A casa
Capítulo 2
— A casa
Zack
Chegando no lago, fomos logo beber água, pois estávamos com muita sede, a correria até aqui foi muito exaustiva.
De repente percebi que a Rachel está olhando pra uma direção meio desconfiada, olhei pra onde ela está olhando e não vejo nada.
– O que você está vendo? – eu a perguntei curioso.
– Parece que… tem uma casa ali. – ela respondeu, apontando para frente.
Eu fui atravessando o lago, chegando do outro lado, olhei para o meu lado e não a vejo. Então eu olhei pra trás rapidamente, e vejo que ela nem saiu do lugar.
– Venha até aqui! – eu disse, chamando ela, meio irritado. Mas ela não falou nada, e continuo só olhando pra mim parada. Deixei a minha foice no canto do lago, e fui atravessando novamente já irritado com ela. – Cacete! Por que você não atravessou também!? – eu a perguntei chateado.
Ela respondeu que ainda estava cansada e que não sabia nadar, não queria molhar o vestido, e estava descalça.
...
Ray
Assim que Zack me pegou no colo, e foi atravessar o grande lago, percebi que o lago é meio fundo, pois a água estava na cintura dele, mas ele fez de tudo pra que eu não me molhasse, me levantando mais ainda, e fui passando meu braço pelo seu pescoço para me apoiar.
Chegando do outro lado, vejo que ele ficou irritado e cansado, enfrentar a correnteza do lago e ainda me carregando deve ter o deixado mais cansado.
Olhando para todos os lados, vejo que a casa é de alto e baixo, começo a ir andando pra ver mais de perto, tem muitas árvores atrapalhando a minha vista.
Atrás de umas das árvores, olhei bem pra casa e acho que está abandonada.
Sinto a presença de alguém atrás de mim, quando eu vi que era o Zack vendo a casa também, ainda bem que a lua estava cheia e assim eu pude enxergar na floresta, na verdade as florestas de noite são muito escuras, graças a Lua cheia dá para enxergar com a luz do luar.
Eu me virei, e olhei para o Zack que estava curioso com aquela residência numa floresta.
– Zack, vamos até aquela casa e nós passaremos a noite... acho que está abandonada. – eu disse a ele, observando atentamente a casa.
– Sim! – ele confirmou, e saiu andando em direção a casa.
A casa é bem suspeita, vejo o interior através de uma das janelas, até que tem móveis e tudo mais.
Vou até a porta e tento abri-la, entrando na casa tudo está em perfeito estado, meio desgastados mas bem conservados.
Me viro e começo a olhar e procurar por Zack, e não o encontro.
– Zack?
Escuto um barulho e vejo que ele está na cozinha, ele tinha achado uma cesta com frutas e estava comendo.
Zack pegou uma maçã e me deu pra mim comer também, então ficamos comendo ali.
Comemos todas as frutas que estavam na cesta, estava muito suculentas, eram frutas frescas.
…
Zack
Comendo as frutas, vejo que acabou, então eu comecei a andar pela casa à procura de alguém. De repente uma luz se acende, escuto vozes e percebo que não é a voz da Rachel.
Saindo correndo em busca da Ray pra saber o que aconteceu, a encontro com uma senhora idosa, rapidamente empunhei minha foice em direção a velha.
– Zack! Pare! – a Ray falou, assim que me viu prestes a atacar. – Esta senhora não vai nos machucar!
– Será mesmo?! Eu acho que não! – digo, apontando a foice na velha.
Foi quando a Rachel se virou pra velha, e começou a falar: – Desculpe-nos por entrar em sua casa desse jeito.
– Sem problemas, querida. Faz tempo que ninguém vem aqui, vai ser um prazer receber vocês dois aqui. – a velha falou pra Rachel, e se virando pra falar comigo. – Ei, rapaz, abaixe essa arma! Não está vendo que eu sou apenas uma senhora!?
– Zack, pare com isso e baixe a arma logo, por favor... – a Ray pediu.
Coloquei a foice no meu ombro, mas continuei olhando-a de modo intimidador.
…
Ray
– Venham! – a senhora disse, passando ao lado de Zack sem medo, descendo as escadas. – Eu vou fazer um lanche pra vocês.
Descendo a escada, eu vejo que Zack me encara sério. Retribuindo o olhar, eu chego até perto dele.
– Vamos… é só uma senhora, não vai acontecer nada. – eu disse a ele, e descendo a escada também.
Chegando na cozinha, me sentei na mesa, e fico olhando a senhora preparar algo pra mim e o Zack comermos.
Quando Zack chega, ele sentou-se ao meu lado. Olhando pra ele, vejo que não está com a foice, tinha deixado no chão.
– Por que a senhora mora nesta casa no meio da floresta? – eu perguntei para a senhora, curiosa por alguém idosa como ela morar num lugar assim.
