Capítulo 39 - Medo...

Foi como se a Rachel visse em câmera lenta quando ela olhou aquele beco escuro.
- Zack para! - ela pediu fazendo ele olhar de relance e depois parar a moto um pouco mais a frente.
- O que houve? - Ele perguntou, viu que ela tinha descido da moto, foi indo até o beco, ele foi atrás dela, onde viu uma pessoa no chão sentada que parecia está dormindo. 
Ela se abaixou para ficar na altura, quando o Zack chegou bem perto dela pra olhar o que era. Ele se surpreendeu que era um menino que aparentava está com uns 8 anos.
- Porque ele está aqui? - a Rachel se perguntou olhando pro os lados e vendo aquele menino sozinho naquele beco. - Ei! Garotinho, acorde? - ela tocou no seu ombro do menino. 
Ele abriu um dos olhos que se revelou ser um azul bem frio. O menino acordou meio zonzo focou nas duas pessoas que apareceu ali, pois ele pensou até que fosse miragem, que as pessoas tivessem encontrado e viu que não era o que ele imaginava.
A Rachel pegou a sua mão no ar e viu resquício de queimaduras e arranhões nos dedos. Enquanto o Zack olhou pro seus pés e estava do mesmo jeito que suas mãos.
- Vamos levar ele. - a loira disse pro Zack que nem falou nada e pegou o menino pequeno no colo.
- Vamos logo, antes que torne perigoso ficar aqui. - ele caminhou olhando para ruas desertas e ela seguiu atrás pra o veículo que estava estacionado.
….
Minutos depois.
Dentro da loja, no quarto.
O Zack colocou o menino na cama, quando a loira acendeu a luz do ambiente, eles ficaram chocados pela aparência dele. Ele tinha albinismo, cabelos quase brancos, meios sujos de poeira e terra, pele pálida cheia de ciatrizes, principalmente ele está bastante machucado.
- Zack! - ele a olhou quando a Ray a chamou pra si. - Prepare uma comida pra ele, vou limpar e cuidar dos seus ferimentos.
Ela tirou o Rômulo da mochila e colocou no berço, enquanto o garoto foi fazer o que ela pediu. Ela decidiu tirar a roupa daquele menino que estava toda rasgada e suja.
….
Muito tempo depois, o menino acordou e viu que tinha uma pessoa enfaixando seus dedos e quando ele focou na pessoa. Se surpreendeu pois aquela mulher que ele achou ser miragem era de verdade parecia um verdadeiro anjo, a Rachel percebeu que ele acordou e ficou a observando.
- Olá! - ela viu que ele ficou meio receoso com ela pois apertava o lençol que cobria ele. - Não tenha medo de mim, eu e meu parceiro te encontramos machucado em um beco. Pelo visto passou por maus bocado, né?
- Pa-passei…
- Eu me chamo Rachel! - ela tocou no seu peito se apresentando. - Fui eu que cuidei de você. 
Ele olhou para si mesmo e viu que era verdade, ele se sentou e foi no momento que ele estava só de cueca.
Ele cobriu de vergonha, que fez a loira rir da vergonha do menino.
- Não tenha vergonha, joguei fora aquela roupa, mas tenho uma muda nova aqui quando eu era menor. Mas acho melhor vestir amanhã, por que você vai se banhar melhor e usará depois essa nova roupa.
Ela entregou uns panos pra ele que estava em cima da cama.
- Obrigado… me cha-chamo Ethan… - ele se apresentou, ele via que podia confiar nela.
- Prazer Ethan! - ela o cumprimentou, foi nesse momento que escutaram um choro pequeno.
A Rachel se levantou da cama, indo pra um berço vendo o Rômulo chorando. O Ethan ficou surpreso vendo aquele bebê no seu colo, depois deixando ele mamar no seio dela.
- Está com bastante fome meu pequeno. - ela se virou trazendo ele até o garoto e se sentando na cama de frente a ele.
A Rachel percebeu que o garoto ficou triste como se lembrasse de algo, nessa hora o Zack veio com um copo de leite com um sanduíche em uma bandeja.
