ⒺFINALE Ⓒ Parte 1

n/a: Entramos na reta final e durante essa semana serão postados os capítulos finais de Amsterdam.

Os episódio finale me arrancou muitas lágrimas tanto escrevendo como relendo e eu estou 1000% satisfeita com o resultado. 

Sempre fui ruim escrevendo finais, mas pela primeira vez eu estou completamente in love com tudo! Espero que agrade a vocês também :D

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— Como eu disse, o produto é o mais novo e recente no mercado e achamos que seria melhor organizarmos um leilão ao invés de venderemos para o primeiro cliente. Isto é uma enorme disputa e muitos outros ofereceram fortunas pela mercadoria. Não seria justo escolhermos qual a melhor oferta e deixar outros clientes insatisfeitos, portanto resolvemos organizar um leilão. Quem der a maior oferta, leva o produto — Schuller argumentava pelo telefone, no que parecia ser a milésima vez que repetia aquelas informações para os seus diversos clientes.

A palavras sobre a existência de uma virgem de menos de dez anos no Ninho das Ninfas tinha se espalhado rapidamente e as chamadas não paravam de chegar, com ofertas astronômicas. Ouvir os valores oferecidos deixavam um enorme sorriso no rosto de Alf, que mesmo perdendo a paciência com a insistência, demonstrava em sua voz uma grande invulgar e inesperada serenidade.

— Sim, claro que informarei o dia e a hora do leilão, fique descansado. E só relembrando que será tudo organizado via anônima, para garantir a segurança e privacidade de todos os envolvidos. Muito obrigado pela sua colaboração, até mais. — Após o fim da chamada, o sorriso de Alf se desfez e ele soltou um suspiro cansado enquanto esfregava os olhos.

Seu celular foi jogado em cima da mesa, agradecendo os minutos de paz que teria após finalmente ter conversado com todos os clientes mais importantes. Deixaria a outra metade para Stoker, que estava fazendo essa tarefa em sua sala.

Duas batidas na porta fizeram uma veia nervosa saltar em seu pescoço e seu olhar se ergueu furioso para um dos seus capagandas.

— Eu espero bem que tenha um excelente motivo para vir interromper o meu momento de paz e silêncio. — Sua voz não passava de um quase sussurro, ainda que sua real vontade fosse gritar e esmurrar o desgraçado, mas Alf respirou profundamente e canalizou as coisas boas que tinham acontecido no seu dia.

— Chefe, me desculpe, mas o que tenho a dizer é urgente. É sobre a senhora Elise Braisser. — O homem estava visivelmente nervoso, suando muito, temendo alguma reação inesperada do patrão. Todos sabiam que Alf era de luas e matava qualquer um com facilidade e falta de remorsos, como se estivesse se livrando de uma roupa que não lhe encantasse mais.

— Anda logo, desembucha. — O cafetão exigiu num tom mais elevado, odiando ser mantido em espera e ser enrolado pelo segurança.

— Ela foi presa. E um dos nossos campangas também. Foi um que estava acompanhando a nova mercadoria para Tóquio. — O capanga se explicou e a cor vermelha no rosto de Alf esbranqueceu repentinamente.

— Quando ela foi presa? — Questionou enquanto vasculhava por suas gavetas, procurando alguma coisa.

— Esse final de tarde.

Num rompante Alf se ergueu da sua cadeira e caminhou até o seu cofre, retirando de dentro um conjunto de documentos, passaporte e dinheiro. Apressadamente saiu do seu escritório no Moulin Rouge, partindo pelas traseiras do edifício e fazendo o exato mesmo trajeto de sempre até o Ninho das Ninfas. Não havia mais tempo a perder ele precisava fugir, mas não o faria sem a sua preciosa Luna.

Após passar os procedimentos de segurança iniciais, levantar o tampo do galpão e descer as escadas, Alf tocou a campainha e aguardou que viessem abrir, mas após longos minutos de espera, Schuller perdeu a paciência e ligou para o alemão, que ainda estava no interior vigiando os sinais vitais de Fany.

— Onde estão todos os guardas que ninguém vem abrir a merda da porta? — Alf questionou colérico assim que o médico atendeu a chamada.

— Está havendo um tumulto no harém das Ninfas e os guardas estão todos lá. — O médico explicou nervoso, com o seu sotaque mais carregado que o normal.