Colocando uma chaleira no fogão, ela veio até nós.
– Bem meus jovens, não gosto da cidade, prefiro aqui que é mais tranquilo e longe de todos. Meus filhos raramente vem aqui me visitar, pois é meio difícil chegar até aqui. Não estamos tão longe da cidade, acho que fica há um quilômetro de distância daqui. – a senhora explica, e voltando ao fogão para preparar algo.
Fiquei surpresa com essa ideia da senhora morar em lugar isolado, é bem incomum.
Retornando a mesa onde eu e Zack estava a sua espera com os lanches, a senhora nos traz dois copos de leite, e dois sanduíches, e continuou a falar, enquanto a gente comia.
– Não é todo dia que eu recebo visitas, às vezes me sinto muito solitária, meus filhos só vem no dia do meu aniversário, eles são formados e moram em outra cidade. Antes eu morava nessa cidade aqui de onde vocês vieram, mas quando eu ainda era jovem com meu marido e meus filhos, decidi mandar fazer uma casa nessa floresta não muito longe da cidade, mas como a casa é um pouco longe da cidade demorou para que a terminasse logo. Depois de alguns anos meu marido faleceu e meus filhos arranjaram emprego em outra cidade, então decidi vir pra cá. – disse a senhora, nos contando tudo e esclarecendo a minha dúvida quanto a sua residência isolada nesta floresta.
Quando a senhora retirou os copos e pratos pra lavar na pia, o Zack veio até perto do meu rosto.
– se essa velha continuar falando, eu juro que mato ela. – Zack sussurrou no meu ouvido, um pouco irritado.
– ela está nos ajudando, e ainda por cima deu comida pra nós. – eu digo a ele, sussurrando também.
Olhando para o relógio, vejo que já está tarde, são meia noite. A senhora nos chama para acompanhá-la, e indo para o outro cômodo da casa, ela nos trouxe até os banheiros, logo percebi que ela reparou no estado em que eu e Zack estava: Zack está molhado e sujo de sangue, já eu estou com o meu vestido meio sujo de terra por causa da correria horas antes e com os pés só lama por está descalça.
Vejo que Zack fica olhando pra prateleira do banheiro, cheguei até ele para verificar se há algo errado.
– O que foi, Zack?
– Pra que serve isso aqui!?
Ele apontou para os produtos da prateleira.
– Shampoo e condicionador, pasta e escova de dentes, são materiais de higiene pessoal.
Mesmo assim ele continuo em dúvida, então eu apontei para as coisas e fui lhe orientando.
…
Zack
Vendo aquele local minúsculo com coisas pra gente usar para se limpar como a Rachel me explicou, saindo do banheiro a velha chega com roupas que parece com pijamas, entregou pra mim e a Ray. A Ray entra em um dos banheiros, e a velha manda eu ir no outro.
Saindo do banheiro depois de ter tomado um banho bem tomado, sinto que meu cabelo tá cheiroso e as roupas são muito confortáveis.
Ajeitando meu braço colocando umas faixas novas que a velha me deu pra trocar, já quase terminando de me enfaixar, vejo a Rachel saindo do outro banheiro, ela me viu ajeitando as faixas no meu braço.
– Zack, quer ajuda com as faixas?
– Não, já estou acabando! – a respondo, não querendo a ajuda dela.
…
Ray
Assim que saí do banho, fui verificar se Zack queria a minha ajuda com as faixas, mas ele não quis, então fui atrás da senhora e a encontro cochilando na sala.
Nessa hora o Zack chega, e acabou fazendo um barulho que acordou a mesma.
– oooh.. estava dando um cochilinho enquanto esperava vocês! – a senhora disse, se acordando e sorrindo simpática.
Ela pegou nossas roupas sujas e disse que ia lavar, depois mandou nós irmos dormir e nos levou a um quarto.
Chegando no quarto, só tinha duas camas de casal.
– Pronto, aí está! Durmam bem! – a senhora disse, saindo em direção ao outro quarto no fim do corredor.
Eu fui acompanhar a senhora até seu quarto, pois reparei que ela já estava muito sonolenta.
– obrigada querida!
E fechou a porta do quarto, indo dormir.
Voltando ao quarto para dormir, vejo que Zack tinha arredado as duas camas pra ficarem juntas.
– O que você fez?
– Eu juntei nossas camas. Vamos dormir juntos.
– Tudo bem.
Me deitei na cama respirando fundo, pois essa noite foi muito cansativa.
Quando de repente o Zack me embrulha com o cobertor, se deitando de frente pra mim.
– Boa noite, Zack... – falei bocejando, e fechando os olhos já com muito sono.
– Boa noite, Ray.. – falou com os olhos fechados, e adormecemos.
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