- Tsc… o garoto já acordou? - Zack falou chamando atenção dos dois, o Ethan ficou com muito medo vendo o Zack, ele pensou que tinha sido uma miragem também mas ele também era real.
O Ethan nunca viu um homem daquela maneira, grande, forte e que transmitia medo só da sua presença. Ele se encolheu na coberta que fez a loira perceber.
- Zack não o assuste. - ela avisou vendo que seus cabelos longos escondia um dos seus olhos estando de cabeça baixa.
- Agora a culpa é minha se ele tem medo de mim! - ele chegou do outro lado da cama pra se sentar, dando o lanche pra ele que olhava surpreso. - Não vai comer? Então eu…
Nem deixou terminar, foi arrancada da sua mão com muita pressa, começando a comer como tivesse passado dias sem comer. O Zack via que ele estava desesperado comendo, se lembrou dele quando tinha muita fome e vivia na rua. 
- Quanto anos você tem? - a loira perguntou ajeitando o Rômulo no seu colo.
- Te-tenho… oito… anos… - ele falava comendo e bebendo o copo de leite.
- Garoto? - chamando atenção do menino pra ele. - Você sofria violência?
Nesse momento o Ethan parou de comer e olhando pra si mesmo.
- Sim… o meu pai não gostava da gente… - ele começou a chorar. - Ele dizia que eu era um monstro, mas eu não sou!
Os dois ali se olharam, deixando o menino continuar a sua história. 
- A mamãe sem-semple… me protegia, ela me dizia pra eu correr enquanto o papai machucava ela. Eu tentei salvar ela, mas o que eu poderia fazer… sou muito pequeno... no final... escutei en-enquanto fugia um tiro...
A Ray sabia o que tinha acontecido só com as palavras daquele menino, aconteceu do mesmo jeito que seu pai matou a sua mãe.
- Ele também te batia? - perguntou Ray curiosa.
- Sim… ele me batia só porque eu era diferente, ele culpava a mamãe por ser diferente. Algumas vezes quando chegava bêbado em casa, ele me batia sem ter feito nada.
- Eu sei como é… - falou Zack em seguida, chamando atenção do menino pra ele. - Você fugiu por esse motivo.
Viu que ele tinha feito não com a cabeça, mas não quiseram pressionar o garoto.
- Teve um dia que o papai…
- Não chame esse escroto de "pai", isso não é ser pai! - Zack respondeu bravo.
Fazendo o menino se encolher de medo dele.
- Ethan! - a Ray chamou atenção dele e tirando a bandeja do colo do menino. - O que Zack falou é verdade, um pai de verdade protege e cuida.
- Ele… sempre me odiou! - ele começou dizer chorando e enxugava o nariz. - Ele me falava que eu não tinha merecido de nascer com essa doença. 
- Ray!? - o Zack chamou atenção sem olhar pra ela. - O que ele têm?
- Ele tem… - quando uma coisa chamou sua atenção ela levantou seu cabelo que cobria o seu rosto do lado direito, que revelava um olho castanho. - Nossa! Você tem heterocromia, é raro.
- Não! - ele escondeu o cabelo para tapar o olho. - Eu sou monstro.
- Zack! Ele tem heterocromia ao mesmo tempo albinismo! Isso é muito raro de ser visto. - ela olhou pro Ethan que estava com muita vergonha. - Você é muito bonito, sabia!?
- Eu… sou!? - ele levantou o rosto pra olhar a Rachel que tocou de ombro com o do Zack que puxou os seus cabelos pra mostrar mais evidência os seus olhos.
Nessa hora o menino ficou surpreso, ele pensava que era único de ter cor de olhos diferentes mas na verdade ele não era único, existia outras pessoas como ele.
- Viu! Você não está sozinho, tem muitas pessoas que são parecidas com você, não tem motivos pra se envergonhar e sim tem que ter sorte, pois você nasceu especial. - a Ray falou aquelas palavras que fez ele se lembrar da sua mãe que dizia que para ela, ele é o menino mais bonito do mundo.
- Mamãe me dizia isso sempre. - sorria se lembrando dela.
- Ela estava mentindo? - o Zack o perguntou.
- Nunca, ela dizia com coração… antes dela morrer…
Ele olhou pra suas mãos, a Rachel chegou perto dele, se sentando ao seu lado.
