sentir a segurança que eles me passam através dos seus braços é um grande alívio.
Mesmo em um momento importante e gostoso como esse, me pergunto onde Matthew está e o vejo encostado ao lado da porta com a cabeça baixa e o rosto sério. Sua expressão me incomoda, ele parece estar sentindo muita dor, mas não física, mas sim uma em que nem eu e nem ninguém pode fazer um curativo e simplesmente curar, ele parece carregar muita dor e culpa. Sem fazer nenhum barulho, ele sai do quarto de mansinho e fecha a porta.
Levou quase dois meses para eu me recuperar por completo, o que foi realmente tedioso e preocupante, levando em conta que fiquei muito tempo longe da universidade e as provas estavam se aproximando.
Nesse tempo que fiquei internada, Matthew me visitava todo dia, mesmo eu falando para ele não se incomodar com isso e se preocupar com o que realmente deveria, que são as investigações acerca dos reais objetivos de Veyne. Sempre que eu tocava no assunto, Matthew desconversava falando rapidamente que ele estava cuidando de tudo e que não deveríamos falar sobre isso no hospital, pois não sabíamos se tinha alguém atrás da porta ou que poderia haver escutas pelo quarto, o que é paranoico demais até mesmo para Matthew, mas eu sei que ele apenas falava isso para eu não me angustiar. Conforme os dias foram se passando, eu finalmente entendi que Matthew culpava-se pelo que tinha acontecido comigo, porém eu nunca o confrontei sobre isso, sendo óbvio que ele nunca ia assumir.
Pelo menos duas vezes na semana Eva vinha me visitar também, e algumas vezes Laylah a acompanhava, mas seu real objetivo era Matthew, afinal ela apenas me perguntava como eu estava e ficava do lado de fora do quarto com ele, enquanto Eva e eu conversavamos. Eva me passava os assuntos da semana, e quanto tinha tempo, me ensinava algo que eu não havia entendido. Nesse meio tempo eu também entendi que Laylah não gostava de mim e perguntei diretamente a Eva sobre isso e ela confirmou-me abertamente, dizendo que Laylah tinha ciúmes de mim por conta do tempo que eu passava com Matthew.
Ao receber alta a primeira coisa que faço é ir para a aula. Tenho que correr atrás do prejuízo e resolver as pendências das provas de segunda chamava que vou fazer.
- Você sabe que se depender de mim, você não irá para a aula por pelo menos essa semana, certo? - Minha mãe fala desgostosa.
- Sua mãe está certa, não é porque você recebeu alta que já tem que resolver seguir normalmente sua rotina, tem que ser algo gradual.
- Eu entendo o lado de vocês, mas já me prejudiquei o suficiente nas aulas.
Meu pai suspira.
- Se você está tão motivada a ir para as aulas, então tudo bem. Não vai ser eu que vou te desanimar.
Minha mãe olha para sua família e sente que perdeu a discussão dessa vez.
- Tudo bem, mas você não vai dirigir. Se quer ir para aula, nós vamos deixá-la na Universidade e pede para Matthew lhe trazer de volta, tenho certeza que ele não vai recusar. - Ela me dá uma piscadela.
- Você fala como se ele não tivesse outra opção. - Suspiro.
- Ele realmente não tem. - Meu pai concorda. - Vamos.
Conforme o carro nos guia a nossa primeira parada, observo as várias árvores que há pelo caminho e não consigo parar de pensar no dia da caverna. Matthew foi pego de surpresa ao ver o cálice na mão de Veyne, que aparentemente sabia muito bem o que procurar na caverna. Com certeza Matthew entendia do que se tratava, e não vou aceitar o fato dele continuar escondendo isso de mim, hoje eu irei coloca-lo contra a parede e irei tirar todas as resposta que quero.
- Não esqueça de falar com Matthew, querida. - Desço do carro ao chegar em UA.
- Pode deixar. Bom dia de trabalho para vocês. - Sinto um grande alívio ao chegar à universidade.
