Capítulo 03 - Ferramentas...

O Zack abriu os seus olhos heterocromáticos, vendo um teto marrom de madeira, sua vista estava meio embaçada. Mas ainda estava acordado naquela confusão que estava a sua cabeça. 
Ele se sentou e tocou na sua cabeça de dor e enxaqueca que sentiu naquela hora, ele olhou pra baixo e vendo que ele estava só de calça e sem a suas faixas. Sobre a sua coxa estava um pano que estava úmido. 
Que lugar esse? Aonde eu estou?
Olhando pro os lados pra aquele quarto muito estranho e tentando lembrar como ele parou ali, de início ele ficou confuso. Dando maior falta das suas faixas, pois ele nem se lembrava como foi que ele tirou aquilo de si próprio. 
Cadê a Ray? 
Ele ficou totalmente alerta quando não viu ela naquele espaço, escutou a porta abrindo, vendo ela trazendo um prato de comida quente, era pra ele, o prato estava em uma bandeja.
- Oi Zack, bom dia! - ela disse se sentando de lado com a bandeja no seu colo. - Como está? 
- Minha cabeça parece que vai explodir? O que houve? - ele olhou pro os lados.
- Você teve princípio de hipotermia! - nesse momento o senhor Emanuel chegou fazendo o Zack rugir.
O Emanuel ficou meio alarmado com aquilo, na verdade não podia acreditar que a Ray explicou que ele podia desenhar muito bem sendo o que ele é um psicopata e também um assassino procurado por todo país.
- Zack… - a Ray a sua chamou atenção, mas ele nem ouvia. - Zack! Se não ficar quieto vou ter motivos para ficar brava com você. 
Ele a olhou surpreso, depois cruzou os braços olhando pro lado e isso fez o Emanuel ficar surpreso. 
- Qual o motivo de ficar com raiva de mim se eu não fiz nada Ray? - ele falou a  olhando de lado com um ar de desafio.
Ela suspirou olhando pra sopa quente e mexendo com a colher.
- Você mentiu pra mim!
Na hora que ela disse aquilo, acabou fazendo ele olhar chocado pra ela com muita raiva.
- Sabe que eu não gostou de ment…
- Você mentiu, você me dizia que não tinha comido ontem, mas na verdade você não comeu nada desde anteontem. - ela explicou olhando seria pra ele que olhava de relance e sua mão cruzada, os dedos se mexia de nervosismo.
O Emanuel olhava e não acreditando que ela estava dando lição de moral pra aquele garoto que bufou de raiva.
- ESTÁ BEM! EU MENTI! ESTÁ SATISFEITA! Cof… cof… - ele começou a tossir pelo esforço de ter gritado.
- Não grite Zack, a sua garganta está inflamada pela febre que teve minutos antes. - ela disse acariciando sua cabeça e depois lhe dando o prato que ele pegou e começou a comer com calma.
- Esta tudo bem aí senhorita? - ela olhou pra trás e vendo que ele ainda estava na porta, ela ficou envergonhada por ele ter presenciado a discussão dos dois.
- Me desculpe senhor Emanuel. - ela respondeu sorrindo envergonhada. - O Zack algumas vezes pode ser imaturo.
- Estou ouvindo… uma pirralha tirar sarro de mim. – ele disse comendo e nem se importando pela briga de antes.
- Mas teve motivo Zack. - ela explicou sendo seria pra ele.
- Tá, tá, tá! - ele disse aceitando a derrota, pois ele sabe quando a Ray está certa, aquele argumento nunca é tirado da sua cabeça. 
Bufando de raiva, ele continuou a comer e senhor se aproximou do Zack que fazia sons de rosnado com ele, o Emanuel tocou na sua testa pra constar que a temperatura estava um mais baixa que dizia que ele estava ok.
A Ray tirou rápido a mão do Emanuel a tempo que o Zack mordesse.
- Não me toca! Seu velho repugnante. - depois que ele falou bravo a Ray suspirou.
- Senhor Emanuel não chegue perto do Zack sem falar o motivo! O Zack ver isso como ameaça. - a Ray disse olhando pro Emanuel pelo ato que quase fez perder sua mão. 
- Me desculpe, senhorita Rachel! Eu pensei que ele comendo, ele ficaria um pouco mais calmo, e talvez fosse mais fácil deixar eu tocá-lo. 
- Que não se repita novamente, velhote! - disse o enfaixado rosnando e dando o prato vazio para Ray. - Quero mais…
- Está bem! Mas tome cuidado senhor, se eu não tivesse visto isso e se eu não tivesse aqui, não saberia o que fazer! - ela pegou o prato dizendo. - Mas agora ele está normal! Só se mantem um distância segura! - ela falou sorrindo e dando o prato pro Emanuel e indicando com olhar que ela ia conversar sobre a idéia que ela teve antes de eles subirem ali.
- Certo! - ele confimou com a cabeça. - Vou pegar mais. - ele se afastou dos dois e foi pegar mais sopa pra ele, o Zack acordou com boa exposição, pois esta com bastante fome.
