A surpresa

Capítulo 16

– A surpresa

Zack

No dia seguinte pela manhã, acordei e fui tomar café da manhã, a Rachel tem que pagar pela cabana que Mary nos vendeu, então temos que sair cedo hoje.

Quando acordei a Ray já estava preparando um lanche para nós na cozinha, fui até onde a Rachel estava fazendo o nosso lanche, eu me sentei na mesa e fui logo lanchando também.

Lembrei que um pouco antes do inverno acabar, ela passou a comer mais e às vezes acabava vomitando, acho que ela tem que se cuidar melhor, não quero que ela fique mal comendo comidas que não lhe fazem bem.

– Ray, tem que ter mais cuidado com essas comidas que você anda fazendo e comendo, se lembra que te fez mal?

– Ah, Zack, isso não é nada de mais… eu apenas estou comendo o que gosto!

– Se continuar desse jeito vai ter que ir ao médico… e eu não quero você no hospital!

– Hospital? Isso nunca vai acontecer, bobinho! E agora eu quero que se comporte para poder darmos um passeio na cidade, okey?

– Tá bom! Mas vou levar o meu facão dentro da bota!

– Eu vou levar minha arma na bolsa, mas isso não quer dizer que vamos matar ou roubar! Vamos apenas aproveitar e se encontrar com a Mary.

– Ah, que droga!

[...]

No trabalho da Mary, a Ray deu o dinheiro da venda da cabana que compramos, elas começaram a conversar de novo, então eu sai pra fora indo ver ao redor.

Até que vi a camionete estacionada perto dali, a cabana onde nós estamos é meio isolada e longe, só dá pra estacionar aqui, essa parte da praia é a menos frequentada, até que é um lugar bem escondido e muito chato.

Tem poucas pessoas que moram aqui, enquanto caminho pela rua, as pessoas não ligam pra mim e parecem não me reconhecer.

Voltando para buscar a Ray, vejo um parquinho com algumas crianças brincando lá, sem me importar passei andando às pressas, quando sou atingido por um bolada na cara inesperadamente.

– QUE DROGA!!! QUEM JOGOU ESSA MERDA EM MIM!?

As crianças ficaram surpresas com a minha irritação e com medo, me veio aquela vontade de ver sangue escorrendo. Mas mantive a calma, pois são apenas inocentes crianças.

Até que uma delas veio até um pouco perto de mim, e pediu a bola de volta.

– Desculpe-nos, senhor! Pode nos devolver a bola, por favor! – disse uma pequena garotinha, com seus belos cachos dourados, o que me fez lembrar da Ray. Eu devolvi a bola chutando em direção aos garotinhos que ficaram apenas olhando de longe a atitude de sua colega, e tentei me controlar para não gritar. – Obrigada, senhor! – ela disse agradecendo, me olhando estranha. – Por que o senhor é cheio de faixas?

Que droga! As crianças são muito chatas! Era  só o que me faltava!

– NÃO INTERESSA! – eu respondi, e sai andando para bem longe.

Droga de cacetes pirralhos!

Quando voltei não achei a Ray, eu procurei por ela e quando achei ela estava vestida igual a Mary.

– O que é isso? – eu perguntei, vendo-a daquele jeito.

– Vou trabalhar aqui com a Mary, estão precisando de mais uma garçonete. – ela respondeu.

– Hãn!? – eu fiquei surpreso.

– Vou ficar meio período, é só pra mim ajudá-la quando for preciso.

– Você não precisa disso!

– Vá se divertir, só não seja pego! Já eu vou ficar até de tarde, venha buscar depois.

Bufei de raiva e saí de lá dando as costas a ela, fui indo em direção a pequena ponte que tinha alguns barcos presos, fiquei olhando o mar e as ondas, o vento forte no meu rosto, a maior parte do tempo fiquei ali.

De longe aparece um homem idoso, vindo num pequeno barco que é uma canoa.

Levei a minha mão até a bota e retirei a faca escondida, coloquei na cintura facilitando quando fosse entrar em ação para matá-lo.

Sem dar importância ao velho, por um momento olhando pra ele me veio lembranças de quando o velhinho cuidou de mim quando criança.

– Rapaz, pode me ajudar aqui!? – o velho perguntou, com a canoa cheia de peixes em algumas cestas. Estava refletindo, mas ele interrompeu meus pensamentos. Olhei para ele e desci para ajudá-lo, não sei porquê mas ajudei. – Muito obrigado, meu jovem! – ele me agradeceu, indo embora carregando as cestas de peixes.

