Capítulo 26 - Falta de controle. Parte 1
Ela viu ele parar o que ele estava fazendo pra olhar pra ela.
- Pode começar a falar!? - ele falou sério.
- Primeiro, Zack! - ela levantou um dedo pra ele. - Se você ficar sem matar, o que acontece com você?
- Olha! Eu só sei que eu fico louco, se eu não matar imediatamente. - ele falou calmo, ao mesmo tempo pensativo. - Se lembra quando eu tomei aquele remédio daquela louca da Cathe?
- Sim… me lembro! - ela respondeu se lembrando do prédio.
- Tem duas coisas que fazia ficar pior do que aquilo. - ele falou sem ligar pra lembrança.
- "Ficar"?
- Sim! Eu consigo controlar a minha Sede de Sangue um pouco, mais do que o normal. - ele falou, mas ela sentia que tinha mais coisa nessa história.
A Rachel sabia que alguma coisa que ele estava tentando desvencilhar. Mas aí que veio uma explicação bem razoável dela.
- Você já viu um bêbado ou um drogado parar de usar as substâncias, que causam os sintomas euforia neles? - ela perguntou pra ele.
- Não! Nem quero saber, eu nunca bebi e usei essas porcarias antes. - ele voltou a pintar.
- Que bom que nunca experimentou, vou te explicar esse detalhe. - ela foi pra o lado da parede e retornando a explicação. - Então é totalmente igual! Uma pessoa bêbada quando tenta parar de beber, tem um colapso nervoso que faz ele ficar descontrolado ou em estado de depressão, de querer aquilo que faz ele ter prazer.
Ele parou o que estava fazendo e olhou pra ela.
- Zack! Algumas vezes de sua recaída ou "Apocalipse instantânea" que sempre você tem, seria essa a causadora, seria isso? - ela falou seria meio em choque. - Você sofre de não ter aquilo que te causa euforia.
- De onde você quer chegar Rachel? Dessa pergunta de agora?
- Simples! Quando ficamos com a Aurora, ficamos no total de 5 meses! - ela disse fazendo 5 dedos na mão dela. - Tinha dias em que você enlouquecia e eu usava chocolate com sonífero pra te acalmar, você ficava deitado o dia todo pra não tentar matar ninguém.
- Beleza! Sou um método de estudo para simplesmente satisfazer a maioria das pessoas. - ele foi pra janela se encostando nela pra olhar o que tinha do lado de fora.
- Não é completamente um estudo, você ainda é um mistério pra mim e pra pessoas, é assim que dizem que tem heterocromia! - ela disse apontando pro seus olhos. - Pessoas difíceis de prever os seus principais atos, são misteriosos e assustadores mas é isso que tornam especiais. Mas essa conversa, que eu tento dizer que talvez eu e você podemos controlar mais os nossos atos daqui em diante.
Ele percebeu que alguma coisa a mais daquela primeira análise dela.
- Alguma coisa você quer em troca de eu ficar quieto? - ele saiu e ficando na sua frente. - Desembucha!
- Ai que entra a minha dúvida número dois! - ela levantou o segundo dedo meio insegura.
Ele percebeu que ela está bastante nervosa do que vai falar.
- Eu sei que falei sobre enfrentar aquilo pra nos fazer superar futuro, mas meio que eu… - ela tirou um papel do bolso de trás de seu short. - Eu falei com senhor Luan, ele foi contra no início mas eu insisti!
- Vai logo ao ponto, Ray!? - ele falou começando a ficar com raiva.
- Ele me deu o endereço da sua mãe.
Quando ela terminou de falar, o Zack retornou ao quadro, mas ele ficou parado olhando a pintura. Do nada ela tomou um susto quando o Zack perfurou o quadro com sua mão em soco.
- Za…
- CALA A BOCA!!! - ele olhou pra baixo colocando a mão na cabeça, pra tentar passar a dor de cabeça. - PARA! DE ME ATORMENTAR! NÃO TOQUE EM MIM!
Ela ficou chocada com aquilo, ela se aproximou meio cautelosa da reação do maior na sua frente.
- Zack…
Ela nem terminou quando viu ele sair correndo do estúdio, deixando ela parada na mesma posição. Ela só escutou uma batida forte de porta, algumas coisas sendo quebradas.