…..
Os dois viram o senhor sair, a Ray se ajeitou e suspirou pois o que ia contar pro Zack seria bem complicado pra ele aceitar a sua idéia. 
- Zack! Eu dei uma idéia pro senhor Emanuel.
- Idéia? Que tipo? - ele disse bem sério.
Ela cruzou os dedos de nervosa. 
- O senhor Emanuel foi uma pessoa muito gentil, ele deu esse lugar pra a gente ficar até esse inverno passar. - ela explicou e ele abriu os olhos e olhando pro lugar.
- É mesmo…
- Sim! Então eu pensei, queria dar algo em troca pelo pagamento pela sua ajuda. - ela falou.
- Ele pegou nosso dinheiro? - falou sério pra ela.
- Não! Ele recusou tudo que tina oferecido como pagamento. - Isso fez o Zack fica interessado na história puxando o joelho pra ficar cara a cara com a loira.
- Então, enquanto ele estava na loja, eu acabei escutando uma conversa que ele precisava pagar uma dívida. - ela explicou.
- Dívida!? - ele ficou pensando se aquele velhote precisa do dinheiro pra pagar, porque ele não aceitou os deles, mas tem alguma coisa bem estranha que a Ray está escondendo dele. - Aonde você quer chegar Ray?
- Eu vi que ele trabalha com quadro, mas atualmente ele precisa de um pintor…
- Ray… - ela olhou pra ele que estava com um olhar bem ameaçador e bem irritado. - Aonde eu me encaixo nessa porcaria de história? 
- Pensei que você seria bem o… pintor?
Ele grunhiu de raiva e puxando o seu braço e ficando cara a cara com ela.
- Sabe que não gosto que me usem como ferramenta Ray, sem eu nem ao menos saber!
- Mas eu não estou te…
- MAS ESTÁ! - ela se assustou com o grito dela, e colhendo seu braço com medo dele pois fazia um grande tempo que ele não gritava daquela maneira com ela.
Desceu da cama e saiu depressa e triste do quarto deixando ele sentado na cama sozinho e pasmo, o Zack tocou a sua cabeça com raiva. Ele descontou a sua raiva nela, ele não precisava ter feito aquilo com ela, suspirou e se levantando e viu que ele estava só de calça. 
Viu na outra cama, uma camisa cinza e com uma calça moletom azul escuro. Pegou as vestimentas e as vestiu.
.....
Depois de uns segundos, ele saiu do quarto e a procurando, ele teria que ir desculpar pela sua grosseria como a tratou uns segundos antes. Mas a cada passo que ele dava, ele sentia uma dor de cabeça piorar outra vez, ele não estava completamente bem de verdade
- Droga… Cof... cof - ele falou torcido e com bastante raiva e escorou na parede e ficando sentado no chão. Depois disso, ele viu pequenos pés na sua frente e levantando a cabeça, e viu a Rachel com barras de chocolate na mão. 
……
Voltando na realidade…
- Então vocês brigaram! - falou o Tomás bem surpreso, pois o tempo que eles conviveram com eles dois, na verdade quase uns sete meses, ele nunca tinha presenciado uma briga dos dois.
- Foi bem sinistra! Depois disso, a gente só brigava se tinha um belo de um motivo, né Zack! - ela respondeu que fez o Zack acenar com a cabeça. 
- Pelo menos, sempre é resolvido quando entra alguma comida no meio. - respondeu Aurora sorrindo que fez os dois rirem.
Na hora o Rômulo começou a chorar, a Ray pegou o pequeno no colo.
- Deve estar com fome… não é meu pequeno. - ela respondeu e dando de mamar pra ele. - Bem… 
A Aurora foi pra perto dela e se surpreendeu quando viu as cores dos olhos do pequeno bebê. 
- Sabia que ela entraria em choque Ray! - falou o Zack sorrindo. - Nessa eu acertei.
- Eu também tinha certeza Zack. - ela falou vendo o pequeno bebê com um olho azul e outro amarelo.
- Ele tem heterocromia! - falou a Aurora surpresa.
- Puxou ao papai aqui! - ele disse sorrindo e se glorificando pelo seu filho.
O Tomás bateu a mão na testa, com o tempo que tinha passado, parece que o Zack piorou mais nas suas piadas.
- Ray! Você poderia voltar a história! - o delegado interviu no rosto maravilhado da sua esposa.
- Claro papai! - ela falou olhando por pequeno. - Continuando…
…..
Retornando na história...
A Ray que tinha olhado o Zack no chão e ficando surpresa que ele tinha resolvido de tão mal que está, ir atrás dela mesmo naquele estado. Ela se curvou diante dele e dando a barra e ele pegou com a mão. O senhor Emanuel que subia a escada viu os dois no corredor do quarto e se surpreendeu quando ela chegou perto dele e a abraçou e ele a abraçou. 
Ele escutou ele dizer em sussurro "Me desculpe, pequena!"
Ele suspirou, ficando feliz que aquele garoto é completamente gentil pra aquela pequena garota.