Ao entrar no campus da universidade, consigo ver Eva adentrando o prédio de arquitetura.
- Eva! - Grito na tentativa de chamar sua atenção, mas só consigo alguns olhares curiosos.
Para não forçar o meu tornozelo, eu desisto de tentar correr atrás dela, fazendo com que só consiga falar com minha amiga na sala de aula.
- Charlie! - Eva exclama ao meu ver inesperadamente. Minha amiga vem quase correndo em minha direção e coloca meu braço esquerdo ao redor do seu pescoço.
- Eva, o que você está fazendo? - Pergunto arqueando uma de minhas sobrancelhas.
- Estou lhe ajudando a andar. - Ela me olha como se eu tivesse feito uma pergunta idiota.
- Agradeço a sua ajuda, mas não precisa. Consigo andar tranquilamente sozinha, apenas não posso abusar do meu tornozelo, como correr.
- Sendo assim, que bom que você recebeu alta. - Ela me mostra um sorriso iluminado.
- Bom dia, Charlotte. Estou feliz que tenha finalmente recebido alta. - Me assusto ao ouvir a voz de professora Dinah surgindo atrás de mim.
- Sim, obrigada professora.
- Você já foi resolver a situação das suas provas? Sei que ficou afastada das aulas por motivos de saúde, mas você não pode ficar para trás. - Ela fala com uma entonação dura.
- Irei cuidar disso mais tarde. Como cheguei em cima da hora, não queria perder mais nenhum segundo de aula.
- Muito bem. - Ela toca em meu ombro e entra na sala. Seu toque frio me estremece, deixando-me hesitante.
Ao resolver a questão das provas de segunda chamada, vejo Eva me esperando do lado de fora da coordenação do curso.
- Achei que você já tinha ido embora. - Começamos a andar em direção a saída do prédio.
- Quero te acompanhar até seu carro. Me sinto mais segura sabendo que você não vai ficar propicia a machucar seu tornozelo nem nada do tipo, afinal, - Ela parece se tocar de alguma coisa. - Você está podendo dirigir?
- Infelizmente não, por isso meus pais que me trouxeram. Por sinal, obrigada por me lembrar, tenho que pedir para Matthew me dar uma carona até em casa. Ordem dos meus pais. - Já não é mistério para ninguém minha amizade com Matthew. Se ele não se importa com que as pessoas nos vejam juntos, não sou eu que será contra.
- Falando no diabo, olha quem está ali. - Olho para onde Eva aponta, e posso reconhecer a jaqueta de couro preta de Matthew, que entra em um depósito da universidade.
- Eu vou falar com ele, então. Até mais, Eva. - Abraço-a e começo a andar em direção ao depósito.
Ao chegar perto da porta que Matthew entrou, consigo ouvir vozes, sendo as duas conhecidas.
- O que você quer comigo? - Mesmo Matthew perguntando de modo grosseiro, posso sentir afeição nas suas palavras.
- Eu queria saber como você estava. Fazia tanto tempo que não nos falamos. - Uma voz feminina fala sedutoramente, o que me faz fremir.
- Não esqueça que foi uma decisão sua, professora Dinah.
- Por que está falando tão formalmente, querido?
- Porque no momento nossa relação é de professora e aluno.
- Nós podemos mudar isso, se você quiser. - Lembrar da história do passado de Matthew e Dinah, juntamente com as palavras persuasivas dela, me fazem querer procurar algum meio de enxergar o que acontece do outro lado das paredes. Tomo a decisão de abrir a porta de fininho e vejo Dinah a poucos centímetros de distância de Matthew com a mão em seu rosto, querendo beijar-lo. Vê-los em tal situação me deixa nauseada, apenas querendo sair desse depósito. Mesmo tonta, tomo cuidado ao sair do armazém e não atrair a atenção deles.
Penso em esperar Matthew no estacionamento, mas com os pensamentos confusos e os olhos cheios de lágrimas decido ir andando para casa. Andar é um ótimo método para limpar a mente, ou para se perder ainda mais em pensamentos detestáveis.