— Venha imediatamente abrir a porta! — Alf exigiu temendo que Bree pudesse estar no meio do tumulto, sendo machucada. Se algum deles ousasse tocar num fio de cabelo dela, haveria um banho de sangue.

— M-mas... mas eu não sei o código. — O homem gaguejou do outro lado da linha e Alf esmurrou a porta impaciente.

— Venha abrir a porta e eu direi o código — murmurou entre dentes, contendo sua vontade de matar alguém, pois por enquanto não havia ninguém por perto para ele poder fazer tal ato.

O médico alemão demorou pouco mais de cinco minutos até chegar na sala de controlos que dava acesso ao exterior do Ninho. Seguindo instruções de Schuller, o homem abriu a porta. Observou o cafetão entrar de rompante, embrenhando uma arma nas mãos, e se encaminhar até as grades que dividiam a ala dos guardas da ala das acomodações das Ninfas.

Ao chegar e ver as garotas atacando os guardas e os guardas batendo nelas, Alf ergueu a pistola no ar e disparou, assustando e chamando a atenção de todos para si.

— BRIGITTE? — Ele gritou o nome dela, mas não houve qualquer resposta da parte da garota. — Onde está Luna?! — Ele questionou furioso, apontando a arma para todos ao seu redor. Ninguém respondeu por alguns segundos, até ele ver ela parada perto da porta da sua cela.

A passos apressados ele foi ao encontro dela e parou na sua frente para a analisar. Seu rosto tinha um corte e um roxo e ela se agarrava à barriga com dores. Uma fúria tremenda cresceu em seu peito e ela se virou de costas para ela. Olhando a confusão ali presente, ele ergueu a arma sem qualquer direção e descarregou a mesma para qualquer um que estivesse na sua frente.

— NÃO! — Bree gritou se agarrando ao braço dele para impedir que ele continuasse disparando.

Ao sair de trás de Schuller, seu olhar capturou os corpos das vítimas dele, estendidas no chão. Entre eles estavam Ninfas e seguranças, mas apenas uma chamou mais a sua atenção entre os corpos, Liesbeth. Com a mão na boca, ela tentou se agachar para acudir a menina, mas foi impedida pelo cafetão.

Indiferente àquilo, Alf agarrou o braço de Bree e começou arrastando ela para fora do Ninho, mas a garota rapidamente despertou do seu pequeno transe. Em seu caminho ela agarrou o cassetete de um dos soldados mortos e bateu com força no braço de Alf, fazendo com que este a soltasse.

— BRIGITTE! — Ele gritou furioso ao ver ela fugir para o lado oposto. Sem paciência ele mirou nela e disparou, mas sua arma estava sem mais balas e quando ele parou para recarregar, ela já tinha escapado. — Não adianta fugir, meu anjo, eu vou te achar e vai ser pior para você. APAREÇA! — exigiu com o tom de voz oscilando entre o cantarolante e o colérico, enquanto caminhava calmamente pelos túneis que interligavam o refeitório e outras salas de convívio das Ninfas.

Bree segurava os soluços enquanto fugia. Ela sabia que ele estava certo, mas estava com medo demais para parar de fugir. Depois do que vira, ela sabia que ele era capaz de tudo naquele momento e temia que fosse a próxima vítima, quer parasse, quer não.

Não havia muito por onde fugir e quando se viu num cruzamento, ela parou para decidir por onde prosseguir. Todavia foi tarde demais para ela. Um tiro se fez escutar e uma bala passou perto de si, fazendo um buraco na parede à sua frente.

— Eu não quero ter de atirar em você, então pare de correr. Eu vim buscar você para fugirmos daqui. Surgiu a oportunidade de te tirar do Ninho, como você pediu hoje mais cedo. — Ele informou, se aproximando dela lentamente e esfregando o braço que ela tinha batido.

— Nunca! Eu nunca irei fugir com você, seu monstro. Prefiro morrer. — A loira murmurou com raiva, se mantendo de costas para ele e tremendo de dores, de medo e de desespero, mas sem nunca perder a coragem de dizer a verdade, não importando as consequências.

— Ouvir isso de você me machuca. Eu acabei de te salvar e é assim que você me agradece? — Seu timbre ia aumentando de volume conforme suas palavras e no final ele estava perto o suficiente para agarrar o braço dela e virá-la de frente para si.

