I
Quando Charles via Carmélia seu coração disparava como um terremoto demolidor, tão apaixonada era ela pelos minerais e rochas, a simplicidade era explícita em seu vestir, a alegria era estampada em seu largo sorriso torto em estado de remendos por aparelhos sempre coloridos, tinha seus momentos de muitos dizeres, e outro de profundo silêncio, era como ter uma dupla Carmélia ao seu lado.
–Bom dia, Charles!-dizia ela toda manhã ao encontrá-lo para o café da manhã.
–Bom dia, "Came"! Como vai a coleção? - Indagava ele para iniciar uma conversa que já bem era obsoleta, mas que unia a amizade de ambos.
–Ah! Na próxima coleta de campo quero ver se encontro uma mineral bauxita, aquela ágata dente de leão que me deu semana passada pude lapidá-la ontem, ficou belíssima, muito obrigada. - disse ela em uma de suas memórias mais vibrantes daquela que um dia foi seu amor não correspondido.
–Ah! Duvido que ficou mais bonita do que aquele que lhe presenteou com ela. –disse ele aos risos enquanto ela tirava a cordão que havia feito com a pedra semipreciosa que agora era um pingente em formato de coração, como era bela suas habilidades manuais, repleta de destreza.
–Ficou realmente muito bonita, só falta um verniz, mas está bem rústica como você. –respondeu sorrindo.
–E você, o que tem descoberto sobre os terremotos, o Brasil está com risco de algum? – perguntou ela tirando a conversa do foco de si, já estava vermelha.
–Ah! O Brasil por enquanto está fora de perigo, estamos na Placa Tectônica Sul Americana, sem riscos de fragmentação por hora, só relaxe e curta a vida. –dizia ele a ela que já apresentava um olhar ansioso para ir para a aula.
Tão pontual era ela que por vezes deixava momentos de si escaparem-lhe entre os dedos para estar a disposição de seus afazeres, era tão dedicada em tudo aquilo que fazia, embora atrapalhada jamais deixava uma aventura de lado, as aulas de campo eram seu verdadeiro paraíso, desconectada do universo virtual estava sempre conectada à natureza.
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