Após andar alguns metros, começo a sentir algumas fisgadas no meu tornozelo, deixando-me muito desconfortável e tentada a engolir meu mau humor e chamar algum táxi.
Ouço duas buzinadas leves e seguidas atrás de mim.
"Ótimo, tudo que eu precisava agora era de algum idiota buzinando pra mim" - Penso irritada.
- Charlotte! - Reconheço a Suzuki Vitara prateada que para ao meu lado. - O que você está fazendo aqui? Por que não me disse que tinha recebido alta? - Matthew desce do carro e vem em minha direção.
"A última pessoa que eu queria ver agora era Matthew!". - Penso com os olhos cheios de lágrimas novamente.
Decido voltar a andar e ignorar Matthew, o que faz com que as fisgadas fiquem mais fortes.
- Você está chorando? - Rapidamente Matthew me alcança, mantendo o mesmo ritmo que o meu, visto que estou andando devagar na tentativa de amenizar a dor.
Continuo andando sem responde-lo.
- Por que você não está me respondendo, Charlotte? - Tropeço ao sentir um choque no tornozelo, fazendo-me gemer de dor. Ele tenta me ajudar a levantar, mas afasto a sua mão e volto a andar, mesmo mancando.
- Tudo bem, não vou insistir para você me contar o que aconteceu, mas pelo menos me deixa te levar em casa.
Assento relutante e deixo Matthew me ajudar da mesma forma que Eva quis fazer mais cedo. Ele abre a porta do carona para mim e logo vai para o lado do motorista.
- Beleza, que porra é essa? - Matthew fala grosso e irritado. - Eu tento falar com você, mas sou ignorado, eu tentei te ajudar e você simplesmente não quis. Eu quero saber se estou lidando com uma criança. Se tem algum problema comigo, pode falar. - Seus olhos bordô irado me fitam como se quisessem me estilhaçar, mas posso ser tão irada quanto ele se me cutucar.
- Que tal perguntar para a professora Dinah? - Deixo meu tom de voz tão alto quanto de Matthew, deixando claro minha ira.
- O que você quer dizer com isso? - Ele parece confuso.
- Nada. - Após uma "pequena" explosão, consigo manter a calma. - Encosto minha cabeça no vidro e fecho a cara.
Sinto Matthew me encarando por alguns segundos, mas logo em seguida escuto o som do motor.
O percurso até minha casa foi completamente silencioso, em momento algum Matthew tentou puxar assunto ou fazendo mais perguntas sobre o ocorrido.
- Está entregue. - Para minha surpresa, Matthew fala normal, sem nenhum pingo de aborrecimento.
- Me desculpa. Estou com os sentimentos a flor da pele por causa da TPM. - Ver Matthew relevando o meu surto me faz ficar com peso na consciência, então invento uma justificava para poder me desculpar. Por medo da reação de Matthew, não posso falar que o vi escondido com Dinah.
Entro correndo em casa e desabo no chão. Sinto meu rosto quente e lágrimas de frustração escorrem atingindo meu colo.
É patético eu estar gostando do Matthew, nós nos conhecemos pouco mais de três meses. Eu nunca acreditei nesses amores rápidos, para mim isso nunca passou de paixão, algo banal e carnal. Talvez por tudo que vivi com Matthew nesses últimos meses ser uma loucura, eu acabei inventando algum sentimento, mas ao mesmo tempo eu não consigo parar de pensar nele, nas vezes que ele me protegeu, foi cuidadoso comigo, gentil e se preocupou. Ver a cena de Dinah indo beijá-lo destruiu meu coração, mais ainda porque eu sei que eles se beijaram e agora estou morrendo de ciúmes. Não posso negar que Dinah ainda ocupa grande espaço no coração de Matthew e eu nunca chegarei aos seus pés. Somos mulheres completamente diferentes. Comparada com Dinah, uma mulher sensual e sexy, eu ainda sou apenas uma garotinha sem graça e sem nenhum ponto interessante. Matthew nunca me verá com outros olhos.