Olhando ir embora, vejo a Ray, está vindo ao meu encontro, ela vê o velho levando as cestas de peixes com dificuldade e o ajuda.

Não o suficiente ela olha pra mim, logo entendi o que aquele olhar quis dizer e fui ajudar também.

O velho pediu minha ajuda antes mas eu não quis, já ela é outro nível ou motivo.

– Muito obrigado, meus jovens! – o velho nos agradeceu.

– Por nada senhor! – Ray disse ao velho.

Eu só fiz jogar as cestas no chão e sai andando logo, sem falar nada.

Na cidade, fui andando pela calçada, a Ray veio logo depois tentando me alcançar.

– Zack, me espere!

– É só continuar andando!

De novo vou ter que passar naquele parquinho, se as crianças ainda estiverem lá eu vou matá-las… espera.. não mato crianças...

Olhei e vi que as crianças já não estão mais lá, e começa a entardecer, o pôr do sol está mostrando que logo vai anoitecer.

– ZACK!

Me virei com aquele grito me chamando, era a Ray um pouco distante de mim.

– O que foi?

Ela vai até o parque e senta num balanço, a caminhada até a casa do velho foi meio longe mas não tão longe assim, provavelmente deve ter ficado um pouco cansada.

Reparei que ela estava meio diferente, me abaixei de frente a ela no balanço olhando em seus olhos na esperança de ver vida, porém ainda estavam vazios.

Ela passou a mão alisando meu rosto, me olhando fixamente com um sorrisinho.

– Zack… eu tenho uma surpresa pra você….

– O que seria essa surpresa?

– Já imaginou… hum… como eu posso te falar….

– Só fala logo!

– É…. é que…. nunca tivemos com crianças… e se por acaso a gente ter uma?

– O quê?

– Sabe como é… eu e você…

– Ainda não entendi!

Ela abaixa a cabeça, e se segura nas correntes do balanço. Ray suspira levantando a cabeça e olhando meio sem jeito pra mim, mas eu ainda não tinha entendido o que ela quis dizer.

Crianças? O que será que ela quis dizer com isso?

– Estou esperando você falar, Ray.

– Zack…. eu estou grávida. Vamos ter um filho ou uma filha...

Nessa hora fiquei em choque. Me veio várias coisas na minha cabeça; um milhão de pensamentos incessantes de tudo.

Lembrei de quando a salvei daquele prédio, e lembrei-me de quando fugimos floresta a dentro, lembrei do nosso primeiro beijo e da nossa primeira noite de prazer, lembrei de praticamente TUDO.

Eu realmente não esperava por essa!

– Nosso relacionamento… vai nos dá um membro… a gente vai ser uma família Foster. – ela disse a mim meio receosa.

Não falei nada a ela, porque ainda estava assimilando tudo.

As suas bochechas começa a corar e ela finalmente termina de me explicar tudo, fazendo eu entender.

– Todas aquelas noites que a gente quase não dormia…. acabou acontecendo isso…

Fiquei meio com vergonha quando ela falou isso, depois de ter entendido o que ela quis dizer, eu apenas a puxei pra perto de mim e lhe beijei.

Essa é a melhor coisa que podia acontecer a nós...

Ray

Após revelar ao Zack que estou grávida, ele ficou em silêncio e apenas me beijou. Foi um gesto muito lindo de sua parte, pois compreendeu a nossa situação.

Já anoitecendo, fomos para a cabana, caminhando pela praia.

– Quando descobriu?

Zack finalmente fala algo a respeito, enquanto segurava a minha mão, estamos andando de mãos dadas.

– Hoje a tarde. Mary suspeitou dos meus mal estar, ela concluiu que fosse gravidez.

Ao chegar na cabana, Zack fechou a porta e me abraçou por trás.

Não esperava que ele fosse reagir assim, mas até que é bom. Em meio aos beijos chegamos no quarto, onde logo ficamos deitados sobre a cama.

Sem pressa, ele retira a minha blusa, observando a minha barriga.

– Ainda vai crescer.. – expliquei, olhando-o ao meu lado.

Zack deixou um pequeno beijo na minha barriga, depois deitou-se ficando em cima de mim.

– Só pra garantir que seja realmente isso, vamos fazer valer a pena…

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