- Você é como nós, não temos família! Fomos abandonados pelos nossos próprios pais quando éramos mais novos, mas agora nós dois estamos juntos e você está com a gente agora.
- Então eu posso chamar vocês dois de papai e mamãe? - ele os perguntou meio receoso.
- Pra mim não tem problema, mas e você Zack? - a loira respondeu e depois olhou para o Zack
- Tsc… vou ter que deixar já que o Rômulo um dia vai me chamar de pai.
- Viu, ele deixou! - ela respondeu feliz, fazendo o garoto se alegrar.
….
Minutos depois…
No quarto do Emanuel…
Ray tem certeza que devemos deixar o Ethan com Rômulo? - ele a perguntou quando via ela ajeitar o pijama e depois olhou pra ele.
- Ele vai perceber que confiamos nele para deixar com o bebê, isso vai fazer ele ter responsabilidade e vai querer ganhar a nossa confiança. 
- Algumas vezes eu duvido das pessoas. - Ele falou sério. 
- Zack… nem todas pessoas são ruins, são os passados das pessoas que moldam o que são hoje, viu com a gente que não queremos mais viver no passado? Só queremos nossa merecida paz.
- Se é o que diz, vou ter que aceitar no final. - Ele viu ela se deitou de lado e só esperava que ele se deitar em seguida ao seu lado.
- Zack? - ele se deitou de barriga para cima, enquanto a Rachel se deitou de lado com a cabeça no seu braço pra ficar juntos.
- O quê é?
- Queria te perguntar, como vai ser o nome do nosso bebê? - ela colocou a mão na barriga.
- Você..
- Dessa vez quero que você escolha um nome pra ela! - ela interrompeu a sua frase, fazendo ele a olhar mas depois suspirou. 
- Tá, tá, tá! Pegue o livro dos nomes, me diz qual os nomes…
- Porque não tenta ler? - ela o perguntou.
- Eu não tenho interesse em muitas letras, isso me dá muitas dores de cabeça. 
- Mas seria bom se você aprendesse…
- Eu já disse: Que não tenho interesse!
- Zack! - ela puxou o rosto dele. - Você aprendeu a cozinhar de tanto me observar, porque não aprenderia a ler.
- …. - Ele suspirou depois olhou pra ela. - Não quero que você pense que se tornaria um fardo pra mim.
- "Eu me tornar um fardo?" Como assim? - ela se sentou na cama curiosa e confusa.
- Tsc… eu te conheci pra te usar naquela noite no prédio, já que você sabia ler e escrever. Então depois que saímos daquele prédio e te resgatei daquele centro psiquiátrico, pensei até em aprender a ler e escrever, mas não queria que você pensasse que se tornou uma inútil para mim.
- Então!? Você não quis aprender a ler nem escrever por mim?
Ele olhou pro lado sério, isso foi como uma confirmação para ela. Ele fez tudo aquilo por ela.
- Obrigada, mas eu não me tornaria inútil, porque eu sempre estava ao seu lado enquanto você precisava de ajuda.
- Né que é verdade! - ele a puxou pra caísse em cima dele. - Bem… agora eu quero que me ajude em um pequeno desejo que estou tendo agora…
- Será um prazer de te ajudar… - ela avisava o seu tórax sorrindo e depois se beijaram.
….
No quarto ao lado…
O menino se levantou, foi mancando até o berço aonde estava o Rômulo que dormia. Ele abaixou as grades e pegou o Rômulo e levou até a cama pra que ele dormisse junto a ele.
- Eu sempre quis ter um irmão. - Ele falou pra si mesmo olhando para o menino. - Finalmente eu tenho um irmãozinho, cuidarei de você Rô.
Ele sorriu e dormiu ao lado dele.
….
De manhã…
Quando ele abriu os olhos, papando a cama a procura do Rômulo, ele não estava e se levantou depressa na cama. Procurando ele, quando focou em uma pessoa sentada na janela, era o Zack que observava o garoto.
- Se está procurando o pequeno, a Rachel foi levar ele pro banho. - o Zack respondeu. 
- Ok… - ele respondeu, pois ainda sentia um pouco de medo do Zack. 