— Agradecer? Você destruiu a minha vida! Matou aquelas meninas porque quis! Colocou Gertha em coma porque quis! Me sequestrou, me estuprou, destruiu minha vida porque é um monstro sádico e nojento e EU ODEIO VOCÊ! — Seu discurso era carregado de dor, ódio e verdade. Ela estava cansada de fingir, cansada de tentar sobreviver naquele inferno e principalmente estava cansada de dar satisfação àquele demônio.

— Eu matei aquelas vadias porque você está machucada. Eu coloquei a sua amiguinha em coma, porque ela te deu o veneno para matar nosso filho. Eu não te sequestrei, você quis fugir comigo. E eu não te estuprei, nós fizemos amor! — Alf acreditava em suas próprias palavras e estava odiando ver a ingratidão de sua amada para consigo. Sua mão apertou mais o braço dela, cortando praticamente a circulação da área e mesmo sabendo que ela estava sofrendo em dores, ele sentiu raiva por ela não o demonstrar.

— Não tente me fazer a culpada. Você me enganou, mentiu para mim, me ludibriou. Você é o culpado! — Ela gritou e o empurrou, na tentativa de se soltar. — Cada vez que você me toca eu tenho nojo, cada vez que você me beija eu quero vomitar. Você me dá repulsa e eu nunca teria um filho seu. NUNCA! — Bree se debateu um pouco mais, acotovelando o braço ferido de Alf e conseguindo por fim fazer com que ele tirasse suas mãos imundas de si. — Para sua informação, eu comecei o tumulto porque eu não vou permitir que você faça mais vítimas. Eu não vou permitir que você destrua a vida de mais nenhuma garota.

— É um belo discurso, mas sou eu quem carrega a arma aqui, anjo. Você não tem poder nenhum contra mim. — Ele sorriu maquiavélico, balançando a arma no ar, perto do rosto dela a fim de a intimidar.

— Tem certeza? — Ela questionou em desafio e foi então que Alf sentiu uma corrente elétrica percorrer o seu corpo e queimar suas bolas numa dor tão intensa que fez todos os seus músculos se contorcerem e uma saliva espumosa escorrer por sua boca.

Bree apenas parou de eletrocutar Schuller com o taser quando percebeu ele largar a arma e cair de joelhos no chão. Rapidamente ela se agachou no chão e agarrou a pistola, a apontando para ele.

— Diga agora que eu não tenho poder nenhum contra você! Acabou, Schuller! Isso acaba aqui e agora. Esse inferno vai acabar finalmente e eu vou ver tudo arder com você dentro. — A loira sentiu um calor crescer em seu peito, o cheiro da liberdade perto e um sorriso se abrir sem ela conseguir controlar.

— Atira. — Ele ordenou provocativo, erguendo o olhar para ela enquanto se agarrava às suas bolas doloridas. Bree tremeu com aquela ordem e destravou a arma, mas seu dedo estava paralisado no gatilho. Era só pressionar e tudo acabaria, mas ela não conseguia. — Você não tem coragem — murmurou, caindo em gargalhada enquanto se erguia lentamente com dificuldade.

— Fica parado ou eu atiro. — Ela ameaçou com a voz e as mãos trêmulas, percebendo que ele não a estava temendo, pelo contrário, continuava imponente e aterrorizador.

— Se há uma coisa que eu aprendi em todos esses anos, é que se alguém quer mesmo atirar ela não ameaça, ela atira. — Ele falava num tom calmo, ainda que seu olhar pegasse fogo enquanto encarava a adolescente.

Aos poucos ele foi se aproximando e Bree recuando até suas costas encostarem na parede e a boca da arma encostar no peito dele. Alf continuou rindo, fazendo a garota estremecer. Ele estava tão perto, era só preciso fazer uma pequena pressão. Então ele arrancou a arma das mãos dela e sua chance terminou.

Grossas lágrimas caíram do rosto derrotado da garota, que se sentiu fracassada e se odiou por não ter conseguido atirar em Alf.

— Isso entre nós nunca vai ter fim, Brigitte. Seremos nós dois para sempre, meu amor. — Schuller garantiu, acariciando o rosto dela com o cano da arma e se aproximando lentamente para a beijar, enquanto prensava o seu corpo contra o dela.

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n/a: esse cap era suposto ter sido postado ontem e eu postei, mas por algum motivo o wattpad colocou como rascunho em vez de publicar '-' por isso hoje tem postagem dupla!!

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