A Rachel saiu do estúdio às pressas, quando ela passou na frente do quarto, ela escutou alguma coisas sendo quebrada dentro do local. Que a fez parar depois retornando pro quarto, abrindo a porta viu ele no canto da parede, sentado no chão com as mãos na cabeça tentando se controlar.
- Zack… o que… - ela nem terminou de falar.
- Me… amarra! - assim que ele falou, ela percebeu a gravidade da situação.
- Se deite rápido! - ela foi pro armário pegando cintos do momento que ele se deitou, começando amarrar as pernas no final da cama, cada pé com uma amarra preta.
Depois disso, em maior esforço pra tirar as mãos do seu rosto, fazendo ele ter dor se remexendo pra sair dali. Ela no fim conseguiu amarrar um dos braços.
- Matar! Matar, tenho… que matar! - ele sorria psicopata. - Matar.... hahahaha.... Ma- matar
- Se acalma Zack! - ela conseguiu amarrar o outro braço, ela percebia que aquilo não era Sede de Sangue, mas alguma coisa que fez ele perder a sua razão de se controlar.
- Rachel, o que houve? Eu escutei o grito... - a dona Joyce entrou no quarto, que fez ela tomar um susto quando a Rachel saiu de cima do Zack assim que conseguiu amarrar outro braço no outro lado da cama, o garoto ria ao mesmo tempo gritava enquanto estava amarrado.
- Me desculpa, senhora Joyce! - a Ray suava, com esforço. - O Zack perdeu o controle dele.
- Ele… perdeu… o controle? - ela começou a ter medo quando, via ele se debatendo pra querer sair.
- Ma-tar! Que....ro matar! Matar! Hahahaha.
Ela viu a Rachel olhando o armário de roupas, encontrou uma caixa, de lá ela tirou uma seringa, com um remédio em líquido em um pequeno porte.
- O que… seria isso? - ela perguntou.
- Sedativo! - ela olhou pro Zack. - Quando ele me diz pra eu amarrar ele, é pra tomar cuidado pois ele perdeu o seu controle, pois nem ele mesmo consegue controlar. Eu sabia que ele não tinha superado isso!
- Superado o que? - ela viu a garota enchendo a seringa.
- O Zack tem um certo conflito, quando o assunto é a mãe dele. Um dia ele perdeu o controle, ele teria que se ferir para saciar sua sede.
- Mas você disse que ele tinha controlado a sua Sede de Sangue?
- Ele superou isso, mas tem um problema que faz ele perder totalmente a sua razão. - a Rachel colocou um pano dobrado nos olhos do Zack, fazendo ele gritar e se remexer mais.
- Esse gatilho é mãe dele, não é?
- Sim! Foi a pessoa que fez ele se tornar assim. Por isso ele a odeia e quer sempre matar ela quando tem algum assunto recorrente a ela. - ela subiu em cima dele com cuidado pra não atingir um pouco a ferida que está sagrando dele, ao mesmo tempo que ele remexia muito pra sair. - Poderia fazer um favor.
- Você vai se colocar em risco!?
- É a única maneira! - ela apontou pra o braço amarrado. - Tira o braço dele preso ao mesmo tempo que eu vou tirar o pano do seu rosto.
- O QUÊ?
- FAZ O QUE PEDIR! - a Ray gritou tentando segurar ele firme na cama.
A mulher nem discutiu, desamarrou ao mesmo tempo que a Ray tirou o pano dos olhos do Zack.
Ele sorriu e pegou no seu pescoço apertando com força com a mão livre.
- Matar… matar!
- RACHEL! - a Joyce viu aquilo e entrou em desespero, mas de repente um movimento rápido na direção do braço estendido do garoto.
A Joyce viu, a Rachel inserir a injeção no braço, viu o Zack sorrir, mas depois começou a perder a consciência, fazendo ele cair no sonho.
- A… por… isso! - a Rachel falou ofegante enquanto a mão dele caiu na cama, ela começou a falar massageando o seu pescoço. - Que ele... sempre pede isso! Pois... o passado ainda não está consertado.
Ela finalizou, tirando as amarras do corpo dele.
- Sabe que tem que voltar a conversa sobre esse assunto com ele!? - ela disse vendo a Rachel retirar a seringa vazia, colocando na bancada.