Parece que essa garota é um anjo pra vida dele.
Olá novamente. - ele falou e que fez chamar atenção dos dois, o Zack comia um bloco enquanto a Ray mastiga o dela.
Ele percebeu que estava suja do lado da sua bochecha de chocolate, o Zack viu o mesmo sujo, pegando a sua bochecha e como um cachorro, ele lambeu e sem nenhuma malícia no ato.
- Estava com a bochecha suja Ray!
Ela olhou pra ele feliz pelo seu gesto por ter limpado ela.
- Obrigada Zack!
Que tipo de mundo esses dois vivem.
Ele olhou com boca aberta com aquele gesto do Zack com a Ray, depois a garota se levantou pra ficar em pé e depois o enfaixado se levantou, percebendo o porque ele é tão intimidador, ele é muito alto e parecia um daqueles soldados russos de tão grande que é. 
- Bem… - o Emanuel se sentiu intimidado e vendo ela dar um bloco que ele mordeu. - Eu… trouxe mais sopa…
- Vamos Zack! - ela puxou ele pra entrar no quarto. - Você ainda não está em condições de ficar em pé ainda.
- Ray! Isso faz minha cabeça doer, sabia. - ele andou escorado nela e com a ajuda da parede do seu lado.
- É Zack, você não poderia ter ido atrás de mim! - ela respondeu entrando com ele no quarto e o Emanuel vindo atrás.
Os dois chegaram na cama, colocou ele pra ficar deitado na cama novamente. Ela pegou o prato do Emanuel e deu pro Zack que mesmo comendo chocolate, ele voltou comer a sopa.
- Ele tem muita fome senhor Emanuel. - a Ray explicou vendo o Zack. - Eu expliquei tudo pro Zack sobre a idéia. 
- Ele aceitou?
Ela olhou pra ele, depois olhou pro chão. 
- Não sei! - ela brincou com os dedos. - Pergunte a ele.
- É… Isaac.. - ele nem falou e escutou ele rosnar de ameaça. 
- Eu não quero fazer Ray! - ele voltou a comer e isso fez o Emanuel ficar cabisbaixo.
Estava pensando no pior, como aquele assassino poderia ajudar ele.
- Zack! - ela se levantou pra ficar na frente dele. - Esse homem é confiável, ele não aceitou o nosso dinheiro mesmo tendo tantas dívidas pra ele pagar! - ela falou e viu ele olhar pro lado e colocando o prato pela metade no seu lado de sopa. - Pense bem Zack! Se ajudamos esse senhor com as pinturas que vocês vai fazer, imagine! Quando esse inverno terminar vamos ter um dinheiro bem razoável pra nós sustentar!
Ele ficou abismado, o Emanuel viu que ela estava tentando convencer ele a essa proposta.
- Ainda mais! - ela continuou a explicação. - Você pode pintar qualquer coisa com tamanha liberdade! 
- Sem ser preso por obrigação!? - ele respondeu meio contraditório.
- Sim! Vai ser divertido. 
Ele escutou aquela palavra, ser divertido pode ser uma distração pra ele. 
- Ok… Se é isso que quer, vou fazer essas pinturas.
- Que bom! - ela se alegrou e se virou pro Emanuel. - Viu senhor! Ele aceitou, só precisa de um jeitinho sem tentar ameaçar o Zack.
Isso assustou o senhor, pela palavras da Rachel. Ele nunca tentou intimidar aquele garoto, era mas ao contrário. 
- Zack… - ele falou fazendo ver o assassino não fazer sons intimidadores diante dele. - Eu me chamo Emanuel, é um prazer te conhecer.
- Tsc… prazer… - ele olhou pro lado não demonstrando interesse e voltou a comer.
A Ray viu que finalmente o Zack passou a confiar um pouco no senhor, suspirou e ficou feliz por ele ter aceitado a proposta.
- Senhor! - o chamado fez ele olhar pra garota loira. - Eu não sei muito sobre artes em museus ou quadros! - ela explicou e se virando pra frente do senhor e pegando o resto da barra de chocolate. - Me diria quantos quadros o Zack precisa fazer numa exposição? 
- Isso vai depender de quantos ele puder fazer! Ele também pode escolher sobre um tema se quiser.
- Quantos ele puder fazer!? - ela avaliou e olhou pro senhor. - Muito obrigada pela orientação, foi de muita ajuda. E principalmente por ter nos ajudado.
- Qualquer coisa estou as disposições de vocês dois. - ele se levantou e saiu do quarto.
Os dois viram ele indo, com certeza ele voltou pra trabalhar. O Emanuel estava com uma sensação muito boa e um pouco mais aliviado pelo ocorrido de agora pouco. Ele se sentou no banco atrás da mesa de atendimenro e vendo pela vitrine da loja que tanto ele ama, esse lugar ainda pode ser salvo. 
Talvez eu tenha uma esperança, pai!
.....
Que bonito esse capítulo, tomara que der certo. Não deixem de comentar

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