- Você tem medo de mim, né garoto?
Era como se o Zack o adivinhasse só pelo gesto e escutou ele suspirar.
O Ethan tentou desvencilhar mas ele era bastante forte, a Rachel chegou no quarto com o bebê no colo banhado vendo o Zack levar o menino pro banheiro.
O Ethan entrou quase tropeçando e vendo o Zack fechar a porta. E se escutou a voz alta do outro lado da porta.
- Vai tomar banho!
O menino não queria contrariar e foi tomar banho já que ele estava só de cueca.
….
Minutos depois, saindo da parte do chuveiro ele viu em cima da pia uma roupa da noite anterior e com uma toalha, ele pegou e percebeu que era pra ele.
Ele acabou vestindo as mudas, saindo do banheiro e percebia o silêncio no local, foi no quarto aonde ele estava mas não tinha ninguém, mas se escutou umas voz através da escada.
Ele desceu e viu os três ali na cozinha. A Rachel ficou feliz por ver que sua roupa antiga o serviu, mas na verdade ele teria que comprar umas novas roupas para o menino, já que ela não teria tempo para cuidar do bebê e dos afazeres da casa e da loja. 
- Bom dia! - ela o cumprimentou.
- Bom dia! - o Ethan respondeu.
O Zack não falou, já que o garoto acordou com o ele na janela. 
- Bem hoje o Zack vai levar você pra um shopping!
- Shopping? - ele perguntou curioso.
- Você já foi em um? - ela veio com suco e deixando em cima da mesa.
- Nunca, mas a mamãe já comentou sobre ele, um dia quando ficaríamos livre, ela me levaria até lá mas…
- Eu entendo… - a loira respondeu entendendo o que ele quis dizer. - …o Zack vai te levar até lá para comprar muitas roupas e também brinquedos para você.
- Sério!
- Sim… - ela respondeu, nessa hora ele ficou feliz e foi se sentar na cadeira junto a eles para tomar o café da manhã. 
….
Horas depois…
No caminho pro Shopping 
O Zack andava na rua ao lado do Ethan que olhava medroso pra tudo aquilo novo para ele, principalmente pra ele que ainda nem se acostumou com a presença daquele homem ao seu lado.
Olhou pra baixo, mas sentiu um baque pra trás sendo puxado para trás, quando um carro passou na sua frente e depois olhou pra o homem que suspirou.
- Droga… - o Zack disse pegando na sua mão. - Nunca se olha para baixo enquanto atravessar uma avenida.
- Desculpa… - quando olhou para frente olhava as pessoas que olhava um semáforo para pedreste dando verde para eles passarem, foi puxado pela mão para caminhar.
- Garoto? - a voz do Zack chamou a sua atenção. - Você é covarde?
- Eu não…
- Tem medo de tudo, você precisa enfrentar esse medo. Essas pessoas aqui querem te julgar, mas você tem que demonstrar que é superior a elas.
- Mas como?
- Causando medo a elas! - ele respondeu, quando ele viu um menino com a mão que apontava para ele por causa da sua aparência, mas quando o menino olhou pro Zack ele meteu o rabo entre as pernas se tremendo todo. - Viu?
- Entendi… - ele suspirou e olhava pra tudo sem ter medo. - Pai? Você usa dominação nas pessoas?
- Nem preciso mais, antes eu usava por eu era novo na cidade. - Ele chegaram num grande portão do shopping. - Mas agora que todos já me conhecem, nem se metem comigo pois eles sabem que comigo é a morte na certa.
- Então aquele homem que seria o meu pai, teria medo de você?
- Se colocasse na minha frente, ele pensaria duas vezes antes me enfrentar. - o Zack respondeu e fazendo o menino sorri pois queria ver isso um dia.
Nessa hora o sol bateu nele que fez ele tapar os olhos, o Zack pegou o capuz do moletom do menino e tapou sua cabeça e depois bateu de leve a sua cabeça. O menino só olhou ele fazer aquilo, enquanto ainda andavam.
- Vamos, ainda você precisa se divertir hoje.
....
Tudo certo, deixem seus comentários e não deixem de votar.
Até próximo capítulo

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