- Eu sei! - ela se sentou vendo o Zack dormir, totalmente tranquilo. - Tomara que ele consiga controlar, superar essa ferida ainda aberta.
- Rachel!?
Ela olhou pra mulher pra ver qual seria a sua pergunta.
- Teria só isso pra fazer ele perder o controle?
- Talvez!? - ela olhou pra Joyce meio confusa. - Acho que outras coisas, mas não sei de tudo.
- Tem outra! - a Joyce falou fazendo a loira parar de olhar pra ela. - Ele não aguentaria se ele te perdesse.
Como assim!?
A Rachel não entendeu de onde ela tirou aquela ideia.
- Simples, linda Ray! Ele tem uma ligação muito forte com você, se ele te perdesse. Será como se perdesse a luz dele.
- Não compreendo… - ela estava confusa.
- Perder o controle todos perdem, mas esse garoto viu você como a única pessoa que fez ele se tornar humano, uma única liberdade na sua vida de escuridão. Ele viu em você, como você ver ele, ele é o seu sol e pra ele você é a lua.
- É muita coisa pra assimilar, então quer dizer que ele gosta de mim!?
- Sim! - a Rachel abriu com aquela afirmação da senhora e depois olhou pra o Zack dormindo.
Ela acariciava os cabelos dele quando o garoto suspirava de sonho.
- Eu também gosto dele! - ela sorriu quando dizia aquela afirmação.
De longe, a senhora olhava como os dois eram diferentes da sociedade, mais humanos do que qualquer pessoa no mundo. Mas tão puro, ajudando um ao outro sem segredos.
Seria melhor ter esse tipo de pessoas como esses dois no mundo.
…..
Na hora do almoço…
No quarto
O Zack se sentou na cama meio tonto, com a mão na cabeça sentindo dor no local, depois olhou pro espaço ao seu redor, estava todo destruído, o quarto no escuro e o abajur com uma luz amena.
Ele se lembrou a causa daquela confusão, se lembrou dos momentos de sua falta de controle. Ele se sentou cocado, pegando os joelhos abraçando pra esconder aquela raiva que sentia.
….
Flashback-on…
Um garoto bem pequeno estava sentado em um sofá, todo bagunçado.
- Ora!? Se é o moleque imprestável que não serve nem pra cheiro! - disse o homem sorrindo na sua frente.
O garoto levantou o olhar, mostrando ser o Zack quando ele ainda era criança, ainda não tinha sido queimado.
- Deixa ele querido!? Vamos indo! Estou ansiosa pra ir ao shopping comprar roupas e comer no restaurante.
- Ok, querida! - ele bateu na cabeça dele, enquanto ele sorria.
O Zack não gostava dele, sentia isso na sua pele.
- Escuta aqui! Moleque ingrato, você é um ser insignificante que fica no meu caminho, um dia me livrarei de você. - ele sorriu se despedindo quando a mãe do Zack veio com a bolsa no braço toda arrumada. - Aguente aí sem comer, HAHAHAH!
O Zack viu eles saindo, depois pegou um pacote de biscoitos que tinha debaixo do travesseiro.
- Aguente… - ele sorriu quando sua mão foi levantada mostrando uma carteira. - Quero ver, com que dinheiro vai pagar, otário!
….
Flashback-off
….
Ele acordou do pensamento quando sentiu a mão tocar no seu braço. Ele levantou o rosto, vendo que era Rachel.
- Está mais calmo? - ela o perguntou.
- Estou! Uma lembrança me fez rir de um tempo que fiquei com aquela infeliz.
- Sério!?
- Sim…
Ela se sentou ao seu lado.
- Zack...
- Eu sei que tive uma grande recaída que por pouco não te machuquei. - ele tirou seu cabelo do seu pescoço, revelando o machucado do aperto. - Me desculpa!
- Está tudo bem! Teria que acontecer em algum momento… - ela respondeu tranquila.
- Vai demorar pra eu enfrentar!
- Quando tiver certeza, a gente vai. Pois eu também vou precisar enfrentar o meu medo! - ela explicou olhando a escuridão do quarto.
- Como assim? - ele a olhou, depois levantando a blusa pra ver sua ferida pra perceber que não tinha gravado nada ela.
- … - a garota suspirou. - O local que a sua mãe está, na verdade ela tinha se mudado recentemente, agora ela mora na minha antiga casa.