Começo a rir desiludida. Tive meu coração quebrado pela segunda vez.
"Bem feito, Charlotte, quem mandou você se apaixonar por alguém que você nem conhece direito? Com o tempo o certo é nós amadurecemos, mas parece que sua eu do passado era mais inteligente." - Torturo comigo mesma.
Enxugo minhas lágrimas que ainda queriam cair e meu rosto com a mão.
- Vamos lá, Charlotte. Agora você vai almoçar e começar a fazer suas próprias investigações, já que o resmungão não quer te contar nada.
Vou até a cozinha, começo a remexer no congelador e encontro uma lasanha.
- Dia de sorte! - Coloco a lasanha no congelador, seleciono o tempo e espero até estar pronta.
Normalmente eu almoço sozinha na cozinha, porém hoje vou almoçar no meu quarto. Coloco minha bolsa, juntamente com a pequena bandeja com a lasanha em cima da cama e começo a arrumar a minha escrivaninha Self, em outras palavras, jogo todos os papéis e livros no chão, deixando apenas meu notebook e meu caderno de anotações, abrindo espaço unicamente para meus estudos de tudo que acontecera nos últimos três meses.
Tiro a roupa que estava usando e coloco um short de moletom cinza e uma blusa folgada preta, deixando um lado da manga caída no meu ombro e amarro meus cabelos castanhos em um longo rabo de cavalo ondulado.
Começo a encarar a lasanha por alguns segundos, e às vezes ela também parece me encarar.
- Não tem como eu usar o cérebro se o corpo implora por comida, né? - Sento a mesinha e devoro minha lasanha sem rodeios, visto que passei por algumas situações de puro estresse e não comi mais nada desde o café de manhã.
Algumas horas se passam e eu já tenho um painel com as informações que reuni sobre Angela, as letras avulsas que encontrei no buraco no meio da floresta e um desenho que fiz do cálice dourado, apenas como uma representação para colocar no painel.Com uma linha comprida e alguns alfinetes fiz uma linha do tempo interligando todos os dados. Sendo filha de policiais, principalmente um deles trabalhando como investigador, é natural eu adquirir certos artifícios.
Olho orgulhosa para o painel, quando de repente toca a campainha de casa.
Desço as escadas, abro a porta e me surpreendo ao ver Matthew parado em frente a minha casa.
- O que você está fazendo aqui?
- Não posso deixar minha colega de investigações sofrendo com TPM. - Ele sorri como se tivesse feito algo maravilhoso. - Eu trouxe algumas coisas que acho que podem te ajudar.
Olho para sua mão, que está carregando uma sacola transparente com um pote de sorvete, algumas barras de chocolates e mais algumas guloseimas.
Minha boca se curva em um leve sorriso, acompanhado de um curto suspiro.
- Entra. - Saio da frente da porta, abrindo caminho para Matthew. - Quer assistir um filme? Geralmente é um ótimo acompanhante para esses doces.
- Por mim tudo bem.
- Pode sentar aí. - Aponto para o sofá e pego o controle da TV, ligando-a. O programa que aparece é um jornal.
- Há uma semana, um grupo de escaladores encontraram dois corpos em avançado estado de decomposição, no meio da floresta de Achaiah, as margens de Angel's Land. Os documentos encontrados nos corpos revelam que são Haniel Byrne e Raguel Murphy. Hoje, a polícia, juntamente com o Canal 6, fazem um apelo a você do outro lado da tela: Se souber de qualquer informação que possa ajudar a polícia a descobrir os culpados por trás desses assassinatos, entre em contato com o número abaixo.
- Matthew. - Desligo a TV.
- Eu sei, a gente tem impedir os objetivos de Veyne e sua gangue. Já sabemos que eles passam por cima de qualquer um que tentar atrapalhá-los.
- Não é isso que eu ia dizer. - Viro em direção de Matthew e o encaro firmemente. - Você vai me contar tudo que sabe sobre Angela.
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