O Zack abriu os olhos, vendo a Rachel se levantar, tirando a cortina do meio da janela.
- Então vai ser meio que uma terapia pra nós dois!? - ele falou mais relaxado.
- Sim, Zack! - ela sorriu se virando pra ele. - Temos que enfrentar.
….
Dois meses depois…
Em uma cidade vizinha…
Uma moto chegou em uma área residencial. Parando em frente à uma casa grande que tinha até um carro na garagem, se percebia que na frente dela tinha sido reformada.
Dentro da casa, um casal assistia à televisão, enquanto uma menina brincava que aparentava ser 6 anos brincava de casinha com suas bonecas no chão.
Quando se escutou a campainha soar, a mulher foi atender já que ela ia pra cozinha, aproveitou pra saber quem tinha chegado.
- Sim! - ela abriu e viu a Rachel na sua frente, a mulher ficou sem jeito. - Qual seria o motivo da sua visita?
A mulher aparentava ser bem pequena, mais do que a Rachel que a observava ter cabelos castanhos e olhos castanhos escuros. Uma pele um pouco mais clara, usando uma roupa casual.
- Nada importante moça! Eu só queria saber se esse é o mesmo endereço que está no papel!? - ela deu o papel pra ela, na hora o seu marido olhou pra a Rachel.
- É sim! - a Rachel confirmou. - Qual seria o problema?
- É que eu morava aqui antigamente, mas como eu era pequena não me lembrava muito o local. - a loira explicou.
- Nossa! Quer entrar! - a mulher sorriu sendo simpática. - Assim pode se lembrar de alguma coisa.
- Claro! - a mulher viu que a loira olhou pra trás. - Me desculpe, o meu namorado vem aqui também, só que ele está guardando a moto.
- Não tem problema. Assim podemos conhecê-lo. - a mulher respondeu mostrando a casa pra ela, a Rachel percebia que toda a mudança do local parecia uma renovação nova naquele ambiente.
Que mudança, ainda bem que sair desse ar pesado que essa casa me transmite.
A Rachel olhava pra todos os cantos.
- Senhorita!? - ela olhou pra criança que parecia muito com pai, a Ray se curvou sorrindo.
- Oi!
- Você… parece um anjo!
- Que bom! - a Rachel fez carinho na sua cabeça agradecendo ela. - O meu namorado me chama de coelhinha.
- Coelhinha?
- Sim! Ele diz que sou uma garota bem frágil que precisa sempre de proteção. - ela explicou.
- Que modo de dizer bem estranho! - ela virou o rosto pra olhar o homem que sorriu, ela sabia que esse olhar era de ódio.
Depois ela olhou pra criancinha na sua frente que abraçava as suas bonecas.
- Como se chama, pequena? - ela perguntou.
- Me chamo Antonieta! - ela sorriu e depois olhou pro casal.
- Me chamo Verônica, esse é o meu esposo Mattheus! - ela falou indicando pra ele.
- Prazer conhecer vocês. - ela respondeu continuando olhando pra criança. - Antonieta! - a criança sorriu de alegria por ganhar atenção daquela moça tão bonits. - Sabia que você tem um irmão mais velho.
O casal ficou pasmo, tentando disfarçar mas Rachel sabia da verdade.
- Eu tenho? - disse a pequena.
- Sim!
- Isso é mentira, minha filha! Poderia ir pro quarto, que temos uma conversa com essa moça!
- Ok… mamãe! Tchau moça! - ela saiu correndo pro quarto.
- O quê você pensa que é pra mentir pra uma criança! - disse o homem bravo que fez a Ray demonstrar interesse.
- Mentir!? - a Rachel se ajeitou mais pra frente dos dois. - Eu não estou mentindo, e sim, afirmando.
- Como pode provar que está falando a verdade! Sua mentirosa! - falou a mulher com raiva vendo a loira ir pra porta. - Não vá embora!
Ela abriu revelando o Zack com sua tradicionais faixas pelo seu rosto, ele entrou olhando pra mulher na sua frente e depois pra Rachel.
A Rachel sabia que aquele tipo de conversa ia demorar, mas naquele momento. Ela sabia que era certo a se fazer.
...
Desculpa pela demora por lançar os capítulos, estava ocupada e que acabei esquecendo de fazer isso, para compensar isso, hoje vou postar dois